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Desestatização do dinheiro
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Desestatização do dinheiro

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E se o governo deixasse cada pessoa utilizar a moeda que quisesse? E se o governo permitisse aos empreendedores inovar no setor monetário, com a criação de moedas digitais ou a mineração de metal-moeda? É exatamente isto que Hayek argumenta.

Através de um acordo com o Instituto Liberal, o Instituto Mises Brasil tem a alegria de oferecer a mais radical defesa feita por F. A. Hayek em prol da completa privatização do dinheiro: Desestatização do Dinheiro. Esta obra foi escrita perto do fim de sua carreira, depois de Hayek ter analisado todos os argumentos econômicos de reformas monetárias e examinado a viabilidade política de inúmeras propostas. Hayek mostra a inviabilidade essencial da moeda estatal, e reivindica um mercado totalmente livre para a produção, distribuição e administração do dinheiro.

Este livro representa o núcleo da visão hayekiana das políticas monetárias, e é o livro que atraiu a atenção mundial para este pensador radical após ele ter sido laureado com o Prêmio Nobel de Economia. O argumento é praticamente o mesmo de Mises, mas ao invés do padrão-ouro, Hayek defende o abandono completo das tentativas governamentais de reformas monetárias. O resultado seria a competição entre moedas privadas, permitindo apenas ao mercado determinar qual seria o dinheiro dominante no mundo.

Na era digital, este argumento ganha um novo significado, uma vez que experiências com moeda digitais seguem a passo acelerado.
LanguagePortuguês
PublisherLVM Editora
Release dateAug 1, 2017
ISBN9788562816581
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    Desestatização do dinheiro - F.A. Hayek

    Capítulo 1

    A Proposta na Prática

    A proposta concreta para o futuro próximo, que também representa a oportunidade para o exame de um esquema de alcance muito mais amplo, é a seguinte:

    Os países do Mercado Comum, preferivelmente com os países neutros da Europa (e possivelmente, mais tarde, com os países da América do Norte), comprometem-se mutuamente, por tratado formal, a não opor obstáculos à livre negociação, em toda a extensão de seus territórios, das moedas nacionais uns dos outros (inclusive moedas de ouro), nem ao livre exercício da atividade bancária por qualquer instituição legalmente estabelecida em qualquer um de seus territórios.

    A adoção de tal proposta significaria, inicialmente, a abolição de qualquer tipo de controle cambial ou de regulamentação da circulação de moeda entre esses países, bem como a total liberdade para usar qualquer das moedas para contratos e contabilização. Significaria, também, a possibilidade de qualquer banco localizado em qualquer desses países abrir filiais em qualquer outro, em condições idênticas às dos bancos já estabelecidos.

    Livre comercio de moeda

    O objetivo desse programa é impor uma disciplina – que hoje já se faz extremamente necessária – aos agentes monetários e financeiros existentes, tornando impossível, a qualquer um deles, por qualquer prazo, emitir dinheiro de um tipo substancialmente menos confiável e útil do que o emitido por qualquer outro. Tão logo o público se familiarizasse com as novas possibilidades, qualquer desvio da atitude correta de fornecer-lhe um dinheiro honesto iria, imediatamente, redundar na rápida substituição da moeda infratora por outras. E cada país, individualmente, ao ser privado das várias artimanhas através das quais seus governos são hoje capazes de temporariamente camuflar os efeitos de suas ações, protegendo sua moeda, seria constrangido a manter toleravelmente estável o valor de seu meio circulante.

    Proposta mais viável do que a utópica moeda europeia

    Esta proposta me parece ao mesmo tempo preferível e mais prática do que a sugestão utópica de se criar uma nova moeda europeia, uma vez que essa moeda somente teria, em última análise, o efeito de entronizar mais profundamente as fontes e origens de todos os malefícios do dinheiro: o monopólio governamental da emissão do dinheiro e do controle monetário. Seria de supor também que, se os países não estivessem preparados para adotar a versão mais limitada da proposta que aqui expusemos, estariam ainda menos dispostos a aceitar uma moeda em comum para toda a Europa. A ideia, de abolir totalmente a prerrogativa milenar dos governos de ter o monopólio do dinheiro é ainda tão estranha e até mesmo alarmante para a maioria das pessoas, que não vejo qualquer possibilidade de ela vir a ser adotada em futuro próximo. Mas seria possível que as pessoas aprendessem a perceber as vantagens se, pelo menos, fosse permitido que as diversas moedas governamentais competissem pela preferência do público.

    Embora simpatize muito com o desejo de completar a unificação econômica da Europa Ocidental através da total liberação do fluxo de dinheiro entre os países que a compõem, tenho grandes dúvidas a respeito da conveniência dessa liberação a partir da criação de uma nova moeda europeia, administrada por uma autoridade supranacional. Além de ser extremamente improvável que os países membros concordem quanto às políticas a serem adotadas na prática por uma autoridade monetária comum (e do fato, na prática inevitável, de que alguns países vão passar a ter uma moeda pior do que a que atualmente possuem), parece pouco provável, mesmo nas circunstâncias mais favoráveis, que essa moeda pudesse ser mais bem administrada do que as atuais moedas nacionais. Ademais, em muitos aspectos, uma única moeda internacional, se não for muito bem administrada, será pior e não melhor do que uma moeda nacional. Não daria a um país que tenha um público financeiramente mais sofisticado sequer a oportunidade de fugir às consequências dos preconceitos tacanhos que norteiam as decisões dos outros países. A principal vantagem de se ter uma autoridade internacional deveria consistir no fato de ela poder proteger um estado membro das medidas nocivas dos outros e nunca no de forçá-lo a participar das tolices dos

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