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Mas, logo em seguida, agora numa transição dos animais que são
emplumados e que voam para os que são peludos e que, embora
não voem, trepam em árvores (os macacos), a figura do negro vem
outra vez à lembrança do pai da menininha, com aquela analogia
entre o homem e o animal passando-se da simples conotação para
uma em sentido explícito:
Nesse aqui não tem nada, está vazio, deve ter fugido. É um
prisioneiro que se evadiu. Igual os crioulos que fogem da cadeia. Na
jaula dos chimpanzés, o espaço externo é mais disputado. As
pessoas se misturam e se perdem. Próximas, não se vêem nada.
Distraído, de lá, o negro ri do nariz do macaco, esparramado pela
cara, sobrancelha cabeluda, dentes miúdos e testa quadrada.
Malabarismo, negaceios e gestos. Em tudo o homem” (p. 15).
E, para completar:
1
Vieira, Lacordaire. Detalhes em Prto e Branco. Editora da Universidade Católica de Goiás.
Goiânia, 1995.
2
Rosa, João Guimarães. Sagarana. Editora Nova Fronteira. 28ª Edição. Rio de Janeiro, 1984.