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A m relao que Plato tinha com a arte talvez com uma certa noo muito espalhada de arte vinha do mau convvio que um filsofo idealista como ele mantinha com o mundo sensvel, fenomnico, das aparncias e das iluses, do no-ser, sempre em devir, ao passar do que ao que no e vice-versa. Plato opunha-o ao mundo real e imutvel das Ideias ontolgicas e matemticas, essncias e padres do Ser, ao que e que nunca deixa de ser o o que e que pensamos que seja. O mundo verdadeiro, que nunca nos desilude.
Poderia Piero de la Francesca, um artista da Renascena italiana, que procurou conciliar o platonismo com a arte, reconciliar Plato com esta?
A geometria, que faz parte da razo, apresenta-nos modelos verdadeiros da realidade, sem as iluses ou os simulacros, que so produto da relao entre, a) por um lado, as paixes e os sentidos que experimentam as coisas de acordo com os sentimentos e com as qualidades subjectivas dos rgos sensoriais, b) b) e, por outro, o plano inferior da realidade, captvel por aqueles rgos, o plano dos simulacros, das coisas corporais mutantes, corruptveis, imperfeitas, desviadas da sua essncia, da sua Ideia.