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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Carla Viganigo Rangel de Castilhos

Projeto de Pesquisa

STOA:
UM ESTUDO DE CASO DA REDE SOCIAL DA USP

Porto Alegre
2008
Carla Viganigo Rangel de Castilhos

Projeto de Pesquisa

STOA:
UM ESTUDO DE CASO DA REDE SOCIAL DA USP

Projeto apresentado como pré-


requisito parcial para aprovação na
disciplina Metodologia da Pesquisa,
ministrada na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, na Faculdade
de Biblioteconomia e Comunicação
Social pela prof. Ana Maria Dalla Zen.

Porto Alegre
2008
 

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 3
1.1 Definição do Problema .................................................................................... 3

1.2 Objetivos .......................................................................................................... 4


2 FONTES, TECNOLOGIAS E USOS DA INFORMAÇÃO HOJE: UMA
APROXIMAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 5
2.1 A Sociedade da Informação ............................................................................ 5

2.2 A Internet como Fonte de Informação: possibilidades e restrições ................. 7


2.3 A evolução das redes sociais web................................................................. 11
2.4 Stoa: origem, características e possibilidades............................................... 12
3 METODOLOGIA............................................................................................ 15
3.1 Abordagens e tipos de pesquisa ................................................................... 15
3.2 Instrumento de coleta e análise dos dados ................................................... 16

4 CRONOGRAMA ............................................................................................ 18
REFERÊNCIAS...................................................................................................17

APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista Semi-Estruturada com os Usuários do


Stoa/USP.............................................................................................................18


 

1 INTRODUÇÃO

Edgar Zanella Alvarenga, Ewout ter Haar e Gil da Costa Marques


perceberam o potencial dos sites de redes sociais para fins acadêmicos e
idealizaram o Stoa, o site de rede social da Universidade de São Paulo (USP).

A análise do fenômeno das redes sociais pode auxiliar na


implementação eficaz da ferramenta em outras universidades, assim como
aprimorar suas funções e formas de uso, através de sugestões aos criadores e
desenvolvedores.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A partir da opinião de alunos e professores da USP e da análise do


objeto, quais as possibilidades de uso do Stoa e de que forma está sendo
atualmente utilizado?


 

1.2 OBJETIVOS

Há muito a ser discutido e pesquisado sobre as redes sociais em


meio acadêmico. Tanto o estudo das redes sociais web como as redes sociais
web propriamente ditas são muito recentes, o que proporciona um amplo campo
inexplorado para pesquisa. O objetivo geral do trabalho é analisar a rede social
web Stoa. Os objetivos específicos do trabalho são os seguintes:

a) analisar se o Stoa atinge os objetivos propostos quando de sua


criação;
b) avaliar a possível utilização do Stoa como fonte de informação;
c) propor a implementação de rede semelhante na UFRGS.

Compreender o funcionamento das redes sociais web passa por um


estudo da Sociedade da Informação. Para avaliar o Stoa como fonte de
informação, é preciso entender o uso das fontes de informação em meio digital e
compreender o funcionamento das redes sociais web em geral, além de um
estudo acerca do Stoa propriamente dito.


 

2 FONTES, TECNOLOGIAS E USOS DA INFORMAÇÃO HOJE: UMA


APROXIMAÇÃO TEÓRICA

As fontes de informação passaram por drásticas mudanças com a


criação das novas tecnologias de informação e comunicação. A presente
aproximação teórica objetiva analisar a sociedade da informação e as
modificações causadas por essas tecnologias, além dos usos da Internet como
fonte de informação. Pretende-se ainda uma análise das redes sociais e uma
descrição do Stoa e seu funcionamento.

2.1 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

A Sociedade da Informação é entendida por muitos como “A Internet”.


Entretanto, a Sociedade da Informação é muito mais que a rede mundial de
computadores; trata-se de toda uma mudança social, econômica e política que
vem desenvolvendo-se desde os anos sessentas. A sociedade atual está
baseada em uma nova forma de organização de seus modos de produção e
negócios, pois “a economia se desloca da indústria para os serviços, da força
para o conhecimento” (1998, p. 88). Esse deslocamento mexeu não apenas com


 

a economia, mas também com a política, as relações pessoais e institucionais,


que passaram a depender de forma até exagerada de troca de informações
constantes. Há um “[. . .] novo ambiente global baseado em comunicação e
informação, cujas regras e modos de operação estão sendo construídos, em
todo o mundo, agora.” (SOCIEDADE, 1998, p. 11).
As modificações do final do século XX podem ser encaradas como
uma revolução social. Todas as revoluções trazem mudanças significativas para
o grupo atingido por elas: no caso da “Revolução da Informação”, toda a
sociedade está sentido os efeitos simultaneamente, em maior ou menor grau. As
revoluções anteriores, entretanto, limitavam-se a afetar a sociedade através da
matéria ou energia, de forma localizada. A revolução da informação, contudo,
afeta a nossa compreensão de tempo, espaço e conhecimento, de acordo com o
livro SOCIEDADE da Informação, p. 28.
Além disso, é uma revolução que atinge a diversos setores,
modificando-os consideravelmente:

Tudo leva a crer que a revolução da informação vai modificar de forma


permanente a educação, o trabalho, o governo e serviços públicos
como saúde, arrecadação e segurança, o lazer, a cultura, as formas de
discutir e organizar a sociedade e, em última análise, a própria
definição e entendimento do homem (SOCIEDADE, 1998, p. 28)

A questão da Sociedade da Informação pode ser analisada por


diversos ângulos e trazer diferentes tipos de discussão, que podem ser
enquadrados, basicamente, em: infra-estrutura; serviços; aplicações; pesquisa e
desenvolvimento. O ponto que interessa a este estudo são as questões relativas
a aplicações da Internet e outros serviços na Sociedade da Informação, mais
precisamente o uso da Internet como Fonte de Informação.


 

2.2 A INTERNET COMO FONTE DE INFORMAÇÃO: POSSIBILIDADES E


RESTRIÇÕES

A Internet é uma rede global de computadores, que interconecta


redes locais, regionais e internacionais, de acordo com Cendón (2000). Para o
usuário final a rede parece única, já que é possível comunicar-se a todos os
computadores ligados a ela sem percalços ou conexões a redes alternativas.

O início do desenvolvimento da Internet data do final dos anos 60,


quando, durante a Guerra Fria, o Departamento de Defesa norte-americano
realizou as primeiras iniciativas para a criação da ARPANET, uma rede
experimental de supercomputadores. Desse projeto originaram-se a tecnologia
TCP/IP e o próprio termo Internet.

Ainda segundo Cendón, a rede era utilizada principalmente nos meios


acadêmicos até o final da década de 80, e seu uso comercial era proibido – o
que contribuiu para a filosofia atual de livre acesso, uma vez que as pessoas
estavam acostumadas a trocar arquivos e produções acadêmicas de graça. O
principal problema dos tempos em que a Internet era ligada apenas aos meios
acadêmicos era o limite informacional gerado, pois mesmo o acesso em meio
acadêmico era restrito a algumas Universidades. A Internet ainda não poderia
constituir uma fonte de informação muito relevante para a maioria dos
pesquisadores, pois dispunha de pouco conteúdo já publicado em livros e
periódicos científicos, por exemplo.

Apenas em 1987, com a liberação do uso comercial da Internet nos


EUA, houve aumento dos usuários conectados e com a criação da Web, em
1989, o impulso tornou-se ainda maior. Hoje, pela grande quantidade usuários
produzindo informações, mais a interconectividade, a robustez, a interatividade e
as facilidades de uso, a Internet é um dos meios mais atraentes para divulgação
e recuperação de informações das mais variadas.


 

No Brasil, a Internet evoluiu de forma praticamente igual a dos EUA,


uma vez que a principal diferença com relação aos Estados Unidos e ao que foi
previamente relatado está na maior lentidão com que o processo de abertura
comercial e desenvolvimento tecnológico ocorreu.

De acordo com Cendón (2000), as fontes de informação na Internet


podem ser acessadas de diversas formas. Basicamente, os recursos
informacionais estão disponíveis em servidores e os clientes os acessam. A
relação cliente e servidor dá-se tanto em hardware (computadores) quanto em
softwares (programas). Um exemplo que posso citar facilmente é o Internet
Explorer: assim como outros browsers, é um programa cliente para acesso a
Web. Existem diversos serviços para o fornecimento e acesso aos recursos
disponíveis em rede. Os mais relevantes, descritos por Cendón e pela maioria
dos outros autores consultados são o correio eletrônico, a Usenet, a Telnet, o
FTP, o Gopher, o WAIS e a Web.

O acesso a computadores remotos dá-se através da Telnet, que


possiblita a conexão direta a qualquer computador, mediante autorização. Muito
utilizada para acesso aos catálogos de bibliotecas, por exemplo, que permitiam
que os usuários acessassem os computadores da biblioteca para consultá-los.
Com o surgimento da Web, a prática desapareceu. A transferência de
informação remota, por sua vez, dá-se através de FTP (File Transfer Protocol),
que permite que arquivos (de texto, imagem, aúdio, vídeo, etc.) sejam
transferidos da Internet para os computadores pessoais e vice-versa.

A navegação por menus ocorria através do Gopher, anteriormente a


Web e aos browsers atuais. Integrava diversos serviços (FTP, Telnet, e-mail) o
que o tornou-o muito popular quando de seu lançamento. Apresentava
tecnologia rígida de menus e praticamente não foi utilizado no Brasil. O acesso a
coleções de documentos virtuais dava-se por meio do WAIS, que permitia
acesso completo a documentos de texto e busca por palavras-chave.

As fontes pessoais de informação podem ser acessadas por meio de





 

correio eletrônico, listas e grupos de discussão e Usenet. Outras ferramentas


para obter fontes pessoais de informação as chamadas redes sociais web
(Orkut, MySpace, Facebook, Stoa/USP), objetos do presente trabalho. A Usenet
é um sistema de grupos de discussão (newsgroups) por assunto, que, ao
contrário das listas de discussão, não permite pesquisas retrospectivas - não
permitia, na verdade, já que agora, após o artigo da Cendón, o Google Groups
disponibiliza o que foi pulicado na Usenet a partir de 1981.

A ferramenta principal, nos dias atuais, para o uso da Internet é a


Web. Funciona através da navegação por hipertexto e consiste de documentos
de texto, áudio, vídeo, imagens e outros tipos de dados interligados por links. A
Web substituiu praticamente todas as tecnologias anteriormente citadas, por
permitir o uso de listas de discussões, rss (realy simple syndication, que
sucedeu os newsgroups), webmail, busca por textos completos e diversas outras
ferramentas que ainda não existiam. O programa cliente necessário para
utilização da web é o navegador ou browser. O que permite tudo isso é o
sistema de endereçamento de documentos, a chamada URL, já que cada
documento e serviço tem um "endereço" que pode ser linkado em outro.

A localização de recursos informacionais na Internet é complexa, já


que não há um catálogo único de tudo o que foi publicado na rede. Não há
organização nem indicações; entretanto, existem as ferramentas de busca. Cada
ferramenta da Internet possuía um sistema de busca: para o FTP, Archie;
Veronica e Jughead para o Gopher; o WAIS já possuía, em si, um sistema de
pesquisa por palavras-chave. Na Web, existem os motores de busca por
palavras-chave (Google, MSN, Altavista) e os catálogos de listas de assuntos,
chamados também de diretórios (o Yahoo funcionava assim em seu início, e o
próprio Google possui busca por diretório).

A Internet e todas as ferramentas a ela ligadas exigem conhecimento


técnico, entretanto, a cada dia esses conhecimentos estão mais simples para
jovens e estudantes em geral. Além disso, há uma facilidade de exploração de


 

novas idéias e interação imediata com outros indivíduos e sistemas, o que


aumenta a criatividade e incentiva discussões.

A Internet trouxe grandes vantagens para a produção científica de


países emergentes, pois textos e artigos chegam com maior rapidez. Outras
vantagens da rede são o conforto e economia que ela traz aos usuários finais,
pois estes podem evitar as fotocópias e o deslocamento para o acesso a
informações. O fato da Internet possuir muitas fontes gratuitas é um incentivo a
sua utilização, mas é importante salientar que nem todos os conteúdos estão
disponíveis gratuitamente; muitas empresas cobram assinaturas, ou
disponibilizam conteúdos mais completos mediante o pagamento de taxas.

Outra questão importante relativa a Internet é a confiabilidade: deve-


se observara reputação da Instituição publicadora e do autor, além das datas e
modificações possíveis. Ao realizar pesquisas, deve-se levar em conta que as
páginas podem ficar indisponíveis a qualquer momento. Alguns critérios para
avaliação de fontes na Internet seriam os aspectos gráficos, a organização das
informações, a facilidade de exploração, a atualização, o conteúdo e a
autoridade.

Os aspectos negativos da Internet que devemos considerar são a sua


falta de indexação e catalogação, de estrutura fixa e de padrões. Acredita-se,
entretanto, que essas desvantagens são características da rede e são
conseqüência de suas maiores qualidades: rapidez, flexibilidade e
acessibilidade.

As redes sociais web surgiram nesse contexto, e suas características


estão intrinsecamente ligadas às possibilidades da web.


 

2.3 A EVOLUÇÃO DAS REDES SOCIAIS WEB

Sites de redes sociais (ou redes sociais web) são serviços que
permitem aos usuários, de acordo com Boyd e Ellison, (tradução minha), (1)
construir um perfil público ou semi-público em um sistema que possibilite (2)
articular uma lista de outros usuários conectados a ele e (3) ver suas listas de
conexões e aquelas feitas por outros usuários. A definição de redes sociais web,
portanto, é bem ampla. A priori, redes sociais web serviriam apenas como fontes
de informação pessoais, já que possibilitariam mostrar a interação entre
pessoas.
As redes sociais web atuais, contudo, podem ser úteis como fontes de
informação referenciais ou bibliográficas, como o del.icio.us, site de favoritos
online, e o próprio Stoa, já que possibilitam a postagem de artigos e links,
próprios ou de terceiros, além de permitirem discussões acerca do material
publicado. Durante o presente trabalho, portanto, parte-se do pressuposto de
que as redes sociais web não são utilizadas apenas para construir um perfil
público e uma rede de relações, mas também para compartilhar, produzir e
discutir documentos e informações.

O primeiro site de rede social que pode ser considerado como tal,
segundo Boyd e Ellison, foi o SixDegrees.com, criado em 1997, que permitia aos
usuários criar um perfil público e uma lista de amigos visível a outros. Nos
Estados Unidos e em diversos países, surgiram inúmeras redes sociais na
internet, com objetivos de criar redes de negócios, diversão e relacionamentos
amorosos.
A partir de 2003, as redes começaram a diversificar as ferramentas
disponíveis aos usuários, e mesmo sites que não tinham a função primária de
servir como rede social na web passaram a exercer este papel, como o site de
publicação de fotos, Fotolog. No Brasil, a única rede social na web com
significativa participação é o orkut. Entretanto, sites de redes sociais como o


 

Last.FM, Del.icio.us, Flickr, Twitter e outros estão aumentando sua popularidade


entre os brasileiros.
A partir da criação do Elgg e de outros softwares para criação de
redes sociais, as Universidades e educadores estão apropriando-se das
ferramentas necessárias para a criação, divulgação e discussão de conteúdos
diversos e de interesse acadêmico.

2.4 STOA: ORIGEM, CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES

O novo paradigma da Sociedade da Informação não está baseado


apenas na publicação pura e simples do conteúdo antes disponível em meio
físico. As possibilidades da chamada “Web 2.0” permitem a discussão, tanto
síncrona quanto assíncrona entre pares científicos a respeito de diversos temas,
de maneiras formais ou informais.

As necessidades dos pesquisadores, professores e alunos de


graduação são diversificadas, bem como seus níveis de compreensão e
conhecimento. Os alunos precisam de um ambiente confiável para sanar
dúvidas, emitir opiniões e aprender de maneira mais clara os assuntos
abordados em aula; os professores, por sua vez, precisam avaliar os conteúdos
produzidos por seus alunos, publicar e compartilhar artigos e links adicionais
para seus alunos e os pesquisadores precisam entrar em contato com o que a
Universidade está produzindo, especialmente para evitar a repetição de
pesquisas. Em um espaço informal, pode-se ter uma prévia do que os grupos de
pesquisa estão realizando.


 

Um espaço virtual para discussões e publicações informais, é, portanto,


possível e necessário. Com o intuito de

[. . .] promover uma maior interação entre os membros da comunidade


USP, criar um espaço onde cada pessoa dentro da Universidade tenha
uma identidade digital de fácil acesso, tanto para quem está dentro da
USP, quanto para a comunidade externa, e fornecer um sistema de
softwares que facilite aos professores a administração de seus cursos
para os estudantes. (STOA, 2008, online)

Foi criado o Stoa, um projeto de Edgar Zanella Alvarenga, Ewout ter


Haar e Gil da Costa Marques. O Stoa utiliza diversos softwares para seu
funcionamento, a saber: Elgg, MediaWiki (software para criação de wikis), e, em
breve, passará a utilizar o Moodle, software de Ensino a Distância. Os softwares
citados são todos de código aberto, ou seja, podem ser editados para melhor
atender às necessidades dos usuários.

O Elgg é um software que permite a criação de redes sociais.


Desenvolvido por Ben Werdmuller e David Tosh desde 2004, é utilizado por
diversas instituições de ensino e pesquisadores, como pela Universidade de
Brighton, Claremont Graduate, Leeds e pelo grupo SciSpace, que se intitula uma
rede social na Internet para cientistas.

As ferramentas disponíveis no Stoa atualmente são os perfis públicos,


as redes de relacionamento, blogs, formação de comunidades e fóruns de
discussão, wiki, calendário e agregador de RSS.

As possibilidades de uma rede social web universitária são muitas. Os


alunos podem organizar discussões, eventos e trabalhos, além de promover a
sociabilização do estudantes. Os professores podem ampliar suas atividades
pedagógicas através dos fóruns de discussão e dos blogs. Os bibliotecários
podem aproveitar o espaço para divulgar eventos, últimas aquisições das


 

bibliotecas, disponibilizar artigos e links úteis, bem como realizar serviços de


disseminação seletiva da informação.

Os usos mais interessantes que as redes sociais web podem


proporcionar, entretanto, seriam as discussões entre pares e a troca de fontes
de informações diversas, além do espaço para publicação de originais e
literatura cinzenta.

O que o presente trabalho almeja, portanto, é saber se a rede social


web da USP, o Stoa, é usado conforme suas possibilidades.


 

3 METODOLOGIA

A partir da análise da literatura realizada e dos objetivos e problema


levantados anteriormente definiu-se que a metodologia utilizada será um estudo
de caso quanti-qualitativo exploratório, através do método fenomenológico de
Husserl.

3.1 ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA




A pesquisa será do tipo exploratória, por serem o Stoa e as próprias


redes sociais web ferramentas pouco estudadas pelas Ciências da Informação.
De acordo com Dencker e Viá (2002, p. 59) “[. . .] o estudo exploratório aumenta
a familiaridade do pesquisador com o fenômeno ou com o ambiente que
pretende investigar, servindo de base para uma pesquisa futura mais precisa.”

O método utilizado no trabalho será o fenomenológico, desenvolvido


por Edmund Husserl, pois o presente trabalho não almeja julgamentos acerca da
subjetividade dos resultados, apenas mostrar a realidade do objeto. Conforme
Gil, (1999, p. 32),


 

A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que


se encontre atrás do fenômeno; só visa o dado, sem querer decidir se
este dado é uma realidade ou uma aparência: haja o que houver, a
coisa está aí.

A pesquisa se delineará na forma de um estudo de caso. Segundo Gil


(1993, p. 58), “[. . .] o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e
detalhado conhecimento [. . .]”. Uma vez que o objetivo do trabalho é analisar
um único objeto (o Stoa) de forma ampla e exaustiva, o estudo de caso é a
forma mais apropriada de realizar a pesquisa.

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A forma de comunicação utilizada será a escrita, através de


entrevistas não-presenciais e não-estruturadas, pois permitem “explorar mais
amplamente uma questão”, segundo Marconi e Lakatos (2002), o que encaixa-
se perfeitamente para analisar a forma como os sujeitos utilizam o Stoa; já que
não se tem hipóteses concretas, deve-se ouvir amplamente o que os
entrevistados têm a dizer sobre o objeto. Entretanto, haverá o uso de um roteiro
prévio, disponível no Apêndice A, que poderá ser alterado e modificado de
acordo com o andamento da entrevista.

Os entrevistados serão selecionados entre os alunos, funcionários,


professores, pesquisadores e demais usuários do Stoa, através da própria
ferramenta, que permite o contato com usuários através do “perfil” público.

Os critérios para seleção serão as categorias de usuários


(professores, alunos, etc.), a forma de participação (intensa, moderada ou
tímida) e o interesse dos usuários em participar da pesquisa.


 

Após a seleção prévia, será marcada uma entrevista síncrona,


coletiva, utilizando a ferramenta de mensagem instantânea da preferência dos
entrevistados, em pequenos grupos.

Importante frisar que haverá cuidado para não ocorrer


[. . .] abuso do depoimento, quando o entrevistado já toma o lugar do
entrevistador e mesmo da bibliografia especializada. Não faz sentido a
proposta apelativa da fala do pobre como veredicto social, como se
dele saísse a verdade e dos outros a mentira. A standpoint
epistemology não defende essa causa, mas a habilidade metodológica
de saber partir do outro, não para absolutilizá-lo – cometeríamos o
mesmo erro, só oposto -, mas para termos outros ângulos da análise e
sobretudo da crítica. (DEMO, 2000, p. 156)

Além da entrevista, será realizada uma análise estatística, através


dos dados que o site Stoa oferece. A análise objetivará mostrar a quantidade de
alunos da USP que estão inscritos no Stoa e sua efetiva participação.

Os dados coletados serão analisado de forma quanti-qualitativa.


Minayo (2000, p. 22), diz que:

A diferença entre qualitativo-quantitativo é de natureza. Enquanto


cientistas sociais que trabalham com estatística apreendem dos
fenômenos apenas a região “visível, ecológica, morfológica e concreta”,
a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das
ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em
equações, médias e estatísticas. O conjunto de dados quantitativo e
qualitativo, porém, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois
a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo
qualquer dicotomia.

Já que tanto os aspectos individuais e humanos serão observados,


por meio da entrevista e das opiniões dos sujeitos, quanto aspectos concretos
do Stoa e de sua utilização pela comunidade, o que é mais facilmente analisado
através de valores mensuráveis, optou-se por esse instrumento de análise dos
dados.


 

4 CRONOGRAMA

Março Abril Maio Junho

Revisão de xxxxxxx xxxxxxx xxxxxxx x


Literatura

Entrevistas xxxxxxxx xxxxxxxxx

Coleta dos xxxxxxxx xxxxxxxxx


dados

Elaboração xxxxxxxx xxxxxxxxx


do relatório

Defesa x


 

REFERÊNCIAS

BOYD, Danah M.; ELLISON, Nicole B. Social Network Sites: definition, history
and scholarship. Journal of Computer-Mediatied Communication, n. 13., p.
210-230, 2008.

CENDÓN, Beatriz Valadares. A Internet. In: CAMPELLO, Bernadete Santos;


CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite. Fontes de
Informação para Pesquisadores e Profissionais. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2000. P. 275-300.
DEMO, Pedro. Dinâmica da Reconstrução e da Desconstrução. In:______.
Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.
DENCKER, Ada de Freitas Maneti; VIDÁ, Sarah Chucid da. Características do
Trabalho Científico. In: ______. Pesquisa Empírica em Ciência Humanas: com
ênfase em comunicação. São Paulo: Futura, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Como Classificar as Pesquisas. In: ______. Como
Elaborar um Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1993.
GIL, Antonio Carlos. Métodos das Ciências Sociais. In: ______. Métodos e
Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.Técnicas de Pesquisa. In:
_____. Técnicas de Pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, Técnica e Arte: o desafio da
pesquisa social. In:______. (Org). Pesquisa Social: teoria, método e
criatividade. 17. Ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
SOCIEDADE da Informação: ciência e tecnologia para a construção da
Sociedade da Informação no Brasil. São Paulo : UNIEMP; Brasília : IBICT, 1998.
STOA: sobre. 2008. Disponível em: < http://stoa.usp.br/sobre/>. Acesso em: 23
de junho de 2008.


 

APÊNDICE A

Roteiro para Entrevista Semi-Estruturada com os Usuários do Stoa/USP

Nome:________________________________________________

__ Estudante __ Funcionário __ Professor

Curso:________________________________________________

Por que utiliza o Stoa?


________________________________________________________________
___________________________________________________________

Quais as ferramentas (blog, rss, wiki) utiliza mais e porquê?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

Os textos que lê no Stoa são úteis e/ou informativos?


________________________________________________________________
________________________________________________________________

Já encontrou texto no Stoa, por meio de links ou publicado em um dos blogs,


que poderia ser citado em algum trabalho acadêmico?
________________________________________________________________
________________________________________________________________

As expectativas quando da inscrição no Stoa foram atendidas ao longo da


utilização da ferramenta?
________________________________________________________________
________________________________________________________________


 

Opine sobre o usos que se faz do Stoa.

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