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Toxicodependência - pesquisas

Há vários tipos de consumidores: o ocasional, o que abusa de substâncias e o


dependente.

O primeiro consome esporadicamente, geralmente em encontros sociais. O segundo


usa em quantidades excessivas a substância e o último consome para não sentir o
síndroma de privação. A distinção entre estes dois últimos é, por vezes, difícil, uma
pessoa que abusa de substâncias corre o risco de rapidamente se tornar dependente.
As causas que levam as pessoas a procurar o consumo de substâncias aditivas são
várias.
É na adolescência que se inicia geralmente o consumo de substâncias aditivas. No
entanto, alguns dependentes iniciaram a partir dos 30 anos.
As mudanças rápidas e múltiplas que ocorreram nos últimos anos do século XX
alteraram alguns valores sociais. Em relação à estrutura familiar, as famílias alargadas
diminuíram drasticamente, aumentando as famílias nucleares e monoparentais. Em
relação ao trabalho, as exigências de entrega e de desempenho levaram os pais a
entregarem os filhos a infantários, organizações de tempos livres e a escolas que são
especializadas na educação das crianças. Esta situação provocou desqualificação dos
pais que não tendo tempo para acompanhar os filhos (conhecê-los e darem-se a
conhecer), compensam a falta de afectos e emoções com bens materiais.
Cada vez mais cedo os jovens são confrontados com a gestão lúdica e material do seu
dia-a-dia. Pedem-se-lhes responsabilidades para as quais se encontram ainda mal
preparados. Sem o acompanhamento do adulto para ensinar e gerir o tempo e
consumo de bens materiais, podem surgir desequilíbrios e a procura de consumo do
ilícito.

Sem as referências estruturantes dos pais, procuram-nas na escola. Se esta, por


alheamento ou exclusão falha, aos jovens só resta:

• O isolamento.
• A televisão e/ou o computador.
• A rua.
• A entrada para um grupo marginalizado que se auto-exclui e é excluído.
Papel da Escola na Prevenção das Toxicodependências

A escola é um local onde os alunos passam a maior parte do tempo. É nela que
iniciam e desenvolvem o seu processo de socialização.

As funções da escola são:

ENSINAR OU SABER-SABER, SABER-FAZER.

EDUCAR OU SABER SER.

SOCIALIZAR OU SABER ESTAR

É na escola que os jovens se preparam para a vida activa e aprendem a ser adultos,
cidadãos autónomos com capacidade de realização. Aprendem a elaborar objectivos e
a estabelecer prioridades nas estratégias necessárias para os atingirem.
A escola é um local de saber cognitivo, e psicomotor, nela os alunos aprendem
conceitos teóricos e teórico-práticos e ganham capacidades de desempenho.
A escola não pode substituir os pais, estes são os encarregados de educação dos
seus filhos. O papel da escola é complementar da função pedagógica dos Pais.
O que se pede à escola é que prepare os alunos para a sua vida socio-profissional.
Ela deve estar dimensionada adequadamente para o número de alunos inseridos,
deve ter um espaço de atendimento para os pais e alunos, deve estar adaptada à
realidade social da comunidade onde está inserida, deve partilhar com outros
parceiros institucionais e não institucionais na vida dessa comunidade. Deve aceitar e
compreender as diferenças e deve estar atenta para os comportamentos de risco de
alguns dos seus alunos. Aqueles que subitamente se desinteressam pelas matérias,
faltam com frequência e deixam de andar com o grupo de amigos habitualmente são
jovens de risco. Os pais devem ser informados e os jovens devem ser ouvidos. Se a
família é uma família desiquilibrada deve ser referenciada, com o seu acordo, para o
Centro de Saúde onde será consultada por um médico de família. Se for necessário
poderão ser pedidos outros auxílios: social, psicológico, psiquiátrico, judicial.
Todos os problemas têm solução, mas precisam ser entendidos para serem resolvidos.
A escola é uma referência cultural da comunidade. A globalização, as facilidades dos
meios de comunicação, só vieram alterar alguns valores que aparentemente a
desqualificaram.
A rapidez e a facilidade do saber pelos meios informáticos não substituem a escola na
sua função pedagógica fundamental. Saber não chega é preciso saber gerir o saber, e
aprender a utilizá-lo para saber fazer. É preciso aprender a comunicar para saber
estar. A escola deve promover a formação dos seus funcionários, porque a evidência
demonstra que a formação melhora o desempenho e torna-os mais satisfatórios
pessoal e profissionalmente. Desta forma a escola estará a desempenhar as suas
funções e a prevenir a marginalização dos seus alunos, o abandono escolar com todas
as eventuais consequências negativas, sendo a toxicodependência uma delas.

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