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Escola Superior de Desporto de Rio Maior

Licenciatura em Desporto – Variante de Gestão das


Organizações Desportivas

Disciplina: Desenvolvimento Motor

Tema do Trabalho: Análise do Espaço Lúdico

Discentes: Hugo Henriques N.º 24005


Liliana Fernandes N.º 24013
Vânia Antunes N.º 24090

Docente: Ana Paula Seabra

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Índice

Introdução ___________________________________________________ 3
Apreciação global do espaço ____________________________________ 4
Equipamentos instalados: _______________________________________ 4
Apreciação particular de cada um dos equipamentos instalados _________ 5
Actividades proporcionadas por cada equipamento ___________________ 6
Localização __________________________________________________ 8
Acessibilidade ________________________________________________ 8
Protecção contra trânsito de veículos ______________________________ 9
Protecção contra efeitos climáticos _______________________________ 9
Protecção dos espaços ________________________________________ 9
Organização funcional dos espaços ______________________________ 10
Mobiliário urbano e instalações de apoio __________________________ 10
Informações úteis ____________________________________________ 11
Circulação interna pedonal _____________________________________ 11
Segurança dos materiais ______________________________________ 11
Segurança dos equipamentos __________________________________ 12
Área de utilização ____________________________________________ 12
Solo ______________________________________________________ 13
Manutenção ________________________________________________ 13
Condições hígio-sanitárias _____________________________________ 13
Livro de manutenção _________________________________________ 14
Seguro de responsabilidade civil ________________________________ 14
Entidade competente/ Acções de fiscalização ______________________ 15
Conclusão __________________________________________________ 16
Referências Bibliográficas _____________________________________ 18
Anexos ____________________________________________________ 19

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Introdução

Nos dias que correm a afluência a parques infantis por parte de crianças e
respectivos acompanhantes é cada vez maior. Contudo, a segurança que
muitos destes espaços oferecem continuam a deixar muito a desejar.

A segurança é um ponto fundamental nestes locais devido as situações que se


tem feito sentir por falta de condições que muitos dos parques apresentam, é
neste sentido que realizamos um trabalho de análise de um parque infantil,
situado num meio rural, mais concretamente na aldeia de Vila Seca, no
Concelho de Torres Vedras.

Este espaço lúdico é frequentado por muitas crianças da respectiva aldeia e


também de aldeias vizinhas, uma vez que é único nos arredores.

Começamos por visitar o espaço lúdico e analisamos o referido parque infantil


com base no Decreto-Lei 379/97 de 27 de Dezembro, que regulamenta a
Segurança em Parques Infantis e Espaços de Jogo e Recreio.

Vimos as condições em particular de cada equipamento e apresentamos o tipo


de brincar que cada equipamento proporciona aos seus utentes, seguidamente
verificamos as condições gerais, desde a localização do espaço lúdico até às
acções de fiscalização.

Posteriormente e após analise de todos estes pontos, colocamo-nos no lugar


de possíveis gestores da autarquia de Torres Vedras e apresentamos quais as
alterações necessárias ao espaço para que este fique de acordo com o
regulamentado no referido Decreto-Lei, e para que também as crianças deste
meio rural possam brincar em segurança, sem correr riscos desnecessários.

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Apreciação global do espaço

Com base na análise do Decreto-Lei 379/97, de 27 de Dezembro que


regulamenta a Segurança em Parques Infantis e Espaços de Jogo e Recreio,
nomeadamente com saliência do facto de os espaços de jogo e recreio
requerem condições para que nunca seja colocada em causa a saúde e
segurança dos devidos utilizadores, segundo o artigo 4º do referido decreto.

O Espaço Lúdico seleccionado por nós, está integrado numa zona habitacional,
nomeadamente num meio rural, não reunindo muitas condições para o seu
funcionamento, foram detectados vários problemas, que podem colocar em
causa a segurança dos seus utilizadores, pelo que o referido espaço de jogo e
recreio necessita de ser intervencionado, de forma a adequar as suas
condições ao Regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n.º 379/97 de 27 de
Dezembro.

Equipamentos instalados:

O equipamento de baloiço;
O equipamento de escorrega;
O equipamento oscilante;
O equipamento de barras para suspensão;
O equipamento de “ponte”, (composto por barras para suspensão e
equilíbrio);
O equipamento de “cubos”, (composto por cubos dispostos no sentido
vertical).

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Apreciação particular de cada um dos equipamentos instalados

O equipamento de baloiço – não cumpre com o disposto no art. 23º do


Decreto-Lei n.º 379/97, de 27 de Dezembro, nomeadamente porque neste
momento não possui as condições necessárias para a utilização, o
equipamento não tem as devidas cordas, porque estas encontram-se partidas,
não possuindo neste sentido qualquer tipo de condições.

O equipamento de escorrega – não cumpre com os requisitos de segurança


previstos no n.º 2 da alínea e) e no n.º 4 do art. 19º, do referido Decreto, a
superfície de contacto é de inox, que após exposição ao sol, aquece de tal
forma que é susceptível de provocar queimaduras, também as zonas elevadas
não se encontram protegidas para evitar o risco de desequilíbrios e
consequentemente o risco de quedas. No entanto o referido equipamento
cumpre na generalidade com as restantes disposições.

O equipamento oscilante - baloiço de ponto único, não cumpre totalmente com


o disposto no artigo 23.º,do presente Decreto-Lei, uma vez que está permitido
o acesso pela retaguarda do equipamento, no que consta a amortecimento de
choques, na realidade o equipamento possuía essa característica, mas neste
momento encontra-se em situação um pouco degradante, os assentos também
não possuem protecção frontal e posterior do assento para evitar lesões.

No que consta á segurança do equipamento e mediante o regulamentado no


artigo 19.º do presente Decreto, o referido equipamento não possui, arestas
vivas, não possui também aberturas entre as junções de forma a prender o
vestuário, os adultos podem aceder facilmente a todas as partes do aparelho,
na generalidade cumpre com o disposto no referido artigo.

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O equipamento de barras para suspensão - cumpre na generalidade os
requisitos de segurança previstos

O equipamento de ponte - não cumpre totalmente com o disposto no Decreto-


Lei, uma vez que é um equipamento susceptível de acontecer quedas, e
contudo a superfície de impacte não está indicada para esse efeito, como está
referido no artigo 25.º.

Equipamento de cubos - novamente como no aparelho anterior a superfície de


impacte para este tipo de aparelho em que podem acontecer possíveis quedas,
pode ter consequências graves, já que a superfície de impacte não é a mais
adequada, como regulamentado no artigo 25.º do presente Decreto-Lei.

Após análise de todos os equipamentos concluímos que nenhum destes possuí


a identificação do fabricante, a idade mínima e máxima dos utilizadores a que
se destina, o número máximo de pessoas em simultâneo, nem sequer avisos
referentes a prevenção de riscos, deste modo mais uma vez, não cumpre com
o disposto no artigo 16.º do presente Decreto-Lei.

Os equipamentos presentes no espaço lúdico, não se encontram segundo o


regulamentado, do ponto de vista material, uma vez que o ferro não é o
material mais apropriado, e por isso pode provocar possíveis alergias e as
condições higiénicas também não são as melhores pelo facto de criar
ferrugem.

Actividades proporcionadas por cada equipamento

Equipamento de baloiço, permite à criança um brincar funcional, este brincar


consiste em repetições de funções, já que neste equipamento só é possível
baloiçar, pode estar presente o brincar paralelo, que consiste numa criança
brincar ao lado de outra mas não com esta, por outro lado, pode estar presente

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o brincar associativo, que consiste em brincar com outros, mas em que não
existe subordinação dos interesses individuais ao grupo, situação que pode
ocorrer, caso uma criança esteja a ajudar o colega a baloiçar, empurrando-o
nas costas.

Equipamento de escorrega, permite à criança um brincar funcional, está


presente o deslizar e o subir de escadas.

É um equipamento onde se pode ter um brincar individual ou um brincar


cooperativo, que consiste num brincar em grupo, nomeadamente, actividades
organizadas, é o caso de estar várias crianças, em que existe uma
organização, já que a segunda criança tem sempre que esperar que a primeira
acabe, e assim sucessivamente.

Equipamento oscilante, permite um brincar funcional, em que existe a repetição


da oscilação (subir e descer), e só é possível um brincar associativo já que
uma criança depende de outra para poder utilizar este aparelho.

Equipamento de barras, permite um brincar funcional, em que estão presentes


as actividades de suspensão e de rolamentos.

No que concerne ao desenvolvimento do brincar social, está presente o brincar


individual ou paralelo.

Equipamento de ponte, permite um brincar funcional onde estão presentes as


actividades trepar, o descer baloiçar e suspender.

A nível do desenvolvimento do brincar social, está presente o brincar


individual, o brincar paralelo, o brincar associativo e o brincar cooperativo.

Equipamento de cubos, permite um brincar funcional e simbólico, que consiste


em fazer de conta, estão presentes o trepar, o descer e o suspender. Estão
presentes o brincar individual, paralelo, associativo e cooperativo.

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Localização

No que respeita à localização, o espaço lúdico encontra-se bem localizado,


nomeadamente num meio rural, como já foi referido. Este não se encontra
numa zona potencialmente perigosa, uma vez que está localizado junto a uma
estrada secundária com pouca frequência de automóveis.

Em relação ao ruído, o espaço lúdico não se encontra afectado com esses


problemas, deste modo, a comunicação está facilitada.

Acessibilidade

A nível de acessibilidade, o espaço lúdico encontra-se acessível a todos


utentes, com excepção das pessoas que apresentam mobilidade condicionada.
O espaço lúdico não possui iluminação artificial, nem passadeiras pedonais,
não se encontra também devidamente sinalizado, nomeadamente, pelo facto
de ser uma zona de pouca movimentação automóvel. Caso seja necessário a
intervenção de qualquer meio de socorro, este é acessível.

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Protecção contra trânsito de veículos

Quanto á distância necessária entre o parque e a estrada, o espaço lúdico não


apresenta a distância mínima, apesar de ter em redor um muro que funciona
como vedação, que proporciona um difícil acesso à estrada por parte das
crianças.

Protecção contra efeitos climáticos

O espaço lúdico não apresenta espaço de abrigo em caso de intempéries,


também pelo facto de se encontrar junto a zonas habitacionais, onde o abrigo
poderá na generalidade ser feito na própria habitação.

Protecção dos espaços

O espaço não está totalmente protegido, nomeadamente a entrada de animais


não está condicionada, nem estão dificultados os actos de vandalismo, apesar
de o espaço apresentar em redor um muro como já foi referenciado.

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Organização funcional dos espaços

No que concerne a este ponto o espaço lúdico não possui as melhores


condições de acesso a pessoas ou crianças com dificuldades de locomoção,
contudo, em caso de acidente e necessidade de meios para socorro dos
mesmos, é fácil o acesso ao espaço lúdico.

Apesar de o parque não mencionar a que idade se destina, o acesso é fácil a


qualquer dos aparelhos por parte de adultos acompanhantes, em caso, de
necessidade, como está referido do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 379/97.

Mobiliário urbano e instalações de apoio

O espaço lúdico não possui iluminação artificial, não tem também bancos de
apoio as crianças ou acompanhantes, deste modo, para o efeito é utilizado a
protecção em cimento destinada aos canteiros.

Não está presente também no parque infantil recipientes destinados para o lixo,
nem bebedouros, o que realmente era útil. O telefone público também não
existe, apesar que essa situação é contornável pela existência de um café
mesmo em frente que possui telefone e em caso de necessidade, a situação
era facilmente resolvida, contudo não cumpre as normas estabelecidas no
artigo 12.º do Decreto-Lei em questão.

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Informações úteis

No espaço lúdico em questão não está visível qualquer informação útil aos
utilizadores do referido espaço, nomeadamente, quais as entidades
responsáveis, qual a unidade de socorro mais próxima, e qual o número
nacional de socorro, novamente o espaço não cumpre com o previsto na
regulamentação dos parques infantis, nomeadamente, no artigo 13.º do
referido Decreto-Lei.

Circulação interna pedonal

No que respeita a corredores de circulação interna pedonal o referido parque


cumpre com o estabelecido no artigo 14.º do mesmo Decreto, que prevê 1,60m
de largura mínima e esse aspecto é respeitado, a largura é superior ao
estabelecido, deste modo, a circulação é facilitada, uma vez que também não
está estabelecida a possibilidade de utilização de bicicletas, patins ou outros
equipamentos semelhantes.

Segurança dos materiais

Os materiais utilizados são tubos de ferro galvanizado e pintado, e em outros


aparelhos como o caso do escorrega, está presente também o inox.

Os materiais neste momento, certamente não são os mais indicados, mas na


realidade, o espaço lúdico já tem alguns anos e não apresenta ferrugem ou

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qualquer outra anomalia susceptível de criar problemas a nível de saúde, por
parte dos utilizadores.

Segurança dos equipamentos

Os equipamentos do espaço lúdico cumprem na generalidade com o disposto


no artigo 19.º do referido Decreto-Lei, com excepção das cordas que estão
danificadas e da superfície de inox que possivelmente poderá provocar
queimaduras.

Área de utilização

No que concerne à área de impacte esta não está de acordo com o disposto no
artigo n.º 20.º, uma vez que a superfície de impacte do parque é terra batida,
que não é de forma alguma o mais aconselhável, não é um piso anti-
derrapante e sendo muito duro não amortece as possíveis quedas.
Contudo, no que respeita a espaço de transição entre os equipamentos, isso
cumpre na generalidade com o disposto.

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Solo

O espaço lúdico não possui sistema de drenagem, deste modo não cumpre o
regulamentado no artigo 24.º do referido Decreto, uma vez que em tempo de
intempéries, o referido espaço fica “impróprio” para utilização, devido à
acumulação de água no solo.

Manutenção

No que respeita a manutenção, aparentemente não está visível no espaço


lúdico qualquer espécie de cuidados a nível de conservação. Grande parte do
espaço apresenta falta de limpeza do solo (ervas), e também o facto de o
baloiço apresentar, como foi referido anteriormente, as cordas partidas,
situação que se arrasta a algum tempo, não cumprindo deste modo com o
regulamentado nos artigos 27.º e 28.º, do referido Decreto-Lei.

Condições hígio-sanitárias

Em relação ás condições higiénicas, o referido espaço lúdico apresenta


higiene, está e mantêm-se aparentemente limpo, no que concerne a resíduos,
no entanto, como foi referido anteriormente, apresenta “ervas”, mas que não
estão na zona de impacte, ou seja, junto aos aparelhos, neste sentido o espaço
lúdico cumpre na generalidade com o disposto no artigo 29.º do presente
Decreto.

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Livro de manutenção

No que concerne ao livro de manutenção, o espaço lúdico não cumpre com o


regulamentado no artigo 30.º do referido Decreto-Lei, um vez que não
apresenta nenhum registo de equipamentos e posicionamento dos mesmos.

Por outro lado, também não apresenta as actividades que os devidos


aparelhos proporcionam, nem quais os seus fornecedores, não existindo um
registo das reparações de manutenção efectuadas assim como o registo de
acidentes ou reclamações.

Seguro de responsabilidade civil

Conforme o regulamentado no artigo 31.º do presente Decreto-Lei, que prevê a


obrigatoriedade do seguro de responsabilidade civil por danos corporais
causados aos utilizadores em virtude de problemas relacionados com a
instalação, relativamente ao espaço lúdico apresentado não podemos precisar
a posse ou não do seguro, uma vez que não existe nada exposto que
demonstre que a entidade responsável é realmente titular de seguro.

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Entidade competente/ Acções de fiscalização

No que concerne a entidades competentes do espaço lúdico referimos a


Câmara Municipal de Torres Vedras, sendo assim, e segundo consta no artigo
32.º e 33.º do presente Decreto-Lei a entidade responsável pelas acções de
fiscalização neste caso será o Instituto Desporto de Portugal, uma vez que a
entidade competente trata-se da respectiva Câmara.

Contudo aparentemente não parece que o espaço seja alvo de inspecções,


uma vez que há infracções detectadas como o caso das cordas partidas do
baloiço, situação que se arrasta a longo prazo.

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Conclusão

Com este trabalho concluímos que a segurança das crianças do meio rural de
Vila Seca e arredores está em perigo.

O espaço por nós analisado não apresenta as condições necessárias para a


sua utilização em segurança, de acordo com o Decreto-Lei 379/97 de 27 de
Dezembro.

Deste modo, nós como possíveis gestores da autarquia de Torres Vedras


sugeríamos que o que deveria ser feito para que o espaço lúdico apresentasse
as condições ideais para a sua utilização, era substituir todos os aparelhos
existentes, e estes terem a referência do fabricante, a idade a que se destinam,
as actividades que proporcionam e os devidos responsáveis pela sua
manutenção, para que estes apresentem maior segurança e um material mais
higiénico e não susceptível a queimaduras, como o caso do escorrega de inox.

A superfície de impacte deveria ser substituída por um anti-derrapante com a


propriedade de amortecer quedas, para impedir lesões graves em possíveis
quedas. Era importante também estar visível um livro onde constasse os
registos das reclamações e acidentes.

Colocaríamos também a informação de qual o centro de saúde local, incluindo


o respectivo número de telefone, o número nacional de socorro, os bombeiros
mais próximos e qual o seguro que abrange o referido parque.

Era importante colocar bancos para descanso das crianças e para os referidos
acompanhantes, caixotes de lixo, bebedouros, casas de banhos, e locais de
abrigo, a fim de evitar a deslocação de crianças a outros locais.

Em suma, o que nós faríamos seria mais ou menos aproveitar apenas o


espaço e remodelar todo o resto.

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Do ponto de vista da fiscalização, concluímos que este espaço lúdico não tem
fiscalização, na medida em que se esta existisse o parque não poderia estar
aberto ao público com as condições existentes.

No final do nosso trabalho achamos urgente que as entidades responsáveis


actuem de imediato para que as nossas crianças possam pelo menos brincar
em segurança.

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Referências Bibliográficas

-- Barreiros J. e Brito M.. Desportos anos 2000, espaços de jogo infantil. Editora
desporto

-- Neto C.. Jogo & Desenvolvimento da criança. Edições FMH (Faculdade


Motricidade Humana)

-- www.idesporto.pt/legislacao_conteudo.asp?LID=1 → Decreto-Lei 379/97 de


27 de Dezembro.

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Anexos

Apresentação do espaço lúdico

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