You are on page 1of 10

Um pouco da história do Balanço Social

Ciro Torres *

Desde o início do século XX registram-se manifestações a favor deste tipo de comportamento.


Contudo, foi somente a partir dos anos 60 nos Estados Unidos da América e no início da década de 70 na
Europa - particularmente na França, Alemanha e Inglaterra - que a sociedade iniciou uma cobrança por maior
responsabilidade social das empresas e consolidou-se a própria necessidade de divulgação dos chamados
balanços ou relatórios sociais.

A idéia de responsabilidade social das empresas popularizou-se, nos anos 70, na Europa. E foi a partir
desta idéia, que em 1971 a companhia alemã STEAG produziu uma espécie de relatório social, um balanço de
suas atividades sociais. Porém, o que pode ser classificado como um marco na história dos balanços sociais,
propriamente dito, aconteceu na França em 72: foi o ano em que a empresa SINGER fez o, assim chamado,
primeiro Balanço Social da história das empresas.

Na França, várias experiências consolidaram a necessidade de uma avaliação mais sistemática por
parte das empresas no âmbito social. Até que em 12 de julho de 1977, foi aprovada a Lei 77.769, que tornava
obrigatória a realização de Balanços Sociais periódicos para todas as empresas com mais de 700 funcionários.
Este número caiu posteriormente para 300 funcionários.

No Brasil, os ventos desta mudança de mentalidade empresarial já podem ser notados na “Carta de
Princípios do Dirigente Cristão de Empresas” desde a sua publicação, em 1965, pela Associação de Dirigentes
Cristãos de Empresas do Brasil (ADCE Brasil). Na década de 80, a Fundação Instituto de Desenvolvimento
Empresarial e Social (FIDES) chegou a elaborar um modelo. Porém, só a partir do início dos anos 90 é que
algumas empresas - muito poucas - passaram a levar a sério esta questão e divulgar sistematicamente em
balanços e relatórios sociais as ações realizadas em relação à comunidade, ao meio ambiente e ao seu próprio
corpo de funcionários.

Desta forma, o Balanço Social da Nitrofértil, empresa estatal situada na Bahia, que foi realizado em
1984, é considerado o primeiro documento brasileiro do gênero, que carrega o nome de Balanço Social. No
mesmo período, estava sendo realizado o BS do Sistema Telebras, publicado em meados da década de 80. O
do Banespa, realizado em 1992, compõe a lista das empresas precursoras em BS no Brasil.

Há muito fala-se em responsabilidade social da empresa. E, de fato, pode-se observar que algumas
empresas, aqui no Brasil, têm levado a sério suas relações com a comunidade, com o meio ambiente e com
seu próprio corpo de funcionários. Até porque, nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questão de
estratégia financeira e de sobrevivência empresarial, quando pensamos a longo prazo. Isto sem falar, é claro,
do lado ético e humano que a responsabilidade social envolve, e por sua vez, pode desenvolver.

A função principal do balanço social da empresa é tornar público a responsabilidade social da


empresa. Isto faz parte do processo de por as cartas na mesa e mostrar com transparência para o público em
geral, para os atentos consumidores e para os acionistas e investidores o que a empresa está fazendo na área
social. Assim, para além das poucas linhas que algumas empresas dedicam nos seus balanços patrimoniais e
dos luxuosos modelos próprios de balanço social que estão surgindo, é necessário um modelo único - simples
e objetivo. Este modelo vai servir para avaliar o próprio desempenho da empresa na área social ao longo dos
anos, e também para comparar uma empresa com outra. Empresa que cumpre seu papel social atrai mais
consumidores e está investindo na sociedade e no seu próprio futuro. E mais ainda, tem o direito, antes do
dever, de dar publicidade às suas ações. Porém, esta propaganda será cada vez mais honesta e verdadeira, na
justa medida em que utilizar parâmetros iguais e permitir comparações por parte dos consumidores,
investidores e da sociedade em geral.

Assim, desde meados de 1997 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o Instituto Brasileiro de
Análise Sociais e Econômicas (Ibase) vêm batendo na mesma tecla e chamando à atenção dos empresários e
toda a sociedade para a importância e a necessidade da realização do balanço social das empresas em um
modelo único e simples. E este modelo foi desenvolvido no Ibase em parceria com diversos representantes de
empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras reuniões e debates com setores da própria sociedade.

O objetivo principal de quem atua nesta área deve ser, obviamente, a diminuição da pobreza e das
injustiças sociais, através da construção de uma cidadania empresarial. Ou seja, desenvolver uma sólida e
profunda responsabilidade social nos empresários e nas empresas, na busca por um maior, melhor e mais justo
desenvolvimento humano, social e ambiental.

A ampliação do número de empresas que publiquem seu balanço social também neste modelo único
deve ser o grande objetivo deste momento, e por isso, é preciso somar esforços. E cabe aqui ressaltar que se o
custo de publicar um balanço social neste modelo simples é bem próximo a zero, esta decisão passa para
esfera da vontade política e do nível de compromisso que cada empresa tem com a sociedade.

Foi por isso que em 1997 o Ibase realizou um amplo seminário no Rio de Janeiro, em parceria com
diversas empresas públicas e privadas, onde a discussão em torno da importância da realização do balanço
social e da própria responsabilidade social reacendeu-se e voltou a pautar a agenda de empresas, da imprensa,
de organizações não-governamentais, de institutos de pesquisa e até de instâncias de governo. Para dar
prosseguimento a este último grande desafio lançado pelo sociólogo Herbert de Souza (Betinho), realizou-se
outro seminário em setembro de 1998 (tendo a Petrobrás e o Jornal Gazeta Mercantil como parceiros), onde
destacou-se a importância do reconhecimento e fortalecimento do ”Selo Balanço Social” que está sendo
fornecido pelo Ibase às empresas que publicam seu balanço social anualmente.

Algumas iniciativas de se lançar a idéia e a prática da realização do balanço social e de estímulo à


responsabilidade social das empresas vêm acontecendo nos últimos anos. Porém, mais do que nunca,
precisam continuar, ser ampliadas e incentivadas. Desta forma, o Ibase vem colocando em foco este tema, por
acreditar que a parceria entre empresas, governo e sociedade é fundamental para reduzir a pobreza e a
injustiça social, promovendo um maior progresso e desenvolvimento social e humano. Contudo, muito ainda
precisa ser estudado, pesquisado, e realizado na prática para que esta idéia possa, de fato, gerar frutos
concretos para toda sociedade.

(*) Ciro Torres é sociólogo e coordena o Projeto Balanço Social do Ibase.


Memória: O Ibase realizou o Seminário "Responsabilidade Social das Empresas e Balanço

Apresentação Links Literatura Destaques Pesquisas Diálogo


Objetivo do site
Este espaço na internet objetiva a divulgação do tema Responsabilidade
Social Corporativa. Este tema faz parte do Projeto de Tese de Doutorado em
Administração de Empresas - IAG/PUC-Rio de Patricia Almeida Ashley
e este site é parte integrante da pesquisa que está em curso.
O que é Responsabilidade Social Corporativa?
Para fins de introdução ao tema, podemos nos orientar pela definição corrente
de Responsabilidade Social Corporativa adotada pelo World Business Council
for Sustainable Development - WBCSD, situado na Suiça, definição esta que é
resultado de Diálogos Regionais em todos os continentes junto ao setor
privado, governo, instituições de pesquisa e organizações não governamentais:
Responsabilidade social corporativa é o compromisso contínuo nos
negócios pelo comportamento ético, pela contribuição ao desenvolvimento
econômico e melhoria da qualidade de vida dos empregados, de suas famílias
e da comunidade (Fonte: WBCSD, 1999, traduzido por Patricia Almeida
Ashley)

Justificativa
O tema vem crescendo no meio empresarial internacional e no Brasil.
Razões para o crescente interesse:
1. destruição dos ecossistemas
2. elevação da concentração de renda
3. desigualdades sociais
4. consumerismo
5. dissolução do núcleo familiar relacionado às questões de:
a.saúde da família
b.trabalho
c.atenção à criança
d.tempo livre para o lazer
e.deslocamento casa-trabalho

Apresentação Links Literatura Destaques Pesquisas Diálogo


DESTAQUES
A seguir, são apresentados destaques selecionados entre as notícias e fatos
recentes que possam ser relevantes para o contexto brasileiro da
Responsabilidade Social Corporativa:

Notícia transmitida pelo Clipping Terceiro Setor A pesquisa "Ação Social das Empresas" conduzida pelo
da Academia de Desenvolvimento Social (Recife, IPEA na Região Sudeste do Brasil foi concluída em
PE) março/2000. Os resultados podem ser acessados no site do
IPEA.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO - Recife, Pesquisa da FIDES/SP, junto com a SERASA e Arthur
17/01/2000, notícia transmitida pelo Clipping Andersen, revela ética das empresas. Parte das empresas
Terceiro Setor da Academia de Desenvolvimento nacionais está mais preocupada em agradar acionistas e banir o
Social (Recife, PE) que chamam de "atos desonestos" do que cuidar do bem estar
dos próprios empregados. Ao menos essa é uma das
conclusões preliminares observadas no diagnóstico do
comportamento ético das empresas brasileiras. A pesquisa foi
realizada pela Fundação Instituto de Desenvolvimento
Empresarial e Social (FIDES/SP), com apoio da Serasa
(Centralização de Serviços dos Bancos) e da consultoria
Arthur Andersen.

"Na próxima quarta-feira, estaremos participando de um


seminário junto ao conselho de administração de São Paulo,
onde os resultados serão discutidos. Também iremos publicar
um documento que será do conhecimento das empresas", diz
Peter Nadas, presidente da Fides. O objetivo do diagnóstico é
conscientizar os empresários sobre a importância de ter uma
postura ética no relacionamento com clientes, fornecedores e
colaboradores. Peter Nadas faz questão de lembrar que, nesse
sentido, o conceito de ética vai além dos limites da lei
(pagamento de impostos, salários e fornecedores). Ele inclui
compromissos com a qualidade do produto, valorização dos
colaboradores (leia-se empregados) e o respeito aos direitos do
clientes, mesmo que tais características não estejam expressas
na legislação.

PESQUISA - Os questionários começaram a seguir para cerca


de 1.800 empresas a partir do dia 22 de novembro. De acordo
com o presidente da Fides, 140 enviaram respostas. "O número
é baixo. Parece que as pessoas não estão muito esclarecidas
sobre que vem a ser ética. Às vezes, recebíamos ligações de
representantes das empresas dizendo não saber quem deveria
preencher o questionário", lembra. Do total de empresas que
responderam as perguntas, 64% são da região Sudeste, 19% da
Sul, 9% do Centro-Oeste, 4% da região Nordeste e 3% da
Norte. Não é a primeira vez que a Fides avalia, através de
pesquisa, o comportamento ético nas empresas. Em 1993, mil
corporações receberam os questionários e, como desta vez,
10% responderam as perguntas. A opinião dos funcionários,
que na pesquisa anterior ficava em quarto lugar, caiu para
último, trocando de posição com a opinião da comunidade em
geral. "Acredito que as empresas não se preocupam tanto em
ouvir os empregados por causa do alto número de
desempregados", diz Peter Nadas.

Em um segunda parte da pesquisa, os empresários tiveram que


responder sobre o que mais os preocupam. Legislação e
mercado aparecem empatados em primeiro lugar, seguidos
pelos atos desonestos, que no questionário anterior estavam em
último. Recursos humanos e comunidade ficaram para trás. "É
uma surpresa que os atos desonestos tenham sido apontados
por tanta gente em detrimento de outros aspectos. Isso mostra
como o grau de confiança entre as pessoas vem diminuindo",
afirma o presidente da FIDES. Peter Nadas alerta também para
a postura das empresas. "Parece que o discurso do
empreendimento que se preocupa com a comunidade e que
trata os empregados de maneira exemplar não passa de
estratégia de marketing para que o empresário conquiste o
cliente. Aimagem de honestidade e ética não corresponde bem
a realidade". (T.N)
JB ONLINE, 05/12/99, trecho destacado da Comércio global recria polarização. Passada a Guerra
reportagem de FLAVIA SEKLES E CLAUDIA Fria, encontro expõe disputa de partidários da abertura
ANTUNES. global e do protecionismo
...Para o ministro das Relações Externas do Brasil, Luis Felipe
Para o visitante deste site refletir sobre Lampreia, outros defensores da OMC e até boa parte de seus
Globalização versus Responsabilidade Social... críticos, é necessário que haja no mundo de hoje uma
organização capaz de estabelecer regras justas e transparentes
para a globalização. "Em seu formato atual, a OMC tem uma
estrutura que é basicamente autoritária. Desrespeita a
soberania dos países-membros", disse o defensor de Direitos
do Consumidor Ralph Nader, um dos maiores críticos da OMC
nos EUA. "A OMC não reconhece fronteiras." O problema,
principalmente para as nações mais fracas, é que as decisões
da organização são tomadas por consenso, o que dá margem,
segundo seus críticos, "a todo tipo de pressão e suborno".
Segundo o argumento de Nader, uma economia que entende
apenas a linguagem do mercado necessariamente coloca poder
demasiado nas mãos de corporações que controlam dois terços
das trocas mundiais, muitas entre suas próprias subsidiárias, e
que por definição se interessam mais pelo lucro do que pelo
bem-estar social. Para os trabalhadores, esse sistema é ruim
porque, se empresas são globais, elas não têm fidelidade ao
bem-estar nacional de qualquer país, podem exercer pressões
sobre governos para obter concessões em troca de sua
permanência, e transferir operações que requerem mão-de-obra
intensiva para aqueles países onde as condições de trabalho e
os salários são sempre menores.
O crítico da OMC Robert Kuttner, jornalista e autor do livro
Tudo à venda: as virtudes e os limites do mercado livre, disse
em Seattle que o pecado maior da globalização é a crença cega
de que a liberalização e a privatização são a melhor solução
para tudo. "Os mercados funcionam bem apenas até certo
ponto", sentenciou. "Mas em áreas relacionadas ao bem-estar
público, como educação e saúde, que nos Estados Unidos
representam entre 20% a 25% do Produto Interno Bruto (PIB),
o mercado livre não representa as melhores soluções, pois
premia o menor fornecimento possível de serviços ao custo
mais alto. Os mercados não dão sempre o valor correto a tudo.
Então não podem ser a única solução, mesmo quando o
mercado mais livre possível oferece as maiores perspectivas
para o crescimento de uma economia."
Dando o braço a torcer - O neozelandês Mike Moore, diretor-
geral da OMC, reconheceu em seu discurso à Confederação
Internacional dos Sindicatos Livres que "nem todos os nossos
críticos estão errados". "Vivemos numa época em que nunca
tivemos tanto, mas nunca nos sentimos tão inseguros... A
produtividade está sendo separada do emprego, o crescimento
da distribuição de renda", disse. Mas Moore garantiu que a
OMC "não tem a intenção de se tornar um governo global" e
que a resposta para esses problemas não está em "satanizar a
globalização", mas em ampliá-la cada vez mais.
O problema, como ficou patente na conferência de Seattle, é
que a maioria dos países luta para vender cada vez mais, e
comprar cada vez menos. É uma equação difícil de resolver e
acaba beneficiando os mais fortes - Estados Unidos, União
Européia e Japão, que controlam 70% do comércio mundial.
Os países desenvolvidos, que pregam a abertura dos mercados,
estão cada vez menos dispostos a ceder nas áreas em que ainda
mantêm seu mercado interno protegido, como a agricultura.
Como assinalou reportagem da revista britânica The
Economist, "novas barreiras estão aparecendo". "O sentimento
protecionista está vivo e bem", constatou a revista, citando
como exemplo a epidemia de processos antidumping - mais de
300 - abertos pelos Estados Unidos. Um dos alvos americanos
foi a indústria de aço brasileira, que na verdade corresponde a
apenas 0,5% do consumo interno nos EUA.
Para o Brasil, nona economia do mundo, que responde por
menos de 1% do comércio mundial, mas ainda consegue ter
alguma voz nas negociações da OMC, o maior problema é que
sua pauta de exportações manteve-se praticamente inalterada
nos últimos 20 anos. "Com exceção de alguns casos de sucesso
como a Embraer, nós temos a falta de sorte de exportar
produtos em que a resistência é maior, como aço, sapatos,
suco", disse o embaixador Rubens Ricupero, secretário-geral
da Unctad (organização da ONU para comércio e
desenvolvimento). "O Brasil não tem a vantagem de alguns
países asiáticos, como a Coréia, que conseguiram uma pauta
de exportações mais diferenciada e de maior valor agregado."
Ricupero avisa que o Brasil deve estar atento a isso. "Nos
últimos anos, com a política de abertura e a desnacionalização
da economia, perdemos muita flexibilidade para adotar as
políticas industriais que fizeram dos países ricos o que eles são
hoje", disse o diplomata.
IBASE Seminário Responsabilidade Social das Empresas e
Balanço Social: a experiência internacional. Realização:
IBASE. Apoio: Fundação Ford, IHL - Instituto Herbert Levy,
PPGSA/IFCS/UFRJ, Instituto Ethos de Responsabilidade
Social e Council on Economic Priorities Accreditation Agency
(CEPAA). Datas e local onde se realizou: 23 e 24 de
Novembro de 1999, no Auditório da Petrobras, Rio de Janeiro.
O IBASE inaugurou nesses dias o site Balanço Social, uma
referência para quem está pesquisando o tema Balanço Social.
Quanto às apresentações no Seminário, destaco a experiência
exemplar no Brasil da Empresa Azaléia, com sua produção
totalmente verticalizada e socialmente responsável, com alto e
contínuo investimento em pesquisa e tecnologia, educação
para seus funcionários, com ampliado nível de escolaridade a
partir de iniciativa de mais de dez atrás. Destaco também o
exemplo americano da Empresa SAS em North Caroline, um
caso específico de empresa de software e de capital fechado,
comparada a uma grande família na apresentação de Al
Cordoba. A pesquisa do IBASE e IFCS/UFRJ, com recursos da
Fundação Ford mostra que as entidades coletivas no Sudeste
do Brasil, Rio Grande do Sul e Ceará apresentam várias
maneiras em decodificar o conceito de responsabilidade social
corporativa. A primeira fase do estudo está prevista para
concluir em Janeiro/2000.

O Estado de São Paulo - Empresas do Sudeste investem contra pobreza O estudo


http://www.estado.com.br/ São Paulo, 18/11/1999, "Ação Social das Empresas" que está sendo realizado pelo
por MÔNICA CIARELLI Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) revelou que
67% das empresas da Região Sudeste promoveram atividades
sociais voltadas para a comunidade este ano. A pesquisa Ação
Social das Empresas foi o primeiro levantamento feito no
Brasil sobre atividades sociais. O estudo analisou 1.752
empresas da Região Sudeste e tomou como base um universo
de 445 mil companhias cadastradas no Ministério do Trabalho.
A segunda etapa da pesquisa deve ser concluída em março,
detalhando os setores mais destacados e o valor médio dos
gastos das empresas com a área social.
Uma das surpresas foi detectar que o número de empresas que
ajudam a comunidade supera o das que realizaram projetos
sociais para os funcionários. Na Região Sudeste, 63% das
empresas ofereceram aos empregados benefícios não
obrigatórios por lei. A coordenadora do estudo, Anna Maria
Peliano, esperava que as companhias tivessem um
comprometimento maior com seus funcionários do que com a
população. "O grau de envolvimento dos empresários
surpreendeu e mostra que o setor percebeu a necessidade de
contribuir para aliviar os problemas sociais", explicou. O mais
comum, porém, é o empresário agir nas duas frentes: cerca de
45% das empresas promovem ações sociais destinadas à
comunidade e aos trabalhadores. Pelo estudo, apenas 16% das
companhias da região ficaram à margem do crescimento das
ações sociais no País.
O Estado que mais se destacou na promoção de ações para a
comunidade foi Minas Gerais, onde 81% das empresas
declararam ter assumido esse tipo de iniciativa. Em segundo
lugar veio São Paulo, com participação de 66% das
companhias. "Aspectos religiosos e culturais são mais
importantes do que des contos fiscais ou rendimentos",
explicou a coordenadora.
Os dados preliminares da segunda fase da pesquisa indicam
que grande parte das atividades sociais dirigidas aos
funcionários se concentra nas áreas de alimentação e saúde. Já
a comunidade é mais beneficiada com doações de recursos
para instituições filantrópicas ou religiosas. A classificação de
ação social do Ipea é extremamente ampla. Qualquer projeto
ou doação de recursos para pessoas e entidades públicas ou
sem fins lucrativos foi considerado como atividade social.
Entraram também na relação os programas empresariais
promovidos em parceria com o governo.
Setores - O comércio e a indústria tiveram a ação mais
destacada na área comunitária este ano. Segundo a
coordenadora, esses segmentos têm maior ligação com a
comunidade e a "política da boa vizinhança" é importante para
o desempenho dessas atividades. Já as empresas de construção
civil foram as que menos atuaram em benefício da população.
O quadro se inverte quando se analisa a atuação das
companhias em relação aos seus empregados. Os maiores
ganhos sociais são obtidos pelos funcionários do setor da
construção e os piores, no comércio. Anna Maria ressaltou que
boa parte dos funcionários do comércio é de trabalhadores
temporários ou sem carteira assinada.
JB online - Tempo Real - 20/09/99 EUA não comprarão produtos brasileiros que utilizem
mão-de-obra infantil. O empresariado brasileiro pode ter
prejuízos em decorrência do trabalho infantil. É que o
Congresso norte-americano deve aprovar no mês que vem uma
lei que proíbe qualquer órgão do país a comprar produtos que
tenham participação de crianças ao longo da cadeia produtiva.
Presidente do Instituto Ethos - empresas e responsabilidade
social, Oded Grajew disse que informação lhe foi passada pelo
subsecretário de Assuntos Internacionais do Departamento de
Trabalho dos Estados Unidos, Andrew Samet. Até mesmo a
embaixada norte-americana no Brasil será afetada pela lei, já
que não poderá comprar álcool brasileiro, porque as usinas
utilizam mão-de-obra infantil, advertiu Oded Grajew.
O GLOBO, 03/09/99 Brasil terá presença maior em conselho. Em breve, o Brasil
deve ocupar mais duas ou três cadeiras no Conselho
Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável,
formado por 130 empresas, de 120 países, e que está reunido
desde quarta-feira no Hotel Sheraton, em São Conrado. A
afirmação é do presidente do conselho, o sueco Björn Stigson,
um dos coordenadores das palestras e dos grupos de discussão
que compõem, até hoje à tarde, a programação do encontro.
Atualmente, apenas três empresas - Companhia Vale do Rio
Doce, White Martins - fazem parte do conselho mundial, mas,
segundo Stigson, há várias empresas em contato com o grupo
para ocupar mais vagas. Não há, contudo, um prazo definido
para a adesão. Stigson disse ainda que o Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável é muito atuante
e que esse foi um dos motivos para que a reunião do conselho
mundial fosse realizada no Rio. Foi a primeira que o grupo
realiza um dos seus encontros semestrais fora do eixo Europa-
Estados Unidos.
Stigson lembrou que em 2002 - quando faz 10 anos que
aconteceu o encontro de cúpula Rio 92 - a comunidade
internacional se reunirá para discutir quais foram os progressos
atingidos na área ambiental, desde o evento. A Rio 92 é
considerada um marco na difusão da idéia de desenvolvimento
sustentável no Brasil e no mundo, e o Conselho Empresarial
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável terá uma
participação ativa no encontro, que será chamado de Rio+10. -
Dessa vez, o encontro não deve acontecer no Brasil e sim na
Índia. As Nações Unidas é que vão decidir - adiantou Stigson,
que já foi vice-presidente executivo da Asea Brow Boveri
(ABB) e está à frente do Conselho Empresarial Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável desde 1995.
Segundo Björn Stigson, uma das maiores preocupações do
conselho é com a escassez da água. O vice-presidente do
conselho brasileiro, Fernando Almeida acrescentou que em
vários países da África e da Ásia, a água já custa mais caro que
o petróleo. - Se não começar a se preocupar desde já em fazer
um uso mais eficiente da água, no longo prazo, a indústria
corre o sério risco de ficar desabastecida - disse. - Mesmo no
Brasil, o litro de água mineral muitas vezes é mais caro que o
da gasolina - observou Fernando Almeida. Para Stigson, todas
as empresas podem ser eco-eficientes, ou seja, fazer um uso
mais racional dos recursos de que necessitam. Ele admitiu, no
entanto, que em algumas atividades, como a siderurgia, e
também no caso das montadoras de automóveis, é muito difícil
que não haja algum impacto ambiental.
O GLOBO, 02/09/99 Empresas discutem desenvolvimento sustentável Cerca de
130 altos executivos das maiores empresas do mundo - que
juntas respondem por um faturamento de US$ 3 trilhões -
estão reunidos desde ontem, no Hotel Sheraton, em São
Conrado, na reunião semestral do Conselho Empresarial
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável.
A abertura do evento, que pela primeira vez acontece fora do
eixo Europa-Estados Unidos, contou com a presença do vice-
presidente da República, Marco Maciel, do ministro do
Trabalho e do Emprego, Francisco Dornelles, do prefeito do
Rio, Luiz Paulo Conde, e do presidente do BNDES, Andrea
Calabi, entre outras autoridades.
O encontro discute, até amanhã, a importância do
desenvolvimento sustentável, conceito que leva em conta a
preocupação das empresas com a preservação do meio
ambiente e com a melhoria da qualidade de vida da população.

De acordo com o presidente do Conselho Empresarial


Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Félix Bulhões,
os investimentos na área de desenvolvimento sustentável no
Brasil variam entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão por ano, mas
ainda correspondem a apenas um décimo das necessidades do
país. - O Brasil ainda está muito longe de ter uma indústria
desenvolvida nesse ramo, mas é importante destacar que o país
já avançou muito, principalmente as grandes empresas - disse.
GAZETA MERCANTIL, 26/08/99 Empresas premiadas por ação social. Câmara Americana do
Comércio de São Paulo entrega Prêmio Eco 99 ao mesmo
tempo que realiza o 2º Seminário de Cidadania Empresarial.
Alguns dos melhores programas de ação social de iniciativa
privada realizados no último ano nas áreas de educação,
cultura, participação comunitária, preservação, educação
ambiental e saúde em todo o País serão conhecidos em
27/08/99 durante a cerimônia de entrega do Prêmio Eco 99.
Para o Eco deste ano 84 projetos foram pré-selecionados.
Considerado uma referência na área de cidadania empresarial
há 17 anos, o Prêmio Eco é entregue por meio de um troféu de
valor simbólico, mas que costuma dar muito prestígio aos
vencedores.[adaptado da Reportagem de Verônica Dantas, de
São Paulo - Gazeta Mercantil]
GAZETA MERCANTIL, 26/08/99 Termômetro de cidadania. Desde que foi lançado por Herbert
de Souza, o Betinho, em 1997, o projeto Balanço Social prevê
a publicação, em jornais de circulação nacional, dos
investimentos em programas para melhorar o bem-estar da
sociedade. Para medir até que ponto os empresários estão
aderindo à iniciativa, a Universidade Federal do Rio de janeiro
(UFRJ) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e
Econômicas (Ibase), com o apoio da Fundação Ford, estão
realizando a pesquisa "A Responsabilidade Social das
Empresas do Brasil".
Dividido em duas etapas, o levantamento será realizado no Rio
de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do
Sul. Nos cinco estados deverão ser consultadas entidades de
representação nacional, como a Federação das Ind;ustrias do
Rio de Janeiro e São Paulo, Firjan e Fiesp, além de variadas
associaçòes de diversos setores. A segunda parte do trabalho
inclui entrevistas com os empresários. A conclusão do estudo
está prevista para o final do ano 2000.
A primeira fase da pesquisa está orçada em US$ 45 mil e a
segunda ainda não tem custo estimado. Os primeiros dados
apurados serão digulgados num seminário apoiado pela Gazeta
Mercantil que será realizado nos dias 23 e 24 de novembro e
levará ao Rio autoridades estrangeiras para apresentar
experiências de países como França, Canadá, Alemanha e
Estados Unidos. "Há um novo conceito de sociedade por trás
do Balanço Social", avalia o diretor do Ibase, Cândido
Grzybowski. "As empresas que não entrarem se
autocondenam."
Em São Paulo, empresas que realizam o Balanço Social serão
reconhecidas pela Câmra dos Vereadores em outubro por meio
do selo Empresa Cidadã. O projeto, da vereadora Aldaíza
Sposati (PT), prevê a entrega do selo a cada dois anos.
[Reportagem de Mônica Riani, da Gazeta do Rio]
Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade 2ª Conferência de Responsabilidade Social Empresarial
Social nas Américas. A conferência tratou de conceitos e apresentou
Data: 23 a 25 de junho de 1999 casos concretos para debate, reflexão e apoio às empresas no
Hotel Intercontinental – São Paulo/ SP processo de adotar políticas e práticas socialmente
responsáveis. Foi também uma oportunidade para estabelecer
contatos entre empresas, organizações empresariais e
dirigentes empresariais nas Américas e a constituição de redes
locais, nacionais e internacionais. Promoveu igualmente o
fortalecimento do movimento da responsabilidade social
empresarial nas Américas.

Temas que foram tratados na conferência:


Como Começar: Visão e missão; Ética; Auditorias e Prestação
de Contas.
Meio Ambiente: Políticas e Operações; /Minimização de
resíduos: Prevenção da poluição; Uso eficaz de energia e
água; Projeto ecológico.
Local de Trabalho: Práticas Gerais; Diversidade;
Treinamento/ Educação; Reduções de Quadro e Demissões;
Saúde, segurança e bem-estar.
Comunidade: Trabalho Voluntário; Filantropia; Projetos
Comunitários.
Mercado: Produtos e Serviços; Outras idéias; Direitos
Humanos.

ADCE-RJ e ABRH-Rio - Maio/99 - Apoio da Seminário Empresa Cidadã: Dimensões da


FIRJAN Responsabilidade Social, organizado pela ADCE-RJ e
ABRH-RJ e apoiado pela FIRJAN, com a presença de
lideranças empresariais, consultores e pesquisadores. Ficou
decidido que a FIRJAN colaboraria com a sugestão da ADCE-
RJ de constituição de um Código de Ética a ser sugerido às
empresas do Estado do Rio de Janeiro associadas à FIRJAN,
dentro dos princípios da responsabilidade social corporativa.

You might also like