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Poder Aéreo
na Campanha do Pacífico
durante a 2ª Guerra Mundial
Introdução
Surpresa
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para a defesa, que foram totalmente inadequados. O comandante japonês, Vice
Almirante Nagumo, navegou até um ponto a 200 milhas ao norte da ilha de
Oahu, antes de lançar duas levas de ataque contra Pearl Harbour na manhã do
dia 7 de dezembro de 1941. Mais de 350 aeronaves, entre bombardeiros,
torpedeiros e caças obtiveram completa surpresa tática. Os aviões torpedeiros
japoneses foram capaz de lançar suas mortíferas cargas, em águas rasas, numa
demonstração importante de inovação tecnológica do poder aéreo. Como
resultado, a Esquadra Americana do Pacífico foi efetivamente neutralizada,
embora os cruciais, porta-aviões americanos, por não estarem em Pearl Harbor
naquele dia, tivessem escapado da destruição.
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poder aéreo fez a diferença, corroborada com a simples aplicação da surpresa.
Essa habilidade do poder aéreo de atuar como uma força múltipla, de desferir
um golpe paralisante num curto espaço de tempo e com relativo pouco esforço,
seria dramaticamente demonstrada pela US Navy na Batalha de Midway, em
junho de 1942.
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múltipla, com sua habilidade de atacar de maneira decisiva e esmagadora. O
papel da tecnologia foi também evidente. A vulnerabilidade das forças
terrestres e navais, diante dos ataques aéreos, era agora óbvia, e as primeiras
lições da necessidade de se obter superioridade aérea para a realização de
qualquer ação militar fora aprendida.
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mar. Foi esse ritmo de operação, com persistência que começou a desgastar as
forças japonesas. Ambos os lados reconheciam a vulnerabilidade de suas forças
navais, e embora a presença dessas forças tenha resultado e diversas batalhas,
nenhum dos lados foi capaz de dominar a região apenas pelo controle dos
mares. Mas o poder aéreo era capaz de desenvolver um constante esforço,
evitando que os japoneses conseguissem desalojar os americanos de
Guadalcanal. Um bom exemplo dessa situação, ocorreu no período de 14 a 15 de
novembro de 1942, quando os japoneses realizaram a última tentativa de
retomar a ilha. Uma força de invasão composta de 12 navios de transporte com
escolta, carregando cerca de 35 mil homens, foi descoberta pelas B-17 em
missão de reconhecimento. Imediatamente, aeronaves dos porta-aviões
americanos foram lançadas para atacar esta força, sendo que no final, apenas 4
transportes sobreviveram. Essas tropas foram abandonadas nas praias de
Guadalcanal, e no dia 15 de novembro, foram atacadas e aniquiladas por
aeronaves americanas proveniente de Handerson Field. Resumindo: em dois dias
o poder aéreo acabou com as últimas esperanças japonesas de retomar a ilha,
através de sua habilidade de concentrar esforços em um único objetivo e de
manter o ritmo das operações.
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código militar, o Bushido. De acordo com essa cultura, a morte era preferível à
rendição. Era uma disciplina
rígida, que impregnava todos os
aspectos do pensamento militar
japonês. Em particular, as
batalhas das Ilhas Salomão e da
Nova Guine, foram a hemorragia
mortal do poder aéreo japonês.
Após Bougainville, os
experientes pilotos da marinha
japonesa foram lançados na
defesa de Rabaul, sendo que no
final da campanha, 70% de seus
mais valiosos pilotos foram
perdidos. Quando os aliados destruíram finalmente a Base de Hollandia na
Nova Guiné, a Força Aérea do Exército Japonês havia sido eliminada como arma
efetiva, com a perda de 90% de seus pilotos experientes.
Alcance
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alcance permitiu que aeronaves dos porta-aviões, de ambos os lados, cruzassem
os oceanos à procura de alvos, enquanto suas bases permaneciam sob proteção
aérea e naval. Finalmente, no limiar da guerra, o expressivo alcance dos B-29
permitiu que os mesmos lançassem sobre o Japão uma chuva de destruição.
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quase conseguiram tornar aquele aeródromo inutilizado. De modo similar, as
B-17 realizavam missões até as Ilhas Salomão, infernizando os japoneses.
Conforme a campanha do Pacífico se desenvolvia, a guerra tornou-se uma
batalha pelo próximo aeródromo conveniente, e a cada vitória obtida, o poder
aéreo ficava capaz de atingir mais e mais distante. Isso ficou bem claro
durante a luta pelas Ilhas Salomão em 1943 e pelas Ilhas Marianas no verão de
1944. Na primeira, as forças aliadas realizaram um deliberado progresso,
capturando e reparando as bases japonesas capturadas, antes de prosseguirem
para outros alvos, tendo a certeza de possuírem adequada cobertura aérea.
Quanto mais os aliados avançavam, maior alcance passava a ter o poder aéreo.
Quando da invasão das Ilhas Marianas, o objetivo estratégico era o de
estabelecer nas ilhas Saipan, Tinian e Guan, bases aéreas para as B-29, de
modo que estas pudessem atacar o Japão. A perda dessas ilhas, foi um baque
tão grande e sério no Governo Japonês, que o Primeiro Ministro General Hideki
Tojo, renunciou. No dia 24 de novembro de 1944, aconteceu o primeiro ataque
das B-29 à ilha japonesa, partindo das Marianas., quando as aeronaves cobriram
uma distância de 3 mil milhas. Era o poder aéreo sendo empregado em seu
máximo esforço.
Efeito Estratégico
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Doolittle, quando dezesseis bombardeiros médios B-25 foram lançados a partir
do porta-aviões Hornet, num ponto a 800 milhas de Tóquio, numa combinação
única de poder marítimo e aéreo. Bombas foram
lançadas sobre Tóquio e outras cidades japonesas.
Embora o dano causado fosse mínimo, o ataque
produziu um resultado estratégico importante: os
japoneses imediatamente tiveram que alocar
aeronaves para a defesa dos céus pátrios. E mais,
ficaram mais tentados a atacar Midway, onde
obteriam uma fragorosa derrota do ponto de vista
estratégico.
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grande batalha naval, e quando os americanos invadiram as Marianas, o
Almirante Ozawa chegou a conclusão que a hora desta grande batalha havia
chegado. No dia 19 de junho de 1944, numa batalha que acabou sendo
denominada de “Tiro ao Peru das Marianas”, os aviões embarcados americanos
destruíram cerca de 300 aeronaves japonesas, perdendo apenas 26, e com os
navios de guerra americanos sofrendo pouquíssimo dano. Neste e no dia
seguinte, as aeronaves americanas afundaram também, três porta-aviões
japoneses. Foi um golpe estratégico duríssimo, que a Imperial Marinha
Japonesa, nunca mais poderia se recuperar. A batalha marcou o fim dos porta-
aviões japoneses como uma força de combate.
Com o Japão totalmente batido daí para frente, o poder aéreo era o modo mais
adequado para prosseguir com os planos estratégicos da Campanha do Pacífico.
As batalhas do Mar do Coral e de Midway, baseadas no poder aéreo, impediram
a expansão territorial japonesa. Pequenas e isoladas ações, como o ataque de
Doolittle, produziram conseqüências estratégicas muito maiores do que os
efeitos militares obtidos, efeitos esses que só seriam possíveis, através da
flexibilidade e do alcance do poder aéreo. Finalmente, foi o poder aéreo que
tornou impotente a força de porta-aviões japoneses, aniquilando seu poder
estratégico, sobre julgado pelo poderio militar americano, em especial o poder
aéreo.
Flexibilidade e Versatilidade
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Flexibilidade e versatilidade foram os ingredientes do sucesso aliado em
Guadalcanal. Os caças P-400 (Aircobra) da USAAF começaram a operar a
partir de Henderson Field no final de agosto de 1942. Seu desempenho como
caça, estava muito aquém do esperado, principalmente diante do caça japonês
Zero. A solução encontrada foi a mudança de papéis: os F4F - Wildcat dos US
Marines passaram a atuar mais como caças, enquanto que os pilotos da USAAF
aprenderam a bombardear e atacar o solo com seus P-400, papel este que em
breve mostraria ser muito útil, quando fossem empregados em ações contra
navios e em missões de apoio aéreo aproximado.
Esta versatilidade foi reutilizada pelos aliados, durante a campanha das Ilhas
Salomão, quando do emprego de bombardeiros leves e médios, enquanto que as
B-17, com seu grande raio de ação, eram empregadas em missões de
reconhecimento, a partir de Handerson Field. Essa foi uma tática empregada,
de modo a manter os aliados permanentemente informados dos movimentos
japoneses, permitindo ações defensivas, de modo a proteger Guadalcanal.
Conforme os aliados avançavam pelas Ilhas Salomão e Nova Guiné, o poder
aéreo aumentava a quantidade e o poder de suas aeronaves. Ataque a navios
mercantes japoneses passou a ser realizado pelos bombardeiros B-25 e pelos
A-20 e provou ser mortal para os nipônicos. Os B-25 e os A-20, foram
equipados com metralhadoras extras, posicionadas no nariz das aeronaves,
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tornando-os muito aptos a esse tipo de missão, ao mesmo tempo em que a
USAAF desenvolvia uma versão equipada com radar para o B-24, que podia
atacar alvos, mesmo quando esses estivessem encobertos. Essa aeronaves
foram empregadas pela primeira vez em agosto de 1943, no teatro de
operações das Ilhas Salomão, contribuindo sobremaneira para a destruição de
diversos navios inimigos. Em outubro de 1943, o inimigo não podia mais suportar
as perdas navais sofridas. Capazes de bombardear alvos terrestres utilizando
armas com novas tecnologias (bombas de retardo lançadas de para-quedas), a
versatilidade do poder aéreo aliado no sudoeste do Pacífico, tornava-se cada
vez mais forte.
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desembarque propriamente dito, esses ataques foram combinados com salvas
da artilharia naval, reduzindo dramaticamente a ferocidade das defesas
japonesas. As aeronaves operaram também como gerenciadores de tiro,
orientando o fogo naval para os alvos apropriados. Quando a IJN tentou deter
a força de invasão, num esforço pesado, aconteceu a denominada “Mariana
Turkey Shoot”, quando, aeronaves americanas, partindo dos porta aviões,
bombardearam e destruíram aeronaves japonesas que haviam pousado em
Guam. Sem a presença de forças aéreas inimigas, e com a variedade de missões
a serem cumpridas, os campos de pouso de Saipan e das Marianas não teriam
sido conquistados com poucas perdas humanas e materiais. A importância que a
US Navy atribuiu ao poder aéreo nesta fase da guerra, pode ser avaliado pelo
fato de que, não menos que 15 porta-aviões foram designados para essas
operações.
Com vastas distâncias separando as forças aliadas pelo teatro de guerra, e com
a selva hostil servindo para isolar os combates terrestres, o ressuprimento das
tropas passou a ser missão vital para o poder aéreo no Pacífico. A épica luta
travada em Henderson Field – Guadalcanal, teria com toda certeza, sido
perdida sem o ressuprimento aéreo. Através de Papua Nova Guiné, tropas
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aliadas enfrentaram uma difícil luta contra os japoneses, quando dirigiam-se
para Port Moresby, mas foram suportadas, reequipadas e tiveram evacuação
médica pelo poder aéreo. Um ano mais tarde, em setembro de 1943, os aliados
realizaram um assalto aero-transportado contra Nadzab, na Nova Guiné,
demonstrando a extensão do esforço aliado e a versatilidade do poder aéreo.
Cerca de 300 aeronaves tomaram parte nesta ação, incluindo-se 96 aeronaves
C-47, que transportaram os para-quedistas, os suprimentos e a artilharia.
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Estados Unidos), essas operações na foram decisivas. Problemas técnicos
marcaram o início da vida operacional desta aeronave, juntamente com a
inexperiência das tripulações e com as novas técnicas de bombardeio de alta
altitude, principalmente pela influência dos fortes ventos encontrados. Os
comandantes ainda não haviam ajustado o equilíbrio entre expectativa e
realidade, e por isso continuavam a lutar entre si na escolha do alvo a ser
atacado e do método a ser empregado – um enigma duradouro para os chefes
do poder aéreo. O pior de tudo foi que a logística atrapalhou muito as
operações a partir da China, resultando que, em média, cada aeronave só
conseguia realizar uma missão por mês. Os atributos de Ritmo, Perseverança e
Concentração de Esforços não puderam ser empregados. Os B-29 foram
retirados da China em janeiro de 1945, passando a operar a partir da Marianas.
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Os resultados do bombardeio ultrapassaram todas as expectativas – o poder
aéreo sozinho tinha desferido um golpe devastador. A destruição industrial
havia reduzido a produção da indústria aeronáutica em 57%, nos últimos 10
meses da guerra e absentismo dos trabalhadores estava entre 40% e 52% em
julho de 1945. Esses resultados estavam sendo alcançados com taxas de perda
na ordem de 2%, e LeMay começou a acreditar que a invasão das Ilhas
Japonesas poderia ser evitada – o poder aéreo poderia terminar a guerra em
outubro daquele ano. O USSBS apóia crença desta visão e declara em seu
relatório: A ofensiva de bombardeio era o fator principal que garantiu o acordo
de rendição incondicional sem uma invasão das ilhas japonesas… A bomba
atômica e a entrada de Rússia na guerra aceleraram o processo de rendição
percebido como o único possível resultado.
Conclusões
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que continuamente empurrava os inimigos. Quando o bombardeio do Japão
começou, foi o poder aéreo com sua concentração de poder que rendeu os
resultados alcançados.
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