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Teste de autoconhecimento

Gestão do tempo

Conhece um pouco melhor o teu modo de gerir o tempo. Com toda a sinceridade, atribui 1
a 4 pontos a cada uma das seguintes afirmações, tendo em conta o que habitualmente
fazes:

1 - (quase) nunca; 2 = algumas vezes; 3 = muitas vezes; 4 = sempre.

Considero o estudo uma tarefa prioritária na minha vida.


Trabalho regularmente, tentando cumprir um horário pessoal de estudo.
Registo, numa agenda, os meus compromissos, escolares e extra-- escolar es.
Programo, com antecedência, a elaboração de trabalhos e a preparação dos
testes.
Dedico ao estudo individual mais de cinco horas por semana.
Reservo para o estudo as horas do dia em que posso tirar mais proveito do meu
trabalho.
Utilizo um local fixo para estudar.
Organizo o meu local de estudo, de modo a evitar os factores perturbadores da
atenção.
Mantenho desligada a televisão, enquanto estudo.
Procuro conciliar o estudo com outras actividades (desportivas, culturais ou
sociais).
Selecciono, com critério, as minhas ocupações extra-escolares.
Total de pontos

O resultado do teste, embora não ofereça rigor absoluto, é um sinal de orientação.


-Até 15 pontos: sinal vermelho. Perigo de insucesso. Precisas de corrigir o teu modo de gerir o
tempo.
-Entre 16 e 30 pontos: sinal amarelo. Tem cuidado com os hábitos que podem travar o teu
sucesso.
- A partir de 31 pontos: sinal verde. Estás no bom caminho. Continua a aperfeiçoar-te.
Amas a vida?
Então, não desperdices o tempo, pois é de tempo que a vida é feita.
Benjamin Franklin

1. A eficácia de um horário
É natural e saudável que um jovem estudante ocupe parte do seu tempo com a música, o
desporto, o convívio ou outras actividades sociais. Mas quem deseja ter sucesso escolar não
deve investir no estudo apenas o tempo que sobra das ocupações extra-escolares. Cabe
ao estudante (com a eventual ajuda dos país e dos professores) fazer a gestão do tempo,
de acordo com a sua escala de prioridades. É preciso dar mais tempo ao que é mais impor-
tante.
Uma das chaves da gestão racional do tempo está na elaboração de um horário semanal
para o estudo e para as outras actividades. Nesse horário, registam-se todas as ocupações
fixas ou obrigatórias, para além das aulas, e assinalam-se, de forma explícita, as horas previs-
tas para o estudo individual. Os períodos reservados ao estudo individual devem ser mais
longos nos dias com menos aulas.

Um bom horário é pessoal, realista e flexível.


• Pessoal: ajustado à idade, às capacidades e aos objectivos de cada estudante.
• Realista: elaborado de acordo com o tempo disponível e com as tarefas a realizar, de
modo a que possa ser cumprido.
• Flexível: adaptável aos compromissos inadiáveis de cada semana e aos eventuais impre-
vistos. Para não esquecer esses compromissos (por exemplo, a entrega de um trabalho ou a
realização de uma prova), o melhor será usar uma agenda.

O horário não é uma «camisa-de-forças» que rouba toda a liberdade ao estudante. É um


guia que permite programar, com a devida antecedência, a elaboração de trabalhos e a
preparação das provas. Estudar com regularidade (de preferência, todos os dias, às mes-
mas horas, no mesmo local) é um exercício de autodisciplina e um seguro contra imprevis-
tos.
1.1 Exercício de autodisciplina
As pessoas sem autodisciplina inventam desculpas para adiar a realização das tarefas
desagradáveis, mesmo que estas sejam importantes. Um estudante que obedece a um
horário aprende a disciplinar-se. Não faz apenas o que quer, quando lhe apetece. Concen-
tra-se e cumpre, em cada momento, a tarefa que impôs a si próprio. Em primeiro lugar, faz o
que tem de ser feito. Depois, como recompensa pelo esforço, faz o que mais gosta. Primeiro,
o trabalho. Depois, o descanso.
A disciplina no trabalho é um trunfo para o sucesso nos estudos e na vida. O Homem é um
animal de hábitos. Formar bons hábitos é investir no futuro.

1.2 Seguro contra imprevistos


Há jovens pouco estudiosos que gostam de criticar os colegas mais trabalhadores, como se
estudar fosse uma asneira. A esses jovens trocistas é oportuno lembrar a velha história da
cigarra e da formiga. A cigarra cantava e troçava da formiga trabalhadora. Porém, quando
chegaram os momentos difíceis, a cigarra viu-se forçada a pedir emprestado para comer e
verificou que a atitude da formiga, embora menos divertida, era mais prudente.

Alguns alunos encontram sempre um bom pretexto para não trabalhar.

No início do ano, argumentam:


- «Ainda não há matéria para estudar...»
No meio do ano, defendem-se:
- «Ainda há muito tempo para estudar...»
No fim do ano, justificam-se:
- «Já não vale a pena estudar...»

O trabalho regular implica sempre alguma dose de sacrifício, mas traz as suas recompensas.
Na escola, é a única prevenção eficaz contra os perigos do estudo feito sob pressão, "à
última hora". E um verdadeiro seguro contra imprevistos.
2. O tempo de estudo
Há uma relação estreita entre o tempo dedicado ao estudo e os resultados escolares. Se
compararmos o rendimento de duas pessoas com capacidades intelectuais semelhantes,
veremos que vai mais longe aquela que dedica mais horas ao estudo. Acontece até que
muitos estudantes de ritmo lento (tipo "tartaruga») chegam a superar colegas rápidos (tipo
"lebre»), só porque começam mais cedo e são mais regulares na sua corrida.
Quantas horas por semana deve um aluno investir no estudo individual? Duas? Cinco? Dez?
Depende do ano de escolaridade, das capacidades e dos objectivos (mais ou menos
ambiciosos) de cada aluno. Naturalmente, o ensino secundário exige mais do que o ensino
básico. Mas o segredo está no método utilizado para aproveitar o tempo de estudo. Mais do
que estudar muito, é preciso estudar bem.

2.1 As horas mais rentáveis


Uma boa sessão de estudo exige as melhores horas do dia. Quais serão essas horas? Várias
experiências provam que o rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e ao
da noite. Ao princípio da tarde, ocorre sempre uma quebra de energia que ataca toda a
gente e não apenas os que saborearam um grande almoço. Quanto à noite, é natural que
o cansaço acumulado de um dia prejudique o rendimento, apesar de haver pessoas que se
dão bem a estudar na calma da noite.
O máximo de energia acontece em momentos diferentes para pessoas diferentes. Cada
pessoa tem um ritmo intelectual próprio. Entram em jogo as características individuais e as
condições exteriores.
É vantajoso que o estudante conheça os períodos do dia em que o seu esforço rende mais
e aproveite essas horas para "atacar» o trabalho difícil. O trabalho fácil pode ser realizado
em ocasiões de menor frescura intelectual. Fazer o contrário é remar contra a maré.

Há dois momentos pouco recomendáveis para grandes esforços:


— depois de refeições pesadas, porque o processo de digestão produz uma certa sonolên-
cia, reduzindo a capacidade de concentração;
— antes de dormir, porque um esforço intenso pode perturbar o sono, prejudicando a saúde
e o rendimento escolar.
2.2 Pausas no trabalho
Em cada sessão de estudo, o aluno deve começar por decidir o que fazer e como fazer, dis-
tribuindo o tempo disponível pelas várias tarefas (mais tempo para as tarefas mais difíceis) e
programando pausas no trabalho.
Para aprender, é necessário empenhar-se com entusiasmo, durante uni tempo mínimo (cer-
ca de meia hora), mas não se deve abusar do esforço. A insistência em trabalhar, sem pau-
sas, pode parecer "heroísmo», mas é um erro.
Quanto tempo seguido se deve trabalhar? Tudo depende do tipo de actividade e da
capacidade do aluno. Os especialistas aconselham o estudo em «pequenas etapas», em
períodos curtos de esforço intenso e concentrado. De vez em quando, será útil prolongar o
trabalho por várias horas. Mas, habitualmente, uma sessão de estudo de três horas com um
ou dois intervalos rende mais do que três horas seguidas. Várias experiências confirmam que
pequenos intervalos de repouso facilitam a aprendizagem e a memorização. A regra geral
pode ser esta: dez minutos de intervalo por cada hora de estudo.
Nos intervalos, o aluno deve levantar-se da cadeira e fazer algum exercício físico. São de
evitar actividades muito atractivas que correm o risco de perturbar a sessão de estudo, tais
como ver televisão, jogar computador ou navegar na Internet.
Em vez de fazer intervalos, o aluno pode optar por mudar de tarefa ou de disciplina, para
quebrar a monotonia e manter a concentração. Mas é desaconselhável estudar duas disci-
plinas de conteúdos semelhantes (por exemplo, duas línguas estrangeiras), uma a seguir ã
outra, sem qualquer intervalo de descanso. Conteúdos semelhantes "atrapalham-se.,
mutuamente, dificultam a aprendizagem e favorecem o esquecimento.

Com mais ou menos intervalos, uma boa sessão de estudo termina sempre com uma ava-
liação do trabalho realizado:
- "Dediquei ao estudo todo o tempo que tinha previsto?»
- -Distribuí bem o tempo pelas várias tarefas?»
- "Fiz intervalos adequados?"
- «Cumpri os meus objectivos?»

Uma avaliação sistemática da eficácia de cada sessão de estudo ajuda o aluno a corrigir
ou a aperfeiçoar a sua forma de gerir o tempo.
3. O local de estudo
Uma gestão eficaz do tempo exige um local de estudo fixo e com boas condições ambien-
tais: calma, arrumação e conforto.

• Calma. Embora haja alunos que gostam de trabalhar com algum som ambiente, a maioria
aproveita mais se estudar num clima de silêncio, sem barulhos, conversas ou telefonemas
que interrompam o trabalho. Estudar com música de fundo? Talvez, em alguns casos. Estu-
dar com a televisão ligada? Não! Ver televisão e estudar são ocupações incompatíveis,
porque ambas requerem toda a atenção.

• Arrumação. O material de trabalho deve estar organizado em locais próprios: estantes e


gavetas. Sobre a secretária, deve ficar apenas o material necessário para realizar as tarefas
de cada sessão de estudo (livros, papel, canetas, dicionário, máquina de calcular...) e não
outros objectos que distraiam ou atrapalhem o trabalho.

• Conforto. São elementos de conforto uma temperatura moderada, um bom arejamento e


uma boa iluminação (de preferência, com luz natural e, sempre que necessário, com um
candeeiro que projecte luz constante sobre o que se lê ou escreve). Para uma postura cor-
poral confortável, mas correcta, aconselha-se uma secretária espaçosa e uma cadeira fir-
me, adequadas à estatura do aluno. Estudar reclinado num sofá ou na cama é um excesso
de conforto que dificulta o trabalho e convida ao descanso. Interessa um local onde o alu-
no se sinta bem, mas, sobretudo, um local onde trabalhe bem.

Um aluno pode estudar em qualquer lugar (em bibliotecas, em cafés ou em jardins), mas
nem todos os lugares são igualmente eficazes para a aprendizagem. Há alunos que estu-
dam bem, mesmo sem as condições ideais. Isso significa que um bom local é condição
necessária, mas não suficiente. Um bom local (calmo, arrumado e confortável) só por si não
cria motivação.
Deficientes condições ambientais limitam a capacidade de trabalho. Em contrapartida, um
bom ambiente favorece a concentração, evita o cansaço e faz subir o rendimento intelec-
tual.
4. Ocupações extra-escolares
Um estudante que se preza dá prioridade ao trabalho escolar. Mas não precisa de viver
afogado em obrigações e sacrificar todas as outras actividades. A escola não é tudo na
vida de uma pessoa. O estudo e as ocupações extra-escolares podem e devem ser conci-
liados. Quanto mais organizado for o estudante, mais tempo livre lhe resta.
A questão fundamental está em saber seleccionar as actividades (desportivas, culturais ou
sociais) mais apropriadas para aproveitar os tempos livres. E pouco aconselhável lirnitar-se a
ver televisão, jogar computador ou navegar na Internet. Há outras actividades para todos os
gostos, todas as idades e todas as bolsas.
São sempre preferíveis as ocupações que promovam a saúde, o convívio e o contacto com
o mundo do trabalho.

• A saúde. Uma das ocupações mais saudáveis é o desporto. O exercício físico regular e
moderado (fazer natação, andar de bicicleta ou, simplesmente, andar a pé) é relaxante,
aumenta a sensação de bem-estar e dá um novo alento para o trabalho intelectual. O
ideal é cultivar "mente sã em corpo são”.

• O convívio. As melhores ocupações levam-nos ao convívio com outras pessoas (familiares,


amigos ou desconhecidos). É no convívio que se cultivam e aprofundam as relações huma-
nas indispensáveis ao desenvolvimento pessoal e social.

• O contacto com o mundo do trabalho. Na ocupação dos tempos livres, é proveitoso con-
tactar com pessoas de cursos e profissões diferentes. Durante as férias, os estudantes mais
velhos podem procurar trabalho ou oferecer-se para serviços de voluntariado. Não faltam
oportunidades. O contacto com o mundo do trabalho abre novos horizontes e ajuda o
estudante a ser mais realista nos seus projectos de futuro.
Síntese
Se desejas gerir bem o teu tempo

Elabora um horário pessoal que te ajude a estudar com regularidade.

Dedica ao estudo as horas do dia em que o teu esforço pode render mais.

Distribui bem o teu tempo pelas várias tarefas a realizar.

Faz pequenas pausas no estudo.

Não prolongues os períodos de esforço intelectual.

Procura ter sempre um local de estudo calmo, arrumado e confortável.

Escolhe ocupações extra-escolares que promovam a saúde, o convívio e o contacto

com o mundo do trabalho.


Propostas de actividades:

1. Classifica como Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada uma das seguintes afirmações:

1. Um horário de estudo é um obstáculo à liberdade do aluno.


2. Um aluno disciplinado pode trabalhar apenas quando lhe apetece.
3. Quem estuda muitas horas, estuda bem.
4. Cada aluno tem um ritmo intelectual próprio.
5. Todas as horas do dia são igualmente eficazes para o estudo.
6. Fazer pausas no estudo facilita a aprendizagem.
7. As condições exteriores influenciam o rendimento escolar.
8. Estudar com a televisão ligada não prejudica a aprendizagem.
9. Um bom local de estudo é necessário e suficiente para criar motivação.
10. E possível ser bom estudante e dedicar-se a actividades extra-escolares.

2. Observa bem o teu local de estudo, em casa.


a) Identifica os factores que mais perturbam a tua concentração no trabalho.
b) Descreve algumas mudanças que poderás realizar (com a eventual ajuda da
família) para melhorar as condições do teu ambiente de trabalho.

3. Lê o seguinte texto e responde às questões formuladas.


NA VÉSPERA DO TESTE DE MATEMÁTICA

15:00. O Pedro está cheio de boas intenções. Apesar de acreditar que a sua falta de jeito
para a Matemática é mal de família, pensa em dedicar-se ao estudo para o teste do dia
seguinte. Depois de ligar a aparelhagem, senta-se à secretária. No meio da habitual desar-
rumação, descobre uma revista sobre jogos de computador. Hesita um pouco, mas decide-
se a ler.
16:00. Ao telefone, confirma com o Ricardo a matéria do teste. Durante a aula, tinha estado
um pouco distraído. Em pouco tempo, a conversa desvia-se para um tema mais motivador:
as colegas da turma. O Pedro anda a curar a primeira frustração amorosa. A Inês não lhe sai
do pensamento.
17:30. Na cozinha, prepara uma tosta mista e um sumo. Transporta tudo para cima da secre-
tária. As migalhas espalham-se no manual e o sumo deixa marcas no dossier. De repente,
lembra-se que está na hora de ver um dos seus programas favoritos. Com a televisão no
quarto, vai visitando canais.
19:30. Despacha uma ficha de História, enquanto espreita a televisão.
20:00. Senta-se à mesa para jantar, procurando fugir às conversas sobre a escola. Ele sabe
que os pais não andam satisfeitos com as suas notas.
22:30. No quarto, desliga o computador, depois de várias ameaças do pai. Tenta estudar.
Quando se aproxima do último capítulo, sente o cansaço.
24:00. Reclinado na cama, o Pedro ainda resolve alguns exercícios, mas é atraiçoado pelo
sono, deixando cair o livro das mãos. Acorda, sobressaltado. Insiste. Pouco depois, desiste e
justifica-se: «Com um bocado de sorte, esta matéria nem sai no teste...»

a) Explicita os principais problemas do Pedro, no que respeita à gestão do tempo.


b) Sugere duas medidas que consideres prioritárias para resolver os problemas do
Pedro.

4, Elabora o teu horário semanal. Regista, em primeiro lugar, todas as actividades fixas ou
obrigatórias: aulas e compromissos extra-escolares. Assinala, em seguida, os períodos reser-
vados ao estudo individual, investindo mais tempo nos dias com menos aulas. Se gostares,
utiliza cores diferentes para distinguir as horas dedicadas a cada tipo de ocupação. Importa
um horário realista para cumprir e não apenas para causar boa impressão junto dos pais ou
dos professores.
Horas 2ª F 3ª F 4ª F 5ª F 6ª F Sáb Dom

8:00

9:00
10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

Soluções:
1.
V = 4, 6, 7, 10
F = 1, 2, 3, 5, 8, 9

Nome: _____________________________________________________ Nº___ Ano:____ Turma: ___

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