Professional Documents
Culture Documents
ALEX DA SILVEIRA
RIO DE JANEIRO
2003
ALEX DA SILVEIRA
RIO DE JANEIRO
2003
. S587u Silveira, Alex da.
A usabilidade em catálogos on-line / Alex
da Silveira. – 2002.
63 f. : il. color. ; 30 cm.
CDD 005.1
ALEX DA SILVEIRA
Aprovado em de 2003.
BANCA EXAMINADORA
durantes os últimos anos e deram a mim total apoio nesta caminhada acadêmica.
monografia. Agradeço também pela paciência inesgotável de ler e reler o texto, de elogiar
quando necessário, mas também, saber o momento de informar que deveria rever todos os
conceitos apresentados.
Aos colegas e amigos que fiz durante estes últimos quatro anos e meio, principalmente
preciosos e que terei sempre não somente como amigas, mas como verdadeiras irmãs.
RESUMO
estudo de caso do catálogo on- line do Sistema de Bibliotecas da Unirio como forma de
ilustrar as teorias abordadas e aplicar um dos testes de usabilidade. Conclui que deve haver
uma maior preocupação em construir uma massa crítica, no Brasil, sobre a aplicação da
usabilidade em catálogos on- line para que permita uma evolução da interface destes
catálogos.
It discusses the application of the usability in the online catalogue development as a form of
awaking the interest on the subject at professionals of the information. It describes the
importance of create systems centered in the user, as the primordial element in the process of
elaboration of systems and the theory on the human-computer interface. It presents the main
methods of usability tests, mainly the heuristical evaluation. In the end takes effect with a
study of case related to the online catalogue of Unirios’ System of Libraries as a form to
illustrate the theory about the usability tests. The result of this study review that the ma jor
preocupation is on the construction of a critical mass in Brazil, over the matter of usability at
Interaction
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
navegação)............................................................................................................................ 51
navegação)............................................................................................................................ 51
Figura 12 – Tela com Mensagem de erro de que não há nenhuma seleção ......................... 54
Figura 13 - Tela com Mensagem de erro para termos não encontrados .............................. 54
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 09
2 CATÁLOGOS ............................................................................................................. 12
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 58
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 61
9
1 INTRODUÇÃO
Com a popularização da Internet e diante do número cada vez mais crescente de sites a
qualidade dos serviços ali oferecidos passou a ser o elemento diferencial na escolha do
usuário. Frente ao enorme número de opções o usuário procura serviços que respondam as
sua versão web e a enfrentar a dificuldade de prover qualidade num meio que por sua recente
popularização não oferece padrões estabelecidos para se chegar ao sucesso. E não aconteceu
diferente com as bibliotecas, sendo grandioso o número das que hoje oferecem serviços on-
técnicos estabelecidos, adaptados a tecnologia, seria o suficiente para obter o sucesso na web.
Porém com o passar dos últimos anos verificou-se que tratar um catálogo on- line como um
catálogo tradicional não seria o suficiente, pois a sobrevivência desse serviço na Internet
referência para auxílio quanto ao uso do catálogo, tem-se como problema manter uma perfeita
comunicação entre a interface dos catálogos e usuários. Fazer com que o usuário compreenda
melhor o uso do sistema e possa encontrar as respostas para as suas perguntas num menor
tempo possível são problemas que podem ser estudados do ponto de vista da usabilidade.
mais efetivo” (GARZOTTO, 1998 apud GÜELL; SCHWABE; BARBOSA, 2001, p. 2).
A necessidade da aplicação deste conceito aos catálogos on- line reside em diversos
fatores: primeiro, apresentar uma nova forma de tratar a criação de catálogos on- line, que hoje
interface, onde não é o sistema que deve ser o foco do trabalho, mas o usuário e suas
Brasil, até então quase não discutida por profissionais da informação, o que faz com que o
criação do sistema, tendo em vista a aplicação em catálo gos on- line. Num primeiro momento,
catalogação. É visto os principais momentos de uma evolução que resulta nos atuais catálogos
on- line. Em seguida, apresenta-se conceitos sobre a usabilidade, suas principais formas de
É importante ressaltar que o trabalho não pretende avaliar sob o ponto de vista da
avaliação heurística, pois, não sendo necessário o uso de usuários, e não sendo a finalidade
deste trabalho efetivamente realizar um teste de usabilidade, este método possibilitou diminuir
o tempo de pesquisa para que se pudesse dar uma atenção maior a teoria sobre usabilidade.
11
Entretanto, deve-se atentar para a importância do papel dos usuários nos testes de usabilidade,
2 CATÁLOGOS
conhecimento registrado possa ser acessado pelos seus usuários, respeitando as suas
necessidades. Para realizar esta tarefa sem que haja a necessidade de procurar item a item em
instrumento mais adequado por permitir recuperar registros por um maior número de pontos
receptor à fonte desejada com o menor número de ruídos possibilitados pela diferença de
Por mais de três séculos o catálogo esteve associado à uma coleção de livros. Dias
(1967, p. 1) retrata esta tendência ao afirmar que o “catálogo, no seu sentido mais amplo, é
Hoje, o conceito de catálogo deixou de estar associado ao livro para ser entendido
como um canal de comunicação. Sob esta perspectiva, Mey (1995, p. 9) define catálogo como
“[...] um canal de comunicação estruturado, que veicula mensagens contidas nos itens, e sobre
agrupadas por semelhanças, aos usuários desse(s) acervo(s)”. A catalogação é a área que irá
Permitir a recuperação dos dados sobre uma determinada informação ou até mesmo
a própria informação; informar sobre as variações de um determinado item; permitir
que o usuário possa escolher entre variações semelhantes de um item sem que haja
conhecimento prévio algum; permitir que um item encontre seu usuário; permitir
que outra biblioteca possa encontrar um item específico e saber quais itens
existentes em acervos que não o seu próprio.
Em síntese, segundo Mey (1995, p. 9), o catálogo deve ser o canal que levará ao usuário
Assurbanipal, na Assíria, até meados do século XIX os catálogos não passavam de listas ou
O primórdio do que seria hoje o catálogo data de 260 a 240 a.C., onde Calímaco,
bibliotecário, poeta e filósofo da época, realizou a tentativa de criar um arranjo metódico dos
material publicado tornou indispensável a presença dos catálogos, pois agora não se podia
mais encontrar uma pessoa que conhecesse a fundo uma coleção. Essa necessidade de um
crescentes nos livros. Essa atitude ficaria conhecida como a Batalha das Regras (MEY, 1995,
p. 20). Após esta ação outros movimentos semelhantes surgiriam, como o trabalho On the
stereotyped titles, with rules and examples, de Charles C. Jewett em 1850 (DIAS, 1967, p. 3).
Em 1876 foi fundada a American Library Association (ALA) que surgiu tendo como
código da ALA com o título de Catalog Rules : author and title entries, que contou com a
participação de Charles Ammi Cutter que desde 1904, quando publicou a obra Rules for a
catalogação, já visando uma futura cooperação entre bibliotecas, intencionada por Panizzi
Prussianas”, de grande aceitação na Europa, que teve sua origem nas regras compiladas em
1886 por Carl Dziatzko para a Universidade de Breslau, sendo modificada por Fritz Milkau
em 1890, que a transformou no Código da Real Biblioteca de Berlim, até ser publicada
Tentou-se chegar a uma padronização entre os dois códigos mas isto só seria possível
nem todas as bibliotecas concordavam com a catalogação empregada pela LC, pois as fichas
Em 1920 era publicada as Norme per il catalogo degli stampati ou código da Vaticana,
que baseou-se no código da ALA de 1908, apesar da terceira edição já ser considerada
de Janeiro - Biblioteca Nacional - enquanto que em São Paulo ensinava-se o código da ALA
Entre 1934 e 1963 vários trabalhos procuraram criar um código brasileiro para países de
língua portuguesa, porém as idéias não geraram resultados, mesmo podendo-se citar trabalhos
1
Biblioteca do Congresso Americano.
16
Em 1967, a ALA, após várias edições de seu código, edita novas regras em colaboração
com a Library of Congress,dos Estados Unidos, The Library Association, da Inglaterra, e The
American Text que possibilitava catalogar filmes, microfilmes, música, discos, estampas, e
não somente livros como em outros códigos, e ainda incluía novas regras em relação ao
Em 1969 era publicada a primeira versão em língua portuguesa do código, que ficou
Brasil. Em 1978, segundo Mey, (1995, p. 28) era publicada a segunda edição conhecida
como AACR2, traduzida no Brasil entre 1983 e 1985, cujas regras de catalogação descritiva
eletrônico. Duas revisões do AACR2 foram publicadas: “1988 Revision” e “1998 Revision”,
porém não como novas edições já que, com poucas exceções, as mudanças não afetaram as
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), criada em 1946, tendo
(IFLA), a UNESCO criou o Controle Bibliográfico Universal, programa que tomaria a ISBD
17
seus catálogos via web aos seus usuários de forma similar aos catálogos manuais. Porém, logo
perceberam que a linguagem deste novo meio necessitaria de novas formas de apresentação
dos registros, novas formas de acesso ao catálogo. Isto já acontecia, em menor escala, na
Ao longo destes últimos anos as bibliotecas vem oferecendo catálogos on- line que
apesar das suas diferentes formas de apresentação vem buscando um novo padrão, agora mais
estabelecimento de comunicação mais eficiente com seus usuários. Para isto a usabilidade
deverá ser o novo caminho da eficiência para a criação de catálogos com interfaces
adequadas, permitindo que sistemas sejam criados tendo como foco o usuário, suas
necessidades e dificuldades.
a) Catálogos manuais.
- em livros.
- em folhas soltas.
b) Catálogos automatizados.
2
Universal MARC.
18
- em relatório
- em fichas.
- em micro fichas.
usabilidade. Aqui também são incluídos os catálogos em disquetes, cd-roms ou discos rígidos.
utilizadas para permitir a recuperação da informação. Oriundos de listas que tinham como
vantagem reside na facilidade de atualização, muito limitada em outros tipos de catálogos, tais
título, assunto, série e número de chamada. Mas a principal limitação deste tipo de catálogo
automação dos catálogos, já que as novas tecnologias permitem tal forma de combinações,
substituiu os catálogos manuais pelos catálogos automatizados comuns nos dias atuais.
Online Public Access Catalougues (OPAC). Os OPACs “tem sido uma opção popular para
nossa).
serviços em que o foco está centrado nos recursos da coleção de uma biblioteca e uma
comunidade informacional, além de ter o foco centrado nos livros, em oposição a periódicos
uma biblioteca individualmente, porém o avanço da tecnologia fez com que este pudesse
De acordo com Rowley e Farrow (2000, p. 296-297) os OPACs podem ser divididos
em 3 gerações:
permitindo acesso à base pelos seguintes pontos de acesso: título (na forma de frase), número
autor e título.
Nos catálogos OPACs era esperado que a linguagem empregada pelos usuários
estivessem compatíveis com os termos utilizados no sistema, o que criava certas dificuldades
para os usuários, além de ser muito limitado quanto à busca (ROWLEY; FARROW, 2000, p.
296).
problemas permaneceram: a navegação através dos registros era difícil e era necessário
trabalhar com diferentes menus para navegar pela base de dados (ROWLEY; FARROW,
2000, p. 296-297).
c) Terceira Geração: Utiliza interface em linguagem natural permitindo ao usuário criar uma
estratégia de busca, utilizando uma frase em linguagem natural. Passou-se também a utilizar
20
interfaces baseadas em modo gráfico, Grafical User Interface (GUI). Passa a ser comum a
3 A IMPORTÂNCIA DA USABILIDADE
Assim como em qualquer catálogo manual, o catálogo on-line tem como função ser um
canal de comunicação que permita que o usuário possa identificar e localizar o que necessita e
informação desejada. Porém, com a Internet surge uma nova discussão: Como será a estrutura
dados na ficha catalográfica não ser de conhecimento de boa parte dos usuários, era
estabelecida.
informação continuou sendo necessária, porém agora com novas perguntas, pois além das
dúvidas sobre a estrutura dos dados apresentados, ocorrem problemáticas quanto à interface
programas de automatização, o que fazia com que alguns programas apresentassem os dados
dos registros no formato de uma ficha catalográfica tradicional e limitassem a busca aos
pontos de acesso mais comuns, ou seja, autor, título, assunto e série. Porém, com a presença
das instituições na Internet a interface passou a ser uma das principais discussões no processo
Por essa razão, passa a ser cada vez mais necessária a introdução de estudos de
usabilidade na criação dos novos catálogos, que passam a ser elaborados tendo em vista não
apresentar interfaces que possam interagir com o usuário de forma mais eficiente. Entretanto,
no Brasil estes estudos aplicados a catálogos on- line são discussão nova, abordada até agora
outros produtos físicos tradicionais, o catálogo manual não dependia da usabilidade para que
usabilidade ganha importância, pois agora o usuário, primeiro testa o produto para saber se irá
continuar usando aquele serviço, como é colocado por Jakob Nielsen (2000, p. 10):
acessar o conteúdo deles do modo mais efetivo.” Para Nielsen (1993 apud GÜELL;
tanto o critério que os sites têm que satisfazer para ser utilizáveis, como métodos sistemáticos
para avaliar tal critério” (GARZOTTO, 1998 apud GÜELL; SCHWABE; BARBOSA, 2001,
p. 2).
usabilidade se preocupa em projetar e avaliar a usabilidade que tem como métodos: teste
direto com usuários, para avaliar o uso da aplicação e testes realizados por especialistas com o
destina. (GÜELL; SCHWABE; BARBOSA, 2001, p. 3). O teste com usuários se torna
primordial para a avaliação em sites, pois permite analisar como o usuário interage com a
máquina, possibilitando a projeção de novas interfaces cada vez mais centradas no usuário,
permitindo assim melhor qualidade de uso (NIELSEN, 1997 apud GÜELL; SCHWABE;
2001). Estes problemas são definidos como “[...] um aspecto do sistema e/ou uma demanda
alcance de suas metas” (LAVERY et al., 1997 apud LIMA; SARAIVA, 2001). O mesmo
autor (LAVERY et al., 1997 apud LIMA; SARAIVA, 2001) aponta como componentes
adequação dos signos, palavras e ícones, utilizados com a finalidade de analisar se a interface
está transmitindo a informação desejada pela pessoa ou instituição que desenvolveu o site.
primordiais na preparação de sistemas com uma boa qualidade de uso. Será enfatizado a teoria
de como projetar interfaces para catálogos on-line de forma a ser compreendido e usável pelo
usuário final.
1990, p. 1, tradução nossa) como "reunião de processos, diálogos, e ações que o usuário
humano utiliza para interagir com um computador". De acordo com Carvalho (1994, p. 7) a
Norman (1986) utiliza-se do conjunto de tarefas executadas pelo homem para refletir
conceitual por ser grandiosa o número de variáveis com o qual o ser humano pode realizar
para entender uma tarefa. As variáveis psicológicas e físicas são resumidas de acordo com os
seguintes aspectos:
As variáveis psicológicas e físicas são responsáveis pela criação da teoria da ação que
trata da forma como uma pessoa interage com o sistema, máquina, computador, sendo
definida como:
Enquanto a qualidade está ligada ao abismo entre a execução de uma tarefa e sua avaliação
gerando questões a serem tratadas pelo desenvolvedor. O ideal para o bom funcionamento do
que permitam que o usuário possa chegar as suas respostas requeridas sem que haja grandes
sistema deve estar ma is próximo possível do usuário para se vencer os abismos existentes
entre sistema e usuário, ou seja a interface deve estar pronta para responder aos objetivos dos
usuários.
26
[De inter- + face.] S. f. 1. Fís. Superfície em que separa duas fases de um sistema. 2.
Dispositivo físico ou lógico que faz a adaptação entre dois sistemas. 3. Proc. Dados.
Interconexão entre dois equipamentos que possuem diferentes funções e que não
poderiam se conectar diretamente como, p.ex., o modem [q. v.].
Em outras palavras, interface é o nome que se dá a algo que serve de ligação entre
dois sistemas, independente da estrutura dos mesmos. No caso de sistemas que se
caracterizam pelo processamento de informações (sistemas cibernéticos), a interface
serve como elo de comunicação (um tradutor de informações), entre ambos.
Carey (1988 apud CARVALHO, 1994) também define interface como “um ponto de
contato entre duas entidades. Para ela as interfaces entre o computador e os seres humanos
manipulação.”
sendo o homem como usuário e o computador. Mayhew (1992 apud CARVALHO, 1994)
humano, visto como um subsistema, se comunica com o computador, visto também como um
interface bem projetada as dificuldades de uso pelo homem tendem a acabar. Para
Shneiderman:
27
É bom salientar que projetar uma interface é muito mais que projetar telas e ícones
agradáveis, mesmo que estes elementos sejam importantes para a criação de uma interface. O
conforto no ato de uso é um elemento muito mais complexo. O que o usuário busca são
sistemas que funcionem de forma devida e não o número de funcionalidades que este pode
ter. Isto demonstra que um bom sistema, em relação as suas funcionalidades, pode parecer ao
usuário um sistema inferior a outro com um menor número de funcionalidades por ter uma
interface defasada. Isto se faz pelo fato de a interface não ser preparada para facilitar o uso,
Por fim se conclui que a interface é o elemento que irá trocar informações entre usuário
e sistema, no caso deste trabalho, o catálogo on- line. Esta interface deverá corresponder às
28
necessidades do usuário, suas expectativas e não tratá- lo como um ser que busca a informação
sem considerar as informações que este já adquiriu ao longo de sua vida. A interface deverá
ser desenvolvida por estudos de usabilidade que irão trazer respostas quanto às suas falhas na
interação com o usuário, permitindo assim a construção de novos sistemas que facilitem o
houve uma busca em padrões e normas onde o produto final estivesse centrado efetivamente
Twidale e Nichols (1998 apud LIMA; SARAIVA, 2001) “consideram que, para resolver
catálogo como principal ferramenta], estes precisam ser projetados para serem utilizados
pelos “iniciantes perpétuos”, ou seja, o sistema deve estar voltado para as necessidades do
usuário. Para verificar esta necessidade de focar o usuário como centro do estudo esta
Nos anos 30 e 40 correntes teórico- metodológicas que pesquisam a recepção dos meios
receptor puro, que receberia a informação do meio sem interferências suas fazendo com que
29
abordagem tradicional da recepção (LOPES, 1993; OROZCO, 1991 apud FERREIRA, 1995,
p. 2).
Apenas nos anos 60 é que as vontades, intenções do receptor passariam a ser levadas em
consideração, porém, o meio, o sistema, ainda era o centro da pesquisa, pois a grande
O grande avanço aconteceria a partir dos anos 70 quando passou-se a considerar que o
receptor não chegava ao meio sem informação alguma, mas repleto de atitudes, idéias e
informação enviada não é igual a recebida, que as pessoas mudam e que o conhecimento não
é absoluto (MORRIS, 1994 apud FERREIRA, 1995, p. 3). O usuário é visto sob uma forma
Esse contexto tradicional tem estabelecido não somente um modo para organizar,
mas também para disciplinar e reconhecer o próprio conhecimento. Dois aspectos
importantes nesta organização tradicional do conhecimento são questionados: a
irrelevância dada a possíveis incongruências entre o que está contido no problema
do usuário e o que está contido na pergunta por ele formulada e a falta, nos sistemas
de informação, de mecanismos para identificar como o usuário pretende usar a
informação e quais são suas definições sobre relevância da informação,
(MACMULLIN; TAYLOR, 1984 apud FERREIRA, 1995, p. 4).
Coelho Netto já atentava para o fato dos sistemas estarem centrados na instituição,
A informação não mais se configura como “tijolos” colocados uns sobre os outros,
mas sim como a “argila”, à qual o próprio indivíduo dará o formato, a consistência e
o sentido que lhe convier (DERVIN, 1983b apud FERREIRA, 1995, p. 5).
Modelo baseado na idéia de que “os usuários escolhem que informação é útil”
(TAYLOR, 1986 apud WEITZEL, 2002a, p.1) para solucionar problemas. As pesquisas
realizadas pelos usuários são influenciadas por elementos relacionados ao contexto de suas
informacional que é explicado pelo modelo denominado de IUE baseado nos seguintes
problemas.
3
Information Use Environments.
31
informacionais.
dado pelo usuário que está colocado dentro de um contexto particular e desenvolve critérios
b) Sense-Making
estudos dessa linha de pesquisa foi iniciado em 1972 pela Professora Dra. Brenda Dervin para
seus relacionamentos com instituições, mídias e como usam a informação neste processo.
adquiridas externamente, como elas o ajudam a construir sua realidade e direcionam seu
comportamento.
- Um prognóstico para o comportamento do indivíduo deve ser focalizado nas suas situações
de mudança.
encontrar respostas para situações diversas, incluir-se num meio social, passando a ser visto
informação na vida humana e sua busca são meios de auxiliar o ser humano a solucionar
problemas e localizar recursos. O processo de busca deve-se basear em um sistema onde cada
ser humano possa interagir de acordo com as suas necessidades, suas realidades e seus
informação. Este usuário irá buscar a informação a partir de experiências vividas, o que
obriga que o sistema a interagir com o usuário para que este possa obter um resultado
satisfatório. Caso não haja a interação entre sistema e usuário as dificuldades da recuperação
4
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Linha de pesquisa comandada por Sueli Mara
S. P. Ferreira .
33
mais conhecida. Es ta avaliação permitirá que interfaces interativas sejam construídas tendo
antes que o produto final seja disponibilizado ao usuário ou rever interfaces que não estejam
Este trabalho irá utilizar-se da avaliação heurística como teste, mas deve-se ressaltar a
grande utilidade de usar métodos que interagem com o usuário, pois o sistema deve ser feito
visando as suas necessidades. Torna-se necessário destacar que este método foi considerado o
ideal para a realização deste trabalho já que a finalidade do mesmo é de despertar o interesse
de um catálogo on- line a afim de criar interfaces cada vez mais centradas no usuário.
34
avaliar uma interface web em 1994, num estudo para o web site da Sun Microsystems
(NIELSEN; SANO, 1995 apud WINCKLER, 2001, p. 17). O teste foi desenvolvido por
Nielsen e Milich e constitui da inspeção sistemática da interface do usuário com relação a sua
O avaliador analisa a interface tendo como fim julgar a sua adequação e comparar a
princípios de usabilidade reconhecidos, as heurísticas. São dez as regras heurísticas para guiar
As interfaces de usuários devem ser o mais simples possível (WINCKLER, 2001, p. 17).
A interface deve responder aos anseios do usuário para que este possa realizar suas tarefas
informação apresentada na interface deve ser compatível com a informação que o usuário
deseja encontrar estando nos lugares onde for cabível e necessária. É importante também
haver uma seqüência lógica das telas de modo que o usuário tenha maior produtividade ao
realizar as suas tarefas. O melhor é permitir que o usuário controle o diálogo com o sistema o
usuário e não a terminologia do sistema. Logo, deve-se verificar os termos mais utilizados
pelos usuários.
Uma das formas de análise é verificar os termos utilizados em grandes sites do gênero,
pois se não for a linguagem mais adequada ao vocabulário do usuário pelo menos estará
havendo uma padronização terminológica pelo site mais visitado (WINCKLER, 2001, p. 18).
usabilidade. A interface deve deixar o usuário livre para utilizar o sistema sem lembrar de
Algumas regras devem ser apresentadas para guiar o usuário na utilização da interface,
porém não deve existir um número exaustivo de regras, pois, estas seriam informações que o
usuário teria que aprender e/ou lembrar a cada vez que usar o sistema. É aconselhável o uso
de comandos genéricos o que possibilita que o usuário possa realizar várias tarefas sem a
d) Consistência
Consistência é um dos principais elementos da usabilidade, pois este levará o usuário a dar
Se os usuários souberem que um mesmo comando ou uma mesma ação terá sempre
o mesmo efeito, eles ficarão mais confiantes no uso do software, e serão encorajados
a fazerem novas descobertas. A mesma operação deverá ser apresentada na mesma
localização em todas as telas e deverá ser formatada da mesma maneira para facilitar
o reconhecimento (WINCKLER, 2001, p. 18).
e) Feedback
Este é um retorno que o sistema deve dar ao seu usuário não permitindo que este fique
O tempo de resposta influi no tipo de feedback que deve ser dado ao usuário. Um
décimo de segundo (0,1s) é o limite para o usuário pensar que o sistema está
reagindo instantaneamente, o que significa que nenhum feedback especial é
necessário; um segundo (1,0s) é o limite para que o fluxo de pensamento do usuário
não seja interrompido, mesmo que o usuário perceba uma certa demora; e dez
segundos (10s) é o limite para manter a atenção do usuário focalizada no diálogo. As
vezes feedbacks especiais são necessários para contextualizar uma navegação mais
demorada do usuário (WINCKLER, 2001, p. 18).
“De modo a fazer com que o usuário sinta que pode controlar o software [catálogo on-
line], deverá ser fácil sair das situações mais variadas possíveis” (WINCKLER, 2001, p.
18).
g) Atalhos
Os atalhos permitem que os usuários utilizem algumas opções mais rapidamente sem a
necessidade de voltar à página inicial. Este recurso possibilita alcançar qualquer parte do site
Deve-se evitar árvores navegacionais muito extensas para que certos conteúdos ou
recursos não fique m muito distantes da página inicial obrigando o usuário a navegar por
várias páginas até chegar ao ponto em que deseja. Uma das formas de permitir o acesso a
37
qualquer parte do site é criar um mapa de navegação do site contendo links para todas as
páginas.
“As mensagens de erro devem seguir algumas regras: linguagem clara e sem códigos.
Devem ser precisas. Devem ajudar o usuário a resolver o problema. Não devem intimidar ou
i) Prevenir erros
situações que mais provocam erro, sempre é possível modificar a interface a tornar muito
j) Ajuda e documentação
“O melhor é se ter um software que seja tão fácil de usar que não necessite de ajuda ou
A avaliação heurística não tem como finalidade encontrar todos os problemas de uma
interface, pois existe apenas um avaliador, uma só visão dos problemas. Entretanto, pode-se
utilizar um maior número de avaliadores procurando cuidar para que a comunicação entre os
avaliadores só se dê após o final da avaliação. Dessa maneira será possível obter avaliações
38
avaliação heurística, na elaboração de catálogos on- line, o estudo de caso aqui apresentado irá
Método de avaliação que conta com a participação do usuário para realizar algumas
usabilidade, salas fechadas com câmeras para filmagem do teste instaladas em espelhos falsos
não permitindo que o usuário perceba que o avaliador está observando. As câmeras devem
focalizar o rosto do usuário a fim de ver suas reações e a tela do monitor para ver suas
atividades e dificuldade. Porém, caso haja apenas uma câmera, é aconselhável que esta
focalize apenas a tela do monitor. A gravação servirá como um material para uma equipe
Nielsen (1993 apud WINCKLER, 2001, p. 21) sugere o uso de cinco usuários no teste
por considerar que este é um número ideal para identificar aproximadamente 70% dos
deixar que este utilize a interface livremente. A indicação ou não de tarefas dependerá dos
usuários selecionados, pois se este forem iniciantes torna-se interessante predefinir tarefas, já
que este por desconhecimento da interface poderia não utilizar certos recursos excluindo-o da
39
avaliação. E por outro lado, um usuário experiente pode acrescentar novidades nas formas de
usar certos recursos da interface descobrindo alguns problemas de usabilidade. Sendo assim, é
Durante o teste o usuário deve dizer tudo que sente e pensa sobre a interface. Porém,
por não ser este um modo muito natural de agir, o avaliador precisa criar perguntas que o
dúvidas que permitem indicar problemas, não sendo possível observar estes problemas caso o
Neste método não é o usuário que testa a usabilidade de uma interface, mas o
avaliador. O usuário é apenas uma fonte para levantar problemas reais difíceis de serem
3.4.3 Questionários
Este método tem como benefício coletar informações subjetivas sobre a qualidade da
interface através de usuários reais, podendo-se comparar estas informações a dados pessoais
como o perfil do usuário. A principal vantagem deste método é permitir ao avaliador aplicar
vários testes simultaneamente em locais diferentes. Outras vantagens são: identificar o perfil
Para Winckler (2001, p. 25) são análises feitas pelos usuários de problemas de
de uma função necessária. Este tipo de análise é realizada pelo próprio usuário não
webmasters e a equipe de manutenção. Porém, geralmente, estes não são responsáveis pelo
Um suporte mínimo pode ser oferecido aos usuários de modo a lhes facilitar a tarefa
de descrever incidentes críticos. Este suporte pode ser feito na forma de um
treinamento rápido que visa ensinar usuários à reconhecer um incidente crítico e à
descrevê-lo. Este tipo de treinamento é recomendado especialmente no caso de
Intranet ou quando usuários representam um público cativo, como no caso de cursos
de treinamento a distância, por exemplo. Outra solução é oferecer questionários que
permitam aos usuários descrever o cenário de ocorrência do problema
(WINCKLER, 2001, p. 24).
sistema. Teoricamente parece ser o método ideal de avaliação, mas um dos maiores problemas
está relacionado com a identificação de quais tipos de dados são úteis e como analisá- los,
sendo normalmente difícil entender as informações coletadas sem que o usuário explique suas
5
Arquivos de logs são arquivos emitidos pelo sistema durante a sua utilização pelo usuário enviando
informações sobre o usuário e seus passos no uso do sistema. Os dados que normalmente são indicados neste
arquivo são: o IP da máquina utilizada pelo usuário, data e horário da solicitação, nome do arquivo solicitado,
identificação do navegador do usuário, página onde o usuário selecionou o link e erros de solicitação de arquivo
(WINCKLER, 2001, p. 25).
41
No caso da Web, os registros em arquivos de log mantidos pelos servidores não são
suficientes para analisar toda a interação do usuários. Isto ocorre quando usuários
usam browsers off line, com cache local ou servidores proxy, que mascaram as
requisições evitando o acesso direto ao servidor. As ferramentas mais freqüentes
para análise de logs apenas realizam estatísticas de acesso das páginas mais visitadas
e, em alguns casos, a origem e os usuários mais freqüentes. Entretanto estas
informações não dizem muito sobre a usabilidade (WINCKLER, 2001, p. 25).
Os dois aspectos mais positivos deste tipo de teste está relacionado aos erros
encontrados que permitem ver links que contenham problemas e a possibilidade de analisar os
termos utilizados por usuários no ato de uma busca, muito proveitoso para que uma biblioteca
possa avaliar melhor os termos utilizados na indexação e suas relações permitindo ao usuário
4 ESTUDO DE CASO
on- line, entende as funções do sistema. A finalidade deste estudo de caso é demonstrar a
neste caso o acesso do catálogo ao público. O teste será realizado tendo como objeto de
Fundada em 1976 a Biblioteca Central da Unirio foi criada para dar à Federação das
Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ) a estrutura mínima exigida
pelo MEC para que esta instituição fosse reconhecida como universidade.
Em 1977 passou a ocupar o espaço onde hoje funciona o Arquivo Central no prédio da
Em 1988, a Biblioteca Central foi transferida para sua sede atual, na Av.Pasteur, 436,
passando a dividir especo com a Biblioteca do Centro de Letras e Artes sendo expandida em
1997.
por livros, folhetos, periódicos, teses, dissertações, monografias, partituras, discos, textos de
peças teatrais, programas de teatro, além das bases de dados, abrangendo as áreas Biomédicas,
Exatas, Humanas e Artes. Merece destaque, ainda, a coleção de obras raras e especiais da
Biblioteca Central compondo assim 188.000 itens. Entretanto, o catálogo on- line, que tem
43
Para a realização do teste foi utilizado em todas as tarefas um computador AMD K6-II
Internet se faz por linha telefônica analógica utilizando-se um modem com conexão média de
avaliação do catálogo que está em estudo como forma de avaliar a usabilidade. Como é feito
em avaliações heurísticas cada problema apresentado irá ser agrupado em uma tabela que
três - onde um significa que o problema não é grave, dois, um problema médio e três um
usuário, neste caso o avaliador 6 , não haverá regras para aplicar a pontuação da severidade do
problema tendo o avaliador a liberdade de aplicar a pontuação de acordo com sua visão de
mundo e anseios.
6
Neste caso, o avaliador é o próprio autor da pesquisa.
44
distribuição dos elementos na tela. Estes aspectos afetam a interface na medida em que pode
incluindo um menu à esquerda com três botões permitindo o acesso para dados sobre o
sistema levará o usuário a uma tela, figura 1, onde um menu lateral esquerdo indica os dois
Ao escolher o item livros chega-se ao Formulário de consulta para livros, figura 2, que
contém na parte superior algumas instruções gerais e três campos de busca: autor, título e
Ao realizar uma busca por um dos campos do “formulário de consulta” para livros, a
tela de resultados em lista, figura 3, que aparece é uma seqüência de referências sobre os itens
grande problema é que para muitos usuários o padrão de referência bibliográfica não é de
leitura comum e não há indicação alguma de que o último número apresentado na seqüência
por mais uma etapa, ou seja, clicar sobre a referência para localizar o item na biblioteca. No
entanto, o usuário pode confundir a notação ao final da referência como o número a ser
anotado para a localização do item e não seguir a tela seguinte onde haverá a notação do
exemplar.
46
composto pelo código de classificação e notação de autor, confundindo o usuário sobre qual
número deve ser adotado para encontrar a obra. Normalmente um catálogo em linha, que
relacionado ao título e o número de chamada para cada exemplar. Nesse caso o número de
chamada está relacionado ao registro como um todo e não existe o número de chamada
seqüência lógica das telas, dificultaram a imagem do sistema para o usuário, afetando o
termo utilizado para nomear o catálogo e o segundo está relacionado às siglas adotadas para
no texto de apresentação da biblioteca existe um link para o catálogo on- line enquanto no
menu lateral esquerdo há um link para acervo, figura 4, passando a biblioteca adotar dois
Unirio utilizam-se dos seguintes códigos CCH7 , CLA8 , CCBS 9 e CCET10 , conforme
apresentado na lista de bibliotecas apresentada pelo próprio site. Sendo assim o código URH,
e outros adotados (URA, URE, URB, URM), tornam-se desconhecidos por não serem
7
Centro de Ciências Humanas e Sociais .
8
Centro de Letras e Artes.
9
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.
10
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia.
49
As únicas regras informadas pelo catálogo estão na parte superior de cada formulário
artigos ou outras palavras não significativas, o uso do asterístico para busca do radical e
aponta para a não preocupação entre a utilização de letras maiúsculas, minúsculas ou acentos,
figura 7. Porém, faltam regras comuns a maioria dos catálogos on- line que são os operadores
booleanos.
Não existe informação alguma sobre o uso ou não os operadores mais comuns pelo
sistema, ou seja, “e”, “ou” e “não” e qual é operador default. Somente realizando uma
50
consulta pode-se descobrir que o sistema tem como default o operador “ou”. Também
realizando-se testes pode-se descobrir que o operador “e” é simbolizado pelo sinal asterístico,
4.3.4 Consistência
vezes nem aparecem como pode ser visto nas figuras 8 e 9. Na figura 8, Formulário de
do registro, figura 10, simplesmente não existe nenhum link de navegação obrigando o
11
Browser ou navegador são programas para visualizar páginas da Internet.
51
4.3.5 Feedback
52
browser, um feedback sobre o que o sistema está processando o que seria bastante importante
para pesquisas com termos que processam um grande número de registros como resultado.
na figura 11, mas somente sobre a ação já realizada. Está indicado a coleção pesquisada, a
O usuário deve sentir que pode controlar o sistema podendo cancelar operações ou
retornar a situação anterior (WINCKLER, 2001, p. 18). Num site web, como um catálogo on-
line esta situação é marcado pelo botão voltar. No catálogo do Sistema de Bibliotecas da
Unirio está descrito como “retornar”. Porém, nem todas as telas possuem este recurso. Apenas
link “nova pesquisa” não significa um retorno, mas um link para o formulário de pesquisa. Na
53
tela de dados completos não existe recurso algum que permita a volta na página anterior,
4.3.7 Atalhos
catálogo de livros para o catálogo de periódicos e nem realizar a operação no sentido oposto.
A única forma é retornar à página inicial do catálogo. Não existe atalhos que permitam da tela
link”selecionados” da tela de resultados em listas, figura 12. A mensagem que expressa por
“não existe nenhuma seleção” não esclarece as principais dúvidas que o usuário tende a ter
num momento como este: Que seleção? e como selecionar?. A mensagem torna-se genérica e
não explica como o usuário deve proceder para chegar a uma performance melhor.
54
Outra mensagem apresentada pelo sistema, figura 13, está relacionada a buscas de
encontrado. verifique os termos utilizados” é simples e direta não deixando dúvidas para o
usuário. O único elemento que falta é uma explicação sobre como utilizar os termos, pois
deve-se orientar o usuário para uma busca correta e eficiente e não somente informar que este
errou.
Os erros descritos no item acima poderiam ser evitados caso fosse explicado como o
usuário pode efetuar uma boa busca, informando como os termos costumam ser apresentados,
Porém, um catálogo on- line é um sistema repleto de recursos e apresentado sob regras de
documentação que o ajude a utilizar o sistema. Entretanto o catálogo on- line do Sistema de
indicada na parte superior dos formulários de consulta fazendo com que o usuário perca sua
Como, “tip icamente, uma sessão de avaliação heurística dura entre uma e duas horas,
o resultado é uma lista de problemas de usabilidade, indicando qual ou quais princípios foram
de Bibliotecas da Unirio. O quadro é forma por três itens: Descrição dos problemas, grau de
5 CONCLUSÃO
catálogo para que seja possível compreender melhor as expectativas dos usuários e criar
oferecer catálogos coletivos remotos, ou seja, que permitam recuperar itens de várias
bibliotecas e sem que haja uma ajuda externa como a realizada por bibliotecários de
catálogos.
Para evitar estes problemas, permitindo assim que o catálogo seja um canal de
comunicação sem ruídos, sua interface deve interagir com o usuário, funcionando para que
O principal fator que muda neste novo meio de comunicação é que o catálogo não
pode mais responder apenas às necessidades das instituições, mas deve estar sempre centrado
nos usuários, seus anseios, suas necessidades, considerando estes como indivíduos que irão
buscar a informação desejada tendo como parâmetro seus conhecimentos prévios. Sob esta
premissa cada usuário elabora estratégias diferentes para recuperar a informação obrigando o
iniciantes e leigos.
59
Outro fator de grande importância nos tempos atuais é a velocidade com que se
apontava que a biblioteca deve poupar o tempo do usuário. Porém sistemas mal elaborados,
sem interação com o usuário, podem aumentar o tempo utilizado na recuperação de uma
confecção de um catálogo on- line. As avaliações de usabilidade não tem como finalidade
para o intercâmbio, mas criar interfaces que possibilitem maior compreensão pelos usuários e
qualidade de uso.
A usabilidade também estará avaliando a seqüência lógica das telas quanto ao uso dos
sempre intuitivo para que o usuário não necessite recorrer a manuais e documentações
extensas que exigem tempo e para que uma vez aprendido a forma de uso não se necessite
avançada tecnologia em introduzida não é mais possível criar um padrão único para a
apresentação de um catálogo, pois a todo momento novos recursos estão surgindo e com estes
novas complicações sobre como devem ser apresentados os dados e se irá ou não ajudar o
Avaliar a usabilidade de um catálogo on- line é fazer com que o catálogo mantenha sua
função de permitir o acesso da informação, fazendo com que o usuário possa aproveitar o
máximo possível este serviço oferecido pela biblioteca. As abordagens teóricas apresentadas,
60
tais como a Interação Homem-Computador, Sense making entre outros fundamentam sua
para a Biblioteconomia.
Estudos envolvendo teste de usabilidade com usuários em catálogos on- line são
emergenciais, no Brasil, a fim de construir massa crítica para permitir a evolução das
interfaces dos catálogos on-line no país e conseqüentemente melhorar o nível das pesquisas
REFERÊNCIAS
______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro,
1989.
BARBOSA, Alice Príncipe. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro: Brasilart, 1978.
245 p.
COCKRELL, Barbara J.; JAYNE, Elaine Anderson. How do I find an article?: insights from a
web usability study. The Journal of Academic Librarianship, [S.l.], v. 28, no. 3, p. 122-
132. May 2002.
LIMA, Maria Esther Russo; SARAIVA, Sérgio Dagoberto Oliveira. Princípios ergonômicos
aplicados à garantia da qualidade de interfaces para sistemas de recuperação da informação.
In: CONGRESSO NORDES TE DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, GESTÃO
INFORMAÇÃO E MODERNIDADE, 1., 2001, Natal. Anais... Natal: União Brasileira para a
Qualidade, 2001. Disponível em: <http://www.digi.com.br/ubq/anais/artigo ergonomia_m
od.doc>. Acesso em: 25 dez. 2002.
MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à catalogação. Brasília: Briquet de Lemos, 1995. 123
p.
______. Information needs and uses. 2002. Trabalho apresentado como requisito parcial
para aprovação na Disciplina Acesso à Informação Via Redes Eletrônicas. Escola de
Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002b.
WINCKLER, Marco. Ava liação de usabilidade de sites Web. In: WORKSHOP SOBRE
FATORES HUMANOS E SISTEMAS COMPUTACIONAIS, 4., 2001, Florianópolis
[Trabalhos apresentados]. Fortaleza, 2001. Disponíve l em: < http://lihs.univ-
tlse1.fr/winckler/publications/2001/WebAval-IHC2001.zip/(apostila)WebAval-IHC-2001.pdf
>. Acesso em: 26 dez. 2002.