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Como atuar para mudar essa realidade do ensino no Brasil, pois muito se
fala e escreve, mas nada de efetivo acontece, do que adianta se discutir,
argumentar, envolver-se em congressos, pesquisas se todo esse conhecimento
dos problemas que acontecem no ensino não chegam, efetivamente, a mudança
de comportamento em sala de aula, no papel exercido pelo educador, ora por
resistência do mesmo, com dúvidas ao que essa mudança pode causar no seu
próprio desempenho e papel como educador, de que forma os alunos e a
sociedade irá receber essas mudanças no processo ensino-aprendizagem que
precisa mudar para finalmente integrar a vida do aluno ao estudo que realiza no
ambiente escolar, como levar esses conhecimentos para sua vida na sociedade e
inserir no contexto de suas atividades do dia-a-dia.
OBJETIVOS
JUSTIFICATIVA
Para o desenvolvimento deste trabalho, levou-se em consideração uma
constatação pessoal, após 8 anos consecutivos de atuação com alunos de ensino
médio no desenvolvimento da disciplina de química e a partir de discussão entre
colegas professores de química, que há muito tempo vêm discutindo e levantando
hipóteses sobre os motivos que levam ao desinteresse dos alunos de ensino
médio, na 3ª. Série, pela disciplina de química no que concerne à continuidade de
seu estudo em âmbito de ensino superior ou mesmo no de buscar saber e
descobrir o quão presente e importante ela é para si e para o mundo ao seu redor.
Uma das causas prováveis é o fato da mesma ser em muitos casos ou na maioria
deles ser desenvolvida sem qualquer ou com um mínimo de contextualização e
socialização de seus conteúdos. Desta forma uma das melhores maneiras de se
trabalhar nesse sentido é buscar o desenvolvimento de projetos interdisciplinares
que atentem para temas atuais e presentes na vida do aluno e da comunidade em
que ele está inserido.
Procurar também criar entre os alunos uma maior interação e discussão
sobre temas atuais em que eles podem expor suas idéias, dúvidas e até mesmo
buscar soluções no âmbito social e pessoal a partir de seu aprendizado na escola,
desta forma buscar tornar o processo de aprendizagem, algo não apenas
necessário, mas presente e participativo no mundo e na vida social do aluno.
A contextualização e socialização de determinados conteúdos têm como
uma das mais importantes ações de desenvolvimento do processo de
aprendizagem, pois possibilita levar aluno a pensar, tirando o aluno do papel de
expectador passivo, faz com que ele se torne peça chave no processo de ensino-
aprendizagem. Segundo Stein (apud PCN, 1999) na aprendizagem
contextualizada o aluno busca desenvolver o pensamento de ordem superior em
lugar da aquisição de fatos independentes da vida real; sobre o processo, assume
que a aprendizagem é sócio-interativa, envolve necessariamente valores, a
negociação permanente do próprio significado do conteúdo entre os alunos
envolvidos.
A orientação de estudos e a inclusão de um tema social têm sim um
caminho para levar o aluno a aprender a gostar e entender o porquê estudar
química orgânica no ensino médio, usando um problema muito freqüente hoje em
nossa sociedade que a dependência e a crescente ampliação do número de
adolescentes na faixa etária de 15 aos 20 anos que consomem
indiscriminadamente bebidas alcoólicas. Desta forma o aprendizado passa a ter
não apenas um aspecto de ensino, mas um forte apelo social e adquire valor e
significado para o aluno.
O aluno consegue entender mais determinados conceitos científicos,
quando ele consegue ver a aplicação prática e/ou real ligado ao seu mundo e
universos social. Segundo Vygostky (1998, p. X)
Esse trabalho foi desenvolvido com 48 alunos do ensino médio com idade
variando de 16 a 18 anos de uma escola da rede particular, o Colégio Radial.
Inicialmente foi apresentado o programa de química orgânica que seria estudado
no semestre e explicado como seria abordado cada conteúdo da disciplina.
Para o aprofundamento dos conteúdos foi realizado um questionamento
verbal sobre inúmeros temas sociais que envolvem a química orgânica que
poderiam ser estudados de forma contextualizada.
, como alcoolismo, combustíveis, poluição, conservação ambiental, entre
outros para junto aos alunos identificar qual o tema gerador de aprendizagem
seria mais interessante a ser abordado e que fosse o ponto de partida para essa
nova estratégia de formação do processo ensino-aprendizagem. Dentre esses
temas apresentada de forma clara e aberta foi feita uma votação individualizada e
pessoal pelos alunos de qual deveria ser o tema gerador desse processo inicial de
desenvolvimento da aprendizagem de Química Orgânica na 3ª. Série do ensino
médio. Os alunos por meio de diálogos abertos e explanação de idéias de cada
um com total liberdade de expressão e manifestação, para a escolha do tema que
seria o objeto de nosso projeto de pesquisa para uma inter-relação entre a
Química, a vida social do aluno e a inserção do conteúdo no seu mundo real e
vivência diária. Escolhido o tema gerador do nosso projeto de socialização e
contextualização do conteúdo para a função álcool: ALCOOLISMO, provendo
assim a explanação que se trata de um aspecto que envolve o estudo da referida
função. Num segundo momento foi aplicado um questionário do qual constavam
inúmeras questões nas quais se buscava conhecer o aluno com relação ao seu
enquadramento sócio-econômico e cultural, com questões como nome, sexo,
idade, profissão do pai e da mãe, local de residência, principais atividades
culturais e de lazer para ter um “esqueleto” fiel de quem é o nosso aluno alvo do
projeto e da pesquisa. Aplicação de um questionário se fez necessário para
termos base de como o aluno se comportou durante todo o processo e que mudou
de suas concepções, após o desenvolvimento do projeto e do trabalho de
pesquisa desenvolvido por ele próprio. Após a escolha do tema gerador, foram
formados grupos de 6 alunos num total de 8 grupos em que através de sorteio os
temas envolvendo álcool, alcoolismos e suas aplicações etc. foram distribuídos os
temas, onde ficou definido também por sorteio a forma e data de apresentação
dos trabalhos que constavam de uma parte escrita, outra na forma de slides ou
filme para lustrar o trabalho e uma apresentação formal de cada grupo para os
demais membros da sala em que cada aluo de acordo com o dinamismo do
próprio grupo decidiram como seriam a ordem de apresentação, num período de
20 a 30 minutos no máximo para que depois fossem abertos os debates e
discussões envolvendo dúvidas dos demais alunos, questionamento do professor
referente à forma de apresentação e exposição do trabalho como questões
relevantes de aspecto positivo em críticas sobre todo o desenvolvimento.