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AOS QUE TOMBARAM NAS LUTAS QUE NÃO COMEÇAMOS.

- Repúdio a Farsa do Caso Zuzu no “Linha Direta”

Produzido pelo TERNUMA Regional Brasília

1. Uma Visão

Algumas características marcam a constante guerra


psicológica que um poderoso segmento da imprensa move
contra os que combateram os militantes e aliados das
organizações terroristas na luta armada:
a. fazer crer que a luta era contra a ditadura militar, o que
não é a verdade, pois os líderes das Organizações Militaristas
(Partidos e Organizações Político-Militares (OPM), dissidentes
do PCB, da POLOP, do PORT e da AP, eram herdeiros da
ortodoxia marxista-leninista ou da revolucionária “Teologia da
Libertação”, cujo objetivo comum era a conquista do Estado,
antes ou após 1964, jamais descartando a ruptura pela via
armada, visualizada como inevitável, num dado momento
histórico, dependendo apenas do grau da resistência da
burguesia ao triunfo liquido e certo das forças "progressistas”;
b. utilizar fatos, dados, e acontecimentos verdadeiros,
explorando e ampliando os erros dos adversários, pari passu
com a inserção de meias verdades, atenuação ou ocultação de
suas farsas ou descalabros;
c. forjar acontecimentos, com personagens
imaginários ou verdadeiros, em entrevistas ou
depoimentos manipulados e difundidos com a maior
desfaçatez, como já foi fartamente demonstrado no site do
TERNUMA;
d. utilizar de forma eficiente e até maquiavélica, certas
datas, referentes às:
- mortes de seus ídolos, tais como Che Guevara,
Marighella, entre outros;
- Revoluções Russa, Chinesa e Cubana;
- comemorações do “31 de Março”, do dia do Exército,
do dia de Caxias, da Intentona Comunista e semelhantes,
inundando a mídia com artigos, entrevistas e depoimentos, que
de forma direta ou não exploram assuntos de caráter antimilitar
com espírito de vendeta, a fim de manter vivas as cicatrizes de
uma luta fratricida, cuja responsabilidade lhes coube e que
teimam em querer transferir;
e. difundir matérias a reboque de obras de “arquitetada
projeção” de autores de renome, militantes ou simpatizantes da
fraternidade comunista:
- desencavando pretéritas reportagens, desarquivando
depoimentos “fantásticos”, alguns com mais de dez anos, como
fizeram ao reapresentarem, periodicamente, mercenárias
personagens como a do Marival, “Raul” (reportagem inicial em
12/11/1992, na “Veja”); de um tal de Coronel Cabral, aviador; e
outros, todas de farta reprodução na mídia engajada, com
dados que só contribuíram para drenagem de rios em S. Paulo e
alhures; para extensas peregrinações em trilhas araguaianas,
às custas dos contribuintes; e para escavações espalhafatosas
por este Brasil afora, sem nenhum cuidado com o meio
ambiente;
f. explorar relatos de versões escabrosas elaboradas por
militantes esquerdistas, que se disseram torturados ou que
forjaram versões absurdas, como é o caso relatado no final
desta matéria; e
g. aproveitar depoimentos de “arrependidos”, que se
mantiveram sempre na crista da onda, encastelados no poder,
usufruindo de benesses e, no momento, atendendo a seus
interesses pessoais, como sempre fizeram, e confessando suas
mea-culpas, sem o menor pejo. Assim, cumprimentamos o Sr.
Delfin Netto, por reconhecer, em “Isto É, Dinheiro”, que quase
fomos para o fundo do poço no reinado do “Sacerdote” e do
“Bruxo”, devido ao seu economês. Quanto ao elogio à
honestidade do Presidente Médici, ao qual se juntam os
louvores do Luiz Nassif, do Élio Gaspari e de tantos outros, nada
mais justo.

2. O Grande Objetivo.

a. Como de 1984 até hoje, a esquerda ascendente


ao poder não conseguiu atingir os índices do “milagre”,
reconhecido pelo próprio Élio Gaspari e repetido em
recente estudo que coloca o período entre 1950 e 1974 -
logo incluindo a fase de 1964 a 1974 - e retirando o
período dos “arrependidos” 1974/75 a 1979/80.
b. Como a ação das Forças Legais, no Brasil, foi a que
menos vítimas ocasionou no combate ao terrorismo latino-
americano - com índices menores que os praticados em vários
países (Inglaterra, França, Espanha, Itália, Grécia, Turquia e
outros) -, a ação da esquerda dedicada à luta armada foi
medíocre e ineficiente.
c. Como as esquerdas são boas de chafurdice, torpeza e
de farsas com máquinas de escrever, decidiram, e bem,
incriminar, maldosamente, via mídia, os militares que
combateram na contra-subversão.
De resto, a omissão, o mutismo e a quase total ausência
do contraditório permitiu a essa esquerda, aparentemente,
alcançar seu objetivo: a neutralização dos Órgãos de
Inteligência e das Forças de Segurança. “Tudo fica como
dantes no reino de Abrantes”.

3. Um Caso Exemplar.

a. Parecidos com este caso só as montagens:


- do Caco Barcelos que usou o pára-quedista Valdemar,
na “A Grande Farsa”;
- da “Farsa de Mau Gosto”, com a pobre Irmã Adelaide,
confundida com guerrilheira e o Genoíno dando aval a repórter;
e
- dos “depoimentos” dos pobres habitantes locais no
Araguaia, após mais de vinte e cinco anos, sem presença de
replicantes e conduzidos por simpatizantes, “jornapongas” e
membros de ONG, a grande maioria com vínculos ou ligações
com o PC do B. Até cabeça gotejando sangue, após vinte e
tantos anos, apareceu...
b. Os casos de Stuart Angel e da Srª. Zuzu Angel têm
origem na versão que Alex Polari de Alverga, (“Barto”,
“Virgulino” e outros) da VPR, criou para o suposto assassinato
do terrorista Stuart Edgar Angel Jones, “Paulo” ou “Henrique”,
militante do MR-8, jamais, em tempo algum, um simples ativista
político, mas, sim, partícipe em várias ações armadas.
A tal versão por sinal já foi difundida pelo Arnaldo Jabor,
em sua coluna de 11/07/2002, intitulada “Vale a pena ver de
novo a zona geral do país?”, onde se lê “(...) não vi, mas muitos
viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano
de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos
pelotões”. De lá para cá, só um, o Alex Polari de Alverga, viu e
apareceu, ficando os “muitos viram” por conta do Jabor, seus
uísques e chopes ingeridos no Bar do Luiz ou no Antonio´s.
Agora o Jabor é acompanhado pelo Sr. Milton Abirached,
diretor-geral do "Linha Direta" que faz o repeteco! E que
repeteco...
Dentro de um Quartel? Na frente dos pelotões de
soldados? Em local de acesso restrito e vedado a frações
constituídas?
É isto que a “Linha Direta” vai apresentar via affaire Zuzu
Angel, ocorrido em 14 de abril de 1976? Será que uma semana
depois, ou pouco mais, vão aparecer, como é quase praxe, os
culpados presos?
O processo de indenização da Srª Zuzu foi ativado, devido a
uma reportagem de “O Globo” de 15/ 05/1997, com base na
entrega de um laudo sobre o acidente em 13/05/1997, isto após
mais de 25 anos. O resultado do julgamento, em prima
instância, foi desfavorável aos familiares da Srª Zuzu, por 5 a 2,
em 07/08/1997. Por volta de novembro de 1997, surgem
repentinos testemunhos, inusitados, encobertos durante 25
anos e vindos à luz depois de três meses do primeiro
julgamento...
Os fatos testemunhais, surpreendentes, reativam o
processo de indenização da estilista e a batida na mureta se
transforma, num passe de mágica, em “acidente forjado”,
graças à visão de duas testemunhas, águias à distância, uma
delas com dois acompanhantes. Todos envolvidos são,
naturalmente, noctívagos, acima de qualquer suspeita. Um
afirma que viu um carro; outro viu dois. Mas isto são detalhes,
simples detalhes...
Apareceram também, nessa galopante sede de justiça,
dois peritos de São Paulo, produtores de um laudo, por exame
de local de acidente, por computação, após 25 anos,
carimbando a versão de abalroamento. Um ou dois carros?
Estranho...
Há diferenças marcantes entre os indícios de
abalroamento e batida em mureta.
Por sinal onde estava o Karman-ghia, carro usado por Zuzu
Angel no acidente, para nova perícia e conseqüente laudo
pericial? Estranho, muito estranho...
Não havia nenhum outro laudo do IML, o de cadáver, de
obrigatoriedade processual, da época do acidente? Estranho,
muito estranho, estranhíssimo...
Em 24 de março de 1998, com tais testemunhos
“irretorquíveis” e o beneplácito dos votos de dois “juizes”,
ligados no passado à esquerda radical, um advogado e um
promotor ligados às esquerdas, o resultado vira para 4 a 3.
Caso o Ministro da Defesa compareça ao programa e dê
seu aval a esta farsa, ele será mais um desses que procuram,
graças à falta de conhecimento, dar aval a casos que mantém
feridas abertas e que não cessam, para gáudio das esquerdas e
da industria de indenizações, manipuladas por certo escritório
de São Paulo/SP.
Vejam o time que a “Globovetzia” montou: as gravações,
que terminaram há mais de uma semana, incluem depoimentos
do escritor Zuenir Ventura, da antiga e até hoje sempre
eficiente “esquerda festiva”; da jornalista Hildegard Angel, filha
de Zuzu; do ex-líder estudantil Wladimir Palmeira (ex - MR 8); da
cineasta Lúcia Murat (ex-MR 8); entre outros. Também participa
uma das testemunhas da batida de carro que matou Zuzu (o
Carlos Machado Ribeiro ou o Marcos Pires e seus
acompanhantes?).
A cena da morte de Stuart, pelo que se sabe, será
reconstituída, como o Alex a teria visto por uma janela, na base
do Galeão. Ele viu? Seria possível?
A armador da versão, segundo consta, negou sua
participação. Por questões místicas? Por problemas éticos? Ou
por quais razões?
Se ainda está lá na Comunidade do Santo Daime, em Céu
do Mapiá, lugarejo da cidade de Pauini no Amazonas, que chore
suas mortes e ações violentas. Pais de família morreram...
Seria interessante que o Alex pudesse responder. Na sua
cela havia cadeira ou mesa? Havia um muro próximo da janela?
O local era de uso restrito? O pátio que observou era amplo?
Soldados ou militares formavam sempre pelotões neste pátio?
A janela era de vidro, tela ou grade? Será que ele poderia
responder? Estranho, muito estranho... Estranho e hilário...
Finalmente observamos e reconhecemos a perspicácia, o
menosprezo, a falta de educação e a ausência de respeito aos
assassinados da Intentona, mortos por pessoas que rezavam
pela mesma cartilha de Stuart Angel, Alex Polari et caterva...
Sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Home Quem Somos Articulistas Arquivo Mapas Visuais Cartas Contato Links *CanalMSM*
s proximidades de Salvador, ambos
a kombi retornou ao Rio com seu
posteriores indicaram que a kombi 02/09 - O que é o
ELAOPA?
e pertencia a um paraense, estudante 27/08 - O que é a
ue o volks, de cor branca, tinha placa AJR?
15/08 - Congresso
Bolivariano dos Povos
08/08 - Como surge
ormes foram levantadas, pelo Centro um jihadista
áutica, as identidades dos 02/08 - Cebrapaz e
radores do MR-8. O volks pertencia ao CMP organizam
campanha, em Brasília,
o STF, cassado, e a kombi pertencia, contra a Quarta Frota
te paraense. Seus nomes serão Arquivo
foram presos. Passaram a ser
am, no futuro, voltar a colaborar e
igência não perder contato com a

pois, em 17 de setembro de 1971, Ambientalismo


o no sertão da Bahia e o MR-8, no Rio China
esmantelado. Lamarca foi o último dos Cuba
ndantes da guerrilha a ser eliminado. Cultura
arighela, e seu sucessor, Joaquim Desarmamento
”), morreram em novembro de 1969 e Desinformação
Entrevistas MSM
Estados Unidos
l dos militantes da VPR era de que as Europa
a armada haviam sido derrotadas em Foro de São
da “repressão” que levou ao seu Paulo
co. Os remanescentes da VPR no Brasil Governo PT
a com a divulgação, no dia 7 de agosto Gramscismo
ntos históricos: Israel
Jornal Velho
o Comando) afirmava que “em vista Liberalismo e
tos, fica estabelecido um novo Livre iniciativa
”; que esse novo comando “assume a Media Watch
e extinta e vai tentar salvar o que ONU
Opinião MSM
Oriente Médio
idas Imediatas) assinalava que Painel MSM
é o final da derrota, alguns elementos Propriedade
dos para que se possa tirar do fracasso Privada
es necessárias (...) e, para isto,
Saúd
Home Notícias Classificados Informática Educação Esportes Política Economia Ciência Agropecuária
e

182515 6991 colunista


publicações cadastrados
ZUZU ANGEL:

Mudou-se quando criança para Belo Horizonte, tendo em seguida morado na Bahia. A
cultura e cores deste estado influenciaram significativamente o estilo das suas criações. Em
1947 foi morar no Rio de Janeiro.

Nos anos 50 iniciou seu trabalho como costureira, quando fazia roupas principalmente para
alguns familiares próximos. No princípio dos anos 70 abriu uma loja em Ipanema, quando
começou a realizar desfiles de moda nos EUA. Nestes desfiles sempre abordou a alegria e
riqueza de cores da cultura brasileira, fazendo sucesso no universo da moda daquela época.

Pioneira na moda brasileira, fez sucesso com seu estilo em todo o mundo, principalmente
nos Estados Unidos. Nos anos 70, seu filho Stuart, ativista contra o regime militar, foi preso
e morto nas dependências do DOI-CODI. A partir daí, Zuzu entraria em uma guerra contra
o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de
seu ex-marido e pai de Stuart. Essa luta só terminou com sua morte em 1976 ocorrida na
madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea em
circunstâncias ainda não esclarecidas, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), após Zuzu
retornar de uma festa.

O corpo de Stuart nunca foi encontrado.

AERONÁUTICA João Paulo Burnier liderou revolta contra 1K Morre no Rio


brigadeiro acusado de envolvimento no caso Para-Sar

DA SUCURSAL DO RIO

Morreu aos 80 anos, no dia 13 de junho, o brigadeiro João Paulo Burnier, conhecido
por seu envolvimento na revolta de Aragarças (1959) e no caso Para-Sar (1968). A
causa de sua morte e o local do sepultamento não foram divulgados pela família. Ele
era casado e tinha seis filhos.
Em 1959, quando era major-aviador, ele comandou a Revolta de Aragarças, que
consistiu no seqüestro de um avião da Panair e na subseqüente ocupação da localidade
de Aragarças, em Goiás.

Os militares queriam convencer o então candidato da UDN à Presidência, Jânio


Quadros, a não desistir da candidatura. A revolta foi debelada após 36 horas, e
Burnier fugiu para a La Paz, na Bolívia. Só voltou ao Brasil em 1961.

O caso Para-Sar se tornou a história mais marcante de sua biografia. Consistia,


segundo o capitão-do-ar reformado Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, morto em
1994, em um plano terrorista elaborado por Burnier, que

consistiria em explodir o gasômetro do Rio na hora do rush e no seqüestro e


assassinato de 40 políticos, entre eles o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda.

A culpa das mortes seria colocada nos guerrilheiros de esquerda e serviria para
justificar ações mais violentas do regime militar para eliminar a “ameaça comunista”.
Carvalho afirmou que discordou da ordem. Burnier negou o plano. Em 1971, mais um
caso polêmico. O preso político Stuart Angel Jones foi morto dentro da Base Aérea do
Galeão, que estava sob sua responsabilidade. O caso acabou causando a sua demissão.

Em 1995, Burnier tentou evitar que o livro “O Calvário de Sônia Angel”, do tenente-
coronel reformado do Exército João Luiz de Moraes, fosse colocado à venda. O livro
fala da morte de Jones, marido de Sônia, que era filha de Moraes, e fala ainda do caso
Para-Sar.

Em 1999, um jantar em homenagem a Burnier no Clube Militar do Rio virou um


evento de contestação ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Militar liderou revolta contra governo em 59.

João Paulo Moreira Burnier nasceu no Rio em 1919. Entrou na Escola do Realengo
em 1939 e passou para a Escola de Cadetes da Aeronáutica em 1941. Contrário ao
governo de Juscelino Kubitschek, Burnier liderou, em dezembro de 1959, a Revolta de
Aragarças. Com o fracasso do golpe, Burnier exilou-se na Bolívia.

Voltou ao Brasil em 1961, após Jânio Quadros anistiar os golpistas. Em 1968, já como
brigadeiro, foi acusado de planejar uma série de atentados no Rio. Depois da morte de
Stuart Edgard Angel na Base Aérea do Galeão, em 1971, foi posto na reserva.
Sérgio Macaco: o homem que fez
diferença
Por WB 15/06/2008 às 18:16

Sérgio era admirado por indianistas como os irmãos Vilas-


Boas e o médico Noel Nutels. Foi amigo de caciques como
Raoni, Kremure, Megaron, Krumari e Kretire. Os índios o
chamavam "Nambiguá caraíba" (homem branco amigo).
Aos 37 anos, Sérgio Macaco (como era conhecido na
Aeronáutica) já tinha seis mil horas de vôo e 900 saltos em
missões humanitárias, de resgate e socorro em geral.
Todavia o tipo de tarefa que lhe seria proposta ali pelos
oficiais não era nem um pouco digna ou solidária.
Dia 12 de junho de 1968, o capitão para-quedista Sérgio Ribeiro
Miranda de Carvalho, convocado a uma reunião, foi recebido no
gabinete do ministro da Aeronáutica pelos brigadeiros Hipólito da
Costa e João Paulo Burnier, que viria a se tornar conhecido como
torturador e assassino.

Sérgio era admirado por indianistas como os irmãos Vilas-Boas e o


médico Noel Nutels. Foi amigo de caciques como Raoni, Kremure,
Megaron, Krumari e Kretire. Os índios o chamavam "Nambiguá
caraíba" (homem branco amigo). Aos 37 anos, Sérgio Macaco
(como era conhecido na Aeronáutica) já tinha seis mil horas de
vôo e 900 saltos em missões humanitárias, de resgate e socorro
em geral. Todavia o tipo de tarefa que lhe seria proposta ali pelos
oficiais não era nem um pouco digna ou solidária.

? O senhor tem quatro medalhas por bravura, não tem? ? indagou


Burnier.

Sérgio respondeu afirmativamente. Então o brigadeiro continuou:

? Pois a quinta, quem vai colocar no seu peito sou eu ? fez uma
pausa. ? Capitão, se o gasômetro da avenida Brasil explodir às seis
horas da tarde, quantas pessoas morrem?

Achando que a pergunta se referia apenas à remota hipótese de


um acidente na cidade do Rio de Janeiro, Sergio respondeu:

? Nessa hora de movimento, umas 100 mil pessoas.

Foi nesse momento que os dois brigadeiros começaram a explicar


um terrível plano terrorista das Forças Armadas e qual deveria ser
a participação de Sérgio. Os dois propuseram que ele,
acompanhado por outros para-quedistas, colocasse bombas na
porta da Sears, do Citibank, da embaixada americana, causando
algumas mortes. Em seguida viria a grande carnificina: queriam
que dinamitasse a Represa de Ribeirão das Lajes e,
simultaneamente, explodisse o gasômetro. As cargas, de efeito
retardado, seriam colocadas pelo capitão Sérgio, que depois ficaria
aguardando, no Campo dos Afonsos, o surgimento duma grande
claridade. Aí ele decolaria de helicóptero e aportaria no local da
tragédia posando de bonzinho, prestando socorro a milhares de
feridos e recolhendo mortos vítimados pela ação da própria
Aeronáutica.

Colocariam a culpa nos grupos esquerdistas que lutavam contra a


ditadura. Sérgio seria tido como herói por salvar as supostas
vítimas dos "comunistas" e receberia sua quinta medalha,
enquanto a ditadura teria um pretexto para aumentar a repressão
a socialistas e democratas.

O capitão se negou a participar de uma ação tão vil. Declarou


corajosamente aos bandidos fardados:

? O que torna uma missão legal e moral não é a presença de dois


oficiais-generais à frente dela, o que a torna legal é a natureza da
missão.

Outros em seu lugar simplesmente encolheriam os ombros e


obedeceriam aos superiores, iriam se desculpar dizendo que
estavam apenas "cumprindo ordens". Mas Sérgio era ético,
íntegro, não tinha obediência cega a ninguém, seguia acima de
tudo sua consciência e valores. Era um homem de verdade:
denunciou o plano diabólico e evitou aquela que seria a maior
tragédia da nossa história.

Foi perseguido pela ditadura, discriminado, removido para o Recife,


reformado na marra aos 37 anos, cassado pelo AI-5 e pelo Ato
Complementar 19, curtiu prisão... só não puderam quebrar-lhe
integridade e honra, sua firmeza de ser humano. Sérgio se recusou
a ser anistiado. "Anistia-se a quem cometeu alguma falta",
costumava dizer. "Não posso ser anistiado pelo crime que evitei".

Em 1970, necessitando de um tratamento de coluna,


aconselharam-no a não se internar em unidade militar, pois
certamente seria assassinado lá dentro. Graças ao jornalista
Darwin Brandão, com auxílio do médico Sérgio Carneiro, o capitão
acabou sendo tratado clandestinamente no Hospital Miguel Couto.

Nos anos 90, o Supremo Tribunal Federal determinou indenização


e promoção de Sérgio a brigadeiro. Tal sentença dependia, porém,
da assinatura de Itamar Franco. Itamar, como se sabe, não é
nenhum modelo de virtude e, não por acaso, foi vice do corrupto
Fernando Collor de Mello, que foi prefeito biônico de Maceió
durante a ditadura e se criou politicamente graças ao regime
militar...

Por seis meses, o presidente Itamar Franco ? mesmo sabendo que


Sérgio estava acometido de um câncer terminal no estômago ?
guardou, na gaveta, a sentença do STF favorável ao capitão. Só a
assinou três dias depois da morte do herói ocorrida em 4 de
fevereiro de 1994.

Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (cuja história é narrada no


documentário "O Homem que disse Não" do diretor francês Olivier
Horn) foi enterrado no cemitério São Francisco Xavier no Caju sem
honras militares. É lembrado, entretanto, por todos aqueles que
valorizam vida, ética, honestidade, coragem. Sérgio provou que,
ao contrário do que muitos dizem, uma pessoa pode mudar a
História: cada um de nós faz diferença no mundo.
Caso Para-Sar: incêndio destruiu arquivos

Chico Otavio
O arquivo de um dos episódios mais sombrios do regime militar virou cinzas. Em
resposta a uma solicitação do GLOBO sobre o “Caso Para-Sar”, episódio em que
o então capitão Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho se opôs em 1968 a um plano
do brigadeiro João Paulo Burnier de explodir o gasômetro do Rio de Janeiro e a
represa de Ribeirão das Lajes e culpar terroristas pela ação, o Comando
Aeronáutica informou os arquivos de época, guardados nas instalações da Força
Aérea no Aeroporto Santos Dumont, foram destruídos no incêndio ocorrido em
fevereiro 1998.

No início do mês, o ministro da Defesa, José Viegas, declarou que a


documentação sobre a guerrilha do Araguaia também foi queimada. Segundo ele,
o material foi incinerado “há muitos anos” com base na legislação em vigor. “Não
foram clandestinamente destruídas. Foram oficialmente destruídas. A lei permitia”,
alegou o ministro.

Macaco não queria Para-Sar empregado na repressão Sérgio Macaco entrou em


rota de colisão com o brigadeiro Burnier, que em 1968 era chefe de gabinete do
ministro da Aeronáutica, por discordar do emprego da Esquadrilha Aeroterrestre
de Salvamento (Para-Sar), até então usada em missões de resgate de
sobreviventes de acidentes aéreos, na repressão a movimentos contrários ao
regime.

Na época, o capitão condenou publicamente a presença do Para-Sar na repressão


aos protestos feitos no Rio de Janeiro, no dia da missa de sétimo dia do estudante
Edson Luís. Ele passou a ser vigiado pelos serviços de informação das Forças
Armadas e, em junho daquele ano, teve com o brigadeiro Burnier um confronto
aberto que selaria a sua sorte na Aeronáutica.

Sérgio Macaco e os demais integrantes do Para-Sar participaram, naquele mês,


de três encontros com Burnier. Logo no primeiro, o brigadeiro surpreendeu os
presentes ao sugerir a utilização da unidade em uma escalada de atos terroristas
que seriam atribuídos a extremistas de esquerda. Tais atos incluiriam a explosão
do gasômetros e da represa de Ribeirão das Lages, o que provocaria a morte de
centenas de pessoas. “Então —- teria dito Burnier — seria dado um basta aos
comunistas. A cidade exigiria a sua cabeça a pauladas”.

Depois de repelir energicamente a proposta de Burnier, em bate-boca


testemunhado por oficiais, sargentos e cabos presentes, Sérgio Macaco
respondeu a um processo sumário e, foi para a reserva compulsória. Meses
depois, seria também cassado pelo AI-5.

Aeronáutica alega que capitão era insubordinado

Trinta e seis anos depois, a Aeronáutica afirma que as denúncias de Sérgio


Macaco sobre os planos de Burnier eram infundadas. “Uma sindicância e três
inquéritos policiais militares foram instaurados e concluíram que as denúncias não
tinham o menor fundamento e não passavam de ilações despropositadas do
capitão Sérgio”, alega o brigadeiro-do-ar Antonio Guilherme Telles Ribeiro, atual
chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica (Ceconsaer).

Sérgio Macaco só teve os seus direitos reconhecidos cinco dias após a sua morte,
em 1994, quando uma decisão judicial o promoveu a brigadeiro. A Aeronáutica,
porém, nunca mudou o seu ponto de vista sobre o militar: “Em virtude de seu
comportamento recorrente de insubordinação e de suas constantes tentativas de
desestabilização da tropa, foi instaurado um processo de investigação sumária
que concluiu pela reforma do capitão-intendente Sérgio Miranda de Carvalho,
proposta que foi aceita e aprovada pela Junta Militar”, disse o chefe do Ceconsaer.

A viúva de Sérgio Macaco, Sônia Miranda, que receberá uma homenagem


amanhã do Grupo Tortura nunca mais em nome do marido, lamentou a posição da
Aeronáutica:
— Ao longo do tempo, as coisas ficaram claras. Não foi nenhum delírio,
invenção da cabeça do meu marido

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