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MESTRE DAS SOMBRAS

PARTE VI

“Noite Negra”

A morte é feminina, mesmo tendo variadas formas sempre será a


senhora da morte, a noite negra, é uma fase na qual tudo entra em
desarmonia, parece que afundamos num abismo sem fim. Perdemos o
mais importante ou perdemos tudo ao mesmo tempo. É o momento em
que perdemos até a fé em tudo e em todos. Pois os caminhos parecem
fechar-se e nos sentimos acuados. Tomados por medos e terrores
imaginários ou reais.
É chamada de Noite por não se revelar completamente, por ser
um momento em que não conseguimos enxergar as coisas de forma
clara. Negra, pois adentramos nas trevas, as sombras não atingem
somente o ego, mas o mais profundo de nosso ser (a alma).
Adentramos nas sombras e conhecemos as masmorras onde
permanecemos acorrentados por um tempo. Tempo suficiente para
acabar com nossas crenças e filosofias. Passamos a conhecer a parte
de nós que se escondia por traz de nossas faces generosas. Como se
deparássemos com nossos demônios internos em forma de grandes
dragões.
A Noite passa a ser iluminada pelo fogo de um inferno interior,
onde o mal ganha espaço na revolta que cresce dentro de nós.
Reagimos a tudo e a todos, passamos a não acreditar que um dia
voltaremos a ver o Sol.
O sol de nossas vidas, passando a habitar os reinos inferiores da
depressão, da falência, do desespero, da raiva passiva, que se instalam
como emoções sem nome. A Noite Negra é o mais duro teste de
nossas vidas, é o fogo lançado pelos dragões de nossa existência. É o
apego a matéria, o bloqueio da desintegração (transmutação).
Introdução

O xamã da tribo passa a ser considerado poderoso, quando


encontra seu verdadeiro nome índio, isso ocorre depois que ele morre
uma segunda vez, a segunda morte é algo terrível para um índio, pois
este fica preso ao seu corpo em decomposição e assiste sem nada
poder fazer os vermes corroerem seu corpo, inerte, até não restar mais
veículo algum.
O encontro de um índio com a noite negra é histórico e inédito
pois o beijo da morte é algo contado e recontado a muito tempo ao pé
das fogueiras: -“A sombra da morte sempre acompanha, vem se
aproximando pela esquerda e toca seu ombro, quando você se volta
ocorre o beijo gélido.”
Parece ser o fim, para um índio velho, mas na verdade é o início
de um pesadelo ainda pior, é uma aula completa de desintegração,
decomposição, tendo como experiência prática a observação em
primeiro plano da lenta destruição de seu próprio corpo.
O xamã, procedendo desta forma, pode ver, e saber quando a
morte se aproxima para o encontro final, portanto sabendo o momento
exato, não se preocupa com o medo, e usa a sombra da morte como
aliada, pois esta é sua única amiga nos momentos de solidão total, está
sombra nunca vai se afastar, seguindo sempre ao seu lado neste plano.
Desenvolvimento

A analogia é bem simples, estando uma vez em batalha, um


condutor avança em uma carroça atrelada ao seu melhor cavalo, o ser
inteiro se compõem do corpo físico, do envoltório plástico e da alma.
O condutor é a alma, a carroça é o corpo físico e o cavalo o
envoltório plástico. Se a carroça quebra, o condutor ainda pode montar
no cavalo e continuar sua jornada. É o que acontece na morte.
É óbvio que a carroça (corpo físico) tem sua função, mas trata-se
apenas de um veículo momentâneo para o condutor, é um erro quando
o cavaleiro pega o cavalo, que é colocado atrelado na carroça, e esta
dirige as ações do cavalo aí está uma concepção materialista, na
verdade é o condutor (alma) que deve conduzir e não a carroça.
Assim o cavaleiro cavalga até que seu cavalo fique velho e
fatigado. Depois disso o cavaleiro deve continuar a pé, com a sua
armadura e o escudo até encontrar sua espada e receber o velho
código de conduta:
- Um cavaleiro jura bravura.
- Seu coração só tem virtudes.
- Sua espada defende o oprimido.
- Seu poder apóia os fracos.
- Sua palavra só fala a verdade.
- Sua fúria destrói a maldade.

Índio sombra que surge (Maio de 1971)


Conclusão

Durante o renascimento o criacionismo era a idéia predominante


para explicar a origem e a biodiversidade da vida, com a revolução
francesa reduz-se a autoridade do rei e da igreja, nos países europeus
o que possibilitou o ressurgimento e a divulgação de teorias
consideradas hereges.
Ao longo dos séculos XVIII E XIX outras interpretações ganhavam
adeptos, uma delas chamada de Vitalogia ou Vitalismo, caracterizada
por postular a existência de uma força ou impulso vital sem a qual a
vida não poderia ser explicada. Trata-se de uma força específica,
distinta da energia estudada pela Física e outras ciências naturais, que
atuando sobre a matéria organizada daria como resultado a vida.
Esta postura opõe-se às explicações mecanicistas que
apresentam a vida como fruto da auto-organização dos sistemas
materiais que lhe servem de base. Para os mecanicistas seres vivos
eram sistemas mecânicos bastante complexos, mas que em essência
não se distinguiam dos demais sistemas do universo, e a chave do
desenrolar da vida estava no desvendamento de como funcionam estes
sistemas reduzindo-os a unidades básicas.
Uma das características principais dos organismos vivos é que
são distintos das entidades inertes por possuírem um ciclo vital dividido
em 4 partes básicas (nascimento:crescimento:reprodução:morte).
Os vitalistas estabelecem uma fronteira clara entre o mundo vivo e
o inerte. A morte, diferente da interpretação dada pela ciência, não seria
efeito da deterioração da organização do sistema (perda do equilíbrio –
Entropia), mas o resultado da perda do impulso ou força vital ou da sua
separação do corpo material.
Assim a desintegração ou decomposição da matéria resulta do fim
das atividades das forças coesivas. As formas da matéria só estão
sujeitas a decomposição porque a força vital ao se retirar abandona a
matéria ás suas condições caóticas.
Imagine que prótons possuem cargas elétricas de sinais iguais e,
portanto, se repelem, como essas partículas se mantêm estáveis no
núcleo de um átomo? As forças de coesão nuclear foram propostas
primeiramente com base em vários modelos integrantes da chamada
"cola nuclear".
Os modelos atômicos mais recentes explicam que a força forte
mediada por partículas chamadas glúons (glue: cola) atua ao nível
atômico mantendo o núcleo coeso, mantendo a união pois, a força forte
é mais forte que a força eletromagnética de repulsão. Equilibrando por
sua vez, toda a estrutura da matéria, sem essas condições tudo de
divide e se destrói sob nossos olhos.
Essa união enfraquece se o átomo for muito grande ou muito
velho (meia-vida) tornando-se instável perdendo partes, processo
chamado de desintegração radioativa. A estabilidade da matéria é uma
ilusão em nosso universo, devido a entropia (3° lei da termodinâmica).
No mundo da física a vida nos é apresentada como um diagrama
de sombra, a sombra do meu cotovelo se apóia na sombra da mesa,
assim como a sombra da tinta corre sobre a sombra se um papel. Nada
na terra é real. Há somente aparências.
A vida é uma sombra errante. E assim como a ilusória realidade
de tal visão de desvaneceu, hão do mesmo modo, de esvair-se as
torres que se elevam às nuvens, os palácios soberbos, os templos e até
o próprio globo com o quanto nele existe.
Nós somos feitos do mesmo estofo dos sonhos, e a nossa vida
está envolta num sonho. Não devemos considerar unicamente a morte
temporal e a decomposição do corpo, mas também a morte eterna a
morte da alma.
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