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Os primeiros ventiladores mecânicos foram descritos no final do século XVIII.

Eles
consistiam de vários tipos de artifícios que aplicavam pressão positiva nas vias aéreas
superiores através de aparelhos de fole ou através de pressão negativa ou positiva
aplicada externamente no tórax, nas costas ou abdômen. Eram bastante utilizados em
ressuscitações infantis.(18)
Durante a epidemia de pólio em 1920, esta técnica despertou bastante interesse, já com
os aparelhos trabalhando a energia elétrica, a ventilação não invasiva era realizada com
uma variedade de ventiladores com pressão negativa, tais como rocking bed, pulmão de
aço, ventilando os pacientes com eficácia, porém sem conforto e propenso à obstrução
das vias aéreas superiores principalmente no período noturno (9,18). Entretanto em
1960, com o controle da epidemia de pólio através do emprego de vacinas e do
aparecimento da ventilação mecânica invasiva (VMI), o uso da VNI reduziu
consideravelmente

Muitas doenças dos pulmões, da caixa torácica, dos músculos e do sistema nervoso que
controla os movimentos respiratórios podem interferir na função essencial para vida
representada pela captação adequada de oxigênio e eliminação eficaz de gás carbônico.

O oxigênio é tão fundamental para a vida quanto é indispensável para manter uma
chama acesa. Quem já se dispôs a acender uma churrasqueira e cuidou de mantê-la em
ação para garantir o almoço de domingo sabe que sem ar (no caso o oxigênio do ar ) não
há brasa que resista.. A insuficiência respiratória acontece quando, por funcionamento
inadequado de um ou mais componentes do aparelho respiratório, baixa o nível de
oxigênio e sobe a concentração de gás carbônico no sangue.

Esta situação pode se estabelecer de modo súbito, como resultado de doenças do


pulmão (por exemplo, pneumonia grave), como conseqüência de lesões no sistema
nervoso ( traumatismo craniano, acidentes vasculares cerebrais ou “derrames”) e em
muitas outras circunstâncias : esta é a Insuficiência Respiratória Aguda.

Normalmente estes casos são bastante graves e exigem internação em Unidades de


Terapia Intensiva (UTI) para um tratamento denominado Ventilação Mecânica.

Ventiladores Mecânicos são máquinas que tentam substituir a função do aparelho


respiratório enquanto o paciente não tem condições de respirar sozinho.

Para garantir maior eficiência nesta tarefa os ventiladores mecânicos são conectados ao
aparelho respiratório por meio de vias aéreas artificiais: o tubo orotraqueal (tubo de
plástico ou borracha, colocado no interior da traquéia) ou a traqueostomia (orifício
aberto no pescoço em um procedimento cirúrgico que permite o acoplamento do
ventilador diretamente na traquéia).

Na insuficiência respiratória aguda a ventilação mecânica tem duração limitada,


geralmente não maior do que alguns meses. Na maioria das vezes a situação se resolve
em 2 a 8 semanas e neste período o paciente ou melhora o suficiente para ser retirado do
aparelho ou, infelizmente, não responde ao tratamento e morre.

Muitas outras doenças existem, no entanto, que, ou progridem lentamente, ao longo de


anos, para insuficiência respiratória ou então, começam agudamente mas criam uma
condição tal que impedem o paciente de voltar a assumir sua função respiratória,
transformando-o num dependente crônico de suporte ventilatório.

Estas pessoas, portadoras de Insuficiência Respiratória Crônica, se adequadamente


tratadas, podem ter uma boa qualidade de vida, por tempo considerável.

O suporte respiratório para pacientes portadores de insuficiência respiratória crônica


pode ser fornecido no próprio domicílio do doente, já que viver em um hospital por
anos a fio não é uma alternativa muito atraente.

A tecnologia para se manter em casa pacientes que anteriormente só poderiam ter suas
necessidades supridas em um hospital é relativamente recente no Brasil.

Pode-se fornecer suplementação de oxigênio para os pacientes que necessitem apenas


desta terapêutica, mas também se pode auxiliar uma respiração deficiente com
geradores de fluxo de ar aplicados às vias aéreas de forma não invasiva, com máscaras
nasais ou oronasais, sem necessidade de tubos ou traqueostomia. Em algumas situações
especiais, consegue-se até fazer ventilação invasiva no domicílio do doente.

Todas estas técnicas terapêuticas acontecem com segurança mesmo longe do hospital
porque estão disponíveis também aparelhos que avaliam com facilidade as condições do
paciente e das máquinas utilizadas no domicílio. Estes monitores são simples e
confiáveis e trazem tranqüilidade a todos os envolvidos no cuidado ao doente.

A utilização da Ventilação Não Invasiva (VNI) com pressão positiva, tem aumentado
entre os pacientes com falência respiratória aguda ou crônica, visto que esta modalidade
A utilização da Ventilação Não Invasiva (VNI) com pressão positiva, tem aumentado
entre os pacientes com falência respiratória aguda ou crônica, visto que esta modalidade
ventilatória não necessita de entubação traqueal, é de baixo custo e tem evoluído com
menor índice de mortalidade produzindo maior conforto para o paciente.
O interesse inicial em usar a VNI de forma intermitente em pacientes com severa
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) surgiu de estudos fisiológicos da função
muscular respiratória. Esses estudos verificaram que a desvantagem mecânica do
diafragma, pela hiperinsuflação, leva a um encurtamento dos sarcômeros e diminuição
da força muscular. A hiperinsuflação reduz a zona de aposição, diminuindo a ação do
diafragma sobre as costelas na última fase da inspiração. Nesta condição, o
recrutamento de músculos acessórios, juntamente com a ação do diafragma para vencer
a pressão positiva expiratória final intrínseca (PEEPi) leva a um aumenta do consumo
de oxigênio evoluindo com maior gasto de energia predispondo a fadiga muscular
crônica.
Baseados nestas considerações, diversos investigadores sugerem que a VNI pode ser de
grande valor na assistência à pacientes com DPOC, por promover o repouso aos
músculos em estado de fadiga. Os períodos de repouso intermitente, proporcionado pela
VNI, permite a recuperação da função muscular, redução da tendência à fadiga com
melhora da função pulmonar e das trocas gasosas.(11) Desse modo, a VNI com pressão
positiva, começou a ser utilizada em pacientes com falência respiratória aguda se
mostrando bastante favorável na redução da necessidade de entubação endotraqueal, da
taxa de mortalidade, da permanência hospitalar e melhora dos gases sangüíneos.
Além de melhorar a mecânica ventilatória este modo ventilatório permite ao paciente
comunicar-se e alimentar-se garantindo-lhe uma certa independência nas suas atividades
da vida diária
A VNI com pressão positiva possui inúmeras vantagens em relação à VMI pois permite
a manutenção dos mecanismos de defesa das vias aéreas, redução dos traumas causados
pela entubação endotraqueal, proporciona maior conforto para o paciente, reduz a
necessidade de sedativos e preserva a comunicação e a alimentação.(9). Já os efeitos
adversos da VNI podem ser minimizados, entre eles encontramos: claustrofobia,
vazamentos, irritação dos olhos, eritema de pele, abrasão nasal e vermelhidão pela
compressão da máscara na pele, que pode ser melhorado com o uso de um curativo na
base do nariz e pelo bom ajuste da máscara, além deste, também encontramos a
possibilidade do aparecimento de distensão gástrica, que com o uso de uma sonda
nasogástrica pode ser revertida.

VNI aplicada ao portador de DPOC

Entre os vários pacientes que se beneficiam com a VNI, estão aqueles portadores de
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que freqüentemente cursam com
episódios de insuficiência respiratória necessitando de assistência hospitalar intensiva,
onde geralmente requerem entubação endotraqueal e VMI, com o objetivo de restaurar
adequadamente as trocas gasosas e aliviar a fadiga muscular respiratória.

Entretanto, a necessidade de entubação e a VMI podem evoluir complicações para os


portadores de DPOC. Dentre as complicações mais comuns encontramos: as
pneumonias nosocomiais, o barotrauma, as lesões das vias aéreas, além da dificuldades
no desmame da prótese ventilatória, muitas vezes estes pacientes evoluem com
dependência de VMI podendo cursar com o óbito.(6,18)

Atualmente a VNI têm sido utilizada, em substituição a VMI, como forma de eleição na
ventilação à pacientes agudizados portadores de DPOC, reduzindo a necessidade de
entubação nas unidades de terapia intensiva (UTIs) de todo o mundo. A utilização da
VNI no controle da insuficiência respiratória em pacientes com DPOC é importante não
somente na prevenção da entubação como também tem sido bastante relatado a redução
da permanência hospitalar dos pacientes portadores de DPOC agudizados e
consequentemente reduzindo sua taxa de mortalidade

A evolução cada vez mais intensa da tecnologia aplicada às ciências da saúde, bem como a
constatação prática de que a Enfermagem é uma das principais clientes e usuárias do arsenal
tecnológico disponível nas mais destacadas instituições de saúde do Brasil e do mundo,
colocam o profissional de Enfermagem diante de um grande desafio: como integrar a
tecnologia ao cuidado, dominando os princípios científicos que fundamentam a sua utilização e,
ao mesmo tempo, selecionando corretamente as soluções disponíveis de acordo com a
realidade econômica de cada instituição e das necessidades terapêuticas dos pacientes.
De acordo com a avaliação de especialistas e profissionais que atuam nas áreas que mais
demandam recursos tecnológicos sofisticados em São Paulo, como cardiologia, centro
cirúrgico, UTIs, unidades de recuperação pós-anestésica e locais onde é feito o primeiro
atendimento do paciente grave, é surpreendente a variedade de equipamentos que surgiu nos
últimos 15 anos. Basta retroceder um pouco no tempo, segundo à Enfermeira Liris Therezinha
Caracciolo, diretora da Coordenação de Enfermagem do Instituto do Coração do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor), e comparar as
primeiras máquinas extracorpóreas, o famoso bird, (ventilador mecânico pulmonar) com as
bombas de infusão, camas eletrônicas metabólicas, sistemas integrados de monitorização de
parâmetros fisiológicos, anestesia, ventilação mecânica e de informações clínicas e tantos
outros equipamentos que caracterizam a evolução da tecnologia aplicada às ciências da saúde
neste século. A partir da década de 60, lembra ela, o avanço acelerado do conhecimento
médico, no ambiente hospitalar, propiciou o desenvolvimento e a introdução de recursos
tecnológicos de diferentes magnitudes e complexidades, especialmente nas instituições de
assistência especializada, de ensino e pesquisa
Muitas doenças dos pulmões, da caixa torácica, dos músculos e do sistema nervoso
que controla os movimentos respiratórios podem interferir na função essencial
para vida representada pela captação adequada de oxigênio e eliminação eficaz de
gás carbônico.

O oxigênio é tão fundamental para a vida quanto é indispensável para manter uma
chama acesa. Quem já se dispôs a acender uma churrasqueira e cuidou de mantê-
la em ação para garantir o almoço de domingo sabe que sem ar (no caso o oxigênio
do ar ) não há brasa que resista.. A insuficiência respiratória acontece quando, por
funcionamento inadequado de um ou mais componentes do aparelho respiratório,
baixa o nível de oxigênio e sobe a concentração de gás carbônico no sangue.

Esta situação pode se estabelecer de modo súbito, como resultado de doenças do


pulmão (por exemplo, pneumonia grave), como conseqüência de lesões no sistema
nervoso ( traumatismo craniano, acidentes vasculares cerebrais ou “derrames”) e
em muitas outras circunstâncias : esta é a Insuficiência Respiratória Aguda.

Normalmente estes casos são bastante graves e exigem internação em Unidades de


Terapia Intensiva (UTI) para um tratamento denominado Ventilação Mecânica.

Ventiladores Mecânicos são máquinas que tentam substituir a função do aparelho


respiratório enquanto o paciente não tem condições de respirar sozinho.

Para garantir maior eficiência nesta tarefa os ventiladores mecânicos são


conectados ao aparelho respiratório por meio de vias aéreas artificiais: o tubo
orotraqueal (tubo de plástico ou borracha, colocado no interior da traquéia) ou a
traqueostomia (orifício aberto no pescoço em um procedimento cirúrgico que
permite o acoplamento do ventilador diretamente na traquéia).

Na insuficiência respiratória aguda a ventilação mecânica tem duração limitada,


geralmente não maior do que alguns meses. Na maioria das vezes a situação se
resolve em 2 a 8 semanas e neste período o paciente ou melhora o suficiente para
ser retirado do aparelho ou, infelizmente, não responde ao tratamento e morre.

Muitas outras doenças existem, no entanto, que, ou progridem lentamente, ao


longo de anos, para insuficiência respiratória ou então, começam agudamente mas
criam uma condição tal que impedem o paciente de voltar a assumir sua função
respiratória, transformando-o num dependente crônico de suporte ventilatório.

Estas pessoas, portadoras de Insuficiência Respiratória Crônica, se


adequadamente tratadas, podem ter uma boa qualidade de vida, por tempo
considerável.

O suporte respiratório para pacientes portadores de insuficiência respiratória


crônica pode ser fornecido no próprio domicílio do doente, já que viver em um
hospital por anos a fio não é uma alternativa muito atraente.
A tecnologia para se manter em casa pacientes que anteriormente só poderiam ter
suas necessidades supridas em um hospital é relativamente recente no Brasil.

Pode-se fornecer suplementação de oxigênio para os pacientes que necessitem


apenas desta terapêutica, mas também se pode auxiliar uma respiração deficiente
com geradores de fluxo de ar aplicados às vias aéreas de forma não invasiva, com
máscaras nasais ou oronasais, sem necessidade de tubos ou traqueostomia. Em
algumas situações especiais, consegue-se até fazer ventilação invasiva no domicílio
do doente.

Todas estas técnicas terapêuticas acontecem com segurança mesmo longe do


hospital porque estão disponíveis também aparelhos que avaliam com facilidade as
condições do paciente e das máquinas utilizadas no domicílio. Estes monitores são
simples e confiáveis e trazem tranqüilidade a todos os envolvidos no cuidado ao
doente.

A utilização da Ventilação Não Invasiva (VNI) com pressão positiva, tem aumentado entre
os pacientes com falência respiratória aguda ou crônica, visto que esta modalidade
ventilatória não necessita de entubação traqueal, é de baixo custo e tem evoluído com
menor índice de mortalidade produzindo maior conforto para o paciente.

O interesse inicial em usar a VNI de forma intermitente em pacientes com severa doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) surgiu de estudos fisiológicos da função muscular
respiratória. Esses estudos verificaram que a desvantagem mecânica do diafragma, pela
hiperinsuflação, leva a um encurtamento dos sarcômeros e diminuição da força
muscular. A hiperinsuflação reduz a zona de aposição, diminuindo a ação do diafragma
sobre as costelas na última fase da inspiração. Nesta condição, o recrutamento de
músculos acessórios, juntamente com a ação do diafragma para vencer a pressão
positiva expiratória final intrínseca (PEEPi) leva a um aumenta do consumo de oxigênio
evoluindo com maior gasto de energia predispondo a fadiga muscular crônica.

Baseados nestas considerações, diversos investigadores sugerem que a VNI pode ser
de grande valor na assistência à pacientes com DPOC, por promover o repouso aos
músculos em estado de fadiga. Os períodos de repouso intermitente, proporcionado pela
VNI, permite a recuperação da função muscular, redução da tendência à fadiga com
melhora da função pulmonar e das trocas gasosas.(11) Desse modo, a VNI com pressão
positiva, começou a ser utilizada em pacientes com falência respiratória aguda se
mostrando bastante favorável na redução da necessidade de entubação endotraqueal,
da taxa de mortalidade, da permanência hospitalar e melhora dos gases sangüíneos.

Além de melhorar a mecânica ventilatória este modo ventilatório permite ao paciente


comunicar-se e alimentar-se garantindo-lhe uma certa independência nas suas
atividades da vida diária

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