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Física Geral IV Iouri E. Borissevitch, Pablo J.

Gonçalves

INTRODUÇÃO

A luz é um dos mais importantes fenômenos físicos presentes em nossa vida que nos
acompanha durante toda nossa existência. Possui grande importância em processos
biológicos essenciais para nossa sobrevivência como o metabolismo celular, fotossíntese e
outros. Esse fenômeno é responsável por mais de 60% da informação que a maioria dos
seres humanos recebe através da visão. (não gostei desta parte, me parece meio confusa). A
luz do Sol é única fonte da energia, que a Terra recebe do exterior, que é responsável pela
existência da vida e que está utilizada através de vários tipos da fotossíntese.
A luz é um dos objetos de estudo da área da ciência que se chama Ótica.
Os principais objetivos da Ótica são:
1. Esclarecer a natureza da luz;
2. Aprender como a luz propaga no espaço e caracterizar essa propagação;
3. Estudar os efeitos da interação da luz com matéria.

Teorias, que explicam a natureza da luz e suas propriedades.


1. Teoria ondulatória da luz.
Essa teoria trata a luz como uma onda eletromagnética. Ela foi desenvolvida no
século XIX principalmente pelo famoso cientista inglês J. C. Maxwell e até agora
continua útil na explicação de fenômenos óticos nos sistemas macroscópicos: os que
apresentam dimensões muito maiores do que os de átomos e moléculas.
2. Teoria quântica da luz.
Essa teoria foi desenvolvida nos trabalhos de vários físicos no final de século XIX –
começo de século XX. Ela trata a luz como um fluxo de partículas chamadas
“fótons” e explica bem os efeitos nos sistemas microscópicos: os que têm dimensões
comparáveis com os de átomos e moléculas.
3. Teoria de relatividade.
Essa teoria desenvolvida pelo Albert Einstein está relacionada com o comportamento
de sistemas tanto micro- quanto macroscópicos que se movem com uma velocidade
próxima à velocidade da luz.

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Importância da ótica para Medicina e Biologia:


1. Baseando se nas leis da ótica foram criados e amplamente usados na medicina
vários tipos de aparelhos: microscópios, diversos tipos de espectrômetros, etc;
2. Vários métodos de análise aplicados na medicina, tais como espectroscopias de
UV-visível, de fluorescência, de dicroísmo linear e circular etc, são baseados no
estudo da interação da luz com objetos de estudo;
3. Os efeitos da luz no organismo humano, tais como visão, efeitos da luz na pele
são os objetos de medicina;
4. Por outro lado diversos métodos de tratamento tais como fisioterapia, acupuntura
de laser, tratamento de olhos através de pulsos de laser, fotoquimioterapia etc,
estão baseados nos efeitos da luz no organismo.

Conteúdo da disciplina “Física geral IV” (Óptica):


1. Ótica ondulatória.
a. Natureza ondulatória da luz. Teoria de J. C. Maxwell
b. Principio de Huygens – Fresnel.
c. Interferência.
d. Difração.
2. Ótica geométrica.
a. Principio de Fermat.
b. Reflexão e refração.
c. Bases de teoria de aparelhos óticos.
d. Elementos e aparelhos óticos.
e. Olho humano como um sistema ótico.
3 .Velocidade da luz. Teoria da relatividade.
a. Métodos de determinação da velocidade da luz.
b. Teorias – premissas da teoria de relatividade.
c. Teoria de relatividade especial.
d. Inícios da teoria de relatividade geral.

4. Interação da luz com matéria.


a. Equações fenomenológicas de Fresnel.

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b. Polarização.
c. Espalhamento.
d. Absorção.
5. Inícios de teoria quântica.
a. Efeitos – premissas de teoria quântica.
b. Equação de Schrödinger. Níveis de energia.
c. Interação de luz com matéria de ponto de vista da teoria quântica.
d. Bases da teoria de lasers.
e. Efeitos óticos não lineares.
6. Interação de luz com sistemas vivos. Aplicação da luz na biologia e medicina.
a. Visão.
b. Fotossíntese.
c. Efeitos da luz nas estruturas biológicas.
• Efeitos de luz no pele e nos olhos.
• Fototerapia.

Bibliografia básica

D. Halliday, R. Resnick, K. S. Krane, Física 4, vol.4, Ed. Afiliada, 4a Edição, 1996.


F.J.Keller; W.E.Gettys e M.J.Skove, Física, vol.2, Makron Books, 1999.
P.A. Tipler, Física, vol.2, Ed. Guanabara Dois, 1980.
H. M. Nussenzveig, Curso de Física Básica, vol. 4, Ed. Edgard Blücher Ltda, 1998
J. R. Reitz, F. J. Milford, R. W. Christy, Fundamentos de Teoria Eletromagnética, Ed.
Campus, 1988
S. C. Zílio, Óptica Moderna. Fundamentos e Aplicações, IFSC – USP, 2004.

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Capítulo 1

O desenvolvimento das idéias sobre a natureza da Luz

A humanidade sempre esteve interessada em entender a natureza desse fenômeno e


usá-lo para suas necessidades. A importância da luz já pode ser observada ainda no
momento criacionista na Bíblia, onde se fala que a Luz foi a primeira criação de Deus: ‘E
Deus disse: “Haja Luz”. E houve Luz’ (Gênesis 1,3). A partir daí o homem busca explicar
sua natureza num extenso trabalho que já contou com a contribuição de muitos filósofos e
cientistas. Neste capítulo inicial iremos apresentar aqueles de maior relevância para um
curso de Física Geral IV.
Inicialmente foram descobertas e formuladas três leis empíricas de propagação da
luz, que são leis básicas da ótica geométrica (Figuras 1.1a, 1.1b e 1.1c):
1. Lei de propagação retilínea da luz (Euclides, 300 anos A. C.): “em meios
homogêneos a luz se propaga em linha reta”;
2. Lei de reflexão (Euclides, anos 300 A. C.): “o raio refletido está contido no
plano formado pelo raio incidente e pela normal com o plano de reflexão. O ângulo
entre o raio refletido e a normal com o plano de reflexão é igual do ângulo entre o
raio de incidência e essa normal”.
3. Lei de refração. Em sua primeira versão, essa lei foi formulada por Aristóteles por volta
de 350 A.C. e afirmava que: “O raio da luz refratado está contido no plano formado
pelo raio incidente e pela normal com o plano de refração”. A primeira fórmula
matemática aproximada dessa lei para os ângulos pequenos da incidência e da refração
foi dada por Ptolomeu (120 D.C.):
αinc = n αrefr
em que n é uma constante, que não depende do ângulo de incidência.
A forma mais correta e conhecida dessa lei foi formulada por Snell (1626) e por
Descartes (1637):
sen(αinc) = n sen(αrefr)

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Figura 1.1a: Lei da Propagação


Retilínea da Luz. Figura 1.1b: Lei da Reflexão da Figura 1.1c: Lei da Refração da Luz.
Luz.

Baseando-se nessas leis, foi criada uma idéia intuitiva da luz como um fluxo de
partículas (corpúsculos). Estes corpúsculos seriam emitidos por uma fonte em trajetórias
retilíneas, poderiam atravessar corpos transparentes e ser espalhados ou absorvidos pelos
corpos opacos. O proponente principal desta teoria, chamada Teoria Corpuscular da Luz,
foi Newton, figura-1.2a.

Figura 1.2a: Isaac Newton (1642 - Figura 1.2b: Christian Huygens


1727): nasceu em Woolsthorpe, no (1629 - 1695): nascido em Haia, Figura 1.2c: Thomas Young:
Lincolnshire, Inglaterra. Holanda. (1773-1829): nascido em
Milverton, Inglaterra

Baseando-se nessa idéia e nas leis da mecânica, Newton explicou as leis empíricas
da ótica. Para explicar a lei da refração (figura 1.3) Newton supôs que se a luz passa do
vácuo para um material que a refrata, os corpúsculos da luz seriam atraídas por esse
material e a componente da sua velocidade, que é perpendicular à superfície da refração,
seria aumentada por essa atração. Assim a velocidade total dos corpúsculos dentro do
material deveria ser maior do que no vácuo. Entretanto, a componente da velocidade
paralela à superfície da refração não muda, temos então:

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v 1= v 2
v 1 senα1 = v 2 senα2
senα1/ senα2 = = v 2/ v 1 = n > 1

em que n é uma constante independente do ângulo


da incidência α1.

Figura 1.3. Lei da refração de Newton

Entretanto, experimentos posteriores mostraram que a velocidade da luz dentro de


qualquer material é menor do que no vácuo. E então, essa observação foi uma das razões
para procurar outras explicações.
Em 1670, Christiaan Huygens (figura 1.2b) mostrou que algumas propriedades da
luz poderiam ser explicadas por uma visão ondulatória. Em seu tratado sobre a luz (1678),
disse que a luz é uma seqüência de pulsos periódicos que se propagam em um meio elástico
especial chamado éter. Também é de sua autoria é um princípio chamado “Princípio de
Huygens”, onde afirma que: “A luz se propaga no espaço na forma de uma onda. Cada
ponto iluminado por uma fonte de luz pode ser considerado como uma nova fonte de
ondas – uma fonte secundária. Uma superfície, que inclui todas as fontes secundarias
num determinado momento, é a real fronteira da onda da luz”, Figuras 1.4a e 1.4b.

Figura 1.4a: diagrama esquemático representando uma Figura 1.4b: diagrama esquemático representando
fonte pontual S e as superfícies concêntricas σ1 e σ2. várias superfícies, em particular σ1 e σ2 que contêm
Os pontos M1, M2 e M3, contidos na superfície σ 1 várias fontes. Estas superfícies também
estão em fase, e assim atuam como fontes secundárias. representam fronteiras de onda da luz.
Todas estas superfícies são fronteiras de onda da luz.

É interessante, que Huygens mesmo não achava que a luz tinha natureza
ondulatória. Ele falava: “Eu chamo essas superfícies como “as fronteiras de uma onda”

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somente pela analogia com as ondas que propagam na água”. Desta forma, o princípio de
Huygens determina somente a direção de propagação da fronteira da onda e funciona só
dentro dos limites da ótica geométrica que não considera a natureza ondulatória da luz.
Baseando nesse princípio, Huygens explicou a lei de refração no sistema ar – água
admitindo que a luz se propaga mais lentamente na água que no ar, figura 1.5.

Utilizando as relações de seno para os triângulos


ABB’ e AA’B’, encontramos:
AB’ = v1t/senΘi = v2t/senΘr
senθ i v1t v1 n
= = = n 21 = 2
sen θ r v 2 t v2 n1
n1 sen θi = n2 sen θ r

Assim, a luz tem velocidade maior em meios de


Figura 1.5: Fronteiras de Huygens: menor índice de refração. Isto significa ainda, que
explicando a refração. No intervalo de tempo
t, o raio R2 percorre a distância v1t enquanto a lei de Snell decorre do princípio de Huygens.
R1 a v2 t, onde v1 e v2 são as velocidades em
cada meio.

Newton por sua vez, percebia as virtudes da teoria ondulatória, especialmente pela
explicação das cores que apareciam em películas finas, que ele estudava extensamente, mas
continuava estar favorecendo a teoria de propagação retilínea da luz.
Graças a grande reputação e autoridade de Newton, a sua rejeição relutante da teoria
ondulatória foi estritamente inquestionável. Mesmo após a evidência do fenômeno da
difração, descoberto por Grimaldi em 1665, os seguidores de Newton procuravam explicá-
la pelo espalhamento das partículas de luz pelas bordas das fendas – difratoras. A Teoria
corpuscular de Newton dominou por mais de um século.

Esta experiência forneceu a prova conclusiva da


natureza ondulatória da luz. Permitiu então que a
luz solar atravessasse por pequenos orifícios e
verificou um padrão de interferência em um
anteparo, este efeito é típico da natureza
ondulatória.

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Figura 1.6: Experimento de dupla fenda de


Young.

Em 1801, Thomas Young (figura 1.1c) retomou a teoria ondulatória da luz para
introduzir a idéia de difração da luz ser um fenômeno ondulatório, que ocorria devido a
interferência das ondas da luz da mesma forma como ondas sonoras, figura 1.6. Esta
demonstração é uma grande evidência da luz ter natureza ondulatória. Mas o maior avanço
para a aceitação geral da teoria ondulatória da luz for provocado pelo físico francês
Augustin Fresnel (figura 1.7a) que efetuou uma série extensa de experiências sobre
interferência e difração e estabeleceu a base matemática da teoria ondulatória. Fresnel
modificou o princípio de Huygens explicando a formação da fronteira da onda da luz pelo
efeito da interferência de todas as ondas secundárias. A partir desse momento o Princípio
de Huygens recebeu o nome “Principio de Huygens – Fresnel”.
Em 1850, Jean Foucault mediu a velocidade da luz na água e mostrou que era
menor que no ar, segundo a teoria das partículas deveria ser o inverso, anulando-a.
Vários outros pesquisadores se debruçaram sobre estes problemas e apresentaram
importantes contribuições. Dentre eles destacamos: Joung, Fresnel e Arago descobriram a
polarização da luz e a interferência de raios polarizados. Eles concluíram também que as
ondas da luz são transversais.
Um passo revolucionário foi feito por Faraday (1846) quando ele descobriu a
rotação do plano da polarização da luz em campo magnético, mostrando assim a ligação
direta entre fenômenos de eletromagnetismo e da luz. Quando Faraday observou esse efeito
exclamou: “Eu consegui iluminar uma linha da força do campo magnético e magnetizar
um raio da luz”.
Finalmente Maxwell, baseando nos quatro leis fundamentais do eletromagnetismo:
leis de Gauss para campos elétrico e magnético, lei de Faraday e lei de Ampère modificada,
desenvolveu uma teoria fenomenológica de efeitos eletromagnéticos e constatou que o
campo eletromagnético deve se propagar no espaço com uma velocidade igual a velocidade
da luz. Em 1888, Hertz (figura 1.7c) determinou a velocidade de propagação das ondas
eletromagnéticas e demonstrou que ela realmente é igual à velocidade da luz. Baseando
nesses fatos Maxwell concluiu que: “a luz tem a natureza eletromagnética e os raios de
luz são ondas eletromagnéticas”. A teoria do Maxwell continua ser valida até hoje

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quando empregada na análise de sistemas de dimensões muito maiores que os tamanhos de


átomos e moléculas.

Figura 1.7c) Gustav Hertz (1887-


Figura 1.7a) Augustin Fresnel Figura 1.7b) James Maxwell 1975), físico alemão, ganhou
(1788-1827), físico francês, com (1831-1879) físico e matemático Nobel em 1925 juntamente com
importantes contribuições no escocês que publicou teorias James Franck, por mostrar a
campo da ótica. físicas e matemáticas do campo existência de estados atômicos de
eletromagnético. energia quantizada.

Apesar da extensa aplicabilidade da teoria eletromagnética ondulatória, ela não


conseguiu explicar alguns resultados experimentais como:
• O efeito fotoelétrico (Hertz, 1887; Hallwachs e Stoletov, 1888);
• Estrutura de espectros de átomos (Balmer, 1885);
• Espectro de radiação térmica (Kirchhoff, 1859; Stefan, 1879; Boltzman,
1884);
• Efeito Compton (Compton, 1923).
Na tentativa de explicar tais fenômenos surgiu no século XX a teoria quântica que
trata o campo eletromagnético como fluxo de partículas nomeadas “quantum”
caracterizadas por:
• Energia: E = hν = hc/λ;
• Momento: p = hν/c = h/λ;
onde h = 6,63.10 -34
J.s é chamada a constante do Planck, c é a velocidade da luz e λ é o
comprimento de onda. Assim, existe uma ligação direta entre a energia e momento de um
fóton e seu comprimento de onda característica. Mas o comprimento de onda é um
parâmetro ondulatório.
Então, chegamos a uma nova visão da natureza da luz: teoria de dualismo “onda –
partícula” que trata a luz como um fluxo de partículas – “fótons”, e as características desse
fluxo seguem as regras da teria ondulatória.

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Ao mesmo tempo Louis de Broglie mostrou que uma partícula material (elétron,
próton, nêutron, etc.), que move com uma velocidade v pode ser caracterizada como uma
onda de comprimento dado por:
λ = h / p = h / mv

Não pode considerar essa caracterização como afirmação da natureza ondulatória da


partícula. Na realidade ela está estatisticamente valida somente para um grande número de
partículas, cujas características de movimento e da distribuição espacial podem ser
caracterizadas por essa equação.
Neste mesmo sentido, na teoria quântica, cada partícula ou sistema de partículas é
descrito por uma função de onda (Ψ), que contém todas as informações sobre a partícula e é
determinada pela equação de Schrödinger:
 − 2  ∂ 2 Ψ ∂ 2 Ψ ∂ 2 Ψ  ∂Ψ
  + + + VΨ = i
 2m  ∂x 2 ∂y 2 2 
∂z  ∂t
 
na forma estacionária, pode ser simplificada para:
 −2  ∂ 2 Ψ ∂ 2 Ψ ∂ 2 Ψ 
  + +  + VΨ = EΨ
 2m  ∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 
 
em que  = h / 2π .
Esta função de onda é válida para ondas que representam partículas ou sistemas de
partículas. Seja qual for o caso, se conhecermos sua função de onda em todos os pontos do
espaço e em todos os instantes de tempo, saberemos tudo o que se pode saber sobre o
comportamento do sistema de partículas em estudo.
Entretanto, independentemente do fato que os fótons (“partículas do campo
eletromagnético”) e as partículas materiais podem ser caracterizados na forma semelhante
pela energia, momento e comprimento de onda, existe uma diferença principal entre as
partículas e fótons. Essa diferença se reflete em dois aspectos:
1. A partícula material pode atingir qualquer
velocidade menor da velocidade da luz. Entretanto, os fótons podem se mover
somente com a velocidade característica da luz.
2. A partícula em repouso possui uma massa não nula
chamada de “massa de repouso”. Os fótons possuem uma massa somente quando se
movem e não existem parados.

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