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MANUAL DE ORIENTAÇÃO AOS CONSUMIDORES

ENERGIA REATIVA EXCEDENTE

CODI
COMITÊ DE DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
Energia Reativa Excedente 2

PARTE 1
INTRODUÇÃO:
Em conformidade com o est abelecido pelo Decret o nº 62.724, de 17 de maio de 1968, com a nova redação
dada pelo Decret o nº 75.887, de 20 de j unho de 1975, as concessionárias de energia elét rica adot aram,
desde então, o fator de potência de 0,85 como referência para limitar o fornecimento de energia reativa.

O Decret o nº 479, de 20 de março de 1992, reit erou a obrigat oriedade de se mant er o fat or de pot ência o
mais próximo possível da unidade (1,00), t ant o pelas concessionárias, quant o pelos consumidores,
recomendando, ainda, ao Órgão Regulador, o est abeleciment o de um novo limit e de referência para o
fat or de pot ência indut ivo e capacit ivo, bem como a forma de avaliação e de crit ério de fat urament o da
energia reativa excedente a esse novo limite.

A nova legislação pert inent e, est abelecida pelo Órgão Regulador, int roduz uma nova forma de abordagem
do ajuste, pelo baixo fator de potência, com os seguintes aspectos relevantes:

aumento do limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92;

faturamento de energia reativa capacitiva excedente;

redução do período de avaliação do fator de potência, de mensal para horário, a partir de 1996.

O cont role mais apurado do uso de energia reat iva é mais uma medida adot ada pelo Regulador, visando
est imular o consumidor, at ravés da redução de perdas e melhor desempenho de suas inst alações, como
t ambém para o set or elét rico nacional, pela melhoria das condições operacionais e a liberação do sist ema
para atendimento a novas cargas com investimentos menores.

PARTE 2
POTÊNCIA ATIVA E REATIVA:
CONCEITOS BÁSICOS
A maioria das cargas das unidades consumidoras consome energia reat iva indut iva, como mot ores,
transformadores, lâmpadas de descarga, fornos de indução, entre outros.

As cargas indut ivas necessit am de campo elet romagnét ico para seu funcionament o, por isso sua operação
requer dois tipos de potência:

Potência Ativa, medida


em kW, que
G efetivamente realiza
RESISTÊNCIA LÂMPADA trabalho, gerando calor,
luz, movimento, etc.
POTÊNCIA ATIVA (kW)

INDUÇÃO DOS
CONDUTORES
Potência reativa,
medida em kVAr,
usada apenas para
criar e manter os MOTOR CAMPO
G MAGNÉTICO
campos eletromag-
néticos das cargas
indutivas

POTÊNCIA REATIVA (kVAr)

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3 Manual de Orientação aos Consumidores

Assim, enquant o a pot ência at iva é sempre consumida na execução de t rabalho, a pot ência reat iva, além
de não produzir t rabalho, circula ent re a carga e a font e de aliment ação, ocupando um “ espaço” no
sistema elétrico que poderia ser utilizado para fornecer mais energia ativa.

A potência ativa e a potência reativa, juntas, constituem a potência aparente, medida em kVA (quilo-volt-
ampère), que é a potência total gerada e transmitida à carga.

O “ t riângulo das pot ências” ao lado, é ut ilizado P = potência ativa


para most rar, graficament e, a relação ent re as (kW)
potências ativa, reativa e aparente.
Q = potência reativa
A razão ent re a pot ência at iva e a pot ência
(kVAr)
aparent e de qualquer inst alação se const it ui no S = potência aparente
“fator de potência”. (kVA)

kW kVAr
FP cos( ) cos(arctg )
kVA kW
O fat or de pot ência indica qual porcent agem da pot ência t ot al fornecida (kVA) é efet ivament e ut ilizada
como pot ência at iva (kW). Assim, o fat or de pot ência most ra o grau de eficiência do uso dos sist emas
elét ricos. Valores alt os de fat or de pot ência (próximos a 1,0) indicam uso eficient e da energia elét rica,
enquant o valores baixos evidenciam seu mau aproveit ament o, além de represent ar uma sobrecarga para
todo o sistema elétrico.

Por exemplo, para aliment ar uma carga de 100


kW com fat or de pot ência igual a 0,70, são 100 kW 100 kW
necessários 143 kVA. Para a mesma carga de 100
kW, mas com fat or de pot ência igual a 0,92, são 143 kVA 109 kVA
necessários apenas 109 kVA, o que represent a
uma diferença de 24% no fornecimento em kVA. FP = 0,70 FP = 0,92

PARTE 3
BAIXO FATOR DE POTÊNCIA:
PRINCIPAIS CAUSAS
As causas mais comuns da ocorrência de baixo fator de potência são:

motores e transformadores operando em “vazio” ou com pequenas cargas;


motores e transformadores superdimensionados;
grande quantidade de motores de pequena potência;
máquinas de solda;
lâmpadas de descarga: fluorescent es, vapor de mercúrio, vapor de sódio – sem reat ores de alt o fat or
de potência;
excesso de energia reativa capacitiva.

PARTE 4
EXCEDENTE DE REATIVO:
EFEITOS NAS REDES E INSTALAÇÕES
Baixos valores de fat or de pot ência são decorrent es de quant idades elevadas de energia reat iva. Essa
condição result a em aument o na corrent e t ot al que circula nas redes de dist ribuição de energia elét rica

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da Concessionária e das unidades consumidores, podendo sobrecarregar as subest ações, as linhas de


t ransmissão e dist ribuição, prej udicando a est abilidade e as condições de aproveit ament o dos sist emas
elétricos, trazendo inconvenientes diversos, tais como:

PERDAS NA REDE

As perdas de energia elét rica ocorrem em forma 12,0


de calor e são proporcionais ao quadrado da 10,0
corrent e t ot al. Como essa corrent e cresce com o

PERDAS (%)
8,0
excesso de energia reat iva, est abelece-se uma
6,0
relação diret a ent re o increment o das perdas e o
baixo fat or de pot ência, provocando o aument o 4,0

do aquecimento de condutores e equipamentos. 2,0

1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0

FATOR DE POTÊNCIA

A t abela seguint e most ra a diminuição das perdas anuais em energia elét rica de uma inst alação com
consumo anual da ordem de 100 MWh, quando se eleva o fator de potência de 0,78 para 0,92.

SITUAÇÃO INICIAL SITUAÇÃO FINAL

FATOR DE POTÊNCIA 0,78 0,92

PERDAS GLOBAIS 5% 3,59%

REDUÇÃO DAS PERDAS 28,1%

FPi 2
REDUÇÃO _ DAS _ PERDAS _(%) 1 100
FPf2

QUEDAS DE TENSÃO

O aument o da corrent e devido ao excesso de reat ivo leva a quedas de t ensão acent uadas, podendo
ocasionar a int errupção do forneciment o de energia elét rica e a sobrecarga em cert os element os da rede.
Esse risco é sobret udo acent uado durant e os períodos nos quais a rede é fort ement e solicit ada. As quedas
de t ensão podem provocar, ainda, diminuição da int ensidade luminosa nas lâmpadas e aument o da
corrente nos motores.

SUBUTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA

A energia reat iva, ao sobrecarregar uma inst alação elét rica, inviabiliza sua plena ut ilização,
condicionando a inst alação de novas cargas a invest iment os que seriam evit áveis se o fat or de pot ência
apresent asse valores mais lat os. O “ espaço” ocupado pela energia reat iva poderia ser, ent ão, ut ilizado
para o atendimento a novas cargas.

As figuras ao lado, dão uma idéia da


850 kW 920 kW
conseqüência do aument o do fat or de pot ência,
527 kVAr

392 kVAr

de 0,85 para 0,92, no forneciment o de pot ência


at iva para cada 1.000 kVA inst alado. A redução 1.000 kVA 1.000 kVA
da pot ência reat iva, de 527 kVAr para 392 kVAr,
permit e ao sist ema elét rico aument ar de 850 kW FP = 0,85 FP = 0,92
para 920 kW a sua capacidade de fornecer
potência ativa, para cada 1.000 kVA instalado.

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Os invest iment os em ampliação das inst alações est ão relacionados, principalment e, aos t ransformadores e
condut ores necessários. O t ransformador a ser inst alado deve at ender à pot ência at iva t ot al dos
equipamentos utilizados, mas, devido à presença de potência reativa, a sua capacidade deve ser calculada
com base na pot ência aparent e das inst alações. A t abela abaixo most ra a pot ência t ot al que deve t er o
transformador, para atender uma carga útil de 800 kW para fatores de potência crescentes.

POTÊNCIA ÚTIL POTÊNCIA DO


FATOR DE
ABSORVIDA TRANSFORMADOR
POTÊNCIA
(kW) (kVA)

0,50 1.600

800 0,80 1.000

1,00 800

Também o cust o dos sist emas de SEÇÃO FATOR DE


comando, prot eção e cont role dos RELATIVA POTÊNCIA
equipament os cresce com o aument o
1,00 1,00
da energia reat iva. Da mesma forma,
para t ransport ar a mesma pot ência 1,23 0,90
at iva sem aument o de perdas, a
seção dos condut ores deve aument ar 1,56 0,80
à media em que o fat or de pot ência
diminui. A t abela seguint e ilust ra a 2,04 0,70
variação da seção necessária de um
condut or em função do fat or de 2,78 0,60
pot ência. Not a-se que a seção
necessária, supondo-se um fat or de 4,00 0,50
pot ência 0,70, é o dobro da seção
para o fator de potência 1,00. 6,25 0,40

11,10 0,30

A correção do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos equipamentos, sem
a necessidade de invest iment os em t ransformador ou subst it uição de condut ores para esse fim específico.
É o que most ra a t abela a seguir, ilust rando o aument o do fat or de pot ência de 0,80 para 0,92 em uma
instalação genérica, com potência de transformação de 315 kVA.

SITUAÇÃO INICIAL SITUAÇÃO FINAL

FATOR DE POTÊNCIA 0,80 0,92

POTÊNCIA DISPONÍVEL kW 252 290

AUMENTO DE POTÊNCIA
38
kW

PARTE 5
FATOR DE POTÊNCIA:
CORREÇÃO
A primeira providência para corrigir o baixo fat or de pot ência é a análise das causas que levam à
ut ilização excessiva de energia reat iva. A eliminação dessas causas passa pela racionalização do uso de
equipament os – desligar mot ores em vazio, redimensionar equipament os superdimensionados, redist ribuir

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cargas pelos diversos circuitos, etc. – e pode, eventualmente, solucionar o problema de excesso de reativo
nas instalações.

A part ir dest as providências, uma forma de reduzir a circulação de energia reat iva pelo sist ema elét rico,
consist em em “ produzí-la” o mais próximo possível da carga, ut ilizando um equipament o chamado
capacitor.

Inst alando-se capacit ores j unt o às cargas SEM COMPENSAÇÃO ENERGIA ATIVA
indut ivas, a circulação de energia reat iva fica

CONCESSIONÁRIA
limit ada a est es equipament os. Na prát ica, a
M
energia reat iva passa ser fornecida pelos ENERGIA REATIVA

capacit ores, liberando part e da capacidade do


sist ema elét rico e das inst alações da unidade COM COMPENSAÇÃO ENERGIA ATIVA

consumidora. Isso é comument e chamado de M


“compensação de energia reativa”. ENERGIA
REATIVA

Quando est á havendo consumo de energia


reat iva, caract erizando uma sit uação de
compensação insuficient e, o fat or de pot ência é
chamado de indut ivo. Quando est á havendo um
forneciment o de energia reat iva à rede, CAPACITOR
caract erizando uma sit uação de compensação
excessiva, o fat or de pot ência é chamado
capacitivo.

PARTE 6
COMPENSAÇÃO ATRAVÉS DE CAPACITORES
Exist em várias alt ernat ivas para a inst alação de capacit ores em uma inst alação, cada uma delas
apresent ando vant agens e desvant agens. Nesse sent ido, a escolha da melhor alt ernat iva dependerá de
análises técnicas de cada instalação com orientação de profissionais especializados.

COMPENSAÇÃO INDIVIDUAL

É efet uada inst alando os capacit ores j unt o ao Exist em, cont udo, algumas desvant agens dessa
equipament o cuj o fat or de pot ência se pret ende forma de compensação com relação às demais:
melhorar. Represent a, do pont o de vist a t écnico,
a melhor solução, apresent ando as seguint es muit os capacit ores de pequena pot ência t êm
vantagens: cust o maior que capacit ores concent rados de
potência maior;
reduz as perdas energét icas em t oda a
instalação; pouca ut ilização dos capacit ores, no caso do
equipament o compensado não ser de uso
diminui a carga nos circuit os de aliment ação constante;
dos equipamentos compensados;
para mot ores, deve-se compensar no máximo
melhora os níveis de t ensão de t oda a 90% da energia reativa necessária.
instalação;
pode-se ut ilizar um sist ema único de Baixa Tensão
Alta
acionament o para a carga e o capacit or, Tensão
economizando-se em equipament os de
manobra;
Transformador
gera reativos somente onde é necessário.
Capacitor
M M
Cargas

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7 Manual de Orientação aos Consumidores

COMPENSAÇÃO POR GRUPOS DE CARGAS

O banco de capacit ores é inst alado de forma a Baixa Tensão


compensar um set or ou um conj unt o de
Alta Capacitores
máquinas. É colocado j unt o ao quadro de
Tensão
distribuição que alimenta esses equipamentos.

A pot ência necessária será menor que no caso da Transformador


compensação individual, o que torna a instalação
mais econômica. Tem como desvant agem o fat o
de não haver diminuição de corrent e nos
M M
aliment adores de cada equipament o
compensado. Cargas

COMPENSAÇÃO GERAL

O banco de capacit ores é inst alado na saída do A principal desvant agem consist em em não haver
t ransformador ou do quadro de dist ribuição alívio sensível dos aliment adores de cada
geral, se a inst alação for aliment ada em baixa equipamento.
tensão.

Ut iliza-se em inst alações elét ricas com número Baixa Tensão


elevado de cargas com pot ências diferent es e Alta
Tensão
regimes de ut ilização pouco uniformes.
Apresenta as seguintes vantagens principais:
Transformador
os capacitores instalados são mais utilizados;
Capacitor
fácil supervisão; M M
possibilidade de controle automático; Cargas

melhoria geral do nível de tensão;


inst alações adicionais suplement ares
relativa-mente simples.

COMPENSAÇÃO NA ENTRADA DA ENERGIA EM ALTA TENSÃO (AT)

Não é muito freqüente a compensação no lado da


alt a t ensão. Tal localização não alivia nem
mesmo os t ransformadores e exige disposit ivos
Baixa Tensão
de comando e prot eção dos capacit ores com Alta
isolação para a tensão primária. Tensão

Embora o preço por kVAr dos capacit ores sej a Transformador


menor para t ensões mais elevadas, est e t ipo de Capacitor
compensação, em geral, só é encont rada nas
M M
unidades consumidores que recebem grandes
quant idades de energia elét rica e dispõem de Cargas
subest ações t ransformadoras. Nest e caso, a
diversidade da demanda ent re as subest ações
pode result ar em economia na quant idade de
capacitores a instalar.

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Energia Reativa Excedente 8

COMPENSAÇÃO COM REGULAÇÃO AUTOMÁTICA

Nas formas de compensação geral e por grupos de equipament os, é usual ut ilizar-se uma solução em que
os capacit ores são agrupados por bancos cont roláveis individualment e. Um relé varimét rico, sensível às
variações de energia reat iva, comanda aut omat icament e a operação dos capacit ores necessários à
obtenção do fator de potência desejado.

COMPENSAÇÃO COMBINADA

Em muitos casos utilizam-se, conjuntamente, as diversas formas de compensação.

REATIVOS
NECESSÁRIOS A – banco fixo, utilização
ininterrupta
B – banco fixo, ligado somente no
C período de atividade dos
kVAr

equipamentos a ele ligado


C – banco automático, controlando
B continuamente a quantidade de
kVAr
A
HORA
7 12 17 24

COMPENSAÇÃO POR MOTORES SÍNCRONOS

Mot ores síncronos podem ser ut ilizados para compensação do fat or de pot ência por gerarem energia
reativa, da mesma forma como um gerador convencional o faz. A potência reativa capacitiva fornecida por
um motor síncrono à instalação, é função da corrente de excitação e da carga em seu eixo.

Entretanto, devido ao fato de ser um equipamento bastante caro, nem sempre é compensador do ponto de
vist a econômico, sendo compet it ivo, em princípio, para pot ências superiores a 200 CV e funcionament o
por períodos longos.

PRECAUÇÕES NA INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO DE CAPACITORES

Para maior segurança e eficiência na operação do banco de capacit ores, é import ant e a consult a à norma
P-NB-209 da ABNT e, ainda, considerar os seguintes aspectos:
a inst alação de capacit ores deve ser feit a em local onde haj a boa vent ilação e com espaçament o
adequado entre as unidades;
após desligar, esperar algum t empo para religar ou fazer o at errament o de capacit or. Isso por que o
capacitor retém a sua carga por alguns minutos, mesmo desligado;
proceder o aterramento dos capacitores antes de tocar sua estrutura ou seus terminais;
para capacit ores ligados em alt a t ensão (13,8 kV, por exemplo), é sempre convenient e que as
operações de ligar e desligar sej am feit as ut ilizando-se o disj unt or principal da inst alação, ant es de se
abrir ou fechar a chave principal de capacit ores, no caso de não haver disposit ivos adequados de
manobra sob carga;

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9 Manual de Orientação aos Consumidores

evit ar a energização simult ânea de dois ou mais bancos de capacit ores, a fim de se evit ar possíveis
sobretensões.

HARMÔNICAS

Alguns equipament os comuns em inst alações elét ricas, como ret ificadores, inversores, fornos à arco,
lâmpadas fluorescent es, t ransformadores e out ros, produzem alt erações na forma da corrent e elét rica,
denominadas dist orções harmônicas. Essas dist orções harmônicas provocam superaqueciment o e aument os
de perdas em máquinas rot at ivas, diminuem a vida út il dos equipament os, alt eram as caract eríst icas de
operação dos relés de proteção e geram interferências nos equipamentos de comunicação.

Embora os capacit ores não sej am propriament e geradores de dist orções harmônicas, a int eração ent re
elas e o banco de capacit ores pode agravar sensivelment e as condições de operação das inst alações
elét ricas. Dessa forma, as análises t écnicas necessárias para a escolha da melhor alt ernat iva de
dimensionament o e localização dos capacit ores, devem levar em cont a t ambém as dist orções harmônicas
eventualmente existentes na unidade consumidora.

PARTE 7
LEGISLAÇÃO SOBRE EXCEDENTE DE REATIVO
O fat or de pot ência das inst alações elét ricas Por esse princípio, para cada “ kWh” de energia
deve ser mantido sempre o mais próximo possível at iva consumida, a concessionária permit e a
de 1,00 (um), conforme det erminação do ut ilização de “ 0,425 kVArh” de energia reat iva,
Decreto nº 479, de 20 de março de 1992. indutiva ou capacitiva, sem acréscimo no custo.

A Resolução ANEEL nº 456, de 29 de dezembro de 1,00 kWh


2000, est abelece um nível máximo para
ut ilização de reat ivo indut ivo ou capacit ivo, em FP = 0,92

0,425 kVArh
função da energia ativa consumida (“kWh”).

FATOR DE POTÊNCIA LIMITE

O nível máximo de energia reat iva permit ido sem cobrança, est á associado ao fat or de pot ência de
referência de 0,92. Valores de fat or de pot ência menores que 0,92, capacit ivo ou indut ivo, indicam
excedente de reativo e esse excedente é passível de faturamento.

FATOR DE POTÊNCIA CAPACITIVO

Todo excesso de energia reat iva é prej udicial ao 100


sist ema elét rico, sej a o reat ivo indut ivo, consumido 92 92
pela unidade consumidora, ou o reat ivo capacit ivo,
fornecido à rede pelos capacitores dessa unidade. CAP IND
M
Disso result a que o cont role da energia reat iva deve
ser t al, que o fat or de pot ência da unidade
consumidora permaneça sempre dent ro da faixa que
se est ende do fat or de pot ência 0,92 indut ivo at é
0,92 capacit ivo. Nas inst alações com correção do
fat or de pot ência at ravés de capacit ores, os mesmos
devem

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Energia Reativa Excedente 10

ser desligados, conforme se desat ivam as cargas indut ivas, de forma a mant er uma compensação
equilibrada entre reativo indutivo e capacitivo.

A concessionária aplicará ao excedent e de reat ivo capacit ivo os mesmos crit érios de fat urament o
aplicados ao excedente indutivo.

PERÍODOS DE MEDIÇÃO DE ENERGIA REATIVA INDUTIVA E


CAPACITIVA
Medição de Indutivo e Capacitivo
kVAr
A energia reat iva capacit iva
será medida de 0 h às 6 h. A INDUTIVO
medição da energia reat iva 0 HORA
indut iva será feit a no 6 24

intervalo entre 6 h e 24 h. CAPACITIVO

Medição só de Indutivo
Se a energia reat iva
kVAr
capacit iva não for medida,
a medição da energia INDUTIVO
reat iva indut iva será 0 HORA
6
efet uada durant e as 24 24
CAPACITIVO
horas do dia.

CÁLCULO DO FATOR DE POTÊNCIA

O cálculo do fat or de pot ência será efet uado com kVAr


base nos valores de energia ativa “kWh” e energia FP cos arctg
reat iva “ kVArh” , medidas durant e o período de kW
faturamento por posto tarifário.

EXCEDENTE DE REATIVO

FORMA DE AVALIAÇÃO

A ocorrência de excedent e de reat ivo será verificada pela concessionária at ravés do fat or de pot ência
mensal ou do fator de potência horário.

O fat or de pot ência mensal é calculado com base nos valores mensais de energia at iva (“ kWh” ) e energia
reat iva (“ kVArh” ). O fat or de pot ência horário é calculado com base nos valores de energia at iva (“ kWh” )
e de energia reativa (“kVArh”) medidos de hora em hora.

FATURAMENTO

Fator de Potência Horário

A demanda de pot ência e o consumo de energia reat iva excedent es, calculados at ravés do fat or de
potência horário, serão faturados pelas expressões:

n 0,92
FDR( p ) max DAt DF( p ) TDA( p )
t 1 ft

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11 Manual de Orientação aos Consumidores

n
0,92
FER( p ) CAt 1 TCA( p )
t 1 ft

FDR(p) Faturamento da demanda de potência reativa excedente por posto tarifário.

DAt Demanda de potência ativa medida de hora em hora

DF(p) Demanda de potência ativa faturada em cada posto horário

TDAp Tarifa de demanda de potência ativa.

FER(p) Faturamento do consumo de reativo excedente por posto tarifário

CAt Consumo de energia ativa medido em cada hora

TCA(p) Tarifa de energia ativa.

ft Fator de potência calculado de hora em hora.

Soma dos excedentes de reativo calculados a cada hora

max Função que indica o maior valor da expressão ent re parênt eses, calculada de hora em
hora.

t Indica cada intervalo de uma hora.

p Indica o post o t arifário: pont a e fora de pont a, para as t arifas horo-sazonais, e único, para
a tarifa convencional.

n Número de intervalos de uma hora, por posto horário, no período de faturamento.

Fator de Potência Mensal

A demanda de pot ência e o consumo de energia reat iva excedent es, calculados at ravés do fat or de
potência mensal, serão faturados pelas expressões:

0,92
FDR DM DF TDA
fm

0,92
FER CA 1 TCA
fm

FDR Faturamento da demanda de reativo excedente.

DM Demanda ativa máxima registrada no mês (kW)

DF Demanda ativa faturável no mês (kW)

TDA Tarifa de demanda ativa (R$ / kW)

FER Faturamento do consumo de reativo excedente

CA Consumo ativo do mês (kWh)

TCA Tarifa de consumo ativo (R$ / kWh)

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Energia Reativa Excedente 12

fm Fator de Potência médio mensal.

VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO

A present e condição de fat urament o do excedent e de reat ivo são aplicadas desde os fat urament os
correspondentes às leituras efetuadas a partir do mês de abril de 1994, inclusive.

O fat or de pot ência horário é aplicado aos consumidores com medição feit a at ravés de regist radores
digitais, desde as leituras efetuadas a partir do mês de abril de 1996, inclusive.

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