You are on page 1of 36

Enfermagem Cirúrgica

ENFERMAGEM CIRÚRGICA

INTRODUÇÃO

O tratamento cirúrgico é uma das formas terapêuticas utilizadas pelo


médico no tratamento das doenças.
A cirurgia, através de técnicas manuais e instrumentais procura remover
focos de infecção, retirar órgãos doentes, restaurar funções alteradas no
organismo e, mais recentemente, implantar próteses e aparelhos eletrônicos.
O procedimento cirúrgico adquiriu uma situação relevante graças à ciência
e com isso a equipe de enfermagem dentro das clínicas cirúrgicas e dentro dos
centros cirúrgicos ocupa papel fundamental.
A equipe de enfermagem presta aos pacientes cirúrgicos os cuidados
necessários para a execução do procedimento, garante a preparação do material
e dos equipamentos necessários para o ato cirúrgico e também assiste ao
paciente cirúrgico em todas as etapas da cirurgia, ou seja, no pré, trans e
pós-operatório.
Portanto, a responsabilidade da equipe de enfermagem vai desde que a
cirurgia é proposta até a alta do paciente.

História da Cirurgia

Documentos encontrados nas escavações contém relatos sobre


procedimentos cirúrgicos realizados por homens primitivos. Esses tratamentos
eram quase sempre mal sucedidos pelo desconhecimento dos mecanismos
orgânicos e modos de controlar a dor, hemorragia e infecção.
Os egípcios (4.000 a.C.) realizavam circuncisões e cirurgias oftalmológicas.
Na Babilônia, (2.242 a.C), havia uma legislação severa aos cirurgiões, seus
dedos eram amputados caso errassem. Esse castigo tinha como objetivo impedir
novos erros.
Na Grécia, no século VI ou V a.C, apareceram as Escolas Médicas. Surge
Hipócrates, que traçou normas éticas e deu a medicina o espírito científico, pois já
defendia o uso do vinho ou da água fervida para irrigar as feridas.
O cirurgião grego Galyno, em Roma, utilizou técnicas avançadas para sua
época, pois existem referências de que fervia o instrumental antes de usá-lo.
Com a queda do Império Romano, houve um grande atraso na profissão
médica e a cirurgia passou a ser praticada por aquele que melhor "manejasse uma
faca".
No século X, houve um progresso da medicina, e na Universidade grandes
mestres ensinavam um número razoável de médicos.
Um decreto papal proibia a prática da cirurgia, médicos passaram a
desprezá-la, alegando ser um trabalho manual e, portanto, não condizente com a
classe. A partir de então, sua evolução marchou a passos lentos, pois passou a
ser praticada por pessoas incultas, os barbeiros.
Enfermagem Cirúrgica

Somente no final da Idade Média a cirurgia começou a evoluir


gradativamente e grandes cirurgiões acabaram se destacando.
Mas notavelmente, somente se observou o desenvolvimento da cirurgia no
século XIX, onde condições que sempre atormentavam o homem estavam sobre
controle.

Controle da Dor

Até meados do século XIX, os procedimentos cirúrgicos realizados foram de


emergência. A beladona, o álcool, o ópio e o haxixe, eram usados com a
finalidade de diminuir ou apagar a lembrança da dor. Uma pancada na cabeça,
para deixar o paciente inconsciente, também constituía prática recorrente. Outras
vezes, o paciente era segurado, amarrado e a cirurgia era realizada rapidamente.
Em 1776, foi descoberto o Oxido Nitroso e em 1799 foi usado como
anestésico em cirurgias.
Em 1846, surgiu o éter que foi o primeiro uso reconhecido de anestesia
para cirurgia.

Controle da Hemorragia

Os métodos para interromper o fluxo sangüíneo se desenvolveram muito


cedo.
A pressão digital foi o primeiro, a cauterização dos vasos sangüíneos
utilizando-se um material para amarrar as extremidades surgiu logo em seguida.

Controle da Infecção

Semmelweis (1818 -1865), foi o pioneiro a instituir como medida a lavagem


de mãos para prevenir infecção, embora nada soubesse sobre microorganismos.
Em 1860, Pasteur, descobriu que a fermentação do vinho era causada por
microorganismos e que o crescimento dos mesmos podia ser interrompido pela
ação do calor.
Lister, após as descobertas de Semmelweis e Pasteur iniciou o uso de
substâncias anti-sépticas, a fim de prevenir as infecções operatórias.
Outras descobertas vieram contribuir para a prevenção de infecção:
- 1889: uso da luva de borracha ( Halsted )
- 1882: uso do avental cirúrgico ( Neuber)
- 1891: anti-sepsia das mãos (Schimmelbush)
-1896: uso da máscara (Voa Mikulicz Radecki)

Obs: O desenvolvimento da cirurgia se fez, também, com a descoberta do


raio X por Roentigen, em 1895; a partir de então, os exames radiológicos se
tornaram essenciais ao diagnóstico cirúrgico.
Enfermagem Cirúrgica

QUESTÕES DE ESTUDO:

1 ) Quais os objetivos do tratamento cirúrgico?


2 ) Qual a importância da equipe de enfermagem nas clínicas cirúrgicas e nos centros
cirúrgicos?
3 ) Por quais motivos à evolução das cirurgias se deram de maneira tão lenta?

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Enfermagem Cirúrgica

CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE CIRÚRGICO

INTRODUÇÃO:

Todo procedimento cirúrgico vem sempre precedido de alguma reação


emocional do paciente, portanto, a equipe de enfermagem deve preparar
emocionalmente o paciente cirúrgico para o procedimento.

Necessidades e expectativas do paciente frente à cirurgia:


Enfermagem Cirúrgica

O que a enfermagem pode fazer para minimizar as expectativas do paciente:

Atitudes seguras e honestas devem ser tomadas para que os pacientes


ganhem confiança e para que o sentimento de coragem seja incutido no momento
do procedimento e no momento da recuperação.
Lembrar sempre que as primeiras impressões são usualmente as que
perduram. Portanto, não devemos proporcionar expectativas desagradáveis
durante a internação do paciente.
A família do paciente freqüentemente encontra-se mais preocupada do que
o próprio paciente. Os parentes aflitos, muitas vezes transmitem aflição ao
paciente que então, passa preocupar-se com o parente. Informar e explicar aos
parentes condutas e rotinas pode contribuir para reduzir a aflição.

O trabalho de enfermagem junto ao paciente cirúrgico requer que:


- compreendamos o paciente e seu comportamento
- mantenhamos abertas as vias de comunicação: tudo deve ser explicado
vocabulário simples. Certificar-se que o paciente compreende o que foi dito
- ofereçamos assistência espiritual
- façamos contato sem pressa: não se deve demonstrar pressa ao paciente,
assegurando-lhe sempre que as suas solicitações serão atendidas.
- transmitamos sensação de calma e confiança

QUESTÕES DE ESTUDO:

1 ) Caracterize o paciente cirúrgico descrevendo suas necessidades e suas


expectativas.
2 ) Cite algumas atitudes que a equipe de enfermagem deve ter frente ao paciente
cirúrgico.
Enfermagem Cirúrgica

FASES DO PACIENTE CIRÚRGICO

1 - Pré-operatório
2 - Trans-operatório
3 - Pós-operatório

1 - Fase pré-operatória:

É o período que abrange às 24 ou 48 horas que antecedem o ato cirúrgico. A


preparação e os cuidados a serem prestados aos pacientes cirúrgicos antes da
operação, são guiados pela compreensão de que o indivíduo é ímpar em suas
múltiplas facetas. O objetivo da assistência de enfermagem nessa fase é levar o
paciente à melhor condição física e psicoemocional possível tendo em vista o
sucesso de todo o procedimento cirúrgico.
Quanto aos procedimentos de enfermagem realizados nesta fase,
poderemos encontrar pequenas diferenças quanto às rotinas nos diversos
hospitais ou até mesmo quanto às individualidades de cada cirurgião, mas o
importante é lembrar que os objetivos finais gerais permanecem os mesmos:
- preparo psicológico do paciente, promover a adaptação do paciente no hospital,
estabelecer interação entre as equipes de saúde.
- preparo físico, orientar todos e quaisquer procedimentos que serão realizados e não
esquecer de enfatizar a importância de cada um deles.
- orientar o paciente quanto aos cuidados pós-operatórios, pois sua colaboração será
muito útil durante o período de sua recuperação.

Esta fase pode ser dividida em:


- Pré-operatório mediato: Refere-se à assistência pré-operatória geral prestada
ao paciente cirúrgico, desde a internação na clínica cirúrgica, até as 24 horas
antes da cirurgia, em cirurgias programadas.
- Pré-operatório imediato- Compreende o conjunto de cuidados prestados ao^
paciente imediatamente antes da cirurgia. Em uma cirurgia programada estej
período inicia 24 horas antes da cirurgia e termina na hora da cirurgia.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO PRÉ-OPERATÓRIO

Objetivo geral: Preparar o paciente adequadamente para a


cirurgia, diminuindo os riscos de complicações no trans e pós-operatórios.
- Preparo psicológico: Orientar quanto rotinas do setor
Apresentar o paciente à equipe
Orientar quanto procedimentos a serem realizados
Esclarecer dúvidas

- Orientações ao paciente.
Enfermagem Cirúrgica

Exercícios respiratórios: A finalidade é prevenir complicações pulmonares após


a realização da cirurgia. O paciente deve estar sentado para possibilitar a
expansão pulmonar máxima. Praticar respiração profunda diversas vezes;
ensina-se a inspirar profundamente pelo nariz e expulsar todo o ar pela boca.
Atualmente existem pequenos aparelhos denominados expirômetros, utilizados
para a realização de exercícios respiratórios.

Exercícios de tosse. O objetivo é retirar secreções da traquéia e dos brônquios. O


paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as mãos e pressionar no
local da incisão, funciona como tela de proteção quando o paciente tosse;
minimizando a tensão e controlando a dor. Tossir é necessário para mobilizar as
secreções, não fazê-lo pode acarretar em pneumonias e outras complicações
pulmonares.

Deambulação precoce: Orientar e conscientizar o paciente para a importância de


realizar a deambulação precoce, que consiste em pequenas caminhadas após a
cirurgia, tão logo as suas condições o permitam. Favorece a expansão pulmonar, a
circulação nos membros inferiores e estimula o peristaltismo intestinal.

Virar-se e movimentar o corpo: instrução útil para melhorar a circulação, impedir


complicações vasculares e contribuir para as trocas respiratórias. Exercícios com
as extremidades, extensão e flexão dos braços, joelhos, movimentos em círculo
com os pés estimulam a circulação e a respiração mantendo o tônus muscular e
facilitando a deambulação precoce (quando não há contra-indicação).

Fumar: o hábito deve ser abolido o quanto antes da data que precede a cirurgia,
pois o fumante têm aumentada a quantidade de secreção pulmonar.

Higiene geral: Além do preparo local da pele, um banho completo na véspera da


operação, tem como finalidade eliminar ao máximo a flora bacteriana que
normalmente habita a pele do paciente. Deve ser observada a pele ao redor da
região do ato cirúrgico: irritação, infecção ou reação alérgica são contra indicações
para cirurgia e devem ser comunicadas ao cirurgião. Dar importância ainda à
higiene dos cabelos, pés e unhas, no caso de pacientes do sexo feminino deve-se
remover esmalte. Os dentes devem ser muito bem escovados e se possível lavar a
boca com solução anti-séptica.

Tricotomia: Retirada de pêlos da região a ser operada deve ser feita para evitar
infecção facilitar o acesso cirúrgico. Deve ser feita de maneira cuidadosa a fim de
se evitar escoriações na epiderme;

Nutrição: O paciente deve estar em jejum, para evitar vômitos e aspiração


pulmonar (causando sérias complicações como asfixia, pneumonia ou abcesso
pulmonar). O período exigido de jejum pode variar de acordo com a cirurgia, em
média se exige 8 a 12 horas.
Enfermagem Cirúrgica

Preparo Intestinal: Os intestinos devem ser esvaziados para evitar que o


paciente evacue involuntariamente enquanto está sob efeito anestésico. Em
função do tipo de operação a ser realizada, o médico irá prescrever o preparo
adequado, que pode variar desde o uso de laxante até a aplicação de clister ou
lavagem intestinal.

Coleta de exames pré-operatórios:


- hemograma
- uréia/creatinina
- sódio/potássio
- Rx do tórax
- coagulograma
- glicemia
- ECG
- urina I
- outros

Os cuidados que a enfermagem presta ao paciente no dia do ato


cirúrgico são os seguintes:

- Orientar o paciente deambulante antes de ir para o centro cirúrgico para ir ao


banheiro, com o objetivo de esvaziar a bexiga e o intestino.
- Fornecer camisola limpa, orientando-o para não colocar peças íntimas.
- Colocar gorro cirúrgico nos cabelos do paciente (antes de ir para o C.C.).
- Retirar próteses, lentes de contato, jóias, etc. Identificar e guardar estes objetos em local
apropriado. |
- Verificar sinais vitais: temperatura, pulso, respiração, pressão arterial;
registrando no prontuário e notificando qualquer alteração (como hipertermia,
hipertensão, etc). _^
- Conferir se os exames pré-operatórios, a autorização para a operação e as
radiografias ou exames complementares estão junto ao prontuário do paciente.

- Medicação pré-anestésica:
A maioria dos pacientes, usualmente, recebe algum anestésico preliminar,
momentos antes da operação. O principal objetivo desta medicação é reduzir a
ansiedade do paciente, de modo que a indução e a manutenção da anestesia
sejam mais fáceis. Esta medicação é prescrita pelo anestesista logo após a
avaliação feita durante a visita pré-anestésica.
Antes da administração do pré-anestésico, verificar os sinais vitais
comparando os valores atuais com os anteriormente anotados, caso haja grandes
diferenças avisar o médico e solicitar a autorização para administrar ou não o
medicamento prescrito.
Administrar a medicação pré-anestésica prescrita aproximadamente 30 a 60
minutos antes de encaminhar o paciente ao C.C. de acordo com orientação
médica. O paciente deverá ser observado avaliando possíveis reações adversas a
droga como depressão respiratória, agitação, alteração de sinais vitais. Deixar o
Enfermagem Cirúrgica

paciente deitado, protegido com grades. Verificar novamente sinais vitais, notificar
alterações.
- identificar o paciente com pulseira contendo nome, número do registro no
prontuário, número do leito e operação proposta.
- Quando for solicitado pelo C.C., passar o paciente para maça refil.
- Encaminhar o paciente para o C.C. com prontuário completo, incluindo a
autorização para a operação e as radiografias.

Observações e registros:
Anotar nas observações de enfermagem, todo e qualquer cuidado prestado ao paciente,
suas reações e seu comportamento, as medicações administradas e controle dos
dados vitais devem também ser anotados com clareza para que toda a equipe de
saúde do centro cirúrgico (CC) tenha acesso.

Transporte para o centro cirúrgico:


O transporte do paciente para o centro cirúrgico deve ser realizado com o
máximo de conforto e segurança, colocar grades na maça e cobrir o paciente, são
atitudes que garantirão o bem estar do cliente. Os movimentos com a maça
devem ser realizados sem pressa e sem alvoroço.
O paciente deve ser encaminhado ao CC com prontuário completo e com
todos os resultados de exames realizados.

A família do paciente:
Deve ser informada e tranqüilizada.

2. Fase trans-operatórío:

É o período em que o paciente submete-se ao procedimento cirúrgico.


É importante que o paciente antes da anestesia, nunca seja deixado
sozinho, chamá-lo pelo nome o faz sentir-se seguro.
É interessante também recebe-lo com uma boa expressão facial. Um toque
ou um aperto de mão caloroso é importante para o paciente ter mais segurança.

3 - Fase pós-operatório:

O período pós-operatório tem início logo após o término da operação e vai


até a alta hospitalar do paciente.
Este é o período mais crítico da recuperação do paciente. Por isto, vários
cuidados de enfermagem são dispensados a ele com as seguintes finalidades:
Prestar assitência intensiva até a total recuperação dos reflexos.
- Assistir o paciente integralmente, proporcionando-lhe segurança e retorno
rápido às suas atividades normais.
- Prevenir complicações.
- Auxiliar na reabilitação e na adaptação do paciente às novas condições
resultantes da operação.

.
Enfermagem Cirúrgica

Ao terminar a cirurgia, o paciente é encaminhado para a sala de


recuperação pós-anestésica que é uma unidade geralmente localizada próxima a
sala de operações. O paciente permanece nesta unidade até que reaja ao agente
anestésico, isto é, tenha uma pressão sangüínea estável, boa ventilação pulmonar
e um razoável grau de consciência.

A enfermagem na recuperação pós-anestésica deve receber juntamente


com o paciente um relatório contendo informações sobre o trans-operatório, com
os seguintes dados:
- tipo de anestesia
- tipo de cirurgia realizada
- uso do bisturi elétrico e local da placa
- intercorrências durante a cirurgia
- presença de drenos, sondas e venóclise.
- estado geral do paciente antes de deixar a SO
- recomendações especiais sobre o pós-operatório
O planejamento desta assistência é de suma importância na recuperação
do paciente e na prevenção de complicações pós-operatórias.
Nesta fase é importante ressaltar alguns cuidados essenciais a serem
observados e para os quais a equipe de enfermagem deve estar atenta:

a) Posição do paciente no leito:


- decúbito elevado
- decúbito lateral é a posição ideal, pois facilita a eliminação de secreções
acumuladas na orofaringe.
- importante observar o posicionamento dos drenos, sondas e infusões venosas, a
fim de que não haja prejuízo na entrada e saída de líquidos.

b) Conexões de sondas e/ou drenos:


- são conectados à extensão e ligados à fonte de aspiração quando indicados, ou
mantidos abertos.
- observar funcionamento e características dos líquidos drenados.

c) Controle rigoroso de SSW:


* PA, FC, T, PVC, FR: -15/15 minutos na primeira hora.
- 30/30 minutos segunda hora.
-1/1 hora na terceira hora
OBS: De acordo com evolução clínica do paciente

d) Observar sinais e sintomas:


- nível de consciência: respostas aos estímulos e pupilas (diâmetro e reflexo foto
motor).
- permeabilidade de vias aéreas: expansão torácica e padrão respiratório
- coloração da pele.

e) Observação:

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
em pacientes inconscientes é importante o uso de cânula de Guedel até que se inicie o
retorno dos reflexos, pois a cânula previne a obstrução da orofaringe,
consequentemente a queda da base da língua, provocada por relaxamento muscular.
- a aspiração da orofaringe e a manutenção da cabeça voltada para um dos lados
são medidas que devem ser observadas para manter as vias aéreas abertas com a
finalidade de facilitar o escoamento de secreções
- a expansão torácica pode ser prejudicada e o paciente apresentar dificuldade
respiratória devido à ação de drogas anestésica como também pela localização da
incisão cirúrgica, principalmente se torácica ou abdominal.

f) Observação do curativo cirúrgico

g) Ministrar medicamentos e infusões venosas prescritas, bem como


oxigenoterapia. Observação rigorosa de:
- líquidos infundidos e drenados
- vômitos
- débito urinário
- outras perdas sensíveis (sudorese)

h) Atenção para as queixas do paciente:


-dor
- ressecamento da mucosa oral
- náuseas
- vômitos
- hipotermia

i) mobilização e deambulação

A equipe de enfermagem deve tomar medidas imediatas para atender a


estas e outras queixas, a fim de promover o conforto e bem estar do paciente.
A alta do paciente da sala de recuperação pós-anestésica é feita pelo
anestesista. Assim que for confirmada a alta, o paciente retorna à sua unidade de
origem onde receberá os cuidados pós-operatórios mediatos.

QUESTÕES DE ESTUDO:

1) Caracterize o paciente cirúrgico descrevendo suas necessidades e suas


expectativas.
2) Cite algumas atitudes que a equipe de enfermagem deve ter frente ao paciente
cirúrgico.
3) Descreva as fases do paciente cirúrgico.
4) Quais os cuidados de enfermagem a serem dados a cada uma das fases descritas
acima.
Enfermagem Cirúrgica

INFECÇÕES DA FERIDA CIRÚRGICA

A cicatrização normal de uma ferida cirúrgica passa


por vários processos, tais como coagulação, inflamação, síntese e
deposição de substâncias intercelular, angiogênese, fibroplasia,
epitelização, contração e remodelação. As bactérias e suas
endotoxinas podem causar distúrbios nesse esquema cicatricial
ordenado, afetando cada uma das etapas da cicatrização.
Naturalmente é impossível evitar, de forma completa,
o acesso de bactérias às feridas cirúrgicas. Entretanto, isto não é
invariavelmente acompanhado infecção nessas feridas. A infecção
da ferida cirúrgica pode ser conceituada como o produto da
entrada, do crescimento, de atividades metabóiicas e resultantes
efeitos fisiopatológicos dos microorganismos nos tecidos do
paciente. Ela ocorre quando há uma quebra do equilíbrio existente
entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e a ação das
bactérias.

A multiplicação bacteriana ativa é dado fundamental para o


desenvolvimento de infecção, e estima-se que, na maioria das vezes, sejam
necessários cerca de 100.000 microorganismos por grama de tecido para que se
estabeleça uma infecção em uma ferida cirúrgica. Este número pode cair
dramaticamente na presença de fator local que implique redução das defesas
orgânicas, tais como a presença de corpo estranho (como fios de sutura) ou um
hematoma.
Os fatores gerais do hospedeiro influenciam no aparecimento das infecções
de ferida cirúrgica, por interferirem diretamente no processo cicatricial. Como
exemplos podemos citar a desnutrição significativa, o diabetes mellitus
descompensado, o paciente imunosupressivo, dentre outros.
O diagnóstico definitivo de infecção é estabelecido quando são verificados
supuração ou sinais de processo inflamatório extenso na ferida cirúrgica, maiores
do que os naturalmente observados no processo normal de cicatrização. Em
casos duvidosos, ele pode ser feito também através de cultura quantitativa, que
revela mais de 100.000 bactérias por grama de tecido.

Origem das Bactérias Causadoras de Infecção na Ferida Cirúrgica.

m Sabe-se que 30.000 a 60.000 bactérias podem depositar-se em cada 3 ou 4


de uma sala operatória por hora. Evidentemente, parte
desses
Enfermagem Cirúrgica

microorganismos tem acesso à ferida cirúrgica, entretanto ainda não foi possível
correlaciona com o desenvolvimento de infecção nessas feridas.
Por outro lado, o tempo de duração das operações
influencia na taxa de infecção de feridas cirúrgicas.
Mesmo efetuando-se os ajustes para o tipo de
intervenção e tamanho da incisão, persiste o índice
mais alto nas operações mais prolongadas (3.6%
em operações com menos de 30 minutos, e 16.4%
naquelas com mais de cinco horas de duração).

A contaminação endógena foi comprovada em vários estudos. O acesso à


ferida se faz por contato direto das bactérias endógenas com os tecidos da
incisão, ou por via hematogênica ou linfática de foco infeccioso à distância.

TRATAMENTO

A base do tratamento das infecções de feridas cirúrgicas é composta


de drenagem dos abscessos, desbridamento de tecidos necróticos e síntese
retardada da ferida. Cada situação deve ser individualizada. Em alguns casos
surgem sinais leves de infecção (celulite), sem supuração. Nessa fase, deve-se
instituir observação rigorosa, e os antibióticos podem ser úteis permitindo até
mesmo a regressão do processo sem que seja necessário explorar a ferida
cirúrgica.
Entretanto, na maioria das vezes, o que se observa é a evolução do
processo inicial da celulite para a formação de abcesso bem definido. Quando
este é menor e não há repercussão sistêmica da infecção, o tratamento consiste
exclusivamente em sua drenagem cirúrgica. Deve-se obter material para estudo
bacteriológico na detecção do germe causador da infecção. Se há sinais de
disseminação da infecção ou o paciente é imunossupressivo, a antibioticoterapia
está indicada. Em casos de infecções maiores ou persistentes, freqüentemente há
indicação de desbridamento de restos necróticos e remoção de corpo estranho
das feridas.
Enfermagem Cirúrgica

Prevenção
As medidas preventivas são fundamentais para redução do
índice de infecção da ferida cirúrgica, preconiza-se para prevenção e
controle:

Paciente: reduzir a internação no período pré-operatório, este período deve


ser o menor possível, sendo o paciente internado preferencialmente 24
horas antes do procedimento. A internação prolongada
aumenta a
possibilidade de colonização e possibilita maior exposição à pressão
seletiva do ambiente.
Tricotomia: deverá ser realizada imediatamente antes do procedimento
cirúrgico.
Higiene pessoal: com antisséptico recomendado
Equipe cirúrgica: Degermação das mãos utilizando técnica recomendada.
Paramentação cirúrgica adequada (máscara, gorro, avental).
Preparo do campo operatório: Anti-sepsia da pele com
solução
padronizada.
Técnica cirúrgica: O principal fator protetor contra infecção cirúrgica é a
técnica cirúrgica apurada. Entende-se por técnica cirúrgica não somente
detalhes técnicos, como tipo de material utilizado, método de incisão ou
escolha de procedimento adequado, mas principalmente a capacidade de
produzir o menor dano tecidual com o menor tempo de exposição. São
práticas de grande valor sempre enfatizadas por cirurgiões:
- hemostasia adequada e fechar a parede somente após a remoção
de líquidos e secreções, não deixando espaços "mortos".
- Evitar lesão tecidual exagerada com cautério e manipulando os
tecidos o mínimo.
- Sutura corretas, sem excesso de tensão ou instáveis.
Uso de drenos: Embora fundamentais para diversos pacientes no
pós-operatório, prevenindo a retenção de fluidos, os drenos estão,
entretanto, relacionados como importante fator de risco, por
proporcionarem ao organismo uma "porta de entrada" a tecidos e
cavidades. Devem ser usados em sistemas fechados, com a indicação
precisa e pelo menor tempo possível.
Duração do procedimento: Deverá ser realizado no menor tempo possível.
Quanto maior o tempo de exposição dos tecidos ao meio externo maior
será o risco do paciente à aquisição de uma infecção.
Enfermagem Cirúrgica

9. Controle do fluxo de pessoas na sala operatória: o ambiente cirúrgico deve ser


restrito ao menor número de pessoas, evitando-se a abertura de portas. É
importante o uso de materiais de sutura menos reativos, conseqüentemente
menos lesivos para os tecidos. O uso de curativos oclusivos simples, por cerca de
24 horas no pós-operatório imediato está indicado. O uso racional de antibióticos
profiláticos não impede totalmente, mas consegue reduzir significativamente a
chance de infecção de feridas cirúrgicas, quando efetuado de forma apropriada.
Sua administração deve ser prévia a operação, em geral durante a indução
anestésica.
A indicação de antibioticoterapia profilática se limita aos casos de chance
maior de infecção. As falhas na profilaxia decorrem de contaminação extensa,
presença de fatores lesivos na ferida (corpo estranho, restos necróticos, etc),
utilização inadequada do antibiótico, falhas na técnica cirúrgica.

Questões para estudo:

1. O que você entende por infecção da ferida cirúrgica?


2. Qual a origem das bactérias causadoras de infecção da ferida cirúrgica?
3. Quais são os pontos importantes e as medidas preconizadas para prevenção da
infecção da ferida cirúrgica?
Enfermagem Cirúrgica

ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM AOS
PACIENTES
PORTADORES DE
PATOLOGIAS
NEUROLÓGICAS
Enfermagem Cirúrgica

ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES PORTADORES DE


PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS

Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso Central:

O Sistema Nervoso Centrai é constituído de determinadas estruturas que


tem como funções: coordenar, dirigir e regular as funções do nosso organismo de
forma harmônica, mantendo a homeostase.
Estas atividades ocorrem através da transmissão de impulsos elétricos, que
trafegam por fibras nervosas de forma direta e contínua, de acordo com mudanças
no potencial elétrico.
A Rede Nervosa é composta por: s Neurônios aferentes:
são aqueles que recebem o estímulo. S Neurônios eferentes:
são os que respondem ao estímulo.
Para exemplificar podemos citar o contato feito pelos órgãos do sentido
(pele-tato), com o ambiente externo ao nosso corpo em uma situação de perigo,
ou seja: ao tocarmos uma superfície aquecida, de imediato recebemos uma ordem
para nos afastarmos dela.

O Tecido Nervoso é composto por:


Neurônios:
Não se dividem.
Não se regeneram.
Conduzem os impulsos nervosos.
Variam de forma e tamanho.
Possuem corpo celular (soma) e axônio.
Células da Glia:
Sustentam a rede de neurônios.
Axônio:
Alguns possuem bainha de mielina (que funciona como um isolante, com
função protetora Função: transmitir com rapidez o
impulso nervoso.
A seqüência de informação ocorre da seguinte maneira:
Dendritos Soma Axônio
Por definição Sinapse seria o espaço entre os neurônios, localizada no final
dos axônios, que tem como função:
Receber informações dos neurotransmissores (final dos axônios). s
Permitir a passagem de informações de um neurônio para outro.
Enfermagem Cirúrgica 52

Nervos:
São feixes de fibras nervosas revestidos por tecido conjuntivo.
Função: fazer contato entre o SNC e demais estruturas (órgãos, células, músculos e
glândulas).
São compostos por:
s Nervos Aferentes ou Sensitivos: enviam estímulos ao
SNCNervos Eferentes ou Motores: enviam respostas do SNC.
O Sistema Nervoso é composto por: S
SNC = Sistema Nervoso Central. s SNP
Sistema Nervoso Periférico. s SNA Sistema
Nervoso Autônomo.

O Sistema Nervoso Central é constituído de:


Substância Cinzenta: composta por corpos celulares do SNC.
Substância Branca: composta por axônios.
É um complexo circuito interligado, composto pelo encéfalo e medula espinhal,
formando o neuroeixo ou eixo cérebro espinhal.

Medula espklhal

Colégio Técnico cs
Ca-Universidade Estsd-e
de C
Enfermagem Cirúrgica

São estruturas frágeis, protegidos por:


s Crânio e Vértebras.
•S Membranas chamadas Meninges, responsáveis também pela nutrição do
SNC. As Meninges estão dispostas da seguinte
forma:
Duramater: externa, mais espessa, em contato com os ossos das vértebras.
Aracnóide: intermediária.
Pia Mater: a mais fina, em contato direto com o SNC.
Entre uma meninge e outra existe:
s Espaço Subdural: entre a Duramater e a Aracnóide. •s Espaço Subaracnóideo:
entre a Aracnóide e a Pia Mater. O Líquido Cefalorraquidiano (LCR) circula no
espaço subaracnóideo e tem como funções:
s Sustentar e proteger de eventuais choques mecânicos o SNC. s Manter o
equilíbrio das pressões internas entre a cavidade craniana e o encéfalo.

O Encéfalo é dividido em três partes principais: V Cérebro, cerebelo e tronco


cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo). Encontra-se dentro do crânio que tem como
função abrigá-lo e protegê-lo, formado pelos ossos frontal, parietal, temporal e
occipital.

A. Cérebro: responsável pela inteligência e comando das ações.


Constituído por dois hemisférios e quatro lobos: frontal, parietal, temporal e
occipital.
Camada Interna: formada por Substância Branca=Diencéfalo, formada por
fibras nervosas com bainha de mielina.
Camada Externa: Subst. Cinzenta= Córtex Cerebral, formada de corpos
neurais.
Corpo Caloso= espessa coleção de fibras nervosas, que conectam os dois
hemisférios e permitem a passagem de informação entre ambos.

B. Cerebelo: funciona de maneira coordenada com o Cérebro e o Tronco


Encefálico, sendo responsável pelo equilíbrio e movimentos musculares
voluntários.

C. Tronco Encefálico: encontra-se dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo.


Funções:
Formar os núcleos dos nervos cranianos.
Controle reflexo da respiração e cardiocirculatório.
Mantém conexão com o cerebelo.
Junto com a medula espinhal estão relacionados com os reflexos.

D. Diencéfalo, composto por duas estruturas:


■ Tálamo: informam as percepções da sensibilidade dos órgãos do
sentido (exceto olfato) e os impulsos de dor, memória e sensações.
■ Hipotálamo: local que abriga a hipófise (glândula pituitária).

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
Enfermagem Cirúrgica

Funções:
Regular o SNA.
Regular a temperatura corporal, a regulação hídrica.
Influenciar a secreção hormonal da hipófise.
Medula Espinhal: é um cordão nervoso alongado, composto de Substância
Cinzenta internamente e envolvida por Substância Branca externamente.
Localização:
Situa-se entre a base do crânio (tronco encefálico) e termina no cóccix,
dentro da coluna vertebral. Revestida pelas meninges. Composta por 31
pares de nervos espinais mistos (sensitivos e motores),
enviando e recebendo estímulos do encéfalo para o resto do corpo.

Sistema Nervoso Periférico (SNP): é uma rede nervosa altamente complexa.


Composto por:
12 pares de nervos cranianos.
31 pares de nervos espinais.
01 par de nervo = 01 nervo sensitivo e 01 nervo motor.
Função: colocar o indivíduo em contato com o meio.

Sistema Nervoso Autônomo (SNA): é independente do controle consciente


direto, atuando primariamente nas vísceras: digestório, circulatório e
respiratório.
Função: controlar e regular nossas funções vegetativas.

Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Parassimpático (SNPS): de acordo


com a anatomia temos:
SNS = atua na região toraco-lombar.
SNPS = atua na região crânio sacral.
Juntos atuam de forma equilibrada, um inibe o outro em determinadas
circunstâncias para manter a homeostase.

Avaliação Neurológica:
Realizada através da Escala de Coma de Glasgow, utilizada para avaliar o
nível de consciência do cliente, através dos parâmetros em ordem decrescente
de:
Abertura ocular = valores de 01 a 04.
Resposta verbal = valores de 01 a 05.
Resposta motora = valores de 01 a 06.
Avalia-se também o Controle das pupilas: tamanho e sensibilidade à luz.
Enfermagem Cirúrgica

ESCALA DE COMA DE GLASGOW

ABERTURA OCULAR Espontânea = 4


Verbal = 3 Dor =
2 Nenhuma = 1

RESPOSTA VERBAL Orientado = 5


Desorientado = 4 Palavras
Inadequadas = 3 Sons = 2
Nada = 1

RESPOSTA MOTORA Obedece = 6


Localiza = 5
Flexão/Retirada = 4
Decorticação = 3
Descerebração = 2
Nenhuma = 1
Controle das Pupilas
Isocóricas = ^ A

TAMANHO Anisocóricas = A #
Midríase = AA

Miose = #0

SENSIBILIDADE À LUZ Reagentes = (+)


Não Fotorreagentes = (-)

Importante:

A recuperação de uma doença orgânica do sistema nervoso nem sempre é


seguida de um restabelecimento completo da função. A reabilitação geralmente é
complexa e exige soluções que requerem a atuação de uma equipe multidisciplinar
(ex: enfremagem, fisioterapia, fonoaudiologia com oportunidades recreacionais e
reeducação), buscando a reabilitação do paciente.
Os problemas neurológicos podem resultar em alterações nas funções
cognitiva, sensoria! e neuromuscular da pessoa e, adversamente, afetar a
auto-imagem; entretanto a equipe de enfermagem e de saúde prestam cuidados
essenciais, oferecem uma variedade de soluções para os problemas existentes, ajudam
o paciente a obter controle e exploram os recursos educativos e de apoio
disponíveis na
Enfermagem Cirúrgica

comunidade para prestação de assistência. As metas buscam alcançar o mais alto nível
de função possível e melhorar a qualidade de vida do paciente e família.

TERMOS UTILIZADOS EM NEUROLOGIA:


Afasia: perda da habilidade de se expressar ou de compreender a linguagem
falada.
Ataxia: incapacidade de coordenar movimentos musculares, resultando em uma
dificuldade dè deambulação, conversação e de realizar atividades rotineiras.
Craniotomia: é a abertura cirúrgica do crânio, com o objetivo de aliviar a pressão
intracraniana , controlar hemorragias,etc.
- Craniectomia; é a excisão de uma região do crânio
Espasticidade: aumento anormal do tônus muscular, fazendo com que a
musculatura resista ao estiramento.
- Fotofobia: incapacidade de tolerar a luz.
- Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo (direito ou esquerdo).
- Miose: diminuição do diâmetro das pupilas.
- Midríase: aumento do diâmetro das pupilas.
- Paresia; diminuição da força muscular.
Parestesia: qualquer sensação desagradável espontânea
(agulhada, formigamento, cãibra).
- Paralisia: perda do movimento voluntário de causa neurológica.
- Paraplegia: paralisia de dois membros (superiores ou inferiores).
Postura decorticada: postura anormal com flexão e rotação interna dos braços e
pulsos, extensão e flexão plantar e rotação interna dos pés.
Postura descerebração: postura anormal com extensão e rotação externa dos
braços e pulsos, extensão e flexão plantar e rotação interna dos pés.
- Pupilas Isocóricas: pupilas com diâmetros iguais.
- Pupilas Anisocóricas: pupilas com diâmetros diferentes.
- Pupilas fotorreagentes: pupilas que reagem à luz.
- Pupilas arreagentes: pupilas que não reagem à estimulação com luz.
- Tetraplegia: paralisia dos quatro membros.
- Trepanação: é a abertura circular feita no crânio. Podendo ser feita para exploração
ou diagnóstico.

SIGLAS:

PIC: Pressão Intracraniana HIC:


Hipertensão intracraniana LCR:
Liquor cefalorraquidiano EEG:
Eietroencefalograma EMG:
Eletromiografia AVC: Acidente
vascular cerebral TCE:
Traumatismo cranioencefálico
Enfermagem Cirúrgica

EXAMES NEUROLÓGICOS:

1. ELETROENCEFALOGRAMA- EEG: Registra através de eletrodos aplicados na


superfície do couro cabeludo a atividade do cérebro, Além de auxiliar no diagnóstico
localiza a lesão. É útil para diagnosticar alterações convulsivas, tumores, abcessos,
hematomas, infecção, etc.

2. ELETR0íV!IQGRAFIA- EWIG: Método de registro gráfico da atividade elétrica


muscular. É obtida introduzindo-se eletrodos do tipo agulha na musculatura
esquelética, a fim de medir as alterações do potencial elétrico da musculatura e dos
nervos que a suprem. Determina a presença de distúrbios neuromusculares e de
miopatias.

3. IWIELOGRAFIA: Consiste numa radiografia do espaço subaracnóide espinhal,


obtida após injeção de contraste ou ar no espaço subaracnóide através de uma
punção espinhal. Mostra qualquer distorção da medula causada por tumores, cistos,
hérnias de disco, etc.

4. ANGiOGRAFIA CEREBRAL: estudo radiológico da circulação cerebral após injeção


de contraste. A angiografia cerebral investiga doenças vasculares, aneurismas e
malformações artriovenosas.

5. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: Técnica não invasiva, indolor e com alto


grau de sensibilidade para detectar lesões cerebrais. É realizada com ou sem contraste
endovenoso. Possibilita a identificação de anormalidades de densidade, indica a
possível existência de massas tumorais, hematomas, fraturas, atrofias, deslocamento
de ventrícuios.

6. PUNÇÃO DE LÍQUOR: É feita com a introdução de uma agulha no espaço


subaracnóide para retirar líquido cérebro-espinha! para exames, na região lombar ou
suboccipital.

Tem por finalidades:

- Retirar líquor para exames.


- Determina a presença ou ausência de sangue no líquor.
- Pesquisar a presença microorganismos,
- Medir e avaliar a pressão liquórica.

Antes do exame:
a. Explicar-lhe o procedimento e fazer com que o paciente esvaze a bexiga.

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
Enfermagem Cirúrgica

b. É importante tranquilizá-lo e explicar-lhe que a punção não leva a


paralisias.
c. Colocá-lo em posição lateral, com as coxas e cabeça fletidas ao
máximo possível para aumentar o espaço intervertebral e possibilitar
o acesso mais fácil da agulha no espaço subaracnóide.

Durante exame:
a. Orientá-lo para permanecer relaxado e respirar normalmente., para
não alterar os valores da pressão liquórica.

Após exame:
a. O paciente deve permanecer em repouso, sem travesseiro e aumentar a
ingestão de líquidos.

7. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: é uma tecnologia de diagnósticos por imagem que


utiliza um potente magneto e ondas de rádio-frequência para produzir fotos ou
"imagens" de estruturas e órgãos internos. Justamente por permitir que se observe o
interior do corpo de qualquer ângulo de visão e com muito mais clareza, esta
tecnologia fornece aos médicos uma grande quantidade de informações obtidas mais
rapidamente e, em muitos casos, de uma maneira mais econômica do que os antigos
exames e cirurgias exploratórias.

Antes do exame o paciente deve responder um questionário informando se possui


marcapasso, clipes cirúrgicos, próteses, implantes metálicos ou qualquer outro objeto
metálico em seu corpo. Alguns implantes (o marcapasso, por exemplo) podem sofrer
algum tipo de alteração causada pelo exame de ressonância magnética. Quaisquer
objetos metálicos que possam vir a ser afetados ou atraídos pelo potente magneto
usado no exame de ressonância magnética devem ser retirados e guardados. Nesta
lista podemos incluir relógio, moedas, chaves, grampos de cabelo, cartões de crédito,
canivetes, etc.

NeuromSopatias:
O que são Neuromiopatias?

São doenças que comprometem o SNC e o SNP.

São elas:

Doenças desmielinizantes.

Doenças da junção neuromuscular.


Enfermagem Cirúrgica

Doenças do SNP.

Doença Desmieünizante:
São aquelas que afetam a Bainha de Mieiina, resultando em um distúrbio na
transmissão do impulso nervoso.

Esclerose Múítipla:

Doença de causa desconhecida, de caráter auto-imune que gera incapacidade em


adultos jovens (20 a 40 anos), É mais comum no sexo feminino.

O que ocorre na Esclerose Múltipla?

Destruição da bainha de mieiina (material gorduroso e protéico que reveste certas


fibras nervosas no cérebro e na medula espinhal), causando a interrupção na
condução do impulso nervoso.

Podem ocorrer diversas manifestações clínicas, sendo que as principais áreas


afetadas são: nervo óptico, cérebro e medula.

Dentre os sintomas mais comuns encontramos: fadiga, fraqueza, dormência,


dificuldade na coordenação, perda de equilíbrio, visão turva (que pode evoluir para
cegueira total).

Pode ocorrer iabiüdade emociona! (euforia e depressão), ataxia, tremor, disfunção


vesico-urinária e intestinal.

As complicações secundárias mais esperadas são: ITU, distensão retal, úlceras de


decúbito, deformidades por contraturas, edema de MMII, Pneumonia e problemas
emocionais.

Como é feito seu diagnóstico?

Através da história clínica e exame físico realizados pelo médico; também por
tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Importante dizer que não há tratamento curativo para esta enfermidade, somente o
paliativo.

O tratamento tem por objetivo:

■ Proporcionar o alívio dos sintomas e apoio emocional.

■ Fazer uso de fármacos específicos (ex: drogas imunossupressoras para


diminuir a resposta imune e desacelerar a doença).
Enfermagem Cirúrgica

Doença da Junção Neuromuscular:

iVi Jastenia Gravis:

É caracterizada pelo distúrbio na transmissão neuromuscular que causa


enfraquecimento muscular.

Doença auto-imune (anticorpos contra os receptores da acetilcolina, que prejudicam a


transmissão neuromuscular), que afeta geralmente jovem do sexo feminino.

Nos homens a doença se manifesta em uma fase posterior da vida.

Os sintomas variam de acordo com os músculos afetados, sendo que os mais comuns
são: fraqueza muscular, cansaço, ptose, diploplia, disfonia.

Com a progressão da doença pode ocorrer dificuldade para mastigar e deglutir, com
risco de asfixia e aspiração, enfraquecimento da musculatura respiratória e,
posteriormente, parada respiratória.

Como é feito seu diagnóstico?

Através da história clínica e exame físico, feitos pelo médico.

Tratamento:

Deve estar direcionado para melhorar a transmissão neuromuscular, através do uso


de fármacos específicos.

Alguns procedimentos podem ser muito úteis: plasmaférese e timectomia.

Doença do Sistema Nervoso Periférico:


São distúrbios que afetam os nervos sensitivos, motores e autônomos periféricos. O

paciente pode apresentar:

■ Fraqueza muscular (com ou sem atrofia).

■ Hipotensão ortostática.

■ Taquicardia.

■ Diminuição da sudorese.
Enfermagem Cirúrgica

Síndrome de Guiliain-Bairré (Polirradiculoneurite):

Síndrome de causa desconhecida, que pode estar associada a uma infecção viral (ex:
quadro gripai).

Seus principais sintomas são: parestesia e fraqueza muscular de MMII, podendo se


estender para tronco, MMSS.

Atenção: o diafragma e os músculos intercostais podem ser acometidos, originando


uma insuficiência respiratória por fadiga muscular.

Seu diagnóstico é feito através de história clínica e exame físico; exame de líquor e
exame eletromiográfico.

Tratamento:

Feito através do uso de fármacos imunossupressores e plasmaférese.

Cuidados gerais de enfermagem:

Apoio psicológico, pois estão conscientes e com sua capacidade funcional


comprometida.

Monitorização dos sinais vitais, função respiratória e cardíaca para prevenir


insuficiência respiratória e arritmias.

Alimentação assistida, para prevenir aspiração.

Mudança der decúbito constante, exercícios passivos no leito e massagem de


conforto para prevenir úlceras de decúbito, atrofia muscular, TVP, embolia
pulmonar e ínfecções.

Orientar paciente e família para a realização do auto-cuidado e cuidados gerais


que serão realizados em casa.

Objetivos Gerais da Assistência ao Paciente Neuroiógico:

Trabalhar com suas incapacidades e restabelecer, na medida do possível suas funções


neurológicas.

Realizada por uma equipe multiprofissional que presta cuidados essenciais, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e sua família.

DOENÇA DE PARKINSON:

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
Enfermagem Cirúrgica

Em 1817 Dr. James Parkinson descreve pela primeira vez os sinais, sintomas e
evolução da doença.

É uma enfermidade neurodegenerativa (degeneração neuronal) de causa


desconhecida, com grande prevalência na população idosa (homens e mulheres de
diferentes raças e classes sociais).

Inicia-se geralmente aos 60 anos, havendo casos antes dos 50 anos (início precoce) e
outros antes dos 20 anos (Parkinson juvenil), onde se observa uma diminuição na
produção de Dopamina (neurotransmissor essencial no controle dos movimentos
corporais).

Os sintomas iniciais surgem de modo quase imperceptível, onde amigos e familiares


são os primeiros a observar.

Dentre eles temos:

Bradicinesia = movimentos lentos, vagarosos.

Micrografia= tremores frios no braço ou na mão, de um ou ambos os lados,


caligrafia menos legível ou com tamanho diminuído.

Hipomímica facial= expressão facial em máscara.

Hipofonia = fala menos articulada, com menos volume.

Sialorréia= aumento da salivação.

Acinesia= um dos lados do corpo movimenta-se mais.

Sintomas depressivos= isolamento social, sensação de fraqueza, cansaço, ou


mal-estar no fim do dia.

Manifestações Clínicas e Sintomas Motores:

Tremores: são os que mais chamam a atenção, piorando em situações de


estresse emocional.

Rigidez: surgem cãibras, dores articulares e musculares, assumem postura


inclinada para frente,

Bradicinesia: as tarefas do dia a dia serão realizadas de forma mais lenta, com
muito esforço.

Instabilidade Postura!: desequilíbrio e possíveis quedas podem ocorrer.

Depressão: podem causar incapacidade e má qualidade de vida.


Enfermagem Cirúrgica

Distúrbios da fala: a voz toma-se mais fraca.

Sialorréia: acúmulo de saliva que escoa pelo canto da boca.

Distúrbios respiratórios: surgem engasgos e tosse, secundários a sialorréia.

Distúrbio do Sono: inversão do ciclo sono-vigília, "troca o dia pela noite", devido a
apresentar freqüentes cochilos durante o dia decorrente da falta de atividades
em sua rotina.

Mioclonias: contratura muscular involuntária durante o sono, que causa grande


desconforto para o cliente.

Equipe mulíidisciplinar e reabilitação nos pacientes Parkinsonianos:

Tem por objetivo:

Promover a independência funcional e autonomia ao cliente, melhorando sua


qualidade de vida.

Evitar ou atenuar a progressão de alguns sintomas.

Aliviar as dores, rigidez posturais, fraqueza e atrofia muscular.

Equipe de Enfermagem:

Abordagem do uso adequado de medicação.

Cuidados gerais com a alimentação, principalmente com sua administração para


prevenir problemas respiratórios e possíveis complicações (ex: pneumonia).

Planejamento do programa de atividades pessoais (auxílio e suporte para sua


deambulação, atividade física, entre outros).

Apoio emocional: trabalhar com o medo, ansiedade, depressão e isolamento social.

Orientar paciente e familiar para o auto-cuidado.

CEFALÉiA, ESTADO DE MAL EPILÉPTICO E TUMORES CEREBRAIS:


Cefaléia:
Enfermagem Cirúrgica

É a queixa física humana mais comum, podendo ocorrer em situações de doença


orgânica ou de doença neurológica, na reação às situações de estresse, por
vasodiiatação, tensão muscular (cervicalgia), ou combinação de todos estes fatores.

Tipos:

As cefaléias vasculares resultam de: dilatação, compressão, edema, inflamação das


artérias intra ou extracranianas.

Podem ser conhecidas por enxaquecas ou cefaléias em surtos.

A- Enxaqueca:

Um complexo de sintomas que podem causar crises periódicas de cefaléias intensa.

É mais freqüente nas mulheres no período ovulatório devido aos hormônios ativos.

A dor inicia-se ao redor dos olhos e das têmporas, com duração de 02 h ou vários
dias.

Seus sintomas são: fotofobia, irritabilidade, náuseas e vômitos.

B - Cefaiéia em surto:

É considerada uma forma grave de cefaiéia vascular, mais comum nos homens e
pode ser precipitada pela ingestão do álcool.

As crises são em surtos e iniciam-se em um dos olhos (na região da órbita),


irradiando-se para as regiões facial e temporal. Pode surgir lacrimejamento e
congestão nasal.

C - Arterite Craniana:

Cefaiéia intensa localizada na região das artérias temporais, devido à inflamação das
artérias cranianas.

É mais freqüente em idosos com mais de 70 anos.

Sinais e sintomas: fadiga, mal estar, emagrecimento, febre e cefaiéia.


Enfermagem Cirúrgica

D - Cefaléia Tensionai:

Resulta do estresse emocional e/ou físico, podendo causar contração dos músculos
do pescoço e do couro cabeludo, Pode ser definida por um "grande peso sobre a
cabeça".

Sinais e sintomas: sensação de pressão na fronte, têmporas ou parte posterior do


pescoço.

Estado de Mal Epiléptico:

As convulsões são causadas por uma descarga elétrica do tecido nervoso de forma
excessiva e desordenada.

Suas causas podem ser:

Idiopáticas (próprias do indivíduo).

J Adquiridas: por anóxia ou hipóxia cerebral (AVCI ou AVCH), estados febris,


TCE, distúrbios eietrolíticos (ex: hiponatremia, hiperglicemia, hipoglicemia),
intoxicação por subst. ilícitas, abstinência ao álcool e septicemia, entre outros.

Crises Convulsivas:

Classificam-se como crises parciais e crises generalizadas.

Sinais e sintomas: variam desde um simples piscar de pálpebras, um desconforto


epigástrico, até tremores violentos em todas as partes do corpo.

Classificação das Crises Convulsivas:

Generalizada (CCTCG - Crise Convulsiva Tônico-Clônica Generalizada):

O paciente perde a consciência.

Apresenta espasmo tônico do tronco e membros.

Seguidos de abalos clônicos repetitivos e generalizados.

Parcial:

Breve alteração do nível de consciência. Piscadelas dos olhos e ligeiros

movimentos com a boca. Podem também se tornar generalizadas. Crises Parciais:

sinais e sintomas: eles irão variar de acordo com a região afetada.


Enfermagem Cirúrgica

■ Região Occipitai: fenômenos visuais simples (alucinações e déficit visual).


I
■ Região Frontal: movimentos motores descoordenados e perda da fala,

• Região Temporal: fenômenos que envolvem a senso-percepção (ex: medo


ansiedade) e movimentos repetitivos (estalar dos lábios, mastigação, apertar
roupas ou lençóis).

■ Região Parietal: alucinações, zunidos e entorpecimento.

Tratamento:

■ Clínico:

Remover agentes tóxicos que podem estar causando o problema.

Corrigir, controlar alterações do metabolismo (manter homeostase).

Uso de medicações específicas: Carbamazepina (Tegretol), Fenobarbital


(Gardenal), Fenitoína (Hidantal) e Benzodiazepínico (Diazepan).

Cirúrgico: remoção do foco cerebral e possíveis causas (ex: abscessos,


tumores, HIC e demais).

Assistência de Enfermagem no Pré-Hospitalar:

No início da crise deve-se:

• Mover cuidadosamente o paciente para o chão, segurar sua cabeça


para evitar traumatismo craniano.

■ Lateralizar a cabeça para que o mesmo não aspire secreção da


orofaringe.

■ Manter privacidade, evitando curiosos.

Durante a crise:

■ Observar a posição dos olhos, os movimentos dos membros, se


apresentou incontinência urinaria e fecal, quantos minutos ficou se
debatendo e se ao final adormeceu.

■ São informações importantes para a localização do foco.

Assistência de Enfermagem no Intra-Hospitaiar:

■ Os cuidados são basicamente os mesmos.


Enfermagem Cirúrgica
O paciente vai estar acomodado em cama ou maça
hospitalar.

■ Pode-se usar uma cânula de guedel para desobstruir vias aéreas superiores.

■ Aspirar secreção da orofaringe quando necessário, mantendo vias aéreas


superiores desobstruídas.

■ Medicar conforme prescrição médica.

Tumores Cerebrais:

Caracterizam-se peio crescimento anormal de células do tecido nervoso.

Podem comprimir e infiltrar o tecido nervoso, causando:

■ Aumento da PIC (Pressão Intracraniana) e edema cerebral.

■ Desencadear crises convulsivas.

■ Causar hidrocefalia.

■ Alterar a função hipofisiária.

■ Raramente são metastáticos. Podem ser derivados de neoplasias pulmonares,


de mama, demais órgãos do corpo.

Classificação:

1- Tumores de origem n o Tecido Cerebral:

Gliomas;

São tumores infiltrantes que invadem qualquer porção do cérebro, de difícil remoção
por se disseminarem nos tecidos neurais periféricos.

Glioma ma!igno= neoplasia cerebral mais observada.

2- Tumores de Origem no Revestimento Cerebral:

Meningiomas:

É um tipo de tumor encapsulado, bem definido e que cresce para fora do tecido
cerebral.

Causa compressão cerebral, aumentando a pressão intracraniana.

3- Tumores que se desenvolvem nos Nervos Cranianos:


Enfermagem Cirúrgica

3.1- Neuroma Acústico:

Surge na bainha do nervo acústico, de evolução lenta, podendo atingir um tamanho


considerável antes de ser diagnosticado.

Sinais e sintomas: perda auditiva, zumbido, episódios de vertigem, sensações


dolorosas na face.

3.2- Espongiobiasíoma:

Acomete o nervo óptico, causando diminuição da acuidade visual.

4- Tumores de Lesões Metastáticas:

São os tumores encontrados no tecido cerebral derivados, geralmente, dos pulmões e


das mamas.

5- Tumores de Duetos Giandulares:

São os encontrados na glândula hipofisiária.

Responsáveis pela alteração do funcionamento da mesma, interferindo na produção e


controle de hormônios importantes para a manutenção de funções vitais (ex: hormônio
do crescimento).

6- Tumores de Vasos Sangüíneos:

Hemangioblastomas e angiomas:

São massas compostas de vasos sangüíneos anormais, de paredes muito finas,


encontrados na superfície cerebral ou sob ela.

Pode persistir por toda vida sem causar sintomas, porém quando se rompem podem
causar um AVCH - Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico.

Sinais e Sintomas dos Tumores Cerebrais:

■ Dependem do: tipo, localização, velocidade de crescimento e tamanho do


mesmo.
■ Os pacientes podem apresentar HIC e cefaléia, vômito em jato, borramento da
visão, diploplia e torpor.
■ Sinais de localização:
Tumor de cerebelo= pode causar tonturas, desequilíbrio da marcha e nistagmo. s
Tumor de lobo frontal= distúrbio da personalidade e labilidade emocional.

Tratamento:

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
Enfermagem Cirúrgica

■ Objetivo:
Remoção do tumor sem deixar déficits neurológicos.
Na maioria dos casos é feita craniotomia, com associações de quimioterapia e
radioterapia.

Cuidados pré-operatórios:

■ Apoio psicológico, esclarecendo as dúvidas e trabalhando a ansiedade


pré-cirúrgica.
■ Tricotomia de couro cabeludo (prescrita pelo médico).
■ Cuidados gerais: banho com solução anti-séptica, retirada e guarda de prótese
dentária, óculos e adornos em geral, controlar sinais vitais, administrar
medicação prescrita e demais cuidados de enfermagem pré-operatórios.

Cuidados no pós-operatório:

Deve-se monitorizar o paciente para:


■ Controle rigoroso de sinais vitais, com ênfase na PA, FC e FR (oximetria), a
princípio de 01/01 h.
Observar, anotar e notificar a equipe sobre:
Agitação no leito, alteração de comportamento, vômito em jato.
Presença de otorréia ou rinorréia, fazendo "dextro" para avaliação da secreção,
com o intuito de saber se é líquor. S Manter decúbito elevado: 30 a
45 graus, para prevenir hipertensão
intracraniana-HIC. S Cuidados gerais com: SNG, SNE e
ventilador mecânico.

Atenção:

■ Os pacientes receberão cuidados intensivos da equipe de enfermagem, sendo


necessário:
Renovar o curativo do cateter de PIC a cada 24 h.
Realizar balanço hídrico de 24 h (controle rigoroso de líquidos infundidos e
drenados). s Manter o leito com grades elevadas e/ou restringir o paciente se
necessário,
para prevenir quedas. / Realizar atentamente a prescrição médica: cuidados
com o dreno de porto-vac
(anotar débito e aspecto da secreção), abrir o curativo craniano após 48h ou de
acordo com orientação médica. </ Manter a derivação ventricular externa na
altura do pavilhão auditivo, ou de
acordo com orientação médica. s Anotar débito e
aspecto de secreção da derivação externa.

QUESTÕES DE ESTUDO:

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
Enfermagem Cirúrgica
Quais são os componentes do Tecido Nervoso?
1- Qual o caminho realizado pelo impulso nervoso?
2- Quais são as funções do LCR-líquido cefalorraquidiano e por onde circula?
3- O que é Escala de Glasgow?Quais parâmetros avalia?
4- O que são doenças desmielinizantes? Cite seus sintomas.
5- Em relação ao Mal de Parkinson, responda:
A - Quais são as manifestações clínicas encontradas.
B - Cite os sintomas motores apresentados pelos pacientes.
7- Comente os objetivos da equipe de enfermagem durante o tratamento do paciente
portador de Mal de Parkinson.
8- O que é convulsão?
9- Comente a assistência de enfermagem realizada durante uma crise convulsiva, no
atendimento pré e intra hospitalar.
10- Comente os cuidados de enfermagem no pós-operatório realizados para pacientes
neurológicos.

Colégio Técnico de Campinas-COTUCA


Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP

You might also like