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PREFÁCIO

Aleister Crowley nasceu Edward Alexander Crowley, em Leamington Spa, Inglaterra,


em 1875.
Poeta educado em Cambridge, hoje em dia ele é amplamente conhecido como o maior
instrutor de esoterismo do século XX. A filosofia religiosa por ele fundada, Thelema,
está entre as que mais rapidamente crescem no mundo.
Em 1904, o evento mais importante na vida de Crowley ocorreu. Enquanto no Cairo, ele
recebeu uma comunicação verbal direta de um emissário dos Chefes Secretos, a Grande
Irmandade Branca que guia a evolução planetária. Esse emissário, chamado Aiwass ou
Aiwaz, ditou, e Crowley escreveu, um curto trabalho de três partes, intitulado Liber AL
ou LiberLegis: O Livro da Lei. Este livro anunciava o início de uma Nova Era, ou aeon,
regida por Hórus, a divindade egípcia da cabeça de falcão.
Desde 1904, este Novo Aeon de Hórus tem gradualmente suplantado o aeon passado, de
Osíris. A humanidade se desenvolve à medida que sua fórmula mágica evolui, e O livro
da Lei introduziu a nova fórmula e simbolismo que continuarão a estimular a evolução
por milhares de anos. Esta nova fórmula permeia o simbolismo do Tarô de Thoth, assim
como o do seu texto companheiro, O Livro de Thoth.
Crowley estudou o Tarô por quarenta anos, antes de encontrar sua colaboradora
artística, Frieda Lady Harris. Nascida em 1877, Lady Harris (née Bloxam) foi a mulher
de Sir Piercy Harris, do Parlamento Britânico.
O Tarô de Thoth gradualmente veio à existência, de 1938 a 1942, enquanto Harris
preparava suas aquarelas a partir dos esboços e descrições de Crowley. Este permitiu
que ela exercitasse amplamente o seu notável senso visual; porém os títulos, os
desenhos em geral, os símbolos e esquemas de coloração, enfim, tudo que é derivado da
teoria esotérica, veio de Crowley, que teve a aprovação final. Crowley fez com que ela
redesenhasse ou repintasse algumas cartas cinco ou seis vezes.
As atribuições cabalísticas das cartas do Tarô estiveram entre os mais bem guardados
segredos do século XIX e do começo do século XX. Quando escritores continentais,
como Eliphas Lévi, Papus e Maxwell ensinavam as atribuições do Tarô e sua conexão
com a Qabalah, deliberadamente eram introduzidos "disfarces" para desviar o não
iniciado.
Crowley, entretanto, tornou o trabalho de sua vida fazer com que as chaves para o
Caminho, tão maravilhosamente simbolizado no Tarô, fossem acessíveis para todos. Ele
chegou à conclusão de que, já que os segredos místicos e mágicos somente são
conhecidos verdadeiramente através da experiência direta, e a experiência direta
somente é alcançada através da consecução individual, os segredos poderiam
guardar-se a si mesmos adequadamente, mesmo quando claramente publicados.
O Tarô de Thoth foi o primeiro a fazer explícitas essas atribuições iniciáticas. Crowley
renomeou algumas cartas para assegurar que a doutrina do Novo Aeon se fizesse
explícita. O Trunfo XI foi renomeado "Volúpia", o Trunfo VIII foi renomeado
"Ajustamento", e o Trunfo XIV foi renomeado "Arte" (originalmente, "Força", "Justiça"
e "Temperança", respectivamente).
Ele também incorporou uma importante correção às atribuições ocultas tradicionais das
letras hebraicas aos Trunfos do Tarô, envolvendo os Trunfos IV e XVII ("O Imperador"
e "A Estrela"). Tal correção foi proporcionada por uma instrução d'O Livro da Lei.
Explicações para essas mudanças devem ser buscadas no trabalho do próprio Crowley,
O Livro de Thoth (The Book of Thoth, publicado em Inglês por Samuel Weiser, Inc., e
em Alemão e Francês por Urania Verlag AG), ou num de seus vários livros póstumos
que lidam exclusivamente com o Tarô de Thoth e seu simbolismo.
Lady Harris promoveu exibições das pinturas em galerias, no início dos anos 40, e o
catálogo preparado para a Nicholson and Venn Gallery, em Oxford, foi baseado nas
notas de Crowley, tendo encontrado a sua aprovação. Isto forma a base do presente
li vreto, no qual os nomes das cartas (dados em negrito) estão em conformidade com os
seus títulos finais, tal como dado em O Livro de Thot e nas próprias cartas. Atribuições
hebraicas, astrológicas e elementais também foram adicionadas, e alguns erros e
omissões óbvios foram remediados, fiandose no próprio trabalho de Crowley.
O texto companheiro de Crowley para as cartas é O Livro de Thoth, hoje geralmente
reconhecido como o clássico moderno sobre o Tarô, publicado originalmente em 1944
pela fraternidade mágica da qual ele foi o chefe mundial, o Ordo Templi Orientis
(O.T.O.).
Crowley morreu em 1947, e a primeira publicação das cartas ocorreu postumamente,
em 1971, pela O.T.O. em cooperação com Gerald J. Yorke.
Crowley pretendia que o Tarô de Thoth servisse como um Atlas Mágico e Guia do
Universo para este Novo Aeon de Hórus, escrevendo que: – "para mim, este Trabalho
sobre o Tarô é uma Enciclopédia de toda a filosofia "oculta" séria. Ele é um Livro de
Referência padrão, que determinará o curso inteiro do pensamento místico e mágico
para os próximos 2.000 anos". Este foi o primeiro Tarô global, retratando o simbolismo
de várias culturas e períodos, passados e presentes, orientais e ocidentais. Crowley
também pretendia que sua verdade inegável, poder e beleza fossem uma justificativa
tangível do trabalho de sua vida, o qual foi mui freqüentemente mal entendido. Nisto,
com a ajuda de Lady Harris, ele obteve sucesso.
Este baralho deve ser estudado em conjunto com O Livro de Thoth, de Crowley, que é a
autoridade máxima no que se refere ao seu significado. Esse livro é um tanto avançado;
felizmente, numerosos livros introdutórios, lidando especificamente com o Tarô de
Thoth, são atualmente disponíveis.
Hymenaeus Beta Frater Superior, Ordo Templi Orientis

INTRODUÇÃO
A origem do Tarô é desconhecida, mas, de toda sorte, ele foi introduzido na Bacia
Mediterrânea antes do final do século XIV. Nós temos maços já existentes no século
XV.
Admite-se geralmente que as cartas eram uma classificação ou mapa do universo. O
universo material sempre foi dividido da primeira à quarta instância, e o número quatro
é a base do baralho.
Há quatro naipes correspondentes aos quatro elementos, quatro pontos cardeais, quatro
posições do sol, quatro estações do ano e assim por diante.
Disto derivam diretamente os outros números envolvidos nesta classificação.
O número dos Trunfos (22) está de acordo com o dos Atus, ou Casas, ou Chaves. O
tema das cartas e do livro (o Tarô é chamado o livro de Thoth ou Tahuti, o Mercúrio
Egípcio) refere-se à influência dos 10 números e das 22 letras sobre o homem, e o
melhor método para que este manipule as forças daqueles.
Parece, a partir da classificação, que o sistema do Tarô é o da Qabalah hebraica.
Qabalah significa "recebido(a)", isto é, uma tradição recebida por meio da iniciação. A
Qabalah hebraica sustenta ser baseada na Qabalah egípcia. Supunha-se que Moisés,
o grande magista dos hebreus, havia sido iniciado pelos hierofantes daquele país. Esta
teoria é confirmada pelos traços fortemente marcados de figuras e idéias egípcias nos
próprios desenhos tradicionais, mas há também uma múltipla expressão da influência
das religiões indianas. Em particular, o Deus indiano Ardha-nari é representado com
quatro armas dos quatro naipes, Bastões, Taças, Espadas e Discos.
Parece, portanto, provável que os adeptos egípcios e indianos tenham sido os
responsáveis pela forma primitiva do baralho, atualmente perdida.
O que é inegável é que o maço deve ter sido reunido, em sua forma medieval, pelos
cabalistas hebreus.
O simbolismo geral dos Atus é baseado nas idéias de Igreja e Estado correntes naqueles
tempos. Isto está especialmente manifestado em títulos de Atus tais como o Louco, o
Magista (Conjurador ou Prestidigitador), a Papisa, o Imperador, a Imperatriz, o Papa, o
Eremita, o Pendurado, Justiça, Morte, o Diabo, a Torre Fulminada, o Julgamento Final.
Há uma certa evidência da influência greco-romana e, possivelmente, assíria ou caldéia,
pois, nos baralhos antigos, o lmperador era por vezes chamado Júpiter, e nós temos a
tríade astronómica do Sol, da Lua e da Estrela, enquanto talvez a Torre Fulminada possa
ser tomada como um símbolo de Agni, Fogo ou Relâmpago.
Estas origens misturadas não são, entretanto, de grande significado. O que é certo é que
o baralho, tal como era, foi habilmente moldado por Iniciados, como um meio de
preservar e transmitir a tradição da sabedoria iniciática; salvaguardas contra a traição
dos segredos foram introduzidas, especialmente com respeito às atribuições dos Atus ou
Trunfos.
Através dos séculos, as cartas têm sido muito famosas. Centenas de livros foram
escritos sobre elas. Elas foram usadas pelos "Boêmios" ou Ciganos para prever a sorte,
e, de uma forma mutilada, são usadas como vários jogos de carteado em todos os países
latinos, em ambos os hemisférios. Mas estas são degradações do seu verdadeiro uso, a
nobre contemplação das Energias Secretas da Natureza.

OS VINTE E DOIS TRUNFOS

0. O Louco (aleph hebraico, Ar).


O Louco é o Ar, ou Vácuo, ou Poderosa Inocência. Ele carrega o elemento masculino
do fogo, o elemento feminino da água, a espada do ar e o disco da terra. Ele é o Homem
Verde da Primavera, o Grande Louco dos Celtas (Daluah) e Parsifal. Ele também é
Zeus Arrhenothelus, Dionisus Zagreus, Bacchus Difues e Baphomet.

I. O Mago, o Magista, ou o Prestidigitador (Beth hebraico, Mercúrio).


Mercúrio, que é Sabedoria, Vontade e Palavra, por quem o mundo é criado, simboliza a
base fluídica de toda transmissão de atividade. Atrás dele, está o Macaco, Hanuman,
que é uma concepção hindu. A sua contraparte egípcia, Thoth, também é sempre
seguida pelo Macaco Cinocéfalo.

II. A Alta Sacerdotisa (gimel hebraico, Lua).


Ela é Isis, a eterna virgem, e também Artemis. Por esta razão, ela está vestida no
luminoso véu de luz, sendo a luz vista, não como a manifestação, mas como o véu do
espírito.

Ill. A Imperatriz (daleth hebráico, Vênus).


Ela está sentada em postura tradicional. Essa postura representa o sal, o princípio
inativo da natureza. O lótus tipifica o poder feminino ou passivo. As Abelhas no robe
podem ser comparadas com a flor de lis, sugerindo a origem francesa do símbolo. A
faixa é o Zodíaco.
O Pelicano pode ser identificado com a Grande Mãe e sua prole, representando a
continuidade da vida e a herança do sangue unindo todas as formas da natureza. A
Águia Branca tipifica o Sal Alquímico e a Tintura Branca, da natureza da prata.
IV. O Imperador (tzaddi hebraico, Áries).
Esta carta significa Governo, por meio de dois símbolos contrastantes. Estes são o
Carneiro, o qual, quando selvagem, é solitário e corajoso, e o Cordeiro, que é doce e
covarde, sendo, na verdade o Carneiro amansado pela autoridade. A Postura tipifica o
Enxofre Alquímico, o elemento ígneo do universo. A Águia Vermelha representa a
Tintura Vermelha dos Alquimistas, que é da natureza do ouro.

V. O Hierofante (vau hebraico, Touro).


A referência nesta carta é a Taurus, o Boi, e seu equivalente indiano, o Elefante. O
pentagrama, com sua criança masculina dançante, simboliza o Novo Aeon da Criança,
Hórus, que toma o lugar do Velho Aeon, que nos governou por 2.000 anos. 0 Hierofante
somente se move em intervalos de 2.000 anos. As quatro máscaras são os guardiães de
todo mistério, culminando no Grande Mistério da união do microcosmo com o
macrocosmo. A mulher na frente do hierofante representa Vênus, agora armada e
militante. A Baqueta, com seus anéis entrelaçados, mostra os três Aeons, de Ísis , Osíris
e Hórus.

Vl. Os Amantes ou Os Irmãos (zain hebraico, Gêmeos).


Esta carta especificamente alquímica é um símbolo da procriação, as espadas chamando
à atenção para o processo de divisão que na verdade ocorre. Cain e Abel representam a
recusa de Deus de ouvir os filhos de Eva até que o sangue seja derramado. Este parece
ser o símbolo da religião externa. Foi através do derramamento de sangue e das
religiões externas que Cain pôde ter contato com seus companheiros.
Neste sentido, o significado da carta é dar ciência à humanidade, posto que o assassinato
simboliza análise e subseqüente contato, síntese.

VII. A Carruagem (cheth hebraico, Câncer ).


As quatro Esfinges nesta carta, puxando a carruagem, são o Boi, o Leão, a Águia e o
Homem, o conjunto representando os dezesseis sub-elementos. A função do Cocheiro é
carregar o Santo Graal, em cujo centro está o sangue radiante, simbolizando a presença
da Luz na Escuridão.

Vlll. Ajustamento, ou, tradicionalmente, Justiça (Lamed hebraico , Libra).


Esta carta representa a mulher satisfeita. Esta condição é simbolizada pelos pratos da
balança, nos quais ela pesa o universo. Alfa, o primeiro, equilibra exatamente contra
ômega, o último. Estes pratos representam as duas "testemunhas". Cada "testemunha"
é uma autêntica manifestação de Maya, uma preenchendo a outra por um processo de
contradição, pois a natureza não é Justiça – ela é, sim, através de seu processo de
equilíbrio, "Ia Justesse". Finalmente, esta Mulher é o Arlequim original, pois a mistura
selvagem de cor e de movimento se resolve no equilíbrio de todas as possibilidades de
sensação.

IX. O Eremita (iod hebraico, Virgem ).


A letra à qual esta carta é atribuída é iod, o fundamento de todas as outras letras do
alfabeto hebraico.
O simbolismo é o do Criador da Vida, sendo o espermatozóide o seu representante. Por
tal razão, a carta é chamada o Eremita. Na mesma ordem de idéias, o Eremita segura a
lâmpada cujo centro é o Sol. O Ovo, circundado pelos anéis de uma cobra, tipifica o
Universo, enquanto a cobra significa a essência fluídica da luz, que é a vida do
Universo. Nesta carta, há traços da lenda de Perséfone. A Baqueta de serpente, que aqui
parece crescer do Abismo, é a Baqueta de Mercúrio, o guia da alma através das regiões
mais baixas. A letra iod significa "uma mão", e a mão é o centro do desenho.

X. Fortuna ( kaph hebraico, Júpiter).


Pela atribuição desta carta ao planeta Júpiter, ela representa o Universo em seu aspecto
de mudança contínua. A presença de todo tipo de fenômeno celestial enfatiza isto. No
centro, está a roda de dez raios, o símbolo aceito da Fortuna. As três figuras presas à
roda simbolizam as três formas de energia, expressadas no Sistema Hindu pelo termo
guna. No topo, está sentada a Esfinge, tipificando inteligência e equilíbrio (sattvas);
Hermanubis, no semblante de um macaco, representa a inquietação da razão brilhante,
movediça (rajas); e, no fundo, quase caindo da roda, está Tifon, o de cabeça de reptil
(tamas), o símbolo da destruição, da preguiça e da ignorância.
As atribuições alquímicas dos gunas são Enxofre, Mercúrio e Sal.

XI. Volúpia (teth hebraico, Leão).


Esta carta foi originalmente chamada Força. Ela representa, entretanto, não apenas
força, mas alegria na força exercitada. As sete cabeças do leão são, respectivamente, a
de um anjo, um santo, um poeta, uma adúltera, um guerreiro, um sátiro e um leão-
serpente.
A figura central é a mulher, que se cercou de todas as forças da criação e que cavalga a
Besta com as pernas abertas. Em sua mão esquerda, ela segura as rédeas, representando
a paixão que os une, e, em sua mão direita, ela segura no alto a Taça inflamada com
amor e morte. Nesta taça, estão misturados os elementos do sacramento do Aeon. No
plano de trás, estão as figuras anêmicas dos santos sobre os quais essa miragem opera,
pois suas vidas inteiras foram absorvidas no Santo Graal.

XII. O Pendurado ou Deus Moribundo (mem hebraico, Água).


A postura do homem enforcado ou pendurado é da maior importância. As pernas estão
cruzadas, de modo que a direita forma um ângulo reto com a esquerda, e os braços estão
esticados num ângulo de sessenta graus, de modo a formar um triângulo equilátero.
Isto dá o símbolo do triângulo sobreposto por uma cruz, que representa a descida da luz
às trevas, de modo a redimi-las. Toda a idéia de sacrifício decorre de uma má concepção
da natureza, e o elemento da água, ao qual a carta é atribuída, é o elemento da ilusão.

XIII. Morte (nun hebraico, Escorpião).


O sentido alquímico da Morte é mais o de mudança do que de destruição. Então, nós
temos, nesta carta, o Escorpião representando a energia primitiva, sempre pronto a
cometer suicídio (de acordo com a lenda) quando duramente cercado, mas preparado
para se submeter a qualquer transformação, que permitirá a continuação de sua
existência sob uma forma diterente.
Assim, o potássio, jogado sobre a água, acende e aceita o abraço do radical hidroxil. O
peixe e a serpente, aqui representados, foram objetos de adoração em cultos que
ensinavam a doutrina da ressurreição ou reencarnação. A figura central está executando
a Dança da Morte (esqueleto e foice são figuras saturninas), e usa sobre sua cabeça a
coroa de Osíris. A influência de Saturno é expressa no aspecto negativo da Morte, como
representante das formas essenciais que não são destruídas pelas mudanças ordinárias
da natureza; o lado positivo e criativo é visto no ceifar da foice, trazendo bolhas à
existência, simbolizando novas vidas. O aspecto mais alto da carta é a Águia, que
representa a exaltação sobre a matéria sólida.
XIV. Arte, originalmente chamada Temperança e (samek hebraico, Sagitário).
A mais alta consecução da alquimia foi a efetivação da mudança, a transmutação de
objetos, qualidades, cores e assim por diante, nos seus opostos. Assim, nesta carta, o
leão vermelho se tornou branco, e a águia branca se tornou vermelha. Na figura
principal, as personagens preta e branca, que eram os Amantes na carta VI, agora
combinaram e se fundiram numa figura andrógina. Esta é a consumação do Casamento
Real. O arco-íris simboliza outro estágio no processo alquímico, pela aura das luzes
multicoloridas surgindo da putrefação. A própria putrefação é mostrada pelo corvo
empuleirado sobre uma caveira no caldeirão. A consumação de toda a arte da Alquimia
é proclamada em glória com sua inscrição "visita interiora terrae rectificando invenies
occultem lapidem" ("visita o interior da terra; retificando, tu encontrarás a pedra
oculta"). O conselho de visitar o interior da terra é uma recapitulação (num plano mais
alto) da primeira fórmula do Trabalho. A palavra importante é rectificando, que indica a
correta condução da nova substância viva no caminho da Verdadeira Vontade.

XV. O Diabo (ayin hebraico, Capricórnio).


O Diabo é aqui representado na forma tradicional do Bode. O culto ao Bode representa
o impulso à criação descuidada, sem qualquer preocupação com o resultado. Atrás do
Bode, está a Árvore da Vida, que penetra nos Céus numa mistura de formas fantásticas,
lembrando as marcas do planeta Marte, sempre associado às energias ígneas materiais
da criação.
Nas raízes transparentes, vê-se a seiva, fervendo e pulando em toda direção. O anel no
topo é um dos anéis de Saturno ou Set, o deus de cabeça de burro dos egípcios. A forma
espiral dos chifres é uma alusão às coisas mais altas e remotas. Zoroastro define Deus
como "tendo uma força espiral".

XVI. A Torre, ou Torre Fulminada, A Casa de Deus, ou Guerra( pé hebraico, Marte).


Esta carta é associada à letra hebraica pé, que significa uma boca. A carta, que admite
duas interpretações em uma, é a manifestação na sua forma mais rude, de pura
destruição, a destruição do antigo Aeon estabelecido, por meio de relâmpagos, chamas
e engenhos de guerra. A outra interpretação é retirada do culto a Shiva. No topo da
carta, aparece o Olho de Shiva. De acordo com isto, a carta representa perfeição, a
perfeição da aniquilação pela emancipação da prisão da vida organizada. A pomba
e a serpente representam os impulsos masculino e feminino. Na linguagem de
Schopenhauer, "A Vontade de Viver e a Vontade de Morrer".

XVII. A Estrela (hé hebraico, Aquário).


Toda forma de energia na carta é espiral: isto é uma antecipação do presente Aeon, o de
Hórus, a Criança coroada e conquistadora, sucessora do "deus moribundo", Osíris. O
Aeon que se vai é mostrado nas formas retilíneas de energia, emitidas da taça de baixo.
Estas formas representam a atualmente abandonada geometria Euclidiana. A figura da
deusa pode ser tomada como uma manifestação do espaço em volta do Céu.

XVIII. A Lua (qoph hebraico, Peixes).


Esta carta representa o estado de horror impuro, de escuridão oculta, através do qual se
deve passar para que a luz possa renascer. A Lua é, portanto, o mais universal dos
planetas, participando, de uma só vez, do mais alto e do mais baixo. No fundo da carta,
move-se o Besouro Sagrado, carregando o Sol pela escuridão da noite. Acima está o
cenário maligno da Lua. Um rio, ou caminho de soro, tingido de sangue, flui por entre
duas montanhas áridas. Sobre os montes, encontram-se torres sinistras. Na entrada, está
o deus de cabeça de chacal, Anúbis, em dupla forma; aos seus pés, estão os chacais,
esperando para devorar aqueles que caírem ao longo do caminho.

XIX. O Sol (resh hebraico, Sol).


Esta carta representa o Senhor do novo Aeon, o Senhor da Luz, Vida, Liberdade e
Amor, e a completa emancipação da raça humana. O monte verde representa a terra
fértil, mas a presença de um muro mostra que o novo Aeon não implica em ausência de
controle. As crianças gêmeas são representadas dançando além do muro, porque elas
tipificam o novo estágio na história da humanidade, o estágio de completa liberdade das
restrições impostas por idéias tais como a de pecado e morte.

XX. O Aeon, ou O Anjo, ou O Julgamento Final (shin hebraico, Fogo e Espírito).


A carta é cingida com o corpo de Nuit, a deusa das estrelas, representando possibilidade
ilimitada. Ela envolve o globo de fogo, seu par, Hadit, representando a energia eterna.
No meio, está sentado seu filho, Hórus, também uma divindade solar, que é a
encarnação do novo Aeon. A mão esquerda, estendida e vazia, nos lembra que o Deus
destruiu o antigo Universo, mas ainda é jovem demais para formar seu sucessor. No
fundo aparece uma letra hebraica, shin, que é atribuída a esta carta. Os três iods são
ocupados por três figuras humanas, que chegam para participar da Essência do Novo
Aeon.

XXI. O Universo (tau hebraico, Terra e Saturno).


Esta carta é atribuída à letra tau. Juntamente com a primeira carta, o Louco, a palavra
Ath é pronunciada, significando "Essência". Assim, toda a realidade é compreendida na
série da qual estas duas cartas são o começo e o fim. A letra tau simboliza uma extensão
quádrupla, aplicável à transcendência do espaço e do tempo por uma mudança
continuamente autocompensante.
Além disso, a carta é atribuída a Saturno, o mais lento dos planetas, e, por conta disto,
associada com o elemento Terra. Saturno é o velho 'deus, o deus da fertilidade. A
posição da letra tau sobre a Árvore da Vida indica um estado de equilíbrio entre a
mudança e a estabilidade. O glifo sobre a carta, portanto, simboliza a conclusão da
Grande Obra.
A imagem do Universo é uma donzela, a letra final do Tetragramaton. Ela é
representada dançando com a grande Serpente espiral ou Sol. Ela é cercada por dez
símbolos. Ao seu redor, está uma elipse composta de setenta e dois círculos para os
quinários do Zodíaco. Nos cantos da carta, estão os quatro Querubins, mostrando o
Universo estabelecido. No centro, está a Roda da Vida, dando início à forma da Árvore
da Vida, que somente pode ser vista pelos puros de coração. Na parte inferior da carta,
está o bem conhecido mapa dos elementos químicos, de J.W.N. Sullivan.

AS CARTAS MENORES E AS CARTAS DA CORTE


BASTÕES
Ás de Bastões: representa a essência do elemento Fogo em seu começo.
As chamas são iods, arrumados na forma da Árvore da Vida. É a energia primordial
manifestada na matéria.
Dois de Bastões: Domínio. Chokmah no naipe do Fogo. Marte em Áries.
Há, aqui, dois dorjes cruzados. O dorje é o símbolo tibetano da destruição. Mas a
destruição pode ser vista como o primeiro passo no processo criativo.
Três de Bastões: Virtude. Binah no naipe do Fogo. Sol em Áries.
Os Bastões tomam a forma do Lótus, representando o estabelecimento da energia
primordial.
Quatro de Bastões: Conclusão. Chesed no naipe do Fogo. Vênus em Áries.
Os Bastões têm, numa ponta, o Carneiro sagrado de Aries e, na outra, as pombas de
Vênus. A Vontade original de Dois foi transmitida através de Três, e é agora erigida
num sólido sistema de ordem, lei e governo.
Cinco de Bastões: Disputa. Geburah no naipe do Fogo. Saturno em Leão.
Estes Bastões são o do Chefe Adepto (ou Caduceus), segundo Adepto (ou Fênix) e
terceiro Adepto (ou Lótus). Cinco chamas duplas demonstram energia balanceada. Isto
é puramente força ativa.
Seis de Bastões: Vitória. Tiphareth no naipe do Fogo. Júpiter em Leão.
Os três Bastões dos três adeptos, dispostos em ordem. Nove chamas queimam como
lâmpadas. A energia, com sua recepção e reflexão pelo Feminino, é tipificada.
Sete de Bastões: Valor. Netzach no naipe do Fogo. Marte em Leão.
Os Bastões dos Adeptos são afastados para o fundo; na frente, está uma clava crua e
áspera; as chamas são dispersas. Isto demonstra a degeneração da Energia inicial e a
perda do equilíbrio.
Oito de Bastões: Rapidez. Hod no naipe do Fogo. Mercúrio em Sagitário.
Esta carta apresenta os Bastões de Luz transformados em raios elétricos, constituindo a
matéria com sua energia. Acima desse Universo restaurado, está o Arco-íris,
representando interação e correlação. Também demonstra energia de alta velocidade.
Nove de Bastões: Força. Yesod no naipe do Fogo. Lua em Sagitário.
Os Bastões se tornaram flechas, em número de oito, e urna flecha Mestra, que tem a Lua
como ponta e, acima, o Sol como a força impulsora.
Esta carta dá o mais completo desenvolvimento da Força em sua relação com as Forças
acima dela.
Dez de Bastões = Opressão. Saturno em Sagitário. Malkuth no naipe do Fogo.
Os Bastões estão cruzados, mostrando os poderes das energias aperfeiçoadas do Fogo,
mas perderam suas patentes de nobreza.
Na frente, estão dois dorjes alongados como barras. Esta carta mostra a Força desligada
de suas fontes espirituais.
Princesa de Bastões (rege um quadrante dos céus em torno do Pólo Norte) = a parte
térrea do Fogo, ou a atração química irresistível da substância combustível.
Ela tem as plumas da Justiça saindo da sua sobrancelha e segura um Bastão coroado
pelo Sol.
Príncipe de Bastões (rege de 20° Câncer a 20° Leão) = parte aérea do Fogo, com sua
faculdade de expansão e volatilidade. Ele está sentado numa Carruagem de Chamas e
segura o Bastão da Fênix, de Poder e Energia.
Rainha de Bastões (rege de 20° Peixes a 20° Áries) = parte aquosa do Fogo, sua fluidez
e cor. A carta mostra uma Rainha com a coroa do globo alado. Ela está sentada num
trono de chamas, ordenadas em luz geométrica por seu poder material. Ela carrega um
Bastão com um cone de pinho no topo, sugestivo dos mistérios de Baco.
Cavaleiro de Bastões (rege de 20° Escorpião a 20° Sagitário, incluindo parte de
Hércules) = parte ígnea do Fogo. Esta carta apresenta um guerreiro em armadura
completa. No seu elmo, como crista, ele tem um cavalo negro. Em sua mão, ele carrega
uma tocha ardente; há uma flama, também, em sua capa; e ele cavalga sobre as chamas.
Seu corcel é negro e está saltando.
DISCOS
Ás de Discos representa o último dos símbolos femininos;
é a irmã gémea do Ar, e sua noiva. Não é
apenas a Terra, mas a própria matéria. Per contra, o
Disco é o símbolo rodopiante do Espaço. O Disco é
alado para indicar a sua origem espiritual.
Dois de Discos = Mudança. Chockmah no elemento
da Terra. Júpiter em Capricórnio. A carta apresenta
dois pantáculos, um acima do outro, que são os símbolos
chineses do yang e yin. A sua volta está uma
Serpente verde, formando a figura 8. Esta carta representa
a doutrina: "a Mudança é o suporte da estabilidade".
Três de Discos = Trabalho. Binah no elemento da
Terra. Marte em Capricórnio. Esta carta representa
uma pirâmide vista de cima. A base é formada de
três rodas, representando Mercúrio, Enxofre e Sal;
sattvas, rajas e tamas; aleph, shin e mem. Isto significa
o estabelecimento material da idéia do universo.
Quatro de Discos = Poder. Chesed no naipe da Terra.
Sol em Capricórnio. Os Discos são muito grandes
e sólidos, sugerindo uma fortaleza. Esta carta simboliza
a Lei e a Ordem, mantidas pela constante vigilância.
Cinco de Discos= Preocupação. Geburah no naipe
da Terra. Mercúrio em Touro. Esta carta mostra cinco
discos num pentagrama invertido. O efeito geral é o
de tensão, embora o símbolo seja o de uma longa
continuidade de inação. Seu significado natural é o
da inteligência aplicada ao labor.
Seis de Discos = Sucesso. Tipharet no naipe da Terra.
Lua em Touro. Os Discos estão num hexagrama.
Os planetas estão arrumados em sua atribuição
usual; no Centro está o Sol como Rosa e Cruz. Isto
representa o estabelecimento harmonioso da energia
dos Elementos.
Sete de Discos = Fracasso. Netzach no naipe da
Terra. Saturno em Touro. Os Discos estão arrumados
como na figura geomântica Rubeus. Esta carta
representa enfraquecimento e influências nefastas.
Oito de Discos = Prudência. Hod no naipe da Terra.
Sol em Virgem. Os Discos estão arranjados como a
figura geomântica Populus, e representam o fruto de
uma grande árvore. Significa inteligência aplicada a
questões materiais.
Nove de Discos = Ganho. Yesod no naipe da Terra.
Vênus em Virgem. Os Discos estão dispostos como
três triângulos equiláteros, ápice para cima, envolvidos
por um anel. Seis Discos maiores formam um
hexágono. Isto significa a multiplicação do Mundo
original, a mistura de boa sorte e boa administração.
Dez de Discos = Riqueza. Malkuth no naipe da Terra.
Mercúrio em Virgem. Os Discos se tornaram moedas,
e estão dispostos sobre a Árvore da Vida, sendo
o décimo Disco maior que os outros. A imagem indica
a futilidade do ganho material.
Princesa de Discos (rege um quarto quadrante dos
céus em torno de Kether) = parte térrea da Terra, ou
o elemento à beira da Transfiguração. Ela está de pé;
sua crista é a cabeça do carneiro; seu cetro desce
pela terra, onde sua ponta se torna um diamante.
Atrás, há um bosque de árvores e um altar semelhante
a um molho de trigo. Ela carrega um Disco,
em cujo centro está o ideograma chinês que denota
a dupla força espiral da Criação em perfeito equilíbrio.
Príncipe de Discos (rege de 20° Áries a 20° Touro) =
parte aérea da Terra, ou a florescência e frutificação
desse elemento. Ele está sentado numa carruagem
puxada por um touro. Seu elmo é coroado por um
touro, e ele carrega um Disco que se assemelha a
um globo marcado com símbolos matemáticos. Na
outra mão, ele carrega um cetro coroado por uma cruz.
A carta simboliza a função de fazer surgir, da terra, a
vegetação, que é a substância do próprio Espírito.
ESPADAS
Ás de Espadas. Esta carta representa o primeiro
dos elementos misturados, sendo o resultado da
União da Água com o Fogo. No centro, está uma
espada, implicando realeza, que atravessa uma coroa
com doze pontas, os doze signos do Zodíaco.
Dois de Espadas = Paz. Chokmah no naipe do Ar.
Lua em Libra. Nesta carta, há duas espadas cruzadas,
unidas por uma rosa azul com cinco pétalas,
que emite raios brancos, produzindo um padrão geométrico
que sugere uma energia além da luta da perturbação
do intelecto.
Três de Espadas = Dor. Binah no naipe do Ar. Saturno
em Libra. A carta representa a Grande Espada do
Magista, com a ponta para cima, cortando a junção
das duas espadas curtas. O fundo mostra cristalização
e tempestade. Esta é a escuridão do Grande
Mar.
Quatro de Espadas = Trégua. Chesed no naipe do
Ar. Júpiter em Libra. As quatro espadas nesta carta
estão nos cantos de uma Cruz de Santo André. Suas
pontas estão embainhadas numa rosa de quarenta e
nove pétalas. Isto representa o estabelecimento de
dogma e convenção no reino do intelecto.
Rainha de Discos (rege de 20° Leão a 20° Virgem) =
a parte aquosa da Terra, ou fertilidade. Ela está entronada
em meio à vegetação e é coroada com os
chifres espirais de Markhor. Seu cetro é coroado por
um cubo, e ela segura seu próprio Disco – uma esfera
de círculos e laços. Ela representa a ambição da
matéria quanto a tomar parte no trabalho da criação.
Cavaleiro de Discos (rege de 20° Leão a 20° Virgem)
= a parte ígnea da Terra. Montanhas, terremotos,
assim como gravitação e a atividade da Terra
como a criadora da Vida. Ele está vestido como um
guerreiro, e seu elmo tem um cervo na crista. Ele
está armado com um mangual, carrega um Disco excepcionalmente
sólido e está montado num cavalo
de trato.
Cinco de Espadas = Derrota. Geburah no naipe do
Ar. Vénus em Aquário. Os punhos das espadas formam
um pentagrama invertido e são diversos, as lâminas
estão quebradas e tortas, tipificando intelecto
enfraquecido pelo sentimento.
Seis de Espadas = Ciência. Tipharet no naipe do Ar.
Mercúrio em Aquário. Os punhos ornamentais das
Espadas formam um hexágono na carta. Suas pontas
tocam as pétalas externas de uma rosa vermelha
sobre uma Cruz Dourada de seis quadrados. O equilíbrio
perfeito das faculdades mentais e morais, dificilmente
obtido e impossível de se manter, interpreta
a idéia da Ciência.
Sete de Espadas = Futilidade. Netzach no naipe do
Ar. Lua em Aquário. A carta mostra seis Espadas
com seus punhos em crescente formação. Suas
pontas se chocam com uma Espada muito maior,
movendo-se para cima. Aqui, vacilação e compromisso
são retratados.
Oito de Espadas = Interferência. Hod no naipe do
Ar. Júpiter em Gêmeos. O centro da carta contém
duas longas Espadas apontando para baixo, enquanto
seis menores, sugerindo armas orientais, as
cruzam, três de cada lado. A carta sugere falta de
persistência em matérias intelectuais e interferência
acidental.
Nove de Espadas = Crueldade. Yesod no naipe do
Ar. Marte em Gêmeos. As nove Espadas são de tamanhos
diferentes, apontando para baixo; sangue
pinga de suas pontas irregulares. O fundo é cravejado
de lágrimas e formas de cristal. Nesta carta, o intelecto
é substituído por paixão cruel.
Dez de Espadas = Ruína. Malkuth no naipe do Ar.
Sol em Gêmeos. As Espadas são ordenadas sobre a
Árvore da Vida, mas as pontas de um a cinco e de
sete a nove racham a Espada central, que representa
o Sol, o Coração. O fundo é inflamado com destruição
explosiva. Esta carta mostra a razão enlouquecida
e um excesso de mecanismos desalmados.
Princesa de Espadas (rege um terceiro quadrante )
= a parte térrea do Ar; a fixação do volátil, ou a materialização
da idéia. Ela aparece nesta carta defronte
a um altar estéril, tendo um elmo de Medusa sobre
sua cabeça.
Príncipe de Espadas (rege de 20° Capricórnio a 20°
Aquário) = a parte aérea do Ar. Esta carta tipifica o
intelecto. O Príncipe está sentado numa carruagem
puxada por fadas semelhantes a crianças.
Rainha de Espadas (rege de 20° Virgem a 20° Libra)
= a parte aquosa do Ar, isto é, sua elasticidade e seu
poder de transmissão. Ela está entronada sobre as
nuvens, e seu elmo leva a cabeça de uma criança.
Em uma mão, uma espada; na outra, a cabeça de
um homem. Representa a percepção clara de uma
idéia, a Libertadora da mente.
Cavaleiro de Espadas (rege de 20° Touro a 20° Gêmeos)
= a parte ígnea do Ar, vento e tempestade; o
poder violento do movimento aplicado a um elemento
manejável. Ele é representado como um guerreiro
com um elmo que tem uma asa giratória, montando
um corcel enlouquecido. Ele carrega uma Espada e
um Punhal.
COPAS
Ás de Copas = o elemento da Água, em sua forma
secreta e original. É o complemento feminino do Ás
de Bastões. Esta é a carta primordial na forma essencial
do Santo Graal.
Dois de Copas = Amor. Chockmah no Naipe da
Água. Vênus em Câncer. A carta apresenta duas
taças transbordando sobre um mar calmo. Elas são
preenchidas a partir de um Lótus, flutuando sobre o
mar, unido a dois golfinhos, demonstrando a harmonia
do macho e da fêmea, interpretada no mais alto e
amplo sentido.
Três de Copas = Abundância. Binah no Naipe da
Água. Mercúrio em Câncer. As Taças são romãs, generosamente
transbordando num mar calmo, tipificando
o cumprimento da Vontade de Amar.
Quatro de Copas = Luxúria. Chesed no Naipe da
Água. Lua em Câncer. As quatro Taças estão sobre o
mar, já não mais estável, mas sim encrespado. O
Lótus tem uma haste múltipla. A energia do elemento,
apesar de ordenada, perdeu a pureza original da
concepção.
Cinco de Copas = Desapontamento. Geburah no
Naipe da Água. Marte em Escorpião. As Taças estão
vazias. Elas estão dispostas como um pentagrama
invertido. Simbolizam o triunfo da matéria sobre o
espírito.
Seis de Copas = Prazer. Tiphareth no naipe da
Água. Sol em Escorpião. As hastes do Lótus estão
agrupadas num movimento elaborado. A água jorra,
através das flores, para dentro das Taças; estas estão
cheias, mas não transbordando. Isto mostra a infl
uência do Sol sobre a Água. Sua força ígnea, mas
balanceada, opera sobre um tipo de putrefação que é
a base da fertilidade.
Sete de Copas = Deboche. Netzach no naipe da
Água. Vênus em Escorpião. Os Lótus se tornaram
venenosos; Iodo verde escorre deles. Eles estão
dispostos em dois triângulos descendentes, com
uma taça embaixo, muito maior do que as demais.
Isto demonstra esplendor externo e corrupção interna.
Oito de Copas = Indolência. Hod no naipe da Água.
Saturno em Peixes. Os Lótus murcharam; as Taças
são rasas e velhas, estando ordenadas em três fileiras.
A fileira de cima está vazia.
Nove de Copas = Felicidade. Yesod no naipe da
Água. Júpiter em Peixes. As nove Taças estão perfeitamente
arranjadas em um retângulo. Elas estão
cheias e transbordando de água. Este é o aspecto
mais benéfico da água.
Dez de Copas = Saciedade. Malkuth no naipe da
Água. Marte em Peixes. As Taças são arranjadas
como na Árvore da Vida, mas estão instáveis e derramam
a água do grande Lótus que está acima delas.
Isto tipifica a força desordenada e violenta que,
inevitavelmente, ataca toda suposta perfeição.
Princesa de Copas (rege outro quadrante) = parte
térrea da Água, ou a sua faculdade de cristalização;
também, sua faculdade de dar substância à idéia, de
suportar a Vida e de formar a base da combinação
química. Ela é representada como uma figura
dançante e possui, na crista, um cisne com as asas
abertas. Ela carrega uma Taça com uma tartaruga. O
golfinho simboliza o poder de criação.
Príncipe de Copas (rege de 20° Libra a 20° Escorpião)
= parte aérea da Água, ou sua elasticidade e
volubilidade, e a energia do vapor. Nesta carta, ele
está sentado numa carruagem, cercado por nuvens
e puxado por uma águia. Ele carrega um Lótus e
uma Taça, da qual sai uma serpente espiral.
Rainha de Copas (rege de 20° Gêmeos a 20° Câncer)
= parte aquosa da Água, ou o seu poder de reflexão
e recepção. Ela está entronada sobre a água
parada e carrega uma Taça em forma de concha,
contendo uma lagosta. Na sua outra mão, ela segura
o Lótus de ísis.
Cavaleiro de Copas (rege de 20° Aquário a 20° Peixes,
incluindo grande parte de Pégaso.) = parte ígnea
da Água, ou o poder de solubilidade da água. A
carta o apresenta como um guerreiro numa armadura
negra, com asas brancas, sobre um cavalo branco.
Em sua mão, ele carrega uma Taça, da qual sai
um Caranguejo, símbolo da agressividade d'água. O
pavão simboliza o brilho da água.

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