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INTRODUÇÃO
A origem do Tarô é desconhecida, mas, de toda sorte, ele foi introduzido na Bacia
Mediterrânea antes do final do século XIV. Nós temos maços já existentes no século
XV.
Admite-se geralmente que as cartas eram uma classificação ou mapa do universo. O
universo material sempre foi dividido da primeira à quarta instância, e o número quatro
é a base do baralho.
Há quatro naipes correspondentes aos quatro elementos, quatro pontos cardeais, quatro
posições do sol, quatro estações do ano e assim por diante.
Disto derivam diretamente os outros números envolvidos nesta classificação.
O número dos Trunfos (22) está de acordo com o dos Atus, ou Casas, ou Chaves. O
tema das cartas e do livro (o Tarô é chamado o livro de Thoth ou Tahuti, o Mercúrio
Egípcio) refere-se à influência dos 10 números e das 22 letras sobre o homem, e o
melhor método para que este manipule as forças daqueles.
Parece, a partir da classificação, que o sistema do Tarô é o da Qabalah hebraica.
Qabalah significa "recebido(a)", isto é, uma tradição recebida por meio da iniciação. A
Qabalah hebraica sustenta ser baseada na Qabalah egípcia. Supunha-se que Moisés,
o grande magista dos hebreus, havia sido iniciado pelos hierofantes daquele país. Esta
teoria é confirmada pelos traços fortemente marcados de figuras e idéias egípcias nos
próprios desenhos tradicionais, mas há também uma múltipla expressão da influência
das religiões indianas. Em particular, o Deus indiano Ardha-nari é representado com
quatro armas dos quatro naipes, Bastões, Taças, Espadas e Discos.
Parece, portanto, provável que os adeptos egípcios e indianos tenham sido os
responsáveis pela forma primitiva do baralho, atualmente perdida.
O que é inegável é que o maço deve ter sido reunido, em sua forma medieval, pelos
cabalistas hebreus.
O simbolismo geral dos Atus é baseado nas idéias de Igreja e Estado correntes naqueles
tempos. Isto está especialmente manifestado em títulos de Atus tais como o Louco, o
Magista (Conjurador ou Prestidigitador), a Papisa, o Imperador, a Imperatriz, o Papa, o
Eremita, o Pendurado, Justiça, Morte, o Diabo, a Torre Fulminada, o Julgamento Final.
Há uma certa evidência da influência greco-romana e, possivelmente, assíria ou caldéia,
pois, nos baralhos antigos, o lmperador era por vezes chamado Júpiter, e nós temos a
tríade astronómica do Sol, da Lua e da Estrela, enquanto talvez a Torre Fulminada possa
ser tomada como um símbolo de Agni, Fogo ou Relâmpago.
Estas origens misturadas não são, entretanto, de grande significado. O que é certo é que
o baralho, tal como era, foi habilmente moldado por Iniciados, como um meio de
preservar e transmitir a tradição da sabedoria iniciática; salvaguardas contra a traição
dos segredos foram introduzidas, especialmente com respeito às atribuições dos Atus ou
Trunfos.
Através dos séculos, as cartas têm sido muito famosas. Centenas de livros foram
escritos sobre elas. Elas foram usadas pelos "Boêmios" ou Ciganos para prever a sorte,
e, de uma forma mutilada, são usadas como vários jogos de carteado em todos os países
latinos, em ambos os hemisférios. Mas estas são degradações do seu verdadeiro uso, a
nobre contemplação das Energias Secretas da Natureza.