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Autor: Edison Maluf
Discriminação e racismo
1. Introdução
4. Lei 7.716/1989
8. Igualdade e a paz pública (artigo 20, caput): sendo este um "tipo penal
aberto", como já
BIBLIOGRAFIA
Silva Júnior, Hédio
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/34054/1/PONDERACOES-ACERCA-
DO-CRIME-DE-RACISMO/pagina1.html#ixzz1GieuO0LF
Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,
navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de
transporte concedido.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard
Embora tanto a pena por injúria quanto a por racismo seja de um a três anos
de prisão, a escolha da Justiça por tipificar os casos como injúria acaba
trazendo maior dificuldade no andamento da ação. Isso porque, ao alterar a
infração de crime de discriminação, previsto na Lei nº 7.716, de 1989, para
crime de injúria racial, previsto no parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal,
o processo deixa de ser uma ação pública, movida pelo Ministério Público, e
passa a ser uma ação individual, que deve ser movida pela própria parte
ofendida. Além disso, a ação passa a ter um prazo de seis meses desde o fato
ocorrido para ser impetrada na Justiça, sob pena de prescrição. Já no caso de
discriminação racial, o crime tem caráter imprescritível.
Por conta do reduzido prazo de prescrição do crime de injúria, das 16 ações
restantes selecionadas pelos pesquisadores e que não tiveram decisões de
mérito - em que o TJSP analisou apenas se elas deveriam ou não ter
seguimento na primeira instância - sete delas foram extintas. Uma por falta de
provas e outras seis por conta de terem ultrapassado o prazo de seis meses.
Outras três ações tratavam apenas de questões processuais e em seis o TJSP
decidiu pelo seguimento na primeira instância.
Segundo o relatório, um jovem negro sofre um risco 130% maior de vir a ser
vítima de homicídio do que um jovem branco. O retrato é semelhante em todas
as faixas etárias, mas chamam mais atenção os números referentes a
ocorrências nas quais as vítimas são jovens, porque essa faixa etária segue
sendo a mais afetada pela violência em todo o País.
Contudo, concluí-se que se referindo a uma outra pessoa com dizeres do tipo
"negro", "negro de merda", "macaco", "tsão", não estará cometendo o crime de
racismo como muitos pensam, e sim uma injúria racial,capitulada no artigo 140,
§ 3º, do CP.
A injúria racial
" ART. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, á igualdade, á segurança e á
propriedade , nos termos seguintes...."
A guisa do disciplinado no mencionado artigo, a lei punirá discriminação
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais, abrange tal entendimento a
pratica do racismo, que constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei.
O que não se pode esquecer é que não basta o dolo de proferir palavras
discriminatórias, sendo necessário à vontade de discriminar, ainda que só
naquele momento.
"não basta chamar alguém da raça negra de "negão" para que o crime se
configure, pois nem sempre o emprego desse termo demonstra a intenção
discriminatória.
Nesta esteira, prevalece há falta de justa causa para persecução penal devido à
falta de um dos elementos da culpabilidade, p.ex: A vítima da injúria que,antes
dela,provocou o agente.
A presente alteração legislativa foi motivada pelo fato de que os réus acusados
da prática de crimes descritos na Lei 7.716/89 (preconceito de raça e cor)
geralmente alegavam ter praticado somente delito de injúria, de menor
gravidade, sendo beneficiados pela desclassificação.
Concluísse portanto, que a prática de uma discriminação em virtude de cor ou
etnia poderá ser enquadrada na Lei nº 7.716/89, que define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Neste caso, a ação será pública e
bastará que a vítima comunique o crime à autoridade policial ou ao promotor
de Justiça para que este tome as providências legais cabíveis. Não é preciso
que a vítima contrate advogado, visto que o promotor é que ingressará com a
ação penal se o crime for enquadrado como de racismo, porém, o ato
criminosos poderá ser enquadrada como crime de injúria qualificada, previsto
no art. 140, § 3º, do Código Penal. Neste caso, a ação será privada e a vítima
deverá contratar advogado e ingressar com o processo dentro do prazo de seis
meses, a contar da data que ocorreu o fato.
Dados do artigo
Contato : franmarta@terra.com.br
franmarta@terra.com.br
Texto inserido no site em 04.04.2008
Informações Bibliográficas :
1) A aludida lei não é tão somente relacionada à raça, mas sim a “discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Percebe-se assim, que
a lei abarca muito mais do que assuntos relacionados à raça, como, por exemplo,
questões de religião e procedência nacional.
3) Ao todo a lei possui quatorze (14) tipos penais incriminadores. Ou seja, possui
quatorze crimes. Sendo que estes são de fácil percepção. Abaixo uma explicação sucinta
de um fato que constituiria o crime de racismo.
Mas, dito tudo isso, ainda fica a pergunta. De fato, qual foi o crime praticado, em tese,
pela policial militar?
A resposta pode ser encontrada no artigo 140, §3º do Código Penal, que trata do crime
de injúria racial, nestes termos: “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro: § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça,
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa”.
Por fim, salientamos as principais distinções entre os crimes previsto na lei de racismo e
o crime de injúria racial, afinal, ambas as condutas são ilícitos penais. Sendo assim, os
crimes da lei de racismo são imprescritíveis, inafiançáveis e são de ação penal pública
incondicionada (não precisa de autorização da vítima para iniciar o processo).
Por outro lado, o crime de injúria racial é prescritível, afiançável e de ação penal pública
condicionada à representação (precisa de autorização da vítima para dar início ao
processo).
1. Introdução
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autor(es).
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Informações Sobre o Autor
Renato Flávio Marcão
Membro do Ministério Público do Estado de São Paulo. Mestre em Direito. Professor convidado no
curso de pós-graduação em Ciências Criminais da Rede Luiz Flávio Gomes e em cursos de pós-
graduação em diversas Escolas Superiores do Ministério Público e da Magistratura. Membro do
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. Membro da Association
Internationale de Droit Pénal (AIDP). Membro Associado do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais (IBCCrim), do Instituto de Ciências Penais (ICP) e do Instituto Brasileiro de Execução
Penal (IBEP).
Informações Bibliográficas
MARCÃO, Renato Flávio. Racismo ou injúria racial?. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, 21,
31/05/2005 [Internet].
Disponível em http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=560. Acesso em 16/03/2011.