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Imunologia Clínica
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MÓDULO III
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A sensibilidade (s) de um exame laboratorial pode ser definida como a
probabilidade de um indivíduo avaliado e/ou doente de ter seu teste alterado (resultado
positivo). Embasados nesta afirmação podemos chegar à sensibilidade de um exame,
através do cálculo:
Esta "poluição de números" é indigesta para quem não gosta de matemática, mas
é fundamental para o entendimento do raciocínio.
A indicação e a valorização de um exame para fins diagnósticos deverão ser
regidas pela relação custo-benefício, levando-se em consideração o pré-teste. Assim, a
interpretação do resultado não pode estar divorciada da visão epidemiológica. Pois todo
exame tem a sua sensibilidade e especificidades próprias.
Em termos clínicos e epidemiológicos, qual a importância desses conceitos e
cálculos? Através destes cálculos pode-se estipular o nível de eficiência, podendo excluir
da prática laboratorial, os exames e procedimentos pouco eficientes. Por outro lado, poder
se alicerçar as condutas e decisões na interpretação correta do significado de um
resultado de exame.
Quanto maior a eficiência de um teste, maior será o beneficio, pois as decisões
baseadas em um elaborado raciocínio e ajustado a números confiáveis resulta,
seguramente, num grau maior de acerto, otimizando a relação custo-benefício.
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Todos os exames deveriam ter nas suas conclusões, a sua eficiência ou a sua
zona de melhor eficiência para determinar a normatização do nível de corte para "positivo"
e "negativo" e a escolha do padrão-ouro.
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Seria difícil de conhecer os processos imunológicos e suas interações sem lançar
mão dos meios de diagnósticos, que demandam das técnicas sorológicas.
Inúmeras técnicas têm sido utilizadas para a detecção de anticorpos e/ou
antígenos. A maioria das provas sorológicas baseia-se nas interações antígeno/anticorpo,
e estas podem ser classificadas de acordo com a quantidade de moléculas que se
interagem e a forma com que se observa tal interação.
Estas interações podem ser classificadas, como:
a) reação macroscópica, quando em uma reação ocorre a interação de grandes
quantidades de moléculas de antígeno com anticorpos, sendo possível à observação
desta interação a olho nu. São técnicas desta natureza, reações de precipitação, de
aglutinação e imunodifusão.
b) reação microscópica, quando a concentração de antígeno em relação aos anticorpos é
baixa. O teste para ser evidenciado, precisa do auxílio de técnicas colorimétricas ou
fluorescentes. Dentre as técnicas mais empregadas estão, imunofluorescência,
radioimunoensaio e ELISA.
Os ensaios em fase sólida empregando ligantes marcados com enzimas são de
todos os métodos imunológicos, os mais amplamente utilizados. Isto se dá, pela
capacidade de realizar várias análises simultâneas, tanto para a detecção do antígeno
como de anticorpos.
Embora as reações de defesa antimicrobianas do hospedeiro sejam numerosas e
variadas, existem várias características importantes na imunidade aos microorganismos,
como:
a) A defesa contra microorganismos é mediada pelos mecanismos efetores da imunidade
inata e adaptativa. O sistema imune inato proporciona a defesa inicial, e o sistema imune
adaptativo proporciona uma resposta mais sustentada e mais eficiente. Muitos
microorganismos evoluíram para resistir a imunidade inata, sendo a imunidade adaptativa
responsável pela proteção e combate contra estes microorganismos. Além disto, a
imunidade adaptativa guarda uma memória que protege o organismo em infecções
subseqüentes.
b) O sistema imune responde de modos distintos e especializados a diferentes tipos de
microorganismos para combater de modo eficiente estes agentes infecciosos. Como os
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microorganismos diferem na sua forma de invasão e colonização do hospedeiro, sua
eliminação requer sistemas efetores diversos. A especialização da imunidade adaptativa
faz com que o hospedeiro responda otimamente a cada tipo de microorganismo.
c) A sobrevivência e a patogenicidade dos microorganismos em um hospedeiro são
criticamente influenciadas pela capacidade de evasão ou resistência aos mecanismos
efetores da imunidade. Os microorganismos e seus hospedeiros estão envolvidos em
uma luta constante pela sobrevivência. O equilíbrio entre a resposta imune do hospedeiro
e a estratégia dos microorganismos em resistir à imunidade freqüentemente determina o
prognóstico da infecção.
d) Em muitas infecções, a lesão tecidual e a doença podem ser causadas pela resposta
do hospedeiro ao microorganismo e aos seus produtos, mais do que pelo microorganismo
em si.
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Conseqüentemente é imprescindível que o homem disponha de mecanismos de defesa
contra estes agressores, de tal forma a garantir sua própria sobrevivência.
As bactérias não apresentam membrana nuclear, sendo denominadas de seres
procariontes. Podem se se apresentar na forma de pequenas esferas (cocos), de bastões
(bacilos) ou espirais. E dependendo de sua capacidade em se corar com determinados
substâncias, as bactérias são classificadas em dois grandes grupos: gram poitivas e gram
negativas.
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5.1.1. BACTÉRIAS EXTRACELULARES
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da pele, e somente causam enfermidades quando os mecanismos imunes estão
diminuídos (geralmente em função de um estress).
Assim uma bactéria extracelular para se instalar e colonizar um órgão é
necessário que ultrapasse as barreiras naturais de defesa (barreiras físico-químicas).
Superada estas barreiras naturais instala-se uma resposta imune efetiva e consistente
contra estas bactérias.
As proteínas do sistema complemento agem sobre a célula bacteriana, através
da opsonização. As bactérias podem ativar diretamente a cascata do complemento pela
via alternativa e via das lectinas, ou quando estão recobertas por anticorpos ativam a
cascata do complemento pela via clássica. A união das proteínas do sistema
complemento leva a lise da célula bacteriana, ou ainda favorece a fagocitose pelos
macrófagos que tem receptores de membrana, capazes identificar bactérias recobertas
(ou opsonizadas) por proteínas do complemento e por anticorpos.
Os anticorpos, uma vez formados, aderem às bactérias, e também neutralizam as
toxinas produzidas por certas bactérias. A unidade bactéria-anticorpo recebe o nome de
complexo imune/opsonização. O anticorpo do complexo imune é reconhecido por
receptores do macrófago. Essa união permite que o macrófago absorva todo o complexo
e elimine as bactérias.
Os macrófagos, além de reconhecer bactérias opsonizadas também apresentam
a capacidade de agir diretamente sobre as bactérias (Figura 23). Outras células que
participam da defesa contra bactérias extracelulares que invadem o organismo são as
células NK.
O processo de fagocitose estimula o macrófago a libertar citocinas e quimiocinas
que atraem neutrófilos. Prontamente esses neutrófilos também fagocitam e ajudam no
processo de eliminação das bactérias.
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5.1.2. BACTÉRIAS INTRACELULARES
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