Professional Documents
Culture Documents
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PEQUENOS ANIMAIS
Grau: _____________________
_______________________________
Membro
_______________________________
Membro
_______________________________
Professor Orientador
Presidente
ii
Dedico este trabalho aos meus amigos
iii
Resumo: A úlcera de córnea ainda é um grande problema na clínica de
pequenos animais, produzindo perdas oculares e cicatrizes que interferem na
qualidade visual. Esta enfermidade é caracterizada por processos erosivos
superficiais ou profundos na córnea, com perda de epitélio e exposição do
estroma. Há diversas causas para úlceras de córnea nos cães. Geralmente
resultam de infecções bacterianas, infecções virais, produção diminuída de
lágrima, produtos químicos e trauma, e podem ser secundárias a outras
enfermidades como entrópio, distrofia corneal, ceratoconjuntivite seca, doenças
do sistema endócrino tais como o diabetes mellitus, hipotireoidismo entre outros.
Os sinais clínicos são geralmente caracterizados por desconforto e dor ocular,
blefaroespasmo, descarga ocular purulenta, epífora, perda da transparência da
córnea e fotofobia. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos, nos resultados
obtidos no exame ocular completo e na avaliação da integridade da córnea com o
teste de fluoresceína. Outras técnicas podem ser úteis para um diagnóstico
diferencial. O tratamento depende da causa subjacente e da severidade da
doença corneal. O objetivo principal no tratamento de úlcera de córnea é de
identificar e tratar a sua causa, para impedir a infecção secundária e para
incentivar a sua cura. A partir de um diagnóstico inicial é que vai conhecer o
melhor procedimento a ser usado, sendo este, tratamento medicamentoso ou
cirúrgico.
Abstract: Cornea ulcer is still a big problem in small animals veterinary practice,
producing ocular losses and scars that interfere in the visual quality. This disease
is characterized by superficial or deep erosive process in the cornea, with loss of
epithelium and exposition of stroma. There are several causes for corneal ulcers
in dogs. Usually results from bacterial infections, viral infections, Decreased tear
production, chemicals and trauma, and they can be secondary to other diseases
as entropion, dystrophy corneal, keratoconjunctivitis sicca, diseases of the
endocrine system such as diabetes mellitus, hypothyroidism, between others.
Clinical signs generally are characterized by discomfort and ocular pain,
blepharospasm, purulent ocular discharge, epiphora, loss of the transparency of
the cornea and photophobia. The diagnosis is based at the check marks clinical
and at the effects obtained at the complete ocular examination and at the
appraisal integrity from the cornea with the tests of fluorescein. Others techniques
can be useful for a differential diagnosis. The treatment depends on the underlying
cause and the severity of the corneal disease. The principal goals in the treatment
of corneal ulceration are to identify and treat its cause, to prevent secondary
infection, and to encourage healing. From an initial diagnosis it is that it goes to
know the best procedure to be used, being this, medicinal or surgical treatment.
iv
SUMÁRIO
Índice de figuras................................................................................................ vi
Parte
1. Introdução ...................................................................................................... 1
4. Etiologia ..................................................................................................... 12
6. Diagnóstico ............................................................................................... 17
7. Tratamento ................................................................................................ 21
8. Conclusão .................................................................................................. 37
v
LISTA DE FIGURAS
perilasional ................................................................................................ 15
vi
1. INTRODUÇÃO
estroma (BOEVÉ, et. al., 1999; ANDRADE, et. al., 2000; BRANDÃO, et. al., 2003;
camada vascular ou úvea que é formada pela íris, pelo corpo ciliar e pela coróide,
providenciando a nutrição do olho. A íris possui uma abertura central (pupila) para
óptico forma o disco óptico, que freqüentemente é deprimido na sua parte central
ciliar, situada atrás da íris, que preenche o espaço entre a córnea e a íris. Sua
RANZANNI, 2002).
circulação venosa. Essa via é responsável por cerca de 85% a 90% da drenagem
drenagem é formada pela íris, corpo ciliar, coróide e humor vítreo, sendo
câmara vítrea do olho. O vítreo definitivo tem origem neurodérmica. Sua pressão
mantém o globo ocular esférico (Figura 1). O cristalino é uma lente biconvexa,
4
transparente, flexível (pode modificar a sua forma) localizada atrás da íris. Sua
função é focar os raios de luz para um ponto certo na retina (SLATTER, 1998).
2006)
qual a luz penetra o globo. A córnea tem cerca de 0,6 a 0,8 mm de espessura
5
(BOEVÉ, et. al., 1999). Nos cães, a córnea é transparente, avascular, incolor e de
(BARRETO, 1996).
estroma adjacente (BARRETO, 1996; BOEVÉ, et. al., 1999; CREMONINI, et. al.,
paralelas dentro dos feixes, enquanto que os próprios feixes se cruzam entre si
(BOEVÉ, et. al., 1999). O espaçamento regular das fibrilas colágenas do estroma
SLATTER, 1998).
8
(SLATTER, 1998).
nervo trigêmeo, quinto par) que passam para o estroma da esclera. Pequenos
ramos, não tendo nem bainha de mielina, nem células de Schwann, penetram
entre as células epiteliais (REECE & SWENSON, 1996; BOEVÉ, et. al., 1999).
9
(BARRETO, 1996; BOEVÉ, et. al., 1999 e CREMONINI, et. al., 2004). Sua
transparência pode ser verificada com a utilização de uma luz dirigida como a de
cicatrizam pelo deslizamento epitelial e mitose. Por seu relativo estado metabólico
inativo, o estroma evolui para reparação do tipo cicatricial de maneira mais lenta
1999).
originados do plexo vascular límbico que invadem a área (SLATTER, 1998; LAUS
& ORIÁ, 1999). O tecido de granulação é depositado e forma cicatriz mais densa
Células endoteliais vizinhas deslizam até cobrir a área, e uma nova membrana de
4. ETIOLOGIA
iniciar o tratamento, deve-se tentar identificar a causa primária (BOLSON, et. al.,
paralisia do nervo facial e doenças do filme lacrimal (LAUS, 1999; BRANDÂO, et.
al., 2003).
13
herpesvírus felino tipo I (LAUS, 1999; BRANDÃO, et. al., 2003; BOLSON, et. al.,
(LAUS, 1999; BOLSON, et. al., 2004; AMICINET, 2006; CARNEIRO FILHO,
2006).
Para WOUK et. a., (1998) uma hipótese se sugere que nas úlceras indolentes
indolentes.
5. SINAIS CLÍNICOS
outras substâncias como lipídios e cálcio (LAUS, 1999; BRANDÃO, et. al., 2003).
15
ou menos clara, hiperemia conjuntival e edema corneano (BOEVÉ, et. al., 1999;
perfuração. Quando o defeito é maior, há prolapso de íris que aparece como uma
6. DIAGNÓSTICO
com uma boa iluminação; por esta razão, todos os olhos suspeitos devem
conteúdo lipídico, obsta a penetração do corante hidrofílico não sendo por ele
mm, suspeita de CCS; valores entre 5 e 1 mm, CCS grave e produção igual a 0
como o papel Whatman 40, tais valores variam entre 5 e 19 mm/minuto, com
lâmpada de fenda (Figura 7), todavia tal equipamento, face o seu custo, não se
poderá ser conduzido com lupa Pala e uma fonte de luz artificial, como o
também células sadias não protegidas pelo filme lacrimal (CARDOSO, et. al.,
2006).
7. TRATAMENTO
em muitas outras preparações oftálmicas esse efeito também pode ser verificado
vezes ao dia e atropina 1% (se sinais de uveíte anterior são manifestos) duas a
foram tratadas duas vezes ao dia, com solução fisiológica a 0,9% com placebo,
nos olhos esquerdos e com açúcar cristal nos olhos direitos. os animais foram
separados em três grupos de cinco indivíduos e cada grupo foi submetido a abate
2004).
córnea. O edema foi constante, não havendo diferença entre olhos esquerdos e
ter sido observada reepitelização mais precoce em alguns dos olhos tratados
animais da espécie eqüina, da raça Puro Sangue Inglês, que foram conservadas
ao dia durante 30 dias. O segundo grupo (grupo II), após enxerto, recebeu
sendo esta redução mais evidente aos 30 dias de PÓ. Diminuindo assim as
grupos tratado e não tratado quanto aos sinais clínicos. Foi observada a eficácia
tecido estromal, caracterizando sua ação sobre o tecido composto por colágeno
(ADAN, et. al., 1988). A atropina a 1% tópica de duas a três vezes ao dia é
importante lembrar que ela não é um analgésico e nem alivia a dor da córnea e
pelo uso de atropina 1%, é recomendada para aliviar a dor provocada pela uveíte
terceira pálpebra deve ser mantido por 7 a 10 dias. Durante este período,
de forma anedótica em animais, mas seu uso não se tornou disseminado, e nem
necrose estromal corneana (WILKIE & WHITTAKER, 1997; FREITAS, et. al.,
1999).
em alguns casos apenas a aplicação do adesivo pode ser suficiente para atingir
causa desconforto devido ao atrito com a pálpebra, pois sua superfície é rugosa,
soro fisiológico ou água destilada estéril. Logo após, uma lente de contato
área receptora também por meio da colocação de adesivo sobre suas bordas. Foi
distribuindo-o com a agulha angulada para cobrir em torno de 2mm das bordas do
fixação foi de fácil realização, sendo rápida e de baixo custo com opacidade leve
ser indicada como opção terapêutica nas úlceras profundas em cães (BRAGA, et.
al., 2004).
quando comparado com o grupo controle. Por outro lado, o adesivo mostrou-se
utilidade no reparo das lesões da córnea, fato este comprovado pela estabilidade
(SLATTER, 1998).
2000).
ativação com fenol, que consiste na cauterização com uso de uma haste com
tratamento clínico com pomada antibiótica de largo espectro de 4-6 vezes ao dia
colágeno. Depois que o defeito da camada estromal foi tratada, uma borda do
36
resultados sugerem que a cauterização térmica pode ser uma alternativa razoável
inicial é que se vai conhecer o melhor procedimento a ser usado, sendo este,
córnea em cães.
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS