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A CIVILIZAÇÃO GREGA

O ESCRAVISMO ANTIGO

Além de sociedades caracterizadas pelo modo de produção asiático, existiram, na Antigüidade,


civilizações onde a noção de propriedade privada se desenvolveu acentuadamente. Ao contrário do que
se observou no Oriente, onde o Estado possuía as terras e explorava a mão-de-obra, nessas sociedades,
chamadas escravistas, um grupo reduzido de indivíduos detinha os meios de produção e controlava os
trabalhadores (escravos) e o próprio Estado que assegurava seus privilégios. As mais conhecidas
civilizações escravistas da Antigüidade são Grécia e Roma.
Localizadas na região mediterrânica, a base de sua economia era a agricultura. Além do cultivo de
trigo, azeite e vinho, praticado por escravos em grandes propriedades rurais, desenvolveram-se também
atividades urbanas como o comércio e o artesanato. Nessas civilizações, as cidades eram pólos da vida
política e cultural.
A prosperidade econômica, garantida pela superexploração dos cativos, contribuiu para a expansão
imperialista, constituindo tais civilizações vastos impérios. A dominação sobre amplas regiões do mundo
antigo reforçava a utilização em larga escala do trabalho escravo, já que os prisioneiros de guerra era
convertidos em escravos. Isso assegurava o enriquecimento e o florescimento cultural dessas sociedades.
A forma mais comum de escravização era submeter ao cativeiro os prisioneiros de guerra
(justificando, assim, o expansionismo e o imperialismo de gregos e romanos). Os indivíduos também se
transformavam em escravos por nascimento (pais escravos, filhos escravos), por dívida ou,
esporadicamente, como punição pela prática de determinados crimes.
Nas sociedades escravistas, os cativos desempenhavam ampla gama de atividades: serviços domésticos,
trabalho na lavoura, no comércio, no artesanato. Alguns deles eram extremamente cultos e serviam a filósofos
e pensadores. Vale lembrar que, ao contrário da escravidão moderna, implantada na América a partir do século
XVI, na Antigüidade, a escravidão não tinha uma conotação étnico-racial, implicando em inferioridade. Os
escravos, brancos em geral, eram derrotados de guerra, porém respeitados por sua origem.
Finalmente, é importante assinalar que a escravidão, nas sociedades clássicas, além de base
econômica, era base política dessas sociedades. Ou seja, a vida política na Grécia e em Roma contava
com grande participação dos cidadãos, pois, liberados das atividades necessárias à subsistência
(garantida pelos escravos), tinham tempo excedente para participar das discussões e decisões políticas.

A CIVILIZAÇÃO GREGA

Localizada ao sul da Península Balcânica, entre os mares Jônio e Egeu, o território grego, além da
parte continental, possui centenas de ilhas. Na Antigüidade, também o litoral da Ásia Menor fazia parte
da Grécia.
O clima da região é árido e o solo pouco fértil, o que dificultava a prática agrícola. Por outro lado, o
litoral, bastante recortado, onde se encontram com facilidade portos naturais, e a presença de ilhas
favoreceram as atividades marítimo-comerciais, fonte da prosperidade e grandeza de algumas cidades
gregas na Antigüidade.
Ao mesmo tempo, o relevo bastante acidentado aí presente dificultava as comunicações terrestres
entre os vários pontos do território, inviabilizando, assim, a constituição de um Estado centralizado: a
Grécia era formada por um aglomerado de cidades-estados (ou pólis) autônomas.
A história da Grécia antiga divide-se nos seguintes períodos: Período Pré-Homérico (séculos XX a.C.
- XII a.C.), Período Homérico (séculos XII a.C. - VIII a.C.), Período Arcaico (séculos VIII a.C. - VI a.C.),
Período Clássico (séculos VI a.C. - IV a.C.) e Período Helenístico (séculos IV a.C. - I a.C.)

PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (XX - XII A.C.)

Por volta de 2000 a.C., o território grego foi povoado por invasores de origem indo-européia, dentre
os quais, destacaram-se os aqueus, os jônios, os eólios e os dórios.
Os aqueus foram os primeiros invasores e fixaram-se na região do Peloponeso, onde fundaram a
cidade de Micenas. Pouco depois, atravessaram o mar Egeu e atingiram a ilha de Creta, dominando seus
habitantes e fundando a civilização creto-micênica.
Entre 1700 e 1400 a.C., ocorreram novas invasões: os eólios, que ocuparam a Tessália, e os jônios,
que se fixaram na Ática, onde fundaram a cidade de Atenas. Finalmente, por volta de 1200 a.C., os
dórios, povo de tradição militar e guerreira, dirigiram-se para a região do Peloponeso, destruindo a
florescente civilização creto-micênica e obrigando parte de seus habitantes a se deslocar para outras
partes do Mediterrâneo. Esse primeiro deslocamento populacional, responsável pela colonização das
ilhas do mar Egeu e litoral da Ásia Menor, ficou conhecido como Primeira Diáspora. No Peloponeso,
os dórios subjugaram a população aquéia remanescente e fundaram a cidade de Esparta.

O PERÍODO HOMÉRICO (XII - VIII A.C.)

Chamamos a fase compreendida entre os séculos XII e VIII a.C. de período homérico, pois as
informações acerca da vida grega nessa época nos chegam graças aos escritos de Homero. Este poeta,
autor da Ilíada e da Odisséia, retratou aspectos importantes da história grega, transformando seus poemas
em fonte histórica .
Nesse período da história da Grécia, que se inicia com a Primeira Diáspora, a população organizava-
se em comunidades coletivas, chamadas genos, uma espécie de clã familiar. Um conjunto de genos
formava a frátria que, reunidas, formavam as tribos. As comunidades gentílicas viviam sob forma
coletivista (ausência de propriedade privada) e igualitária (ausência de classes sociais). A liderança sobre
os membros da comunidade cabia ao pater, pessoa de prestígio dentro do grupo, que não usufruía de
maiores privilégios que os demais indivíduos, mas que possuía a autoridade militar e religiosa.
Por volta do século VIII a.C., a população grega começou a crescer acentuadamente e a escassez de terras
férteis, que sustentassem as comunidades gentílicas, fez-se logo sentir. Ocorreram disputas pelas melhores e
guerras entre genos, levando à desestruturação das comunidades gentílicas. Nasceu assim, na Grécia, a
propriedade privada da terra e, conseqüentemente, as classes sociais, pois alguns tornaram-se proprietários
(aristocracia), enquanto a maioria foi expropriada dos meios de produção.
A desorganização da vida coletiva da Grécia promoveu um segundo processo de dispersão
populacional, conhecido como Segunda Diáspora. Desta vez, os gregos, assolados pela fome,
deslocaram-se em direção ao Mediterrâneo, onde fundaram cidades e colônias. Terminava assim o
Período Homérico.

O PERÍODO ARCAICO (VIII - VI A.C.)

É o período da história grega em que surgem as cidades-estado (polis), fruto da instabilidade e


insegurança que marcaram o final do Período Homérico que obrigaram as tribos a se agruparem para a
defesa.
Cada cidade-estado possuía governo e administração próprios sem que uma interferisse nos assuntos da
outra ou que houvesse um poder central que controlasse todas elas. A economia de cada uma era auto-
suficiente.
O governo da polis era exercido por um rei, assessorado por um conselho aristocrático, que formulava
as leis, as quais eram discutidas e votadas pela assembléia dos cidadãos. Conforme a quantidade de
indivíduos aceitos nessa assembléia tínhamos os regimes oligárquico (“o governo de poucos”) e
democrático.

Esparta
Esparta é um exemplo de regime oligárquico na Grécia antiga. Situada no Peloponeso, tinha a
economia baseada na agricultura e no pastoreio. Fundada pelos dórios, sua sociedade apresentava as
seguintes categorias sociais:
 espartanos ou esparciatas: elite militar, detentora do poder político; eram os cidadãos de Esparta,
únicos com participação na vida política e que ocupavam os cargos religiosos e administrativos;
 periecos: grupo intermediário entre a elite e a massa da população; viviam nos arredores da cidade,
praticando uma agricultura rudimentar; não tinham direitos políticos, apesar de estarem obrigados, em caso
de necessidade, a prestar serviço militar;
 hilotas: categoria subalterna, encarregada das atividades rurais; eram servos do Estado espartano e
não tinham acesso à cidadania.

O Estado espartano zelava pela manutenção dos privilégios da elite que representava. Assim, todas as
revoltas e manifestações eram reprimidas com violência. Eram as seguintes as instituições políticas de Esparta:
 Diarquia: governo exercido por dois reis;
 Gerúsia: conselho aristocrático, formado por 28 membros com mais de 60 anos de idade a quem
cabia, além de controlar as atividades dos diarcas, elaborar as leis da cidade;
 Ápela: assembléia dos cidadãos, formada pelos homens de mais de 30 anos de idade; era responsável
pela eleição dos gerontes e pela aprovação das leis;
 Eforato: fonte do poder em Esparta; constituído por 5 membros, escolhidos pela Gerúsia, a quem
cabia fiscalizar a vida dos cidadãos.

As leis que regiam a cidade e que garantiam o controle político da elite esparciata eram atribuídas a
Licurgo, cuja existência não foi confirmada.
Nessa sociedade, militarista e conservadora, a educação tinha papel importante na manutenção da
ordem vigente, visando garantir a imobilidade social. O objetivo dessa educação era preparar o indivíduo
para a carreira das armas, desprezando a formação intelectual.

“Quando uma criança nascia, o pai não tinha o direito de criá-la: devia levá-la a um lugar
chamado lesche. Lá assentavam-se os Anciãos da tribo. Eles examinavam o bebê. Se o achavam
bem encorpado e robusto, eles o deixavam. Ser era mal nascido e defeituoso, jogavam-no no que
se chama os Apotetos, um abismo ao pé do Taigeto. Julgavam que era melhor, para ele mesmo e
para a cidade, não deixar viver um ente que, desde o nascimento, não estava destinado a ser forte
e saudável...
Quando os meninos completavam sete anos, ele próprio [Licurgo] os tomava sob sua direção,
arregimentava-os em tropas, submetia-os a um regulamento e a um regime comunitário para acostumá-
los a brincar e trabalhar juntos. Na chefia, a tropa punha aquele cuja inteligência sobressaía e que se
batia com mais arrojo. Este era seguido com os olhos, suas ordens eram ouvidas e punia sem
contestação. Assim sendo, a educação era um aprendizado da obediência. Os anciãos vigiavam os
jogos das crianças.
Não perdiam uma ocasião para suscitar entre eles brigas e rivalidades. Tinham assim meios de escutar,
em cada um, as disposições naturais para a audácia e a intrepidez na luta. Ensinavam a ler e escrever
apenas o estritamente necessário. O resto da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los
duros à adversidade e fazê-los vencer no combate...”
(PLUTARCO, A vida de Licurgo)

Atenas
Atenas, fundada na Ática pelos jônios no século X a.C., por sua vez, é exemplo do regime
democrático presente na história grega, uma vez que uma significativa parcela da população da cidade
tinha acesso às decisões políticas.
Eram as seguintes as classes sociais em Atenas:
 eupátridas: grandes proprietários de terra, que tinham acesso à cidadania e ocupavam os
principais cargos políticos e administrativos;
 georgoi: pequenos proprietários e camponeses que viviam em péssimas condições; cidadãos,
apesar de seu papel político ser secundário;
 thetas: grupo intermediário que arrendava terras; alguns deles enriqueceram, dedicando-se ao
comércio, artesanato ou carreira militar, e tornaram-se pessoas de prestígio conhecidas como
demiurgos; participavam da vida política da cidade;
 metecos: estrangeiros que viviam em Atenas, dedicando-se sobretudo ao comércio; não tinham
acesso à cidadania;
 escravos: base da mão-de-obra ateniense; ocupados em todas as atividades sem direito à cidadania.
Como em Atenas um maior número de indivíduos tinha acesso à cidadania, o regime político na
cidade é chamado de democracia, apesar da maioria da população estar excluída das decisões políticas
(mulheres, estrangeiros, menores de 18 anos).
As instituições políticas que compunham o governo de Atenas eram:
 Arcontado: 9 indivíduos recrutados entre os eupátridas; tinham um mandato de 1 ano, exercendo os
poderes militar, judiciário e religioso;
 Areópago: conselho composto por eupátridas, encarregado de elaborar as leis e controlar a ação
dos arcontes;
 Eclésia: assembléia popular da qual participavam todos os cidadãos; principal instituição política
da cidade a quem cabia as decisões políticas.
O processo de constituição da democracia ateniense foi lento e conflituoso. Tal como em Esparta,
durante muito tempo somente a elite eupátrida possuía direitos políticos, enquanto o restante da
população permanecia marginalizada, situação que gerava tensões e conflitos sociais. Para evitá-los
foram tentadas algumas reformas propostas pelos legisladores: Drácon, propôs a implantação de um
código de leis escritas e extremamente severas para evitar delitos; tais leis, no entanto, preservavam os
privilégios da elite e não diminuíram a insatisfação do povo; Sólon, mais sensível aos problemas dos
grupos populares, propôs reformas mais profundas, como a libertação dos escravos por dívida e a
abolição de diversos privilégios da elite; tais propostas, é óbvio não foram aceitas.
Devido ao insucesso do reformismo dos legisladores e permanecendo a crise social em Atenas, surgiram os
tiranos, governantes que por meio do despotismo e da violência, tentaram, também sem sucesso, sufocar as
manifestações populares contrárias aos privilégios da elite. Destacam-se os nomes de Psístrato, Hiparco e
Hípias.
Depois de tantas tentativas mal-sucedidas de pôr fim às tensões sociais que ameaçavam a estabilidade
política de Atenas, Clístenes liderou uma revolta, em 510 a.C., implantando o regime democrático na cidade.
Para garanti-lo, instituiu o ostracismo, mecanismo pelo qual o indivíduo que ameaçasse o regime seria punido
pela eclésia, podendo ter suspensos seus direitos políticos e, até mesmo, ser banido da cidade pelo prazo de 10
anos.

“Enfim, esta democracia direta somente é viável quando limitada a pequeno número de
participantes e beneficiários. De 400.000 habitantes, a Ática conta com 40.000 cidadãos
masculinos e adultos, dos quais 5 ou 6.000 participam das sessões: trata-se dos camponeses das
imediações e notadamente dos marinheiros, artesãos e ociosos de Atenas. Os ricos abstêm-se, pois
são em número demasiado pequeno para poderem agir, mas subsistem facções (hetairias) de
irredutíveis. Da vida política excluem-se os escravos, em número aproximado de 200.000,
legalmente privados de qualquer direito, mas aos quais os costumes deixam uma situação
bastante favorável (de fato, não de direito), tanto assim que Atenas jamais precisou enfrentar uma
revolta servil; excluídos estão também os estrangeiros domiciliados ou metecos, 70.000
aproximadamente, que a lei protege e dá liberdade de viverem e fazerem fortuna à sua vontade:
não podendo casar-se legitimamente com uma cidadã, nem possuir terra (salvo raríssimo favor
individual), detêm eles os ofícios da indústria, comércio e do banco, alcançando brilhante êxito
nas profissões intelectuais (sofistas, professores, advogados, artistas e pensadores). Desprezados
pelos aristocratas, foram sempre fiéis aos sistema democrático, que cometeu o erro, entretanto, de
jamais admiti-los na cidadania, para não aumentar o número dos beneficiários do regime.”

(PETIT, Paul. História Antiga. 4a.ed, São Paulo, DIFEL, 1979; pp.125-126).

O PERÍODO CLÁSSICO (VI - IV A.C.)

Período de apogeu da história grega no qual se destaca o século V a.C., também chamado de “Século
de Péricles”, fase de estabilidade política, prosperidade econômica e rica produção cultural.
O início do período clássico é marcado pelas Guerras Médicas. No século VI a.C., a Pérsia formava
um poderoso império detentor de vastas regiões no Oriente. Suas pretensões expansionistas voltaram-se,
então, para o Ocidente, ameaçando a hegemonia grega no mar Egeu e, principalmente, sua
independência.
Sob o comando de Dario I, os persas conquistaram algumas colônias gregas na Ásia Menor,
avançando a partir daí em direção aos Balcãs. Em 490 a.C., o comandante persa e suas tropas invadiram a
Grécia continental, sendo repelidos, no entanto, pelos atenienses na batalha de Maratona. A vitória de
Atenas sobre o exército persa conferiu-lhe prestígio e poder, transformando-a na mais importante cidade-
estado grega.
Em 480 a.C., o novo imperador persa, Xerxes, tentou novamente anexar a Grécia aos seus domínios,
mas esta já se achava preparada para resistir: para enfrentar os persas, algumas cidades-estado gregas
uniram seus contingentes militares, formando a Confederação ou Liga de Delos, cuja liderança coube a
Atenas. Cada uma delas era obrigada a “depositar”, na ilha de Delos, recursos para financiar a luta anti-
persa; ou então, fornecer navios e soldados para os conflitos.
Os gregos venceram definitivamente a ameaça persa em 468 a.C. e a cidade de Atenas converteu-se
no centro econômico, político e cultural da Grécia, posição garantida pelo imperialismo que exercia
sobre as cidades sob seu controle. O comércio desenvolveu-se consideravelmente, garantindo
prosperidade econômica; o escravismo foi reforçado graças às novas conquistas e ao afluxo de
prisioneiros de guerra; a democracia, em conseqüência, também se fortaleceu; e, finalmente, a cultura
grega viveu seu momento de esplendor.
As cidades gregas submetidas ao imperialismo ateniense, bem como aquelas aristocráticas que não se
conformavam com o poderio de Atenas, formaram uma aliança, sob o comando de Esparta, para destruir
a hegemonia ateniense. A aliança ficou conhecida como Liga do Peloponeso. Entre 431 - 404 a.C.,
Atenas, Esparta e as cidades coligadas a ambas travaram intenso e equilibrado conflito chamado Guerra
do Peloponeso. Depois de anos de combates, e do conseqüente enfraquecimento da Grécia como um
todo, Esparta venceu Atenas e estabeleceu seu domínio sobre a Grécia.
Tal domínio, porém, não durou muito, pois os macedônicos, povo que habitava o norte da península
balcânica, apercebeu-se da fraqueza grega e, liderados por Filipe II, invadiram e conquistaram o território
grego em 338 a.C. Iniciou-se assim o Período Helenístico da história da Grécia.

A CULTURA GREGA

No período clássico, a cultura grega desenvolveu-se consideravelmente e, sob o governo de Péricles,


em
Atenas, atingiu seu apogeu. Apreciador e defensor das artes e da cultura, Péricles estimulou a intensa
produção cultural na cidade, ordenando a construção de templos, palácios e obras de todo o tipo para
exaltar a grandeza da cidade. Obviamente todo esse esplendor era sustentado pelos escravos que geravam
riqueza.
As mais expressivas realizações culturais da Grécia Clássica foram:
 Arquitetura: desenvolvimento de três estilos, o dórico, o corinto e o jônico, cujo maior exemplo é o
Partenon de Atenas;
 Escultura: destaca-se o nome de Fídias, autor da obra Zeus que pertencia ao templo de Olímpia;
 Letras: na poesia, destaca-se o nome de Homero, autor dos poemas épicos Ilíada e Odisséia;
 Teatro: importante manifestação cultural grega, possuía dois gêneros, a tragédia e a comédia. No
primeiro destacam-se os nomes de Ésquilo (Os persas, Os sete contra Tebas, Prometeu Acorrentado)
e Sófocles (Édipo Rei, Antígona, Electra); no gênero comédia, temos Eurípedes (Medéia, As
bacantes) e Aristófanes.
 Oratória: destaque para Péricles, grande governante de Atenas, e Demóstenes, autor das Filipícias,
na qual chama a atenção para a ameaça macedônica;
 História: nasceu na Grécia com Heródoto;
 Ciências: as ciências desenvolveram-se muito na Grécia pelo espírito especulativo e curioso,
sobretudo dos atenienses. Destacam-se a matemática (Pitágoras, Tales) e a medicina (Hipócrates)
 Filosofia: teve grande desenvolvimento na Grécia antiga e, até hoje, influencia o pensamento
ocidental. Entre os mais conhecidos filósofos gregos estão Sócrates, Platão e Aristóteles
 Religião: era politeísta e os deuses tinham forma e sentimentos humanos. As principais divindades
gregas eram: Zeus, senhor de todos os deuses, Atena, deusa da sabedoria, Afrodite, deusa do amor e
da beleza feminina, Apolo, deus da luz, Artêmis, deusa da caça, Posêidon, deus das águas, Hermes,
mensageiro dos deuses, entre outros. Havia, também, na mitologia grega, os heróis dentre os quais se
destacaram Perseu, que matou a medusa, Teseu, que venceu o Minotauro, monstro que habitava a ilha
de Creta, Hércules e Édipo.

“Seu maior discípulo [de Platão] foi Aristóteles. Cientista antes de tudo, pela sua Lógica, seu
cuidado com as definições e classificações, sua busca do geral no particular („não há ciência que
não seja do geral‟), sua preferência pela indução, passou sua vida, cercado de equipes de
excelentes trabalhadores, a fazer o inventário do mundo, desde as plantas até o homem, e a
levantar catálogos de exemplos a fim de extrair deles as leis da natureza. Malgrado inevitáveis
erros, precisamos aguardar os tempos modernos para que Lineu, Cuvier, Darwin vão mais longe
do que ele. Em matéria política, utiliza o mesmo método e teria estudado 158 tipos de
constituições gregas em resumos analíticos, dos quais apenas um (a Constituição dos Atenienses)
chegou até nós.”
(PETIT, Paul. Op.Cit., p.147)
O PERÍODO HELENÍSTICO (VI - I A.C.)

O Período Helenístico corresponde à fase de dominação macedônica sobre a Grécia.


No século IV a.C., chefiados por Filipe II que há muito alimentava um sonho de expansão territorial,
os macedônicos conquistaram a Grécia. Filipe II possuía formação militarista e sonhava em constituir um
vasto império que atingisse o Oriente. A morte, porém, impediu-o de concretizar esse objetivo.
Seu sucessor, Alexandre, havia sido educado na Grécia, por Aristóteles, e, desde jovem, revelara
extrema coragem e habilidade guerreira. Coube a ele levar adiante os planos do pai de estender o
domínio macedônico até o Oriente. Para isso, era necessário vencer os persas que, a essa altura, já
estavam enfraquecidos pela derrota contra os gregos nas Guerras Médicas.
Alexandre estendeu seu domínio pelo Oriente Próximo, anexando o Egito e vastas regiões da Ásia até
os limites da Índia e da China. Transferiu a capital do Império para a Babilônia e, através da fundação de
cidades, construiu a cultura helenística, fusão da cultura grega clássica à cultura oriental.
A morte precoce de Alexandre, em 323 a.C., levou à divisão do império entre seus sucessores,
originando assim os reinos helenísticos (Ptolomaico, Selêucida e Antígona), os quais não resistiram ao
expansionismo romano do século I a.C.

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