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O INERTE CULTURAL4
E O QUE SE FAZ CONTRA ELE
Teixeira Coelho
EM DIREÇÃO ÀS METAS DE
DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO62
UMA ANÁLISE REGIONAL
Rosane Mendonça
PROGRAMAS SOCIAIS
VOLTADOS À EDUCAÇÃO NO BRASIL114
Simon Schwartzman
Teixeira Coelho
Doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela FFLCH-USP, pós-doutorado
em Cultura e Política Cultural (University of Maryland-College Park).
2
The Pleasure of Hating; Londres,Penguin Books, s.d.
3
Também no Japão, em 2004, o governo procurou tornar obrigatória a
execução do hino nacional toda manhã, ao iniciarem-se as aulas. Vários
professores que se recusaram a cantá-lo, por terem viva a memória do
7
Appadurai, Arjun, Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globaliza-
tion. Minneapolis, Univ. of Minneapolis Press, 1996.
8
A idéia de que tudo é política ou de que a política inclui a cultura é uma
falácia. A cultura, o cultural é o leito antropológico mais extenso e mais
amplo do qual apenas uma parte é ocupada, requerida ou, freqüentemente,
seqüestrada pela política.
9
Raymond Williams, Culture and Society 1780-1950. Londres, Penguin,
1961.
10
Expressão que adapto da fórmula “cultura objetiva” avançada por Georg
Simmel (Philosophie de l´argent, Paris, PUF, 1997).
11
V. o artigo “The real thing”, em The New Yorker de 22 de agosto de 2005.
Esse nome veio apenas dois anos depois, quando da repercussão da expe-
14
dição a Amchikta.
•••
Marta Porto
Jornalista, pós-graduada em Planejamento Estratégico e Sistemas de Informação,
com Mestrado em Ciência da Informação.
O presente artigo tem por objetivo destacar análises que colaborem para
uma reflexão sobre este tema, tomando como ponto de partida noções
desenvolvidas em fóruns internacionais, especialmente os liderados pela
Unesco, uma análise do projeto e resultados públicos de 20 anos de política
de incentivos fiscais à cultura no país, um perfil das lideranças culturais
que surgem na sociedade civil a partir dos anos 90 e como são absorvidas
por esse projeto político em vigor. Na parte final se apresentam algumas
propostas desenvolvidas por um grupo interdisciplinar reunido em 2003
com a missão de elaborar propostas independentes para a gestão do Ministro
Gilberto Gil, entregue naquele mesmo ano como o título de “documento
orientador de política cultural”.
Octavio Paz.
1
2
CUELLAR, Javier Peres. Nossa Diversidade Criadora, Unesco, 1997.
4
KLIKSBERG, Bernardo. Falácias e Mitos do Desenvolvimento Social, São
Paulo,Cortez, 2001.
5
REY, German. Modos de Ser, Maneiras de Sonhar. Eixos para uma agenda
de política de cultura para as Américas, Bogotá, Colombia, 2002.
6
MATSUURA, Koichiro. Abertura ao Informe Mundial de Cultura da Unesco,
2000-2001.
7
REY, German. Modos de Ser, Maneiras de Sonhar. Eixos para uma agenda
de política de cultura para as Américas, Bogotá, Colombia, 2002.
8
IGLESIAS, Enrique. Cultura, educación y desarollo, Assembléia Geral da
Unesco, Paris, 1997.
9
PORTER, Michel, in Harrison, Lawrence e Huntington, Samuel. A Cul-
tura Importa — Os Valores que Definem o Progresso Humano. Editora
Record, 2002.
11
Dados obtidos no Relatório do Plano Maravilha/ Observatório Turístico
- Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2000. Conversão em US$ e
compilação dos dados: Maria Paula Gomes dos Santos (Cultural Consul-
toria e Projetos).
3. Fortalecimento da participação
comunitária, setores emergentes e projeto cultural
12
FREITAS, M.Virgínia. “A Formação em Redes”, texto publicado na co-
letânea Juventude, cultura e cidadania, pág. 113-119. Iser, 2002.
Alheia a boa parte dos avanços políticos que marcaram nas duas
últimas décadas as discussões em outros setores de atuação pública,
a cultura caracterizou-se nos últimos anos como uma área de disputa
de privilégios, personificados nos limites reivindicados para a isenção
fiscal dos diversos setores artísticos, pelo lobby de aprovação dos
tetos permitidos nas comissões de cultura e, naturalmente, pelas
verbas publicitárias e de marketing das grandes empresas brasileiras,
em especial e paradoxalmente das estatais. Assim, o campo teórico
por excelência das soluções coletivas revela com crueza o traço
mais contundente da elite nacional em relação às mazelas do povo:
o prevalecimento dos interesses privados e das soluções restritas a
poucos, sobre as necessidades de um corpo social diverso a quem se
nega o direito de emancipação cultural e visibilidade pública.
Causas e conseqüências de uma política de incentivos fiscais à
cultura, adotada indiscriminadamente no país desde 1985, onde em-
presas sem regulação adequada abatem um percentual do imposto
14
PIOVESAN, Flávia. “Construindo a democracia: prática cultural, direi-
tos sociais e cidadania”, in Cultura, Política e Direitos, p. 39-45, SESC/
Unesco, 2002.
11%
%
% 3%
CULTURAL
3%
ASSISTÊNCIA
EDUCACIONAL
MEIO AMBIENTE
13%
ESPORTIVA
CIENTÍFICA 4%
SAÚDE
www.cultura.gov.br
NORTE
NORDESTE
CENTRO-OESTE
SUDESTE
80%
SUL (1.81.6.1,33)
NORTE
NORDESTE
CENTRO-OESTE
SUDESTE
%
SUL (361.324.01,4)
1.200.000.000,00
1.000.000.000,00
800.000.000,00
600.000.000,00
400.000.000,00
200.000.000,00
10.000,00
.000,00
8.000,00
.000,00
6.000,00
.000,00
4.000,00
3.000,00
2.000,00
1.000,00
www.mec.gov.br
2 - Necessidades
•••
1
Este estudo foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento
— BID. Gostaria de agradecer muito os comentários e sugestões de Carlos
Eduardo Vélez-Echavaria, Viviane Azevedo, Maurício Blanco e Carlos Alber-
to Herrán.
2
O conceito de desenvolvimento humano aparece pela primeira vez em
1990, especificamente no Relatório do Pnud desse mesmo ano. A partir
desse ano, este conceito foi permanentemente alterado no sentido de incluir
mais categorias com a finalidade de obter uma definição que responda às
exigências e desafios contemporâneos, bem como permitir a operacionaliza-
ção mais eficiente deste conceito.
3
Como o foco deste estudo é uma análise ao nível das regiões e estados
brasileiros, o último objetivo — “estabelecer uma parceria mundial para o
desenvolvimento” — não será tratado aqui.
4
Linhas de pobreza regionalizadas, estimadas pelo Ipea.
-17,7
MA 45,8 41,7 44,5 39,7 33,3 33,6 -12,2 -10,9
PA 42,5 42,8 44,4 25,5 28,6 25,8 -16,7 -18,6
PE 27,6 29,2 34,9 24,8 29,9 31,4 3,9 -3,5
PI 54,8 51,4 58,3 35,6 32,0 34,7 -20,1 -23,6
RN 33,4 39,6 36,9 23,3 24,2 23,6 -9,8 -13,3
SE 29,7 26,7 27,8 27,4 25,4 24,4 -5,3 -3,4
60,0
,0
0,0
4,0
40,0
3,0
3,8
34, 33,6
30,0 31,4
2,
2,0 2,2
2,8
24,4 23,6
20,0
21,0
1,0
10,2
10,0
10, 8,2 ,8 8,1 ,8 8,1 8,0
,0 6,3 ,3 6, ,
4,0
0,0
TO AL PI MA PE BA CE PB SE RN DF MT GO MS MG ES RJ SP RS PR SC
RS
0,9 0,6 1,3 1,2
SUL
PR
0,0 0,9 1,2 1,0
SC
0,0 0,4 1,1 1,0
Fonte: os três primeiros indicadores são obtidos com base nas Pesquisas por Amostra de
Domicílios (Pnad);
O indicador de baixo peso ao nascer é obtido com base no Sistema de Informações sobre Nas-
cidos Vivos (Sinasc).
Nota:
1
Razão entre o hiato do indicador para o estado (ano mais recente) e sua respectiva meta para
2015, e o hiato do indicador entre o Brasil e a meta estabelecida para 2015.
Fonte: Ipea Data. As estimativas são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí-
lios (Pnad) - 1981 a 2002.
A Pnad não foi coletada em 1980 e 2000 devido aos Censos Demográficos, e também não foi co-
letada em 1994.
Notas:
Hiato de Renda Médio: média dos hiatos relativos de renda de todos os indivíduos, sejam eles ex-
tremamente pobres ou não.
Define-se como hiato relativo de renda para uma pessoa extremamente pobre a distância da
sua renda (Y) à linha de extrema pobreza (Z), medida como fração desta linha (Z-Y)/Z.
Para as pessoas não-pobres, define-se o hiato de renda como sendo nulo.
3,0
30,0
2,0
20,0
1,0
12,8
11,8
10,0 10, 10,0 10,0 10,0
,0
, ,3 4,
,0
Renda total das famílias captada pela Pesquisa Nacional por Amostra de
5
Domicílios (Pnad).
,0
4, 4,3
4,0
3,
3, 3,6 3,
3,0 3,1 3,1
3,0 3,0
2,8 2,
2,8 2,8
2, 2,6 2,6 2,6 2,6 2,3
2,4 2,4
2,0
1,8 1,8
1, 1,6
1,0
0,
0,0
AL PI MA PE BA CE PB SE RN DF MT GO MS MG ES RJ SP RS PR SC
6
A fonte de informações para esse indicador não é mais a Pnad. Assim,
apesar dos problemas de cobertura ainda persistirem na Região Norte, estes
números referem-se às áreas urbanas e rurais.
Variação
UFs 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
1994 à 2002
N 6,7 6,6 6,5 6,4 6,5 6,3 6,3 6,5 6,8 0,02
AC 6,9 6,6 7,2 7,1 7,5 7,5 6,9 6,7 6,5 -0,39
AP 9,0 8,7 8,4 7,8 8,1 6,3 7,2 8,3 8,0 -1,04
AM 7,5 7,6 7,0 6,9 6,8 6,9 7,2 6,8 7,5 -0,04
PA 6,4 6,3 6,1 6,3 6,2 6,2 6,2 6,2 6,5 0,11
RO 6,1 5,9 5,7 5,5 5,7 5,3 4,1 5,4 6,0 -0,12
RR 5,3 5,9 6,1 6,4 6,8 6,6 6,7 7,4 7,1 1,77
TO 6,4 5,8 6,6 6,4 6,4 6,1 6,3 6,6 6,4 0,06
NE 9,7 7,0 7,1 7,0 7,1 6,9 6,8 7,0 7,2 -2,47
AL 6,6 7,3 7,3 6,5 6,7 6,5 6,5 6,5 7,0 0,34
BA 8,2 7,8 8,1 7,6 7,6 7,2 7,3 7,5 7,9 -0,31
CE 6,4 5,5 5,6 6,3 6,4 6,6 6,0 6,6 6,8 0,45
MA 7,3 7,2 6,7 6,5 7,2 7,0 7,0 7,1 6,9 -0,46
PB 8,3 8,0 7,0 7,2 7,2 6,3 6,4 6,1 6,1 -2,19
PE 7,6 6,9 7,0 7,0 7,3 7,1 7,1 7,1 7,6 -0,01
PI 8,1 7,3 7,6 7,4 6,8 6,8 6,4 6,4 6,5 -1,66
RN 8,3 7,0 7,0 7,1 7,1 6,9 6,9 7,4 7,6 -0,67
SE 7,2 7,1 7,0 7,2 7,0 6,8 7,3 7,7 0,44
CO 7,7 7,1 7,2 7,1 7,3 7,1 7,1 7,2 7,7 -0,28
DF 8,8 8,0 8,4 8,1 8,4 8,1 8,3 8,7 8,9 0,10
GO 7,2 7,0 6,9 6,8 7,1 6,9 6,8 7,1 7,2 0,01
MT 7,2 6,4 6,5 6,2 6,6 6,3 6,4 6,3 6,4 -0,58
MS 7,8 7,2 7,6 7,6 7,3 7,3 7,0 6,8 7,3 -0,50
SE 9,3 9,0 8,8 8,7 8,8 8,5 8,6 9,0 9,1 -0,12
ES 9,3 7,5 7,5 7,4 7,5 7,2 7,4 7,6 7,7 -0,03
MG 10,7 10,1 9,5 9,1 9,3 8,8 8,8 9,2 9,5 -1,27
RJ 9,1 9,0 8,9 8,8 8,9 8,5 8,6 9,1 9,2 0,07
SP 9,3 9,0 8,7 8,7 8,7 8,4 8,7 9,0 9,1 -0,25
S 8,1 7,8 7,8 7,9 8,1 8,0 8,1 8,5 8,6 0,56
PR 7,9 7,7 7,6 7,7 7,8 7,7 7,9 8,3 8,4 0,43
RS 7,9 8,4 8,5 8,5 8,7 8,8 8,8 9,0 9,4 0,68
SC 7,1 7,2 6,9 7,1 7,6 7,3 7,2 7,8 7,9 0,80
BR 7,1 7,9 7,9 7,8 7,9 7,7 7,7 8,0 8,1 -0,62
1,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
,0 , ,2 ,4 8,1
8, ,1
8,0
, , 8,4 ,
,0 ,6 ,6 ,
,2 ,3
,0 6, 6,8
6,0 6,4 6, 6,4
6,1
,0 4,1
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
TO AL PI MA PE BA CE PB SE RN DF MT GO MS MG ES RJ SP RS PR SC
7
O terceiro objetivo estabelecido pelas Metas de Desenvolvimento do
Milênio é a eliminar as desigualdades de gênero nos níveis de ensino fun-
damental, secundário e universitário. Esse objetivo não foi tratado explici-
tamente nesse artigo.
Variação
UFs 1995 1996 1997 1998 1999 2000
1994 - 2002
N 29,0 35,1 32,5 36,3 37,3 37,8 8,8
RO 28,8 35,1 40,1 44,6 46,1 46,3 17,5
AC 35,5 53,3 30,9 46,2 46,5 48,4 12,9
AM 37,6 43,3 48,6 47,9 50,1 52,6 15,0
RR 26,8 46,3 35,4 45,4 34,1 34,5 7,7
PA 21,9 31,3 29,4 27,3 33,3 36,4 14,5
AP 44,1 42,9 40,5 49,4 48,8 51,7 7,6
TO 38,3 34,7 38,0 38,8 28,6 21,6 -16,7
NE 41,0 44,1 50,3 53,1 50,7 49,5 8,5
AL 36,6 50,2 44,9 51,0 57,2 52,8 16,2
BA 39,3 45,3 50,2 51,3 45,9 44,6 5,3
CE 65,5 50,3 60,7 69,8 63,8 69,4 3,9
MA 39,1 45,0 43,1 47,1 44,7 43,6 4,5
PB 33,4 46,2 47,5 51,1 52,1 47,0 13,6
PE 37,8 45,2 53,0 53,0 51,0 54,3 16,5
PI 23,4 33,8 40,1 42,1 43,3 43,0 19,6
RN 36,2 52,4 63,2 57,2 59,7 50,1 13,9
SE 41,0 40,4 52,1 49,5 47,6 41,6 0,6
CO 50,7 50,5 48,2 55,2 52,2 49,9 -0,8
61,5
DF 63,6 64,1 61,4 64,8 58,2 -5,4
56,6
GO 63,0 50,0 47,6 55,2 49,1 -13,9
51,7
MT 26,6 54,3 41,4 45,1 50,5 23,9
49,7
MS 39,9 39,3 45,7 48,0 40,5 0,6
6,83
SE 55,3 61,2 70,3 65,9 64,4 68,7 13,4
ES 51,7 46,8 70,3 62,3 63,7 58,7 7,0
MG 58,2 61,6 73,2 62,7 60,7 64,7 6,5
RJ 49,2 59,2 69,8 63,6 61,3 64,6 15,4
SP 56,2 64,5 71,4 75,5 74,8 73,3 17,1
S 54,4 57,4 67,5 59,5 63,1 64,1 9,7
PR 49,5 57,4 63,8 57,6 60,6 61,1 11,6
RS 58,1 62,8 66,4 64,1 63,4 66,2 8,1
SC 57,0 58,5 71,9 67,4 66,8 69,3 12,3
BR 51,9 58,4 65,8 63,0 61,1 59,3 7,4
,3 100,0
AC 3,
AP 44,1
AM 3,6
norte PA 21,
RO 28,8
RR 26,8
TO 38,3
AL 36,6
PI 23,4
MA 3,1
PE 3,8
nordeste BA 3,3
CE 6,
PB 33,4
SE 41,0
RN 36,2
DF 63,6
MT
centro-oeste 26,6
GO 63,0
MS 3,
MG 8,2
ES 1,
sudeste
RJ 4,2
SP 6,2
8,1
RS
sul PR
4,
SC ,0
10,0 20,0 30,0 40,0 0,0 60,0 0,0 80,0 0,0 100,0 110,0
AC 34,1
AP 1,3
AM 36,4
norte PA 3,6
RO 36,4
RR 3,2
TO 6,0
AL 62,1
PI 3,
MA 8,
PE 4,6
nordeste BA 0,2
CE 6,0
PB ,
SE 2,
RN 6,
DF 24,0
MT 30,6
centro-oeste GO 24,6
MS 26,6
MG 30,4
ES 33, 29,6
sudeste
RJ 23,1
SP 20,0
RS 1,3
sul PR 23,
SC 16,8
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 0,0 60,0 0,0 80,0 0,0 100,0 110,0 120,0
taxa de mortalidade
fonte: Ipea/Data
UFs Taxa Óbitos Nascidos vivos Taxa Óbitos Nascidos vivos Taxa Óbitos Nascidos vivos
CO 48,0 92 191.611 49,5 94 189.861 58,3 108 185.225
DF 44,8 21 46.855 55,8 27 48.418 42,6 21 49.349
GO 46,4 47 101.336 44,2 44 99.526 69,1 65 94.017
MT
MS 55,3 24 43.420 54,9 23 41.917 52,6 22 41.859
SE 58,5 568 970.915 67,8 915 1.349.764 53,4 739 1.384.878
ES - - - 86,6 294 339.541 41,9 143 341.437
MG - - - 51,3 30 58.526 42,8 26 60.800
RJ 66,6 179 268.968 79,4 205 258.284 74,9 201 268.213
SP 55,4 389 701.947 55,7 386 693.413 51,7 369 714.428
S 71,5 337 471.234 76,3 350 459.039 61,9 291 470.326
PR 79,4 153 192.757 84,2 156 185.378 83,0 155 186.675
RS 48,1 47 97.717 43,7 42 96.123 43,5 43 98.854
SC 75,8 137 180.760 85,6 152 177.538 50,3 93 184.797
BR 61,0 997 1.633.760 68,0 1.359 1.998.664 55,8 1138 2.040.429
Fontes:
MS/Funasa/Cenepi - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - Sinasc.
MS/Funasa/Cenepi - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM.
IBGE/Estimativas demográficas.
Notas:
1. As taxas foram calculadas diretamente dos sistemas SIM e SINASC para os estados que atingiram percentual de cobertura igual ou superior a 90%
dos óbitos femininos de 10 a 49 anos de idade, correspondendo a todos os estados das regiões Sudeste, Sul e Ce
2. Os totais para o Brasil e Regiões foram calculados apenas com as UFs consideradas.
AC 6,0
AP ,0
AM 12,2
norte ,8
PA
RO ,2
RR 24,6
TO 6,2
AL ,4
PI 3,1
MA 4,6
PE 8,6
nordeste BA 4,4
CE 11,0
PB 8,0
SE ,2
RN ,0
DF 2,
centro-oeste MT 21,6
GO 1,
MS 1,3
MG 14,
sudeste ES 20,8
RJ 30,2
SP 26,
RS 31,2
sul PR 21,
SC 26,
0,0 ,0 10,0 1,0 20,0 2,0 30,0 3,0 40,0 4,0
taxa de incidência
10 2003
16
1
14
13
12
11
10
IPA (exames positivos por 1.000 habitantes)
8
6
61,2
4
4,0
3
2 31,6 32,0
1 20,1
1,2
- 1,0 1, 1,
-1
-2
-3
Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia Roraima Tocantins Maranhão Mato Grosso
10 2003
AC 46,6
AP 44,2
AM 6,
norte PA 2,1
RO 3,6
RR 44,4
TO 1,1
AL 41,2
PI 36,6
MA 4,8
PE 4,
nordeste BA 3,8
CE 1,2
PB 28,2
SE 2,4
RN 42,
DF 1,
MT 3,
centro-oeste
GO 20,4
MS 38,2
MG 26,4
ES 3,8
sudeste ,1
RJ
SP 3,
RS 44,0
sul PR 28,2
SC 26,4
-20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 0,0 60,0 0,0 80,0 0,0 100,0
taxa de incidência
10 2003
fonte: Sistema de informações de Agravos de Notificações (Sinan); Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS
AC ,
AP 4,
AM 6,
norte PA ,
RO ,0
RR 14,1
TO 8,
AL 2,0
PI 16,
MA ,3
PE 8,
nordeste BA 4,3
CE ,6
PB
4,8
SE 3,4
RN
1,6
DF 1,
MT 3,3
centro-oeste
GO 12,
MS 2,
MG 3,0
ES ,8
sudeste
RJ 3,8
SP 1,3
RS
3,1
sul PR
SC
taxa de prevalência
1 2002
SE 24,4 12,1 2,8 -21,6 -9,3 30,0 20,0 0,0 -2,8 9,3
26,0 36,0
ES 45,0 25,0 3,0 -42,0 -23,0 57,0 36,0 0,4 -2,6 23,4
MG 43,0 11,0 6,0 -37,0 -19,0 51,0 16,0 0,4 -5,6 19,4
RJ 21,0 5,0 3,0 -18,0 -8,0 25,0 13,0 0,6 -2,4 8,6
SP 14,0 126,8 1,0 -13,0 -4,0 23,0 126,8 0,7 -0,3 4,7
54,2 54,2
S 38,7 17,1 2,9 -35,8 -14,2 50,0 40,0 0,0 -2,9 14,2
PR 46,0 21,0 3,0 -43,0 -18,0 63,0 54,0 0,3 -2,7 18,3
RS 33,0 16,0 2,0 -31,0 -14,0 49,0 31,0 0,5 -1,5 14,5
SC 35,0 12,0 4,0 -31,0 -8,0 41,0 22,0 0,4 -3,6 8,4
BR 43,0 29,0 12,0 -31,0 -17,0 53,0 41,0 0,4 -11,6 17,4
Gráfico 11
Porcentagem da população que vive em domicílio sem abastecimento adequado
de àgua nos estados brasileios (10, 2003 e meta para 201)
80,0
,0
0,0
6,0
60,0
,0
0,0
4,0
4,0
40,0 42,0
3,0
30,0 33,0 32,0
2,0
2,0 2,0
2,6
20,0 23,0
1,0 14,
10,0 12,0
16,0 18,0 16,0
,0
2,0 ,0 4,0 6,0 3,0 3,0 2,0 1,0 3,0 4,0
0,0
TO AL PI MA PE BA CE PB SE RN DF MT GO MS MG ES RJ SP RS PR SC
%
100,0
,0
0,0
8,0
86,0
80,0 84,0
81,0
,0
0,0
6,0
6,0
60,0
61,0
,0 8,0 ,0
6,0 8,0 ,0
0,0 4,0
4,0 4,0
40,0 42,0
3,0
3,0 34,
30,0 31,0
2,0
20,0 2,0 24,0 24,
1,0 1,0
10,0 14,0
,0 ,0
,0
0,0
TO AL PI MA PE BA CE PB SE RN DF MT GO MS MG ES RJ SP RS PR SC
•••
1
simon@iets.inf.br
2
Como Cardoso e Souza apontaram, “o apoio do Banco Mundial ao Pro-
grama Bolsa-Escola no Brasil baseia-se em um estudo de caso: o de Brasília,
Distrito Federal (World Bank, 2002). O aval da Organização Mundial do
Trabalho (OIT-ILO) baseia-se no estudo de caso de Recife (Lavinas, Barbosa
et al., 2001). Escrevendo em 2003, os autores observam que “até agora,
não existe uma avaliação do impacto deste conjunto de programas sobre
a pobreza, a educação e o trabalho infantil. Não se sabe o que aconteceu
com os programas municipais depois da introdução do programa de Renda
Mínima e o governo nunca fez ou publicou uma análise deste programa. O
programa desapareceu em 2001 quando o governo substituiu-o pelo Bolsa
Escola Federal” (Cardoso e Souza, 2003).
3
Isso foi uma afirmação surpreendente, considerando que a maioria dos estu-
dantes mais pobres nas zonas rurais está espalhada em cerca de 100 mil esco-
las municipais, de uma única sala de aula, freqüentemente com um único pro-
fessor e instalações e equipamentos muito precários (Schwartzman, 2004a).
4
Neste texto usaremos “Bolsa Escola” para nos referirmos a estes programas.
5
Antes de lançar o novo programa Bolsa Família, o governo federal tentou
negociar sua integração aos programas similares estaduais e municipais, para
evitar duplicidade e reduzir custos. Na maioria dos estados, entretanto, não
se chegou a um acordo.
6
Exemplos de tais programas são o “Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil” e o “Programa Agente Jovem”, no Estado de São Paulo.
Tabela 1
Porcentagem de pesssoas que freqüentam a
escola, por idade e participação no programa Bolsa Escola
Tabela 2
Porcentagem de pessoas que freqüentam a escola, por decil de renda
e participação no programa Bolsa Escola, com idade entre 6 e 15 anos
Decil
Diferença
de Grupo A Grupo B Grupo C Renda(*)
(C-A)
renda
1 98,5 95,9 87,0 11,5 30,80
2 98,9 96,2 88,8 10,0 67,13
3 98,8 96,6 91,9 6,9 100,87
4 98,6 98,0 93,5 5,1 138,83
5 98,7 97,8 94,9 3,8 182,75
6 98,1 96,6 96,7 1,3 236,60
7 98,5 97,8 96,9 1,6 308,45
8 99,0 97,0 97,8 1,2 419,29
9 99,4 98,8 98,0 1,4 621,96
10 100,0 95,9 99,4 0,6 1.302,29
total 98,7 96,7 94,1 4,6 43.163.330
Fonte: IBGE, Pnad 2003, tabulação própria (*) renda familiar per capita por mês, em reais.
Não frequentaram
Idade Zero (%) 2 a 5 dias (%) 6 dias ou mais (%)
(%)
5 36,0 23,1 6,7 34,1
6 45,9 31,4 8,9 13,7
7 52,9 34,7 8,2 4,2
8 55,7 33,6 8,0 2,6
9 56,2 33,7 7,7 2,3
10 57,9 32,7 7,6 1,9
11 56,7 32,8 8,4 2,1
12 56,4 32,8 8,9 3,0
13 55,0 31,7 9,5 4,3
14 51,4 31,3 9,9 7,5
15 48,5 28,9 10,1 12,4
16 43,0 27,6 10,8 18,5
17 41,5 24,0 8,2 26,2
Participação no Bolsa-Escola
Tabela 5
Razões para faltar às aulas (quintil de renda mais baixa)
Participação no
Bolsa Escola
Razões para faltar às aulas sim (%) não (%)
Ajudam nos afazeres domésticos 4,6 3,2
Trabalham ou procuram trabalho 4,9 6,5
Falta de transporte escolar 6,3 4,0
Falta dinheiro para as despesas escolares 0,9 1,6
(mensalidade, material etc.) 1,0 0,8
A escola é distante 1,1 0,8
Não tiveram quem os levasse 10,9 13,4
Falta de professor, greve 0,3 0,4
Dificuldade de acompanhar as aulas 46,6 42,9
Doença 10,6 12,5
Não quiseram comparecer 0,7 1,5
Os pais ou responsáveis não quiseram que comparecessem 11,9 12,3
Outros Motivos
Total 100,00 100,00
Tabela 6
Participação no Bolsa Escola e matrícula escolar
30,0%
2,0%
20,0%
1,0%
10,0%
,0%
0,0%
6 8 10 11 12 13 14 1 16 1
idade
Tabela 8
Freqüência escolar, por idade e atividade econômica
Economicamente Economicamente
Idade ativos inativos Ativo (%)
10 98,0 98,5 5,8
11 97,4 98,6 7,8
12 98,5 98,2 9,9
13 93,9 97,0 14,2
14 88,7 95,3 19,5
15 83,0 92,3 28,6
16 77,3 87,2 39,5
17 68,6 79,3 50,4
7
Deve-se notar que o conceito de “atividade econômica” inclui também os
desempregados, definidos como aqueles que não estão trabalhando, mas
estão ativamente procurando trabalho. A Pnad 2003 encontrou que 9,7%
da população ativa brasileira estavam desempregados; entre 15 e 17 anos,
50% estavam economicamente ativos, e, destes, 23% ou 995 mil estavam
desempregados e procurando trabalho.
Tabela 9
Porcentagem de jovens economicamente ativos,
com idade entre 10 e 17 anos, por participação no Bolsa Escola
Matriculadas
Recebem o Bolsa Não participam do
Idade e esperando o
Escola (%) programa (%)
programa (%)
10 8,00 10,00 3,80
11 11,60 11,00 5,00
12 14,80 13,00 6,60
13 17,90 21,70 11,30
14 24,20 28,50 16,50
15 33,50 38,40 26,20
16 43,10 45,80 38,60
17 57,20 53,40 50,20
Tabela 10
Porcentagem de pessoas economicamente ativas, com idade entre 10 a
17 anos, segundo sua participação no Bolsa Escola, por grupo de renda
Total de pessoas
Decil de renda Grupo A Grupo B Grupo C
no grupo etário
1 26,7 32,6 44,9 3.695.461
2 23,4 35,2 37,8 3.629.234
3 23,4 25,0 33,7 3.518.977
4 20,2 21,5 33,0 3.032.758
5 26,9 32,9 31,8 2.792.441
6 23,7 23,8 32,3 2.196.695
7 25,3 30,3 29,4 2.176.048
8 24,8 37,3 28,6 1.942.812
9 15,0 24,0 21,1 1.665.973
10 5,6 21,6 10,6 1.459.007
total 24,0 29,3 30,2 26.109.406
8
Esse resultado é consistente com uma análise de regressão que mostra que
o Bolsa-Escola é eficiente na redução do número de horas trabalhadas, em
duas horas e meia por dia nas áreas urbanas, e três horas e meia por dia, nas
rurais. Entretanto, os resultados não foram conclusivos em relação ao efeito
do benefício na decisão da família de inserir suas crianças no mercado de
trabalho. (Ferro e Kassouf, 2004)
0,0%
4,0%
40,0%
3,0%
economicamente ativa
30,0%
2,0%
20,0%
1,0%
10,0%
,0%
0,0%
1 2 3 4 6 8 10
decis de renda
Pa
rti
ci
Re
p
G
G
G
D end
aç
ru
ru
ru
ru
nd
ec a
r
ão
po
po
po
po
il
a
%
(*
de
D
B
)
1 2.281.579 938.125 3.520.167 6.739.871 47,8 30,21
2 1.971.244 849.018 3.317.920 6.138.182 45,9 68,18
3 1.481.162 703.457 3.521.954 5.706.573 38,3 102,78
4 1.088.977 498.837 3.250.577 4.838.391 32,8 140,94
5 682.082 356.762 3.283.590 4.322.434 24,0 185,37
6 341.456 179.777 2.819.846 3.341.079 15,6 239,06
7 214.064 140.831 2.971.418 3.326.313 10,7 311,07
8 132.394 68.571 2.769.996 2.970.961 6,8 427,86
9 88.257 41.276 2.438.756 2.568.289 5,0 646,77
10 23.987 12.365 2.212.288 2.248.640 1,6 1.569,38
total 8.305.202 3.789.019 30.106.512 42.200.733 28,7 260,34
Gráfico 3
Pessoas entre e 1 anos de idade no quintil de renda mais baixa,
que recebem o Bolsa Escola, por área de residência
.000.000
8.000.000
.000.000
6.000.000
.000.000
4.000.000
3.000.000
2.000.000 recebem
1.000.000 esperando
não recebem
0.0
urbano rural
Área
Metropolitana Grupo A Grupo B Grupo C Total Grupo D
Belém
65.124 38.071 317.040 420.235 15,50
Fortaleza
201.045 148.195 473.542 822.782 24,43
Recife
137.097 135.428 512.159 784.684 17,47
Salvador
167.847 107.627 463.128 738.602 22,72
Belo Horizonte
153.382 109.879 779.098 1.042.359 14,71
Rio de Janeiro
128.368 61.160 1.906.775 2.096.303 6,12
São Paulo
344.382 212.592 3.447.195 4.004.169 8,60
Curitiba
67.418 37.286 590.562 695.266 9,70
Rio Grande
68.044 64.967 700.548 833.559 8,16
do Sul
72.624 41.105 396.677 510.406 14,23
Brasília
total 1.405.331 956.310 9.586.724 11.948.365 11,76
9
Em sua análise de regressão, Cardoso e Souza concluem que o Bolsa-Escola
tem um impacto significativo sobre a freqüência à escola, mas nenhum
impacto perceptível sobre a redução do trabalho infantil. Eles concluíram que
“enquanto 95% das crianças freqüentam a escola no grupo de tratamento,
92% a freqüentam no grupo de controle. O efeito médio de tratamento é
de três pontos percentuais na freqüência à escola entre as crianças e o efeito
é altamente significativo. Considerando que no grupo de comparação há
Área
Metropolitana Grupo A Grupo B Grupo C Total Grupo D
Recife
65.124 38.071 317.040 420.235 15,50
Salvador
201.045 148.195 473.542 822.782 24,43
Fortaleza
137.097 135.428 512.159 784.684 17,47
Belo Horizonte
167.847 107.627 463.128 738.602 22,72
Belém
153.382 109.879 779.098 1.042.359 14,71
Rio Grande
128.368 61.160 1.906.775 2.096.303 6,12
do Sul
344.382 212.592 3.447.195 4.004.169 8,60
Brasília
67.418 37.286 590.562 695.266 9,70
Curitiba
68.044 64.967 700.548 833.559 8,16
São Paulo
72.624 41.105 396.677 510.406 14,23
Rio de Janeiro
total 1.405.331 956.310 9.586.724 11.948.365 11,76
milhões de crianças na escola, supondo que essa seja a única diferença entre
os dois grupos. No entanto, se considerarmos que somente estar matriculado
sem receber benefício também aumenta a matrícula em 2,6%, o provável
efeito do Bolsa Escola parece não ser maior que 2%, ou 600 mil matrículas
adicionais, para cerca de 8,4 milhões que recebem bolsas.
capítulo 10.
11
Isto é consistente com a conclusão de Bourguignon, Ferreira e Leite, em sua
sofisticada análise econométrica ex-ante do Bolsa-Escola, de que este pro-
grama tem um “impacto nulo sobre a redução dos níveis atuais de pobreza
e desigualdade”. No entanto, não podemos confirmar sua outra conclusão,
de que há “um efeito surpreendentemente forte das condicionalidades sobre
a freqüência escolar” (Bourguignon, Ferreira et al., 2002).
•••
1
Posteriormente identifiquei outros brasileiros que participam ativamente
com suas publicações em periódicos internacionais, como por exemplo,
Cláudia Cardoso-Martins e Leonor Scliar-Cabral.
2
Applied Psycholinguistics, British Journal of Educational Psychology, Cog-
nition, Cognitive Psychology, Developmental Psychology, Journal of Edu-
ational Psychology, Journal of Memory and Language, Journal of Research
on Reading, Reading Research Quarterly, Scientific Studies of Reading.
3
Na França, embora tenha havido uma condenação peremptória dos mé-
todos globais e a recomendação explícita da adoção de critérios científicos
para o professor justificar a adoção de seus métodos, ainda ficaram ambi-
güidades no texto do Ministério da Educação e mesmo na aplicação dos
critérios para aprovação de cartilhas de alfabetização. Com isso, perduram
6
O leitor curioso poderá comparar a bibliografia citada pelo documento do
MEC com a bibliografia citada pelos documentos nacionais de outros países
desenvolvidos. Pela bibliografia citada, até mesmo pela data dos estudos
citados — sem falar em sua natureza e qualidade — o leitor concluirá por si
só sobre quem está mais atualizado nesta área: se os autores do documento
do MEC ou os autores dos documentos dos demais países.
7
Na sua versão mais extrema, tudo que é natural é considerado bom —
veneno feito de ervas naturais seria bom? Para alguns, o estado natural do
homem são os instintos. Para outros, em número cada vez menor, a razão.
8
O termo tradicional deve ser distinguido do termo reacionário ou retrógra-
do. O tradicional traz, traduz, transmite, atualiza a tradição. O reacionário
cristaliza o passado.
9
Uma análise da gênese e dos erros filosóficos do construtivismo encontra-
se em Devitt (2000, pp. 235-258). Chapman (1998) propõe uma releitura do
conceito de estruturas em Piaget que o eximiria desses erros.
10
A gênese das idéias de Vygotsky está ligada aos trabalhos que ele desen-
volveu na década de 20 a pedido do recém-instalado regime comunista na
União Soviética, que procurava entender como o meio social poderia contri-
buir na formação do novo homem socialista. Daí a ênfase do meio influenci-
ando o pensamento: o pensamento burguês conforma um modo de pensar
burguês, mas é possível construir, a partir do ambiente, um pensamento so-
cialista políticamente correto: o pensamento é mero produto do meio.
- conhecimento acumulado
- baseado nos interesses e
- competências necessárias
Conteúdo e orientação
necessidades do aluno
para o indivíduo e
- sem estrutura curricular
para a sociedade
do currículo
baseada em disciplinas
- currículo baseado em
- ênfase na integração de
disciplinas, organizado em
conhecimentos, para torná-
ordem de dificuldade
los significativos, com ensino
- disciplinas ensinadas
integrado das disciplinas
separadamente
- ênfase nos aspectos
- ênfase nos aspectos
socioemocionais
cognitivos
- ênfase na solução
- ênfase no conteúdo
Produto ou
de problemas e em
processo
- habilidades cognitivas
processos cognitivos
e solução de problemas
- conteúdo considerado como
aprendidas junto
secundário, escolha sujeita
com o conteúdo
à motivação do aluno
- ambivalência quanto ao
uso de testes, preferência
- uso de testes formais e
Padrões e
avaliação
para instrumentos
informais para avaliar domínio
qualitativos, testes
dos conteúdos e habilidades
diagnósticos e “portfólios”
- uso de boletins e notas
- uso de relatórios
verbais ou escritos
em habilidades e
dificuldades
- considerados enfadonhos
Uso de livros
didáticos
- o desenvolvimento
moral decorre das
Moral e disciplina
•••
Terceira grande reação: a partir dos anos 90, os métodos globais são
formalmente proscritos. Nos Estados Unidos, a escola que os adota
não pode receber financiamento do governo federal.
COORDENAÇÃO
Gerencia de Estudos e Pesquisas/Divisão de Planejamento e Desenvolvimento
CONSELHO EDITORIAL
Álvaro de Melo Salmito
Luis Fernando de Mello Costa
Mauricio Blanco,
Mônica Pereira dos Santos
secretário excutivo
Sebastião Henriques Chaves