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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE)

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL (UAB)


PROGRAMA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP/UAB/UECE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE-GS

VALÉRIA ARAÚJO CAVALCANTE

POLÍTICAS PÚBLICAS QUE DERAM CERTO

A Obra POLITICAS PUBLICAS QUE DERAM CERTO de Valéria Cavalcante foi licenciada
com uma Licença Creative Commons - Atribuição 3.0 Não Adaptada.

Fortaleza
2011
VALÉRIA ARAÚJO CAVALCANTE

POLÍTICAS PÚBLICAS QUE DERAM CERTO

A atividade proposta tem como objetivo a aprovação na disciplina


“Planejamento Estratégico Governamental” do curso de
Especialização em Gestão em Saúde, ofertado através da SEAD
da Universidade Estadual do Ceará em parceria com o Programa
Nacional de Administração Pública - PNAP para preparação de
gestores públicos.

Orientador: Prof.Tutor. Álvaro Fechine

Fortaleza
2011
Dedico este trabalho à Deus, ao meu filho e ao meu orientador.
"Oque mata um jardim não é o abandono !
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem passa indiferente por ele"
( Mario Quintana)
SUMÁRIO

1 Introdução......................................................................................................................
............01
1.1 Políticas Públicas Brasil rumo ao estado de bem-estar no
Brasil.................................01
1.2 Acesso à Saúde no Brasil e
Política.................................................................................06
2. Políticas Públicas de saúde que deram
certo..........................................................................16
2.1 SAMU Seviço de atendimento Móvel de
urgência..........................................................16
2.2. Programa Saúde da
Família............................................................................................22
4. Considerações
Finais................................................................................................................24
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
ANEXO I: CENTRAIS DE REGULAÇÃO DO SAMU 192 PELO BRASIL
01

1. Introdução

1.1 Políticas Públicas Brasil rumo ao estado de bem-estar no Brasil

Como que ocorreu em outros países, também no Brasil durante o curso dos processos
de modernização e de desenvolvimento econômico ocorridos longo do século XX, apresentou uma
melhoria significativa nos seus indicadores de bem-estar social. Desde os anos 1930, quando se
teve início o processo de construção das estruturas estatais que formaram a versão brasileira do
moderno Estado de bem-estar social, houve nosso ingresso nessa fase rumo ao desenvolvimento
dos direitos de cidadania marcada por parte do Estado em assumir de modo mais marcante a
questão social como prioridade pública. Desde então, tem-se a emergência de novas formas de
regulação estatal que produzem novos contornos do ponto de vista da relação Estado/Sociedade
através de dispositivos públicos de proteção social 1.
Apesar disso, nos últimos anos mesmo dada importância ao conhecimento sobre
políticas públicas, instituições, regras e modelos que regem sua decisão, elaboração,
implementação e avaliação, alguns fatores tem atrapalhado esse avanço nos países da América
Latina. Entre eles a dificuldade de formar coalizões politicas capazes de equacionar políticas
públicas capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico e de promover a inclusão social de
grande parte da população 2.
O Estado do bem-estar surgiu após a Segunda Guerra Mundial. Seu desenvolvimento
está intimamente relacionado ao processo de industrialização e os problemas sociais gerados a
partir dele. A Grã-Bretanha foi o país que se destacou na construção do Estado de bem-estar com a
aprovação, em 1942, de uma série de providências nas áreas da saúde e escolarização. Nas décadas
seguintes, outros países seguiriam essa direção 3.

1 ZAULI, Meira. Eduardo. Gastos Sociais , Pobreza e Desigualdade de Renda no Brasil.


Set/Nov.2005.Revista Pensar BH/ Polílica Social.
2 SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma recisão de literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez
2006, p. 20-45. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16.pdf >. Acesso em: 26 Mar. 2011.
3 CARCIAN, Renato.. Estado de bem- estar social. UOL Educação. Mai de 2007. Disponível em: <
Devido a globalização, surgiram problemas de legitimidade, que levaram a
necessidade de um novo “contrato social”, com com sistemas de proteção social apoiados na idéia
de construção nacional e no processo de construção da cidadania. Houve ampliação dos serviços
assistenciais públicos, incluindo as áreas de renda, habitação e previdência social, entre outras.

02

Assim como a prestação de serviços sociais, o estado do bem estar passou a intervir
fortemente na área econômica de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas
a fim de assegurar a geração de riquezas materiais junto com a diminuição das desigualdades
sociais.

O Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar semelhante ao dos países


de Primeiro Mundo.

Antes de avançar sobre o tema é preciso fazer alguns esclarecimentos. Por exemplo, a
política administra conflitos de intereses da sociedade, cuja principal característica é a
diferenciação social. A sociedade, diferentemente de comunidade, possui interesses e recursos de
poder diferenciados, assim como interage de forma contínua afim de satisfazer suas demandas
individuais e em grupos. Os membros que a compõe são considerados não apenas em seus
atributos diferenciados (idade, estado civil, renda, profissão, etc), mas em suas idéias, valores,
aspirações diversas e papéis que desempenham, desse modo contribuindo de várias formas à vida
em coletividade 4.
Ao se deter ao termo “políticas públicas”, nos deperamos com o já tão amplo conceito
de política e suas várias empregabilidades. Haja vista que a sociedade recorre a política pelos mais
variados tipos de problemas que surgem na “polis”, ou seja, lugar em que incide o poder de
determinado governo.
Dentre os avanços alcançados pelo Brasil no combate a pobreza e desigualdade, está o
conjunto das políticas públicas motivada pela Constituição Federal de 1988, em busca do Estado
de Bem-estar Social, que possibilitou obter resultados positivos no Brasil como os mesmos
alcançados em países desenvolvidos 5.
Porém, a democracia é a condição básica para a construção de um Estado que promova

http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u30.jhtm.>. Acesso em 16 jan. 2011

4 RUA, Maria das Graças.Políticas públicas. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC;
[Brasília] : CAPES : UAB, 2009. 130p. ISBN: 978-85-61608-60-6.
5 IPEA. Pobreza, desigualdades e políticas públicas. 12 Jan. 2010. Disponível em: <
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/comunicado_presidencia/100112Comunicado38.pdf.
>. Acesso em: 22 Abr.. 2011.
o bem-estar das maiorias. Somente uma democracia presente de fato e sendo construída e cobrada
ao governo, o fará funcionante com real participação e transparência nas decições, planejamento
participativo, avaliação de políticas, fiscalização, prestação de contas públicas, responsabilização,
punidade e compromisso dos atores políticos compõe o governo.

03

Há de se convir, que o Brasil, apesar de democrático e participativo é um país de


enormes desigualdades sociais. E governar neste ambiente requer capacidades e habilidades
especiais, especialmente considerando o Estado que “herdamos”, que se configura na
conseqüência da concentração de renda de poder econômico e político, que estabeleceu uma
relação entre Estado e sociedade que se revela inclusive no âmbito das políticas públicas
implementadas pelo Estado, de duas formas diferentes: a primeira que favorece a classe
proprietária, à criação da infraestrutura econômica-produtiva e à coordenação econômica, que são
preservadas, seguindo o padrão que atualmente vigora no Estado de bem-estar dos países
desenvolvidos; e a segunda, que aborda os órgãos pertencentes aos ministérios que servem as
classes mais baixas da sociedade, que além de servirem de repartição política entre os partidos que
apoiam o governo é comum a prática do clientelismo, onde o padrão é aquém dos países
periféricos com renda inferior a do Brasil 6.
Muitas pessoas confundem política com políticos e passam a não mais confiar e até
tornarem-se céticas quanto a questão política do país, chegando a auto-intitular-se “apolíticos”.
Porém, a política está presente no nosso dia-a-dia, de modo que não podemos
desvincular a política da nossa prática mesmo sem se dar conta. Pois, quando pleiteamos melhores
salários mediante o governo na forma de greve ou movimentos, ou o fazemos em firmas
particulares na forma de grupos, quando assumimos uma causa humanitária em nome da proteção
dos animais ou contra a devastação ou poluição, seja na forma de passeatas ou caminhadas, ou
participando de uma comunidade pela internet, aderindo e de algum modo comungando e
veiculando a informação, quando pleiteamos controle sobre os aumentos abusivos dos planos de
saúde ou aos valores das faculdades ou escolas particulares na forma de organizada em grupos,
expressando de algum modo uma idéia na forma de abaixo assinado ou de comissão de
representantes do grupo maior, enfim tentando de algum modo disseminar nosso ponto de vista e
6 DAGNINO, Renato Peixoto.O Contexto sociopolítico em que deve inserir o Planejamento estratégico
Governamental.In: Planejamento Estratégivo Governamental. Florianópolis: Depertamento de
Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB. 2009. 27-39p. ISBN: 978-85-61608-85-9
conquistar adeptos para nossa causa ou negociar com a outra parte algo de interesse comum
estamos praticando política.

04

A política a nível de governo, na verdade vai resultado do amadurecimento das


discussões travadas entre os membros do governo, parlamentares entre outros, onde são feitas
negociações entre eles e construídos acordos para atender as reinvidicações da sociedade, sem
gerar conflitos preferencialmente com outros atores sociais. Assim são formuladas propostas,
tomadas decições e feitas as implementações por organizações públicas, isso nada mais é do que o
desenvolvimento de políticas públicas a partir do processo político 7.
A medida que o processo de democratização política avança a capacidade dos
segmentos mais marginalizados da sociedade veicularem seus interesses aumentam. E isso está
relacionado a demanda crescente por direitos de cidadania. Não é à toa que o cenário atual da
democratização tende a requerer, em países como o Brasil, o aumento em 50% (cinquenta por
cento) das políticas públicas para atender as demandas das necessidades sociais com eficiência 8.
Quanto ao desenvolvimento das políticas públicas chega-se a entender, as políticas
sociais como individualizadas e passíveis de separação sob o ponto de vista econômico e social.
Essa separação entre as duas esferas políticas revela a ideologia dominante 9.
As políticas públicas compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à
alocação imperativa de valores. Nesse sentido é necessário distinguir entre política pública e
decisão política. Uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer
diversas ações estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas .
As Políticas Sociais são organizadas em nome da solidariedade social na maioria das
vezes não são implementadas pelo Estado, mas por meio de convênios, contratos com empresas
privadas, ONGs e empresas relacionadas a atividades de responsabilidade social empresarial, que

7 RUA, Maria das Graças.Definindo Conceitos. In: Políticas públicas. Florianópolis : Departamento de Ciências da
Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009. 14-22p. ISBN: 978-85-61608-60-6.
8 DAGNINO, Renato Peixoto.Democratização política e o “Estado Necessário”.In: Planejamento
Estratégivo Governamental. Florianópolis: Depertamento de Ciências da Administração/UFSC;
[Brasília]: CAPES: UAB. 2009. 46-50-p. ISBN: 978-85-61608-85-9
9 DAGNINO, Renato Peixoto.Políticas públicas e políticas sociais..In: Planejamento Estratégivo
Governamental. Florianópolis: Depertamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES:
UAB. 2009. 31-39p. ISBN: 978-85-61608-85-9
começam a ofertar serviços financiados pelo Estado 10.

05

A Política Pública envolve mais de uma decisão e requer diversas ações


estratégicamente selecionadas para implementar as decições tomadas 11. Podem ser elaboradas por
várias metodologias, entra as quais se destacam, a metodologia racional-compreensivo, que se
relaciona com a macropolítica e suas grandes análises do cenário político-institucional, e o método
incrementalista, que se liga à micropolítica e á busca de soluções para problemas mais imediatos e
prementes 12.
Quando se pensa em políticas públicas não se imagina separá-las da idéia inicial de
crise do Estado. Se associa a sua incapacidade em dar respostas ao conjunto aumentado de
demandas solicitadas pelos cidadãos ao Estado de Bem-Estar em países mais desenvolvidos ; crise
fiscal; exigência de maior transparência nas práticas dos governos pelos mercados e cidadãos;
necessidade urgente de maior eficácia em muitos países em desenvolvimento, em que o Estado
sequer proporciona os bens públicos fundamentais. Avaliando de forma mais crítica,,
independentemente do estágio de crescimento do país, a necessidade de rediscutir o papel do
Estado para torná-lo mais eficaz e reduzir a espectativa é sempre crescente entre o que se espera do
Estado e sua capacidade de resposta 13.
Os discursos podem até diferenciar, mas existe sempre a necessidade de reformar o
Estado para melhor atender a expectativa das demandas sociais, sempre buscando mais agilidade,
flexibilidade, eficiência, e efetividade no atendimento ás diversas demandas que devem estar mais
alinhadas possível quanto aos objetivos e metas, integradas, preocupadas e funcionando de forma a
garantir a boa governabilidade, esta enetendida como a capacidade de manter a coesão social e
política necessária para enfrentar os desafios.
10 DAGNINO, Renato Peixoto.Políticas públicas e políticas sociais..In: Planejamento Estratégivo
Governamental. Florianópolis: Depertamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES:
UAB. 2009. 31-39p. ISBN: 978-85-61608-85-9
11 RUA, Maria das Graças. Políticas Públicas.Florianópolis: Departamento de Ciências da
Administração/UFSC; [brasília]: CAPES: UAB,2009. 14-22p.ISBN: 978-85-61608-60-6.
12 ___________________,Análise de Políticas Públicas. In: Políticas Públicas.Florianópolis:
Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [brasília]: CAPES: UAB,2009. 37-57p.ISBN: 978-85-
61608-60-6.
13 ARAÚJO, Maria Arlete Duarte de.Responsabilização da administração Pública: limites e possibilidades
do gestor público. Disponível
em:<http://www.escoladegoverno.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/searh_escola/arquivos/pdf/paper-
responsabilizacao-mariaarlete.pdf >. Acesso em: 22 Abr.. 2011
No momento já se compreende que a melhoria do desempenho governamental é uma
tarefa fundamental na reconstrução do Estado e que depende dos mecanismos de
responsabilização.

06

O fato do governo ter por obrigação prestar contas à sociedade significa um grande
avanço..A realização desse valor depende de dois fatores: 1. a capacidade dos cidadãos para atuar
na defiinição das metas relativas a ação pública e sua avaliação; 2. a existência de mecanismos
institucionais que garantam o controle público das ações dos governantes 14.
Assim, para uma gestão eficiente, é preciso uma orientação clara dos objetivos e
principalmente dos instrumentos, além das definições ou modificações necessárias para o Estado
voltado para o cidadão. É preciso que haja melhoria da capacidade institucional, capacitação dos
recursos humanos, em especial dos gestores.Compromisso e integração dos três níveis de governo
na aplicação dessas políticas, com envolvimento dos órgãos e profissionais, que devem ser
treinados, capacitados de forma continuada e terem á sua disposição ás tecnologias necessárias
para o desenvolvimento de suas atividades adequadamente.
A política pública ao mesmo tempo que coloca o governo em ação, também propõe a
análise dessa ação, assim como mudanças no rumo. Desse modo a formulação de políticas
públicas é a forma em que os governos democráticos traduzem seus propósitos em programas e
ações que produzirão resultados ou mudanças.
Para se produzir um efeito, as políticas públicas devem ser visualizadas num campo
geral, numa perspectiva de que o todo é mais importante que a soma das partes, e que os
indivíduos, instituições, ideologias e interesses contam, na medida relativa de seus pesos.Tendo
todas sua importância no contexto geral, sem discriminação de uma em relação a outra.

1.2 Acesso à Saúde no Brasil e Política

Raramente se encontra alguém que não demonstre preocupação com a

14 ARAÚJO, Maria Arlete Duarte de.Responsabilização da administração Pública: limites e possibilidades


do gestor público. Disponível
em:<http://www.escoladegoverno.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/searh_escola/arquivos/pdf/paper-
responsabilizacao-mariaarlete.pdf >. Acesso em: 22 Abr.. 2011
situaçõa da saúde pública brasileira. Em geral, os governantes comentam e fortalecem
idéias sobre as políricas sociais destacando não só a saúde, mas também a previdência
e assistência social.

A assistência médica até meados da década de 1980 estava vinculada ao


INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), que atendia
somente a quem contribuía com a previdência, ou seja, apenas trabalhadores com
carteira assinada tinham direito à saúde. Não existia política pública de saúde para os
cidadãos de forma igualitária.

07

Assim, O Sistema Único de Saúde (SUS) resultou da organização do movimento


sanitário, que deu corpo à Reforma Sanitária Brasileira na década de oitenta. Momento em que
predominava a exclusão da maior parte dos cidadãos à saúde.

O movimento sanitário tinha propostas concretas, como 15:

1. Direito de todo cidadão à saúde, independente de ter contribuído ou não com a


previdência, sendo ou não trabalhador, incluindo o trabalhador rural, não excluindo ou
discriminando qualquer cidadão brasileiro do acesso à assistência pública de saúde;

2. Toda a população deveria ter acesso às ações de cunho preventivo e/ou curativo
e, para tal, deveriam estar integradas em um sistema único;

3. O sistema de gestão seria descentralizado, tanto administrativo, como


financeiramente;

4. Controle social das ações de saúde;

Sobre a questão da saúde pública, os anos que seguiram a inscrição do Sistema Único
de saúde (SUS) na Constituição foram repletos de instabilidades. Podendo-se comparar a uma
constante situação de conflito entre os defensores do SUS e os responsáveis pela política
econômica 16.

15 FALEIROS, Vicente de Paula et al. Construção do SUS. A construção do SUS: histórias da


Reforma Sanitária e do Processo Participativo. 1ª Ed, 2006, Brasília-DF, 300 pág. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/construcao_do_SUS.pdf>. Acesso em: 22 Abr. 2011.

16 MENDES, àquilas e MARQUES, Rosa Maria. O GASTO E FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO À


SAÚDE NO BRASIL. [Online] 1999. Disponível em: < http://www.sep.org.br/artigo/vicongresso82.pdf >.
Acesso em 19 Jan 2011.
Os anos de 1980 são marcados pela redemocratização e explosão dos
movimentos sociais que culminam na Constituição Federal de 1988 e construção do
SUS.

A reforma gerencial do estado surgiu com intuito de promover a modernização,


flexibilização da gestão pública, otimização dos recursos públicos, eficiência,
transparência e controle social sobre ações dos agentes públicos. Adaptando a
prestação de serviços à realidade do setor, com foco mais nos resultados que nos
processos. Dividiu os serviços públicos em duas categorias: exclusivos do Estado
(polícia, regulação e fiscalização) e não exclusivos (saúde, pesquisa, ensino e cultura).
Assim, houve uma transferência a entidades não governamentais de algumas atividades
que não caberiam ao governo prover diretamente.

08

Antes da criação do SUS, que completou 22 anos em 2010, a saúde não era
considerada um direito social, e a partir de então passou a ser um marco d efinitivo na garantia
do direito à saúde do cidadão brasileiro, ao determinar um caráter universal às ações e aos serviços de saúde no País.
O processo de consolidação do SUS implicou mudanças na legislação, buscando garantir a implementação do sistema
e acompanhar as transformações econômicas e sociais do País 17.

O modelo de saúde antes do SUS dividia os brasileiros em três categorias: os


que podiam pagar por serviços de saúde privados; os que tinham direito à saúde pública
por serem segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada); e os
que não possuíam direito algum. Assim, o SUS foi criado para oferecer atendimento
igualitário e e promover a saúde de toda a população. O Sistema constitui um projeto
social único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e assistência
à saúde dos brasileiros.

O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, baseado num
conceito ampliado de saúde. O sistema de saúde era previsto para atender mais de 180
milhoes de brasileiros, oferecendo consultas, exames, internações, promoçãoa de
campanhas de vacinação e ações preventivas e de vigilância sanitária, como fiscalização
de alimentos e registro de medicamentos, atingindo dessa forma diretamente a
qualidade de vida dos brasileiros 18.
17 Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Coletânea de normas para controle social
no Sistema Único de Saúde. Ministério da saúde, Conselho Nacional de Saúde. 2ª Ed. Brasília:
Editora : Ministério da saúde, 2006. 208p. INBN 85334-1175-8[série E. Legislação de saúde].
18 Portal da Saúde - www.Saude.gov.br - O que é o SUS. Disponível em:<
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1395 >. Acesso em 16 Mar. 2011.
A União é o principal financiador da saúde pública no país. Historicamente, metade
dos gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios. A
União formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (estados,
municípios, ONGs e iniciativa privada) 19.

Com a assinatura do Pacto pela Saúde em 2006, os municípios passaram a ser os


principais responsáveis pela saúde de sua população, pois a partir de então o gestor municipal
assume imediata e paulatinamente a geatão das ações e serviços de saúde ofertados em seu
território. Quando sozinho não consegue fazer isso, pode pactiar com outras cidades ou regiões de
modo a atender sua população 20.

09

As principais leis federais que regem o sistema, entre elas: a Lei Orgânica da Saúde
(Lei n.º 8.080/90); a Lei n.º 8.142, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
SUS e sobre as transferências de recursos financeiros para a área da Saúde; a Norma Operacional
Básica do SUS (NOB/1993 e 1996); e a Norma Operacional de Assistência à Saúde (Noas/2001 e
2002) 21.

Também estão presentes os dispositivos constitucionais que definem as diretrizes do


sistema de saúde brasileiro (Art. 6.º e Art. 196 a Art. 200 da CF), além da Emenda Constitucional
29/2000, que assegura recursos mínimos das três esferas de gestão para o financiamento das ações
e dos serviços de saúde 22.

Segundo a Contituição federal Brasileira, de 05 de outrubro de 1988, em seu Art. 6º e


Seção II – Da Saúde diz:

“Art. 6.º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o


lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
(Redaçãodada pela Emenda Constitucional n.º 29 de 2000).

19 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Entendendo o SUS. 21 Jun. 2006. Disponível em: <


http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_entendendo_o_sus_2007.pdf>. Acesso em 16 Mar.
2011
20 Idem ant.
21 Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Coletãnea de normas para controle social no
Sistema Único de Saúde/ Ministério da saúde, Conselho Nacional de Saúde. 2ª Ed. Brasília: Editora :
Ministério da saúde, 2006. 208p. INBN 85334-1175-8[série E. Legislação de saúde].
22 Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Coletãnea de normas para controle social no
Sistema Único de Saúde/ Ministério da saúde, Conselho Nacional de Saúde. 2ª Ed. Brasília: Editora :
Ministério da saúde, 2006. 208p. INBN 85334-1175-8[série E. Legislação de saúde].
SEÇÃO II
Da Saúde
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização
e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de
terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizadae hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1.º O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único
renumerado para § 1.º pela Emenda Constitucional n.º 29 de 2000)

10

§ 2.º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, recursos mínimos
derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela
EmendaConstitucional n.º 29 de 2000)
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar
prevista no § 3.º; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 29 de 2000)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
Constitucional n.º 29 de 2000)
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3.º; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º
29 de 2000).
§ 3.º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 29 de 2000).
I - os percentuais de que trata o § 2.º; (Incluído pela Emenda Constitucional
n.º 29 de 2000)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução
das disparidades regionais(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 29 de
2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde
nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional n.º 29 de 2000)
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União (Incluído
pela Emenda Constitucional n.º 29 de 2000)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1.ºAs instituições privadas poderão participar de forma complementar do
Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
§ 2.º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvençõesàs instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3.º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4.º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção
de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados,
sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as
de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de Saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento
básico;

11

V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e


tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de
seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,
guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
do trabalho.”

Conforme a Lei Ogânica da Saúde (Lei nº 8080 de 19/09/90), a saúde é um


direito fundamental do ser humano e dever do Estado, que deve prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício. O Estado deve garantir a formulação e execução de
políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e o
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
para a sua promoção, proteção e recuperação. Este dever não exclui o das pessoas, da família,
empresas e da sociedade 23.

Sob a perspectiva da Lei 8080 a saúde tem como fatores determinantes e


condicionantes entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Dessa

23 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília: CONASS. 2003 .
604p. ISBN: 85-89545-0106
forma há de se garantir acesso a todos os itens citados, visto que, os níveis de saúde da população
expressam a organização social e econômica do País, conforme cita o art 3º da lei Orgânica da
Saude 24.

São objetivos do SUS: a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e


determinantes da saúde; a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
econômico e social, o que está disposto no § 1º do art. 2º da lei 8080; a assistência às pessoas por
intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas 25.

Porém, as políticas adotadas não tem sido suficientes para manter o que foi
conquistado na CFB de 1988 em relação à seguridade social, favorecendo a visão mercantilista da
saúde e previdência social. Culminando em emendas a constituição e decretos presidenciais e por
fim, na extinção do Conselho Nacional de Seguridade Social (SEC. GESTÃO PARTICIPATIVA,
2004) .

12

Fazendo um paralelo entre as condições de vida da maior parte do povo brasileiro, às


políticas adotadas, não é torna difícil entender como o SUS ficou “inviável”. Basta recordar as
contradições das políticas de saúde do governo sarney, a investida neoliberal do governo Collor
recheada de constantes diminuições de recursos que eram direcionados ao plano Real, dos
programas de ajustes macroeconômicos e de reforma política do aparelho do estado do Fermando
Henrique 26.

Dentre os elementos que condicionaram o financiamento na área da saúde no governo


Lula, destacam-se a prioridade dada à previdência social e austeriadade fical do governo federal
junto as políticas sociais, como resultado de seu objetivo de promover o equilíbrio orçamentário
27
com elevado superávit primário .

24 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília: CONASS. 2003 .
604p. ISBN: 85-89545-0106
25 CONASS. Conselho nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília, BRASIL : s.n.,
2003. 20ª ed, p. 604. INBN 85-8954501-6.

26 BISPO JUNIOR, José Patrício. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 8, Ago. 2009. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-311X2009000800024&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 Nov. 2010
27 MENDES, àquilas e MARQUES, Rosa Maria. O GASTO E FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO À SAÚDE NO
BRASIL. [Online] 1999. Disponível em: < http://www.sep.org.br/artigo/vicongresso82.pdf >. Acesso em: 22 Abr.
2011
Na época os constotuintes efiniram que os recursos da Seguridade Social não poderiam
ser alocados e/ou usados para outros fins que não fossem previdência, saúde e assistência e que
também não haveria vinculação das fontes aos diferentes ramos. Porém isso não foi cumoridos nos
anos que se seguiram a promulgação da Constituição de 1988 28.

No governo Lula também se observou subfinanciamento e a continuidade das políticas


de ajuste macroeconômico, além da reforma da previdência que vai contra ao projeto da Reforma
Sanitária Brasileira. Apesar disso, foram pontos positivos a composição do Ministério da Saúde
com sanitaristas do movimento sanitário, avanços na participação social com limites e
ambigüidades, ampliação da atenção básica, política de saúde bucal e a aprovação do Pacto pela
29
Saúde .

13

Segundo Fleury, para garantir a sustentabilidade do SUS seria necessário:estimulação


de um poderoso movimento social e de opinião em defesa das políticas de proteção social, melhor
utilização e gerenciamento dos recursos do SUS, adotando-se um modelo misto de repasse dos
recursos com base na capacidade instalada, população e encargos sanitários e também
transferências com base em contratos de gestão com responsabilidades definidas e metas a serem
cumpridas pelos gestores, mudança na atenção com base nas diretrizes já formuladas para
assegurar um sistema hierarquizado e regionalizado, coordenado com ênfase na integralidade da
atuação clínica preventiva, ampliação da eficiência, eficácia e humanização do sistema, definição
de responsabilidades macro-sanitárias e adoção de critérios de risco para a definição de prioridades
em face de recursos escassos, definição de responsabilidades micro-sanitárias a partir da
reorganização do trabalho em saúde, ampliação da cobertura do programa de Saúde da Família,
desenvolvimento científico e incorporação de tecnologia em saúde 30.

As ações e serviços píblicos de saúde e os privados conveniadaos contratados ou


28 MENDES, àquilas e MARQUES, Rosa Maria. O GASTO E FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO À SAÚDE NO
BRASIL. [Online] 1999. Disponível em: < http://www.sep.org.br/artigo/vicongresso82.pdf >. Acesso em: 22 Abr.
2011
29 BISPO JUNIOR, José Patrício. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 8, Ago. 2009. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-311X2009000800024&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 30 Nov. 2010
30 FLEURY, Sonia. A reforma sanitária e o SUS: questões de sustentabilidade. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro,
v. 12, n. 2, Abr. 2007 . Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000200003&lng=en&nrm=iso>. Accesso em 22 Abr.. 2011.
conveniados que intrgam o SUS devem obedecer as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição
Federal e ainda os seguintes princípios 31 :

“I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de


assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e
contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos
os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade
física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e
a sua utilização
pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a
alocação de
recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
14
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos
da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
assistência à saúde
da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;
e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de
meios para fins
idênticos.”

O SUS possui direção única, conforme o art 198 da CFB, possui organização
regionalizada e hierarquizada conforme níveis de complexidade a medida que a complexidade
aumenta, exercida em cada esfera do governo. Sendo na ãmbito da União, pelo Ministério da
Saúde, no âmbito dos Estados e distrito Federal pelas respectivas Secretarias de saúde ou órgão
equivalente e nos Municípios pelas Secretarias de Saúde ou órgão equivalente, podendo estes
últimos constituírem consórcios para desenvolverem conjuntamente suas ações e serviços de saúde
afim de melhor articular e integrar recursos e obterem cobertura total em suas áras 32 .

31 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília: CONASS. 2003 .
604p. ISBN: 85-89545-0106
32 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS. Brasília: CONASS. 2003 .
604p. ISBN: 85-89545-0106
Na verdade a reforma administrativa da saúde esbarra na legislação do SUS,
que é uma obra coletiva e conquistada na Constituição Federal por movimento popular.
Com princípios como: universalidade de acesso, integralidade de ações, equidade e
municipalização da saúde.
Apesar de todas as dificuldades e entraves aos 21 anos de SUS, Francisco Batista
Júnior, que foi dirigente da Confederação nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social
(CNTSS) e conselheiro do Conselho Municipal de Saúde de Natal e do Conselho Estadual do Rio
Grande do Norte e presidente do Conselho nacional de Saúde, em entrevista a TEMPUS em
setembro de 2009, afirma que " o SUS significa sem a menor sombra de dúvidas, a ferramenta que
tem a maior parcela de contribuição no avanço da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros
nesse período. Está mais forte do que nunca a marca do patrimonialismo, da privatização e da
defesa de interesses clientelistas. O subfinanciamento, a privatização desenfreada do sistema, a
descarada privatização da gestão realizada pela terceirização da gerência dos serviços, por meio de
organizações sociais e similares, a precarização do trabalho e a manutenção do culto ao modelo
curativo e médico hegemônico, podem inviabilizar o SUS" 33.

15

Diante do exposto vê-se que o SUS resultou de imensa luta dos trabalhadores e que
não pode simplesmente ser "privatizado", ou perder espaço de comando e decisão para entes
privados.

Dentre os programas e projetos que visam bem estar social, qualidade de vida e a
promoção da saúde do brasileiro estão o SAMU 24h e o programa Saúde da Família.

33 Tempus- Actas de saúde Coletiva, vol 3, n. 3, p. 13-15, jul/set-2009. Disponível em: <
http://164.41.105.3/portalnesp/ojs-2.1.1/index.php/tempus/article/view/717/726>. Acesso em: 22
Abr. 2010.
16

2. Políticas Públicas de saúde que deram certo

2.1. SAMU Seviço de atendimento Móvel de urgência

Este programa visa prestar socorro à população em casos de urgência. O SAMU realiza
atendimento em qualquer lugar: residências, locais dope trabalho ou vias públicas. O socorro é feito após
chamada pelo telefone 192. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer lugar do país 34.

Atualmente o SAMU está atuando em todos os estados brasileiros com 157


(cento e cinquenta e sete) Centrais de Regulação Médica abrangendo 1.468 (mil
quatrocentos e sessenta e oito) municípios com estimativa de 110,55 milhões de
pessoas que podem contar com o Serviço Móvel de Urgência 35

34 Programas do sus. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/50664385/programas-do-sus >. Acesso em:


16 Mar. 2011.
35 Portal da Saúde – www. Saude.gov.br.-SAMU. Disponivel em: <
Existem SAMUs no Distrito Federal/DF, Rio de janeiro/RJ, Goiânia/GO, Santa
Catariana/SC, Salvador/BA, Fortaleza, Campinas/SP.

Em Fortaleza, houve o término da I Turma de capacitação em Urgência e para


Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade e da I Turma de
Capacitação em Urgência para Profissionais em Saúde Bucal do Município de Fortaleza,
estando em andamento a II Turma de Saúde Bucal e a II Turma de Capacitação em
Urgência da Residência Médica em Saúde da Família e Comunidade do Município de
Fortaleza. Além destas, a capacitação municipal para Telefonistas Auxiliares de
regulamentação Médica (TARM) e Rádio-operadores (RO) também já foram inicidas em
fevereiro de 2011 visando apresentar a Política nacional de Atenção às Urgências, as
diretrizes de acolhimento com Classificação do Risco do SAMU (Protocolo MASTER),
capacitação no uso do software de prontuárioa eletrônico SRSAMU 3.3 e nas diretrizes
de radio-operação e controle de tráfego 36.

17

Há também em Fortaleza o Curso Permanente em Urgência que visa regular


a condição de funcionamento do Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de
Vida (SAV), no âmbito do SAMU 192 – Fortaleza. O objetivo é .capacitar os profissionais
do SAMU 192 – Fortaleza, incluindo auxiliares, técnicos de enfermagem, enfermeiros,
médicos, condutores de veículos de urgência, acadêmicos, residentes e funcionários do
serviço interessados, para o aprimoramento no desempenho das funções que exercem,
lhes dando conhecimento para manusear os equipamentos básicos e avançados
empregados no atendimento pré-hospitalar de urgência, de forma correta e eficaz, com
segurança e destreza, observando os preceitos legais que regulamentam tal atividade 37

http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=456 >. Acesso em 17 Mar. 2011.


36 NEP SAMU Fortaleza. Capacitação Municipal para TARM e RO. 04 Mar. 2011. disponível em:<
http://www.samu.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=363:capacitacao-
municipal-para-tarm-e-ro&catid=33:nep-samu-192&Itemid=50>. Acesso em: 17 Abr. 2011.
37 NEP SAMU Fortaleza. Curso Permanente de Educação em Urgência. 25 Mai. 2010. Disponível em: <
http://www.samu.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=42:curso-
permanente-de-educacao-em-urgencia&catid=33:nep-samu-192&Itemid=50>. Acesso Abr. 2011.
1. Ilustração: Término da I Turma da
Residência Médica em Saúde da Família em
Fortaleza/CE com 46 participantes.

18

Porém, é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU – São Carlos)


o serviço considerado de referência nacional e está entre as três melhores unidades do
país.
O SAMU de São Carlos apresentou excelentes condições de infraestrutura e recursos
humanos. A unidade do município conta com 100% dos profissionais concursados,
importantes investimentos da Prefeitura em equipamentos e recursos humanos,
manutenção regular das 14 ambulâncias, informatização de recebimento das chamadas,
pactuação de atendimentos com a Polícia Militar, Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa
Civil, integração da comunicação via rádio, tempo resposta de 8 minutos em média na
chamada e Núcleo de Educação em Urgência (NEU) ativo 38.

38 Prefeitura Municipal de São Carlos.SAIBA POR QUE O SAMU ESTÁ ENTRE OS MELHORES. 2010.
O socorro começa com a chamada gratuita, feita para o telefone 192. A
ligação é atendida por técnicos que identificam a emergência e transferem o telefonema
para um médico, que faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo
instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras
ações.

De acordo com a situação do paciente, o médico pode orientar a pessoa a


procurar um posto de saúde, enviar ao local uma ambulância com auxiliar de
enfermagem e socorrista ou uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Ao mesmo
tempo ele avisa sobre a emergência ao hospital público mais próximo para que a rapidez
do tratamento tenha continuidade.

O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de médicos, enfermeiros,


auxiliares de enfermagem e socorristas, que atendem as ocorrências de natureza
traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da
população.

Disponível em: < http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/noticias/2010/158020-saiba-por-que-o-samu-


esta-entre-os-melhores.html >. Acesso em: 17 Mar. 2011.
3. Ilustração: São Carlos faz a manutenção
2. Ilustração: SAMU São carlos está entre
regular de suas 14 ambulâncias
os três melhores do País

19

Como parte da Política Nacional de Atenção a Urgências, o Serviço de


Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192) tem ajudado o Estado brasileiro a reduzir o
número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da
falta de socorro.

As ambulâncias do SAMU à serviço da população dividem-se em Unidades de


Suporte Básico (USB) e Unidades de Suporte Avançado (USA) ou UTI móvel. As
Unidades de Suporte Básico atendem aos casos de menor complexidade e contam com
equipamento básico de suporte à vida. As USAs são UTIs móveis e estão sendo
equipadas com o Sistema Tele-Eletrocardiografia Digital, tecnologia de ponta que ajuda a
salvar vítimas de doenças cardiovasculares graves, como infarto e arritmia. O trabalho é
realizado diariamente em tempo real.

O Serviço de Atendimento Móvel ainda conta com lanchas onde o tranporte é


feito prioritariamente por via aquática em alguns estados como: Manaus/AM, Porto
Velho/RR, Macapá/AP, Belém/PA, Rio de janeiro/RJ 39.

4. Ilustração: Ambulanchas
SAMU 192
39 Portal da Saúde - www.Saude.gov.br – SAMU. Ambulanchas. Disponível em: <
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=34161&janela=1>. Acesso em: 17 Abr
2011.
A partit de 2008 o Serviço de Atendimento às Urgências e Emergências SAMU
192 passaram a contar com mais uma frota de intervenção ágil e eficiente, a moto. A
moto a serviço do SAMU deve ser polotada pelo técnico em enfermagem com objetivo
de chegar mais rápido ao local de atendimento, assim como emlocais onde o fluxo de
trênsito é intenso ou em locais de difícil acesso. As Motolândias SAMU 192 promovem
atendimento rápido e redução do tempo -resposta, o que é de extrema importancia na
vida da vítima, pois quanto mais rapidamente for socorrida menores as possibilidades de
óbito e seqüelas mais graves. Estão sendo úteis em especial nos casos de infartos,
anginas, ataques cardíacos e derrames cerebrais 40.

20

Motolândias
SAMU
criadas em 2008
chegam mais
rapidamente para
prestar socorro às
vítimas e em locais
5. Ilustração: Motos SAMU de difícil acesso as
192 ambulâncias

6. Ilustração: Equipe SAMU 192 7. Ilustração: Ambulancha Belém

40 Portal da Saúde - www.Saude.gov.br – SAMU. Motolândia.. Disponível em: <


http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=28619&janela=1>. Acesso em: 17 Abr.
2011.
9. Ilustração: Helicóptero: parceria com 8. Ilustração: Parte Interna da Ambulância
a Polícia Rodoviária Federal SAMU 192

21

10. Ilustração: Helicóptero SAMU 192


22

2. 2 Programa Saúde da Família

A partir da promulgação da Constituição Federal em 1988, foram definidas como diretrizes


do Sistema Único de Saúde (SUS) a universalização, a eqüidade, a integralidade, a descentralização,
a hierarquização e a participação da comunidade 41 .

Apesar de esses princípios ainda não terem sido atingidos em sua plenitude, é impossível
negar os avanços obtidos na última década no processo de consolidação do SUS, dentre os quais se
destaca a descentralização com efetiva municipalização.

O objetivo do Saúde da Família é atuar na promoção e manutenção da saúde das


pessoas, bem como na prevenção de doenças, alterando, assim, o modelo de saúde centrado em
hospitais.como eram em 1993. Além de visitar as casas dos brasileiros, profissionais de saúde fazem
trabalhos educativos em escolas, creches e atendem nasUnidades Básicas de Saúde. Cada equipe
de profissionais é responsável pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas
em uma área geográfica específica 42.

O Programa Saúde da Família ou PSF teve início em 1994 como um dos programas

41 Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 3, June 2000 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000300018&lng=en&nrm=iso>.
access on 30 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0034-89102000000300018.
42 Programas do sus. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/50664385/programas-do-sus >. Acesso em:
16 Mar. 2011.
propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a atenção primária . O PSF é tido
como uma das principais estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas
profissionais neste nível de assistência, promoção da saúde , prevenção de doenças e reabilitação.
Traz consigo dsafios muito complexos de serem superados.. No que diz respeito à reorganização dos
serviços de saúde, a estratégia da saúde da família vai de encontro ao velho paradigma do modelo de
atenção à saúde que o país vive e que ainda vem enfrentando, desde a década de 1970. Devido ao
conjunto de atores e sujeitos sociais comprometidos com um novo modelo que valorize as ações de
promoção e proteção da saúde, prevenção das doenças e atenção integral às pessoas. Estes
pressupostos, tidos como capazes de produzir um impacto positivo na orientação do novo modelo e na
superação do anterior, calcado na supervalorização das práticas da assistência curativa, especializada
e hospitalar, e que induz ao excesso de procedimentos tecnológicos e medicamentosos e, sobretudo,
na fragmentação do cuidado, encontra, em relação aos recursos humanos para o Sistema Único de
Saúde (SUS), um outro desafio 43.

23

A Atenção Primária à Saúde (APS) representa o primeiro nível de contato dos indivíduos,
da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, constituindo o primeiro elemento de um
continuado processo de assistência à saúde, com serviços que têm em vista os principais problemas e
necessidades de saúde da comunidade, proporcionando ações de promoção, prevenção e
reabilitação da saúde 44.

No Brasil o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), criado em 1991 entre


outros, como o próprio Programa saúde da família (PSF), Combate a Carências Nutricionais, Assistência
Farmacêutica Básica e Ações Básicas de Vigilância Sanitária, são instrumentos da nova política de atenção básica à
saúde 45.

A implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é considerada


uma estratégia transitória para o estabelecimento de vínculos entre os serviços de saúde e população.
O objetivo é expandir o Programa Saúde da Família. Cada agente comunitário fica responsável por 150 famílias que

43 Programa Saúde da Família. Wikipédia. Disponível em: <


http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_Saúde_da_Família >. Acesso em 28 Abr. 2011.
44 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. A
melhoria contínua da qualidade na atenção primária à saúde: conceitos, métodos e diretrizes / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 140 p. : il. –
(Série B. Textos Básicos de Saúde). ISBN 978-85-334-1757-1..
45 6 ANOS DE PLANO REAL: Crescimento e Desenvolvimento Social. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/publi_04/COLECAO/6ANOS9.HTM >. Acesso em: 28 Abr. 2011.
ficam no seu território de atuação, devendo morar na localidade onde trabalha para compreender os costumes,
valores e linguagem da região46.

O Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) tem por objetivo contribuir para a reorganização
dos serviços municipais de saúde, para a integração das diferentes ações e para o estabelecimento de um vínculo
efetivo entre a comunidade, as unidades e os profissionais de saúde. Os agentes comunitários realizam suas
atividades durante as visitas domiciliares e desenvolvem ações de vigilância sanitária e epidemiológica, entre outras
ações no âmbito dos diversos profissionais da área e para uma efetiva ligação entre a comunidade e suas unidades de
saúde 47.

Uma das principais estratégias do Saúde da Família é sua capacidade de propor alianças,
seja no interior do próprio sistema de saúde, seja nas ações desenvolvidas com as áreas de
saneamento, educação, cultura, transporte, entre outras. Por ser um projeto estruturante, deve
provocar uma transformação interna do sistema, com vistas à reorganização das ações e serviços de
saúde. Essa mudança implica na ruptura da dicotomia entre as ações de saúde pública e a atenção
médica individual, bem como entre as práticas educativas e assistenciais 48.

24

A reorganização da atenção à saúde implica numa reordenação da própria lógica de


montagem das equipes. Essas equipes devem ser compostas por, no mínimo, um médico de família,
um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e cinco a seis agentes comunitários de saúde  outros
profissionais, tais como psicólogos, dentistas, fisioterapeutas, por exemplo, poderão ser incorporados
de acordo com as características e demandas dos serviços locais de saúde. Cada equipe é
responsável pelo acompanhamento de, no máximo, mil famílias ou 4.500 pessoas que residam ou
trabalhem no território de responsabilidade da unidade de saúde, agora denominada "Unidade Básica
de Saúde da Família" 49.

Responsabilidades da equipe do PSF 50 :

46 Governo Federal. Ministério da Saúde. Guia Prático do Programa Saúde da Família. 69 p. Disponível
em: < http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/guia_pratico_saude_familia_psf1.pdf
>. Acesso em: 29 Abr 2011.
47 6 ANOS DE PLANO REAL: Crescimento e Desenvolvimento Social. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/publi_04/COLECAO/6ANOS9.HTM >. Acesso em: 28 Abr. 2011.
48 Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 3, June 2000 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000300018&lng=en&nrm=iso>.
access on 30 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0034-89102000000300018.
49 Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 3, June 2000 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000300018&lng=en&nrm=iso>.
access on 30 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0034-89102000000300018.
50 Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 3, June 2000 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000300018&lng=en&nrm=iso>.
access on 30 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0034-89102000000300018.
• As atribuições básicas de uma equipe de Saúde da Família são:

• Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis e identificar os


problemas de saúde mais comuns e situações de risco aos quais a população está exposta;

• Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os procedimentos de


vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nos diversos ciclos da vida;

• Garantir a continuidade do tratamento, pela adequada referência do caso;

• Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda,


buscando contactos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover a saúde por meio da
educação sanitária;

• Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e informais


existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos problemas;

• Discutir, de forma permanente, junto à equipe e à comunidade, o conceito de cidadania,


enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que os legitimam;

• Incentivar a formação e/ou participação ativa nos conselhos locais de saúde e no


Conselho Municipal de Saúde.

24

3. Considerações Finais

As ações de saúde devem ser orientadas para o cuidado integral dos indivíduos , Esse é um dos
sentidos atribuídos ao princípio constitucional da integralidade no SUS. Deve-se ver o indivíduo como um todo, um
único organismo vivo.

Chama-se atenção para a necessidade de profissionais generalistas no tocante à abordagem


profissional na assistência aps problemas de saúde dos individuos, que atendam a todas as necessidades de saúde,
faixas etárias e fases de desenvolvimento humano.

A intersetorialidade é condição essencial à Promoção da Saúde e da qualidade de vida da população,


uma vez que as ações que promovem a sua melhoria, não se limitam ao setor Saúde.

ANEXO I: CENTRAIS DE REGULAÇÃO DO SAMU 192 PELO BRASIL

Central - RIO BRANCO/AC


E-mail: samu@ac.gov.br

Central - CRUZEIRO DO SUL/AC


E-mail: samu@ac.gov.br

Central - MACEIÓ /AL


E-mail: samu192@saude.al.gov.br

Central – ARAPIRACA/AL
E-mail: samuarapiraca_adm@yahoo.com.br
Central – MANAUS/AM
E-mail: waldomauro@bol.com.br

Central – ALAGOINHAS/BA
E-mail: samu192alagoinhas@gmail.com

Central – BARREIRAS/BA
E-mail: samuregionalbarreiras@gmail.com

Central – BOM JESUS DA LAPA/BA


E-mail: samu192_lapa@hotmail.com

Central – CAMAÇARI/BA
E-mail: samu192@camacari.ba.gov.br

Central – EUNÁPOLIS/BA
E-mail: samu_192eunapolis@hotmail.com

Central – FEIRA DE SANTANA/BA


E-mail: samu@pmfs.ba.gov.br

Central – GUANAMBI/BA
E-mail: samuguanambi@bol.com.br

Central – ITABUNA/BA
E-mail: samu192itabuna@hotmail.com ; samu192Itabuna@yahoo.com.br

Central – JUAZEIRO/BA
E-mail: denesaraujo@yahoo.com.br

Central – JEQUIÉ/BA
E-mail: samu192jequie@yahoo.com.br

Central – SALVADOR/BA
E-mail: coordenacao@samu192.com.br

Central – SENHOR DO BONFIM/BA


E-mail: samubonfim@yahoo.com.br

Central – PAULO AFONSO/BA


E-mail: samu192_pauloafonso@hotmail.com

Central – VITORIA DA CONQUISTA/BA


E-mail: samu192@hotmail.com.br

Central – ILHEUS/BA
E-mail: samuilheus@hotmail.com

Central – PORTO SEGURO/BA


E-mail: samu.saude@portoseguro.ba.gov.br

Central – TEIXEIRA DE FREITAS/BA


E-mail: samu-tf@hotmail.com

Central – BARREIRAS/BA
E-mail: samuregionalberreiras@gmail.com ; samubarreiras@yahoo.com

Central – BRUMADO/BA
E-mail: samu192@brumado.ba.gov.br

Central – FORTALEZA/CE
E-mail: administrativo@samu.fortaleza.ce.gov.br

Central – SOBRAL/CE
E-mail: plutarcoparente@hotmail.com

Central – EUSÉBIO/ CE
E-mail: edemir@samu.ce.gov.br

Central – BRASÍLIA/DF
E-mail: df.samu192@gmail.com

Central – VITÓRIA/ES
E-mail: samu192@saude.es.gov.br

Central – METROPOLITANO DE GOIÂNIA/GO


E-mail: samu-goias@hotmail.com

Central – FORMOSA/GO
E-mail: samu192sul@gmail.com

Central – ITUMBIARA/GO
E-mail: zenonguimaraes@yahoo.com.br

Central – IPORÁ/GO
E-mail: samuipora2010@hotmail.com

Central – LUZIÂNIA/GO
E-mail: samuentornosul@yahoo.com.br

Central – CIDADE DE GOIÁS VELHO - RIO VERMELHO/GO


E-mail: samu-goias@hotmail.com

Central – ANÁPOLIS/GO
E-mail: deniseallves@hotmail.com

Central – APARECIDA DE GOIÂNIA/GO


E-mail: stellasamu192@gmail.com
Central – CALDAS NOVAS/GO
E-mail: saude.samu@caldasnovas.go.gov.br

Central – CERES/GO
E-mail: samuceres.go62@yahoo.com.br

Central – PORANGATÚ/GO
E-mail: samu192pgtu@hotmail.com

Central – RIO VERDE/GO


E-mail: samurioverdego@gmail.com

Central – BACABAL/MA
E-mail: samubacabal192@hotmail.com

Central – BARRA DO CORDA/MA


E-mail: barrasaude@ig.com.br

Central – CAXIAS/MA
E-mail: samucaxiasma@hotmail.com

Central – CODÓ/MA
E-mail: carlamanuelacj@hotmail.com

Central – COROATÁ/MA
E-mail: semuscoroata@hotmail.com ; saude.coroata@coroata.ma.gov

Central – PORTO FRANCO/MA


E-mail: saudeportofranco.ma@ig.com.br

Central – IMPERATRIZ/MA
E-mail: wevertonaugusto@ig.com.br

Central – SÃO LUIS/MA


E-mail: samuslzma@gmail.com

Central – TIMON/MA
E-mail: airtonsansaosousa@hotmail.com

Central – TUNTUM/MA
E-mail: samu.tutum@gmail.com

Central – BARBACENA/MG
E-mail: ferreira@net-rosas.com.br

Central – BELO HORIZONTE/MG


E-mail: silvia.lucena@pbh.gov.br

Central – BETIM/MG
E-mail: samu192@betim.mg.gov.br
Central – CONTAGEM/MG
E-mail: samucontagem@gmail.com

Central – GOVERNADOR VALADARES/MG


E-mail: samu_192gv@yahoo.com.br

Central – IPATINGA/MG
E-mail: samuipatinga@yahoo.com.br

Central - ITABIRA/MG
E-mail: samuitabira@yahoo.com

Central - ITAUNA/MG
E-mail: samu@itauna.mg.gov.br

Central - JUIZ DE FORA/MG


E-mail: samu192@pjf.mg.gov.br

Central - PATOS DE MINAS/MG


E-mail: samupatosdeminas@yahoo.com.br

Central - SETE LAGOAS/MG


E-mail: samu.7l@hotmail.com

Central - UBERABA/MG
E-mail: samu@uberaba.mg.gov.br

Central - MONTES CLAROS/MG


E-mail: samu@cisrun.saude.mg.gov.br

Central - OURO PRETO/MG


E-mail: samurescue@yahoo.com.br

Central - POÇOS DE CALDAS/MG


E-mail: edneves@pocosdecaldas.mg.gov.br

Central - CAMPO GRANDE/MS


E-mail: samuadm@pmcg.ms.gov.br

Central - DOURADOS/MS
E-mail: samudourados@hottmail.com

Central - TRÊS LAGOAS/MS


E-mail: samutreslagoas@hotmail.com.br

Central - RONDONÓPOLIS/MT
E-mail: samuroo@hotmail.com

Central - TANGARÁ DA SERRA/MT


E-mail: samu@tangaradaserra.mt.gov.br

Central - CUIABÁ/MT
E-mail: mssamu@ses.mt.gov.br

Central - BELÉM/PA
E-mail: samubelem@cinbesa.com.br

Central - MARABÁ/PA
E-mail: samu192maraba@hotmail.com

Central - SANTAREM/PA
E-mail: semsasantarem@yahoo.com.br

Central - CAMPINA GRANDE/PB


E-mail: samu192cg@hotmail.com.br

Central - JOÃO PESSOA/PB


E-mail: samu192@joaopessoa.pb.gov.br ; coordmedicasamujp@gmail.com

Central - SOUSA/PB
E-mail: sueliosilvapb@hotmail.com

Central - PATOS/PB
E-mail: samu.patospb@hotmail.com

Central - PIANCÓ/PB
E-mail: samu_192regionalpianco@hotmail.com

Central - CAJAZEIRAS/PB
E-mail: samucajazeiraspb@hotmail.com

Central - METROPOLITANO RECIFE/PE


E-mail: samu@recife.pe.gov.br ; samurecife@gmail.com

Central - PETROLINA/PE
E-mail: samu.petro@gmail.com

Central - CARUARÚ/PE
E-mail: samuagreste@yahoo.com.br

Central - SÃO RAIMUNDO NONATO/PI


E-mail: adelcinoneto@hotmail.com

Central - TERESINA/PI
E-mail: samuestadopi@hotmail.com

Central - FLORIANO/PI
E-mail: samu@floriano.pi.gov.br
Central - PARNAIBA/PI
E-mail: samuparnaiba@yahoo.com.br

Central – PICOS/PI
E-mail: samupicos@yahoo.com.br

Central – APUCARANA/PR
E-mail: samuapucarana@gmail.com

Central – CASCAVEL/PR
E-mail: samucascavel@gmail.com ; samu192.sesau@cascavel.pr.gov.br

Central – CURITIBA/PR
E-mail: emischiatti@sms.curitiba.pr.gov.br

Central – FOZ DO IGUAÇU/PR


E-mail: samu_foz@hotmail.com

Central – GUARAPUAVA/PR
E-mail: samu@guarapuava.pr.gov.br

Central – LONDRINA/PR
E-mail: samu@asms@londrina.pr.gov.br

Central – MARINGÁ/PR
E-mail: samu@maringa.pr.gov.br

Central – PONTA GROSSA/PR


E-mail: samupontagrossa@gmail.com

Central – ANGRA DOS REIS/RJ


E-mail: samu.big@ig.com.br

Central – METROPOLITANO II NITERÓI/RJ


E-mail: samumetropolitana2@gmail.com

Central – BAIXADA FLUMINENSE - METROPOLITANA I/RJ


E-mail: samu@cisbaf.org.br

Central – RIO DE JANEIRO/RJ


E-mail: coord.samurio@defesacivil.rj.gov.br

Central – MOSSORÓ/RN
E-mail: samumossoro@hotmail.com

Central – NATAL/RN
E-mail: admsamunatal@yahoo.com.br ; samu@hotmail.com

Central – METROPOLITANO DE NATAL/RN


E-mail: samumetropolitano@rn.gov.br
Central – PORTO VELHO/RO
E-mail: pessoal_semusa_pvh@hotmail.com

Central – BOA VISTA/RR


E-mail: samu192bv@hotmail.com

Central – BAGÉ/RS
E-mail: samu192bage@bol.com.br

Central – CAXIAS DO SUL/RS


E-mail: samu@caxias.rs.gov.br

Central – PELOTAS/RS
E-mail: edismonteiro@terra.com.br ; samu_pel@hotmail.com ;
sms@pelotas.com.br

Central –PORTO ALEGRE/RS


E-mail: samuportoalegre@hps.prefpoa.com.br

Central – RIO GRANDE DO SUL – METROPOLITANO/RS


E-mail: samumetropolitanors@saude.rs.gov.br

Central – BLUMENAU/SC
E-mail: samuregbnu@saude.sc.gov.br

Central – CRICIÚMA/SC
E-mail: samu_nehad@Yahoo.com.br

Central – FLORIANÓPOLIS/SC
E-mail: samu192@saude.sc.gov.br

Central – FOZ DO ITAJAÍ/SC


E-mail: samuregbnu@saude.sc.gov.br

Central – CHAPECÓ/SC
E-mail: jesusodinei@yahoo.com.br

Central – JOAÇABA/SC
E-mail: drgabrielcherubini@hotmail.com

Central – JOINVILLE/SC
E-mail: samuadmjvlle@saude.sc.gov.br

Central – LAGES/SC
E-mail: samulages@saude.sc.gov.br

Central – ARACAJU/SE
E-mail: saude.samu@aracaju.se.gov.br
Central – SERGIPE/SE
E-mail: samu@saude.se.gov.br

Central – ARARAQUARA/SP
E-mail: samu@araraquara.sp.gov.br

Central – BAURÚ/SP
E-mail: samu@bauru.sp.gov.br

Central – CAMPINAS/SP
E-mail: dr.jrhansen@uol.com.br

Central – CATANDUVA/SP
E-mail: samu192@catanduva.sp.gov.br

Central – DIADEMA/SP
E-mail: samu@diadema.sp.gov.br

Central – GUARULHOS/SP
E-mail: samu@guarulhos.sp.gov.br

Central – ARAÇATUBA/SP
E-mail: ademilson.umas291@yahoo.com.br

Central – ITAPEVÍ/SP
E-mail: sec.saude.samu@itapevi.sp.gov.br

Central – ITAPETININGA/SP
E-mail: samuitape@gmail.com

Central – JAÚ/SP
E-mail: viviantesta@hotmail.com

Central – JUNDIAÍ/SP
E-mail: samu192jundiai@gmail.com

Central – MARÍLIA/SP
E-mail: samu@marilia.sp.gov.br ; brpoliclínica.da@itelefonica.com.br

Central – MAUÁ/SP
E-mail: saude@maua.sp.gov.br

Central – OSASCO/SP
E-mail: samu.ss@osasco.sp.gov.br

Central – PIRACICABA/SP
E-mail: samu@piracicaba.sp.gov.br

Central – RIBEIRÃO PRETO/SP


E-mail: samu@saude.pmrp.com.br
Central – SANTO ANDRÉ/SP
E-mail: fapereira@santoandre.sp.gov.br

Central – SÃO CARLOS/SP


E-mail: tpeturossi@yahoo.com.br

Central – SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP


E-mail: samu@riopreto.sp.gov.br

Central – SÃO PAULO/SP


E-mail: samudiretoria@prefeitura.sp.gov.br

Central – SÃO VICENTE/SP


E-mail: coordgeral_samu192@saudesaovicente.sp.gov.br

Central – SUZANO/SP
E-mail: samu@suzano.sp.gov.br

Central – BARRETOS/SP
E-mail: samubarretos@barretos.sp.gov.br

Central – TABOÃO DA SERRA/SP


E-mail: samutaboaodaserra@yahoo.com.br

Central – ITANHAÉM/SP
E-mail: samu@itanhaem.sp.gov.br

Central – ITAQUAQUECETUBA/SP
E-mail: samu_itaqua@yahoo.com

Central – HORTOLÂNDIA/SP
E-mail: samu@hortolandia.sp.gov.br

Central – JALES/SP
E-mail: samu192jales@bol.com.br

Central – SOROCABA/SP
E-mail: samu@sorocaba.sp.gov.br

Central – CUBATÃO/SP
E-mail: samu192.cubataosp@gmail.com

Central – FERRAZ DE VASCONCELOS/SP


E-mail: samu.ferraz@hotmail.com

Central – SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP


E-mail: samusbc@hotmail.com

Central – ARAGUAÍNA/TO
E-mail: samu.araguaina@gmail.com

Central – GURUPI/TO
E-mail: samugurupi@saude.to.gov.br

Central – PALMAS/TO
E-mail: palmas.samu@gmail.com

FONTE: Ministério da Saúde


Esplanada dos Ministérios - Bloco G - Brasilia / DF
CEP: 70058-900

Endereço: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?
idtxt=36708

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