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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Amálgama de Prata

São Paulo, 2010


UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Amálgama de Prata

André de Oliveira Adai


Liriane de Oliveira Adai

São Paulo, 2010


AMÁLGAMA DE PRATA
Amálgama é toda liga metálica em que um dos metais envolvidos está em
estado líquido, sendo geralmente o mercúrio.
Trata-se de uma liga que contém prata, mercúrio e estanho, podendo haver
também o zinco e o cobre. Ela visa restaurar a cavidade causada pela doença cárie e
pela manobra operatória do dentista ao remover tecido contaminado.

CORROSÃO
Nos sistemas de amálgama com baixo teor de cobre, a fase mais corrosiva é a
fase Y2. Embora uma porção relativamente pequena (11 a 30%) da massa de
amálgama consiste da fase Y2, com o passar do tempo e no ambiente oral a estrutura
de tal amálgama conterá alta porcentagem de fase corroída. Por outro lado, nem a fase
y1 nem a gama são corroídas facilmente. Estudos têm mostrado que a corrosão da fase
Y2 ocorre por toda restauração, por ser uma estrutura em rede. A corrosão resulta na
formação do oxicloreto de estanho a partir do estanho presente na fase Y2, e também
libera mercúrio. A reação do mercúrio liberado com gama não reagido pode produzir y1
e Y2 adicionais. Propõe se que a dissolução do óxido de estanho ou do cloreto de
estanho, e a produção de Y1 e Y2 adicionais resulte em porosidade e diminuição da
resistência. As ligas de fase dispersa com alto teor de cobre e ligas de composição
única não possuem qualquer fase Y2 na massa final após a presa. As soluções
tamponantes à base de fosfato inibem o processo de corrosão; a saliva, dessa forma,
pode fornecer alguma proteção dos amálgamas dentais à corrosão.
Um estudo de amálgamas inseridos entre 2 a 25 anos revelou que as composições
dos elementos principais foram semelhantes á dos amálgamas recentemente
preparados, exceto para a presença de pequena quantidade de cloro e outros
contaminantes. As composições das fases também foram semelhantes nos amálgamas
novos, exceto para a amalgamação interna das partículas gama. As distribuições das
fases nos amálgamas clinicamente envelhecidos, entretanto, diferiam daquelas dos
amálgamas novos. Os amálgamas com baixo teor de cobre apresentaram quantidades
dimuídas de Y, Y1, Y2, e aumento de β1, e do cloreto estanhoso. Os amálgamas de fase
dispersa com alto teor de cobre apresentaram diminuição da fase Y1, aumento da fase
β1, e anéis de reação ampliados da fase Y1, e da fase n’. Ainda apresentaram
evidências de uma conversão da fase Y1, para β1 e de fase Y2 para n’.
Note que os processos de corrosão e de desgaste estão frequentemente
associados, e que o desgaste pode diminuir potencial de corrosão e aumentar a taxa de
corrosão por uma ordem de magnitude.

Vantagens:
· Longa duração;
· Selamento marginal;
· Resistência a compressão;
· Baixo custo.
Desvantagens
· Corrente galvânica;
· Manchamento e corrosão;
· Estética pobre;
· Toxidade do mercúrio;
· Manchamento do dente.

FALHAS DAS RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA:

Alteração dimensional: expansão tardia, contração.

TEORIA DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL

O corpo de prova nos primeiros 20 minutos sofre contração e depois tende a


expandir. A contração resulta a medida que as partículas se dissolvem e cresce o Y1.
A expansão ocorrerá quando colidirem os cristais de Y1 e se existir mercúrio líquido
presente.

INFLUÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO POR UMIDADE

Se um amálgama que contém zinco for contaminado durante a trituração ou


condensação, resultará em uma expansão.

EXPANSÃO TARDIA

Causas: contaminação pela umidade de amálgamas com Zn.


Conseqüências: sensibilidade dolorosa, protusão da restauração e fraturas nas
margens.

LIGAS DE AMÁLGAMA COM Zn

Vantagens:

· Maior plasticidade a liga;


· Função anti-oxidante durante a usinagem;
· Melhor integridade marginal e maior tempo de duração.

Desvantagens:

· Defeitos associados à expansão tardia.

LIGAS DE AMÁLGAMA SEM Zn


Indicação: áreas onde é impossível deixar seca a região a ser restaurada.
Técnica: condensação realizada em grandes incrementos.

CORROSÃO

Metal deteriora por reação com o ambiente: Umidade, Atmosfera, Soluções


ácidas e alcalinas e Agentes químicos.
Pode ser causada no amálgama dentário por alimentos contendo enxofre.

Componentes da saliva:

Água;
Oxigênio;
Íons cloreto;
Ácidos.

CORRENTE GALVÂNICA

Metais dessemelhantes;
Meio úmido (saliva + eletrólitos);
Par elétrico com diferença de potencial
Ex.: restauração de ouro contato com amálgama.

CAUSAS DE FALHAS NAS RESTAURAÇÕES

Microestrutura:
· Manchas e corrosão
· Tensões devido a mastigação

Macroestrutura:
· Fratura marginal do corpo e do dente
· Cárie secundária

RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA COM EXCESSO DE Hg

Consequências:
· Restauração com mais fragilidade
· Mais susceptível a corrosão

CARACTERÍSTICAS DAS RESTAURAÇÕES DE AMÁLGAMA COM EXCESSO DE


Hg
· Quantidade de Hg presente: 55%
· Ocorrência: 2 a 3% a mais nas áreas marginais do que no corpo da restauração

PROPRIEDADES DO Hg:
· Volátil a temperatura ambiente;
· Pressão de vapor é de 20mg/m³;
· Seu vapor é incolor, inodoro e insípido;
· 14 vezes mais denso do que a água.

MEIOS DE INTOXICAÇÃO PELO Hg:


· Absorção de Hg pela pele;
· Ingestão de pequenos fragmentos de Hg provenientes das restaurações;
· Inalação de vapores de Hg provenientes da inserção e remoção do amálgama;
* Limite máximo tolerado: 0,05mg/m³ Administração e Segurança Ocupacional

TOXIDADE
Mercúrio – contaminação do ambiente
Gotas pequenas: carpetes e rachaduras ® movimento ® volatiliza

Pouca ventilação
Temperatura ambiente elevada
Fonte de contaminação de Hg nos consultórios:
· queda acidental;
· higiene pobre;
· amalgamadores mecânicos;
· restaurações antigas sob alta rotação;
· esterilizadores de ar quente.

MERCÚRIO – HIGIENE
A.D.A. – Março de 1978
Proporção 1:1 – evita excesso de Hg
Amalgamador com cápsulas
Hg armazenado: vidros inquebráveis selados, longe de fonte de calor.

CUIDADOS DE HIGIENE COM Hg:

· Evitar carpetes, assoalhos e cortinas;


· Consultório bem ventilado;
· Cuidado com a localização do amalgamador.
· Resíduos de Hg devem ser armazenados em solução reveladora;
· Resíduos de Hg não podem ser incinerados ou esterilizados.
· Usar uma técnica que não precise manipular o amálgama;
· Não utilizar pistilos;
· Usar cápsulas fechadas hermeticamente durante a amalgamação;
· Usar água “spray” e solução quando desgastar o amálgama dental;
· Fazer monitoramento anual dos níveis de Hg;
· Fazer exames de sangue e de urina na equipe odontológica.
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

· Seleção dos materiais;


· Proporção Hg/liga;
· Trituração;
· Condensação;
· Brunimento;
· Escultura;
· Polimento e acabamento.

CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DOS MATERIAIS

· A liga deve estar dentro da Especificação n°1 da A.D.A.;


· O CD deve estar familiarizado com o tipo de liga a ser utilizado;
· Selecionar características como velocidade de cristalização, plasticidade da mistura,
fácil condensação e acabamento.
· Tipo de apresentação do produto;
· Analisar propriedades físicas entre os diversos tipos de liga;
· Pureza do Hg selecionado (limite de resíduos voláteis é de 0,02% - Especificação
n°6 da A.D.A.)
· Tipo de apresentação do produto;

RELAÇÃO Hg/LIGA PODE VARIAR COM :

· Diferentes composições da liga;


· Tamanhos e formas das partículas;
· Tipo de tratamento térmico.

CÁPSULAS E PISTILOS

Cápsulas: contém em seu interior compartimentos para o Hg e para a liga que são
separados fisicamente por uma membrana.
Pistilos: de plástico ou de metal.
Mecanismo de ativação cápsula/pistilo: rosqueamento ou com um dispositivo
adequado.

PRINCÍPIO BÁSICO DE OPERAÇÃO DA TRITURAÇÃO


Cápsula é presa ao amalgamador e este é ligado;
Braços passam a oscilar em alta velocidade

TRITURAÇÃO

Objetivos:
· Propiciar uma amalgamação apropriada entre Hg e liga;
· Remover a película de óxido que recobre a liga.

TEMPO DE TRITURAÇÃO PODE VARIAR COM:

· Velocidade e oscilação do amalgamador;


· Liga a ser utilizada;
· Tamanho das porções de amálgama.

CONDENSAÇÃO

Objetivos:
· Compactar a liga na cavidade;
· Assegurar uma continuidade da fase de matriz.

PROCEDIMENTOS E PRINCÍPIOS DA CONDENSAÇÃO MANUAL


· Campo operatório completamente seco;
· Condensação realizada sobre 4 paredes e 1 piso;
· Utilização de porta-amálgama;
· Remoção de todo excesso de Hg de cada incremento;
· União homogênea dos incrementos;
· Em cavidades amplas uma nova mistura deve ser feita antes que a primeira perca a
plasticidade;
· Incrementos pequenos de amálgama;
· União de um incremento ao outro pelo Hg.

PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO

Objetivos:
· Compactar as partículas da liga;
· Reduzir a formação de poros;
· Reduzir o Hg superficial.

A PRESSÃO DE CONDENSAÇÃO PODE VARIAR COM:


· A área da ponta ativa do condensador;
· A força exercida pelo operador sobre a ponta ativa.

VARIAÇÃO DA FORÇA DE CONDENSAÇÃO

· Fator individual: intervalo entre 1,4 e 1,8 kg;


· Tipo de liga utilizada;
· Diâmetro da ponta ativa do condensador (até 2 mm).

CONDENSAÇÃO MECÂNICA

· Mesmos procedimentos e princípios da condensação manual;


· Funciona por vibração ou impacto;
· Menor fadiga ao dentista;
· Boa adaptação as paredes cavitárias;
· Liberação de calor = liberação de Hg

CONDENSAÇÃO

A pressão, bem como a técnica de condensação, afetam a resistência.

CURTO PERÍODO ENTRE A TRITURAÇÃO E A CONDENSAÇÃO PARA QUE NÃO


OCORRA:

· Aumento do conteúdo de Hg e “Creep”;


· Fratura da matriz já formada;
· Perda da plasticidade da liga;
· Perda da resistência a compressão do amálgama.

POROSIDADE

É o espaço vazio da mistura e está relacionado a:


– Condensação retardada
– Trituração deficiente

ESCULTURA

Objetivo: simular a anatomia do dente.

Início da escultura: no momento em que o amálgama apresentar resistência ao


instrumento de escultura.

BRUNIMENTO
· Melhora a adaptação do amálgama nas paredes cavitárias;
· Elimina as porosidades;
· Produz uma superfície mais lisa;
· Diminui a infiltração marginal.

Pré-escultura: remoção do Hg residual


Pós-escultura: leve, só de adaptação as paredes cavitárias e para a
homogeinização da superfície.
CUIDADOS NO BRUNIMENTO PÓS-ESCULTURA

· Evitar a utilização de ligas de presa lenta;


· Não exercer pressão exagerada;
· Evitar geração de calor (liga rica em Hg nas margens da restauração).

POLIMENTO

Objetivos:
· Remover riscos, fissuras e irregularidades da superfície da restauração;
· Impossibilitar o aparecimento de corrosão.

Início do polimento: no mínimo 24 horas após a condensação.

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