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Seminário
Antes de mais, gostaria de agradecer à Dra. Maria Emília Brederode dos Santos o convite
que me fez para participar nesta conferência e felicitar o Conselho Nacional da Educação
por mais esta iniciativa.
A temática que vou abordar, Mediação Entre Pares, tem a ver com a gestão/resolução, de
conflitos na escola, e com o modo como esta pode ser feita de uma forma positiva,
apelando à participação activa dos alunos na resolução dos próprios conflitos.
O conflito é normal. Todos nós somos atingidos por ele de vários modos e com graus de
intensidade variáveis. Ao enfrentarmos um conflito temos vários processos de o resolver:
1 a negação - o objecto do conflito não é identificado – evitam-se os problemas, foge-
se da realidade, as partes não se encontram;
2 a demissão - isto é, reconhecemos que o conflito existe, mas não o enfrentamos,
adia-se a solução, procura-se contornar a situação e espera-se que o tempo,
eventualmente, resolva o conflito;
3 o pacto - em que as partes tentam chegar a um acordo, se bem que por vezez a
solução seja insatisfatória para ambas as partes;
4 perspectiva ganhador-perdedor - reconhece-se a existência de um conflito, mas o
objectivo não é resolver o conflito,(faltam coisas que não sei porquê eliminou e
fazem falta pois posteriormente refere-se a ganhador-peerdedor e
5 o confronto violemto.
Em vez de negar a sua existência, esperar que desapareça ou ignorá-lo, devemos reconhecer
que existe, aprender a resolvê-lo, e utilizá-lo construtivamente como estímulo para uma
mudança positiva a nível do nosso comportamento.
A mediação assume uma forma alternativa e positiva de gerir o conflito que é visto, não de
uma forma negativa, mas numa perspectiva positiva como forma de nos desenvolvermos,
como forma de nos reconhecermos, de nos tornarmos melhores seres humanos.
A minha experiência e a investigação que tenho vindo a fazer nesta área, demonstram que
os benefícios da Mediação entre Pares se situam em vários níveis. A Mediação entre Pares
beneficia os alunos mediadores, os alunos em geral, a escola, e a família dado que as
competências desenvolvidas se repercutem na família.
Alunos Mediadores
A Mediação entre Pares contribui para:
1 a participação dos estudantes na gestão da escola;
2 o desenvolvimento de competências de liderança;
3 o desenvolvimento de competências de comunicação;
4 o desenvolvimento de competências de trabalho cooperativo;
5 o desenvolvimento da tolerância;
6 o desenvolvimento de competências de resolução de problemas;
7 o desenvolvimento de uma interacção positiva entre os alunos mediadores e os seus
colegas; e
8 faz com que os mediadores se tornem modelos dos colegas em situação de conflito.
Alunos em Geral
A Mediação entre Pares contribui também para uma melhoria a nível geral das escolas:
Comunidade Educativa
Na comunidade educativa (docentes, não docentes, pessoal administrativo, pais e alunos)
observam-se os seguintes benefícios:
1 maior cooperação entre os membros da comunidade educativa;
2 maior colaboração na resolução de problemas;
3 um menor número de processos disciplinares;
4 diminuição do tempo de resolução de conflitos;
5 melhoria da comunicação na escola.
Gostaria de chamar a atenção para o seguinte facto: para que um programa de mediação
funcione, há a necessidade de haver, por parte da escola, aceitação desta forma de resolver
os conflitos, uma nova atitude perante o conflito e, essencialmente, permitir que o aluno
participe activamente na resolução do mesmo, algo que para muitas das nossas escolas é
inadmissível. Para mim, a participação activa dos alunos no seu processo educativo, é o
grande desafio que vejo na implementação da mediação na escola.
A aprendizagem da gestão/resolução de conflitos, deverá fazer parte integral da vida como
oportunidade de crescimento e de mudança. É uma competência que todos necessitamos
de desenvolver e de encorajar nos outros. Se um maior número de pessoas for exposto à
resolução não violenta de conflitos, então haverá uma verdadeira esperança de que a
violência na nossa sociedade diminuirá e novos comportamentos surgirão.
FIM