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O NOVO CENÁRIO
SOCIOECONÔMICO
E SEU IMPACTO
SOBRE OS
NEGÓCIOS
Diretoria Fecomércio-RS – 2010/2014
Presidente
Zildo De Marchi
Vice-Presidentes
Luiz Carlos Bohn - 1º Vice-Presidente
Ronaldo Sielichow - Vice-Presidente Financeiro
Luiz Antônio Baptistella - Vice-Presidente Administrativo
Alécio Lângaro Ughini Ibrahim Mahmud Joel Vieira Dadda Moacyr Schukster
André Luiz Roncatto Itamar Tadeu Barboza da Silva Júlio Ricardo Andriguetto Mottin Nelson Lídio Nunes
Antônio Trevisan Ivanir Antônio Gasparin Leonardo Ely Schreiner Olmar João Pletsch
Arno Gleisner Ivo José Zaffari Leonides Freddi Olmiro Lautert
Cezar Augusto Gehm João Francisco Micelli Vieira Luiz Caldas Milano Walendorff
Flávio José Gomes João Oscar Aurélio Manuel Suarez Renzo Antonioli
Francisco José Franceschi Joarez Miguel Venço Maria Cecília Pozza
Diretoria
Levino Luiz Crestani - Diretor Financeiro
Jorge Ludwig Wagner - Diretor Administrativo
Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Antônio Demari, Liones Oliveira Bittencourt, Luís
Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz
Bono, Darci Alves Pereira, Edison Elyr dos Santos, Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos
Edson Luis da Cunha, Élvio Renato Ranzi, Francisco André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton
Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Junior, Gerson Gomes Ribeiro, Paulo Renato Beck, Paulo Roberto
Jacques Müller, Gerson Nunes Lopes, Hélio Berneira, Kopschina, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos,
Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Morandini Marini,
Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter
Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Seewald, Zalmir Francisco Fava
Diretoria Suplente
Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn,
André Luis Kaercher Piccoli, Antônio Clóvis José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vagner
Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Flores, Martins Nunes, José Vilásio Figueiredo, Juares
Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, dos Santos Martins, Jurema Pesenti, Ladir Nicheli,
Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis
Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo
dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz
Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício
Cossio, Jair Luiz Guadagnin, Janaína Kalata das Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys
Neves, Jarbas Luff Knorr, Coward Fogliatto, Valdir Appelt
Conselho Fiscal
Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel, Rudolfo José Mussnich
2
índice
editorial
04
1 introdução
05
2 cenário 2020
07
2.1 Cenário demográfico
09
2.2 Cenário socioeconômico
11
2.2.1 Ampliação do produto e da renda
11
2.2.2 Configuração das classes sociais
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3 Projeções para o consumo das famílias
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3.1 Bens
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3.2 Serviços
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4 Considerações finais
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ES
Zildo De Marchi
Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
A
o longo dos últimos anos foram percebidas algumas modificações no caráter
socioeconômico do Brasil e do Rio Grande do Sul. Em termos gerais, elevou-
se o nível de renda de forma significante e a população tornou-se mais velha
e mais educada, processos que terão continuidade ao longo desta década.
Esses fatores moldam as características básicas dos indivíduos que compõem a
economia gaúcha e influenciam diretamente seu perfil de consumo.
Nesse sentido, antevendo as mudanças que ocorrerão nos próximos anos, decorrentes
da continuidade desse processo de desenvolvimento, a Fecomércio-RS (Federação do
Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS) buscou, com o presente trabalho,
projetar o comportamento do consumidor gaúcho ao longo desta década, estimando o
crescimento de suas despesas em diferentes grupos de bens e de serviços.
A justificativa para realização de um estudo desse tipo está na importância que questões
como a composição e o volume dos gastos e o comportamento das famílias gaúchas
possuem para o planejamento das empresas do setor terciário do Estado. Decisões a re-
speito do perfil e do montante de investimentos a serem realizados, ramos de ampliação
de negócios, estratégias de vendas e publicidade, entre outras, dependem fundamental-
mente da demanda que é projetada pelas empresas para o futuro.
4
1 \ introdução
A
dinâmica da economia brasileira
vem se modificando ao longo dos
últimos anos, com forte crescimento
do mercado interno e uma parcela significativa
da população saindo das classes D e E para
ingressar na classe C. Simultaneamente, tem-
se observado uma transformação na estrutura
etária da população brasileira, que vem
sofrendo um processo de envelhecimento, de
modo que as faixas de idade mais avançadas
passam a ter uma participação percentual
cada vez maior no total de indivíduos. Esses
dois fatores conjugados tendem a provocar Concomitantemente ao ritmo mais elevado de
alterações no perfil de consumo da população crescimento, observa-se que os rendimentos
nos próximos anos. O consumidor médio que das classes situadas à base da pirâmide social
irá compor as economias brasileira e gaúcha têm aumentado a taxas proporcionalmente
no futuro terá hábitos distintos do atual, maiores do que as dos estratos superiores,
exigindo adaptações do mercado de forma contribuindo para a ascensão dos indivíduos
a atender sua demanda que, além de maior, mais pobres e para uma distribuição mais
deverá sofrer algumas mutações. equânime da riqueza. Esse processo pode ser
A economia brasileira imergiu recentemente considerado permanente, visto que, segundo
em uma dinâmica de crescimento virtuosa, os estudos econômicos mais recentes e
proporcionada pela conquista e consolidação relevantes, a melhora no perfil de distribuição
de um ambiente de estabilidade que parece de renda está ligada, principalmente, à
não ser mais reversível. Fundamentos elevação dos níveis de escolaridade e não
macroeconômicos sólidos aliados a um apenas a transferências de renda transitórias,
ambiente institucional relativamente estável relacionadas às políticas de valorização do
e apropriado à realização de negócios salário mínimo e de bolsa família. Dessa
possibilitaram, auxiliados por uma conjuntura forma, projeta-se, em adição à continuidade
internacional favorável, a concretização de da ampliação do mercado consumidor interno,
uma sequência de taxas de crescimento do uma tendência de desaparecimento das classes
PIB positivas e expressivas nos últimos anos. sociais inferiores em um futuro não muito
Nesse contexto, os alicerces constituídos pela longínquo. Esses dois fatores representarão NEGÓCIOS
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economia brasileira ao longo das últimas efeitos distintos sobre a demanda por bens
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positivo em termos de expansão da atividade das classes sociais faz com que se vislumbre
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ma estimativa para a evolução fundamental para que seja possível obter-
dos gastos em consumo da se uma estimativa para o volume e a
população gaúcha até 2020 exige composição de seu gasto. Assim, o primeiro
a construção de um cenário socioeconômico passo nesse sentido é projetar o desempenho
para o Brasil e para o Rio Grande do de alguns fatores-chave referentes à
Sul ao longo deste período. Com efeito, economia e à população gaúchas para a
o desempenho de diversos fatores nos próxima década, de modo a elaborar um
próximos anos, como nível de escolaridade, panorama que servirá de base para as
crescimento populacional, renda familiar, estimativas de consumo. Além disso, mais
mercado de trabalho, volume de crédito, importante do que basear estimativas exatas
entre outros, terá influência sobre os hábitos do crescimento que terá cada segmento de
dos indivíduos durante este período. A despesa das famílias gaúchas, a identificação
identificação do perfil socioeconômico da das tendências para o futuro desses fatores-
população que irá compor o mercado de chave é útil por si só, pois fornece uma
consumo ao longo da próxima década é perspectiva para o futuro dos gastos familiares.
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População (em milhares) População (em milhares) População (em milhares) População (em milhares)
Fonte: IBGE – Censo 2010
70+ 70+
65 a 69 65 a 69
60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54
45 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
5 a 09 5 a 09 NEGÓCIOS
0 a 04 0 a 04
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População (em milhares) População (em milhares) População (em milhares) População (em milhares)
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2.2 Cenário socioeconômico permitiram crescer mais nos últimos anos,
As conquistas atingidas pelo Brasil desde bem como elevaram sua potencialidade de
a década de 1990 em termos de política crescimento no futuro. Entre essas mudanças,
econômica, principalmente no que diz foram de grande relevância o período longo
respeito à política monetária, que ancora de estabilidade de preços, a solidificação de
a estabilidade de preços, não devem sofrer uma disciplina fiscal e a melhora nos perfis
reversões no futuro. Assim, esses avanços da dívida pública e das contas externas.
dos últimos 20 anos avalizam a formação Dessa forma, a consolidação de políticas
de perspectivas positivas para o crescimento macroeconômicas consistentes, que deram
do produto do País ao longo desta década, base a essas transformações e criaram
independentemente de fatores de ordem um ambiente econômico e institucional
exógena que possam impactar, tanto favorável, permitindo a elevação das taxas de
negativamente quanto positivamente, a investimento e de produtividade da economia
atividade econômica durante um período brasileira, auferem ao País capacidade de
delimitado. Inseridos nesse contexto, os crescer em torno de 4,5% ao ano (em termos
níveis crescentes de educação, que também reais) nesta década de modo contínuo e sem
contribuem para a geração de renda e, que ocorram pressões sobre a inflação. Dessa
principalmente, para sua melhor distribuição, forma, o PIB brasileiro, que em 2010 foi
devem, no mínimo, manter a tendência um pouco maior do que R$ 3 trilhões, deve
de crescimento dos últimos anos, fazendo chegar em 2020 na casa dos R$ 5 trilhões (a
indivíduos que hoje pertencem às classes D e E preços de 2010).
ascenderem ao que se pode caracterizar como Em termos de renda familiar per capita, é
uma nova classe média. Essa é, conforme um possível projetar um crescimento da mesma
recente estudo do Centro de Políticas Sociais ordem do PIB para esta década, balanceando
da Fundação Getúlio Vargas (CPS – FGV)1, seu comportamento dos últimos anos,
o principal motor do “boom” de consumo quando cresceu acima do PIB per capita, e a
recente observado no Brasil. Nas palavras de tendência esperada de convergência com o
Marcelo Neri, Doutor em Economia e chefe mesmo no longo prazo. Considerando que,
do Centro, “não é que os brasileiros estão conforme os cálculos do CPS-FGV a partir
indo fazer compras a crédito, mas quem foi dos dados da PNAD, a renda do trabalho
mais à escola no passado, isto é, os pobres, corresponde a 73% da renda familiar, os
estão obtendo agora proporcionalmente mais quadros atual e esperado para um futuro
empregos” (p.16). Dessa forma, os níveis próximo do mercado de trabalho, devem
crescentes de educação e a consequente fazer a renda continuar crescendo, pelo
ampliação da renda elevam a capacidade de menos nos próximos anos, acima do PIB per
consumo das famílias e, ainda, alteram o perfil capita. Assim, embora o hiato que vem se
desse consumo, tendo em vista a ascensão observando entre os crescimentos da renda e
social de quem tem sua renda ampliada. do PIB per capita deva, em algum momento,
ser reduzido, uma convergência total pode
2.2.1 Ampliação do demorar a ser observada.
produto e da renda No caso específico do Rio Grande do Sul, NEGÓCIOS
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O Brasil passou por algumas transformações o cenário construído para esta década leva
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ao longo das últimas duas décadas que o em conta um crescimento médio de 3,5% ao
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PIB PIB per capita Renda familiar PIB PIB per capita Renda familiar
per capita per capita
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2.2.2 Configuração das processo de reversão da desigualdade, que
classes sociais atingiu um máximo na década de 1990. A
Considerando o objetivo deste trabalho, um inflação elevada e o aumento do diferencial
aspecto relevante, dentro do contexto de de escolaridade foram fundamentais para
ampliação da renda, é a identificação de explicar a piora de distribuição de renda nos
como essa ampliação distribui-se entre as anos 1970 e 1980. O fenômeno inverso
classes sociais, visto que possuem hábitos ocorre a partir de meados dos anos 1990,
de consumo distintos. Esse exercício também quando as faixas de renda mais baixas
possibilita uma projeção para configuração passaram a progredir de forma mais rápida
das populações brasileira e gaúcha em do que os estratos mais altos, fazendo o grau
termos de distribuição de renda para esta de concentração da renda começar a decair
década, visto que um aumento continuado desde então.
de renda das classes inferiores implica Sob a ótica de estratificação da população
sua ascensão na estrutura social, a qual, por classes sociais, adotando o critério do
consequentemente, acaba modificada. CPS-FGV (Quadro 1), o processo de reversão
O Brasil encontra-se, atualmente, em um da desigualdade manifesta-se por meio da
Classe A R$ 6.329,00
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Gráfico 6 – Pirâmides sociais do Rio Grande do Sul (número de
habitantes por classe social)
5.165.213 6.476.144
7.795.819
3.909.058 2.463.181
327.344
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exclusivamente da classe social em que consumir mais, de forma que seus hábitos
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outras palavras, um indivíduo pobre que volume total de gastos das famílias gaúchas,
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onsiderando todos os aspectos • O nível de escolaridade da população
delineados ao longo do trabalho, com idade superior a 25 anos chegará a 8,8
referentes às perspectivas para anos de estudo em 2020;
o Rio Grande do Sul nestes próximos dez
• Em âmbito nacional, o volume de crédito
anos, apresenta-se as projeções a respeito
atingirá 60% do PIB em 2020; e
do comportamento, em termos de volume e
composição, do gasto das famílias gaúchas • Os preços relativos devem ser constantes.
nesse período. Tais projeções são baseadas Em geral, os resultados indicam um crescimento
em hipóteses cuja maioria já foi citada nos maior dos gastos familiares em serviços do que
cenários formulados ao longo do trabalho. com a aquisição de bens. Nesse sentido, tendo
Em resumo, as hipóteses básicas do trabalho em vista a ampliação da renda e o aumento de
são as seguintes: escolaridade, diversos segmentos de despesa
com serviços devem passar por aumentos expres-
• Crescimento da renda familiar per capita
sivos nesta década, com destaque para os gastos
será de 3,5% ao ano, em média;
em educação privada. No âmbito do consumo
• O crescimento populacional de bens, o dispêndio das famílias com a aquisi-
acontecerá conforme as projeções do ção de veículos deverá ter um comportamento
IBGE e da FEE; ressaltado em relação aos outros segmentos.
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3.1 Bens ao ano, deve passar a representar 8,9% do
O Gráfico 7 apresenta as taxas de gasto total das famílias gaúchas em 2020,
crescimento médias anuais implicadas pelas 1,7 p.p. acima do que representa hoje. Em
projeções para as despesas das famílias consonância, com um número maior de
em consumo de bens para os próximos 10 famílias pertencentes às classes média e alta,
anos e o Gráfico 8 apresenta a participação juntamente com a aquisição de veículos,
percentual, atual e projetada para 2020, deverá aumentar, em média 4,1% ao ano,
de cada segmento de despesa no total. Os a despesa com combustíveis para o veículo
resultados, em geral, são condizentes com os próprio. No contexto de uma população
efeitos das transformações já mencionadas mais rica, a despesa com joias e bijuterias
pelas quais devem passar a população e com eletrodomésticos também devem ser
gaúcha, que deve ficar mais velha e mais rica destaques de crescimento nesta década.
nestes próximos anos, com as classes D e E No entanto, mesmo aumentando de
praticamente desaparecendo. Nesse contexto, forma expressiva, os gastos com essas
no que diz respeito ao consumo de bens, a categorias de consumo não devem ganhar
lógica é que a despesa com itens duráveis, participação no total.
como eletrodomésticos, móveis e veículos, Por fim, é possível destacar que a despesa
apresente desempenho destacado em relação com bens de subsistência, como os
aos outros segmentos, tendo em vista a segmentos de alimentação, gás doméstico
situação em que já se encontra o Rio Grande e artigos de limpeza não irá, conforme as
do Sul em termos de desenvolvimento. projeções, passar por ampliação expressiva.
Dentre a segmentação contemplada pela Como já foi mencionado nas seções
POF, o grupo que deve passar por maior anteriores, o Rio Grande do Sul encontra-
crescimento é o gasto com aquisição de se em um estágio de desenvolvimento mais
veículos, que, crescendo em média 7,8% avançado do que o do País, com uma classe
Fumo -0,08%
Gás doméstico 0,90%
Artigos de limpeza 1,65%
Alimentação 2,04%
Tecidos e armarinhos 2,92%
Calçados e apetrechos 3,77%
Roupas 3,78%
Mobiliários e artigos do lar 3,81%
Combustível 4,11%
Eletrodomésticos 4,44%
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2010 2020
Alimentação Aquisição de veículos
Combustível (gasolina e álcool veículo próprio) Roupas
Mobiliários e artigos do lar Eletrodomésticos
Calçados e apetrechos Fumo
Artigos de limpeza Joias e bijuterias
Tecidos e armarinhos
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3.2 Serviços são apresentadas no Gráfico 9 e a participação
As taxas de crescimento médias anuais percentual de cada grupo no montante total
implicadas pelas projeções para as despesas gasto pelas famílias, atual e projetada para
das famílias com os diferentes grupos de serviços 2020, é apresentada no Gráfico 10. Conforme
5,3%
3,6%
3,6%
3,5%
2,9%
3,1%
2,6%
2,3%
2,4%
2,3%
2,1%
2,2%
1,8%
1,8%
1,7%
1,7%
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1,4%
1,2%
1,3%
1,1%
0,7%
0,7%
2010 2020
Aluguel e condomínio Assistência à saúde
Manutenção do lar e consertos Despesas diversas
Educação Telefone, TV e internet
Manutenção e acessórios Educação e e cultura
NEGÓCIOS
Energia elétrica Higiene e cuidados pessoais
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Serviços pessoais
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4 \ Considerações finais
Conforme as considerações apresentadas, vale impacto favorável gerado pelo aumento de seu
destacar, por fim, que os valores apresentados público-alvo, com destaque para as despesas
para as projeções foram calculados utilizando os com bens duráveis e com serviços de saúde,
dados da mais recente POF do IBGE e, portan- que são beneficiados com a elevação do núme-
to, baseiam-se no estado atual do mercado em ro de adultos e de idosos, respectivamente.
termos de produtos e de preços relativos. Com Além disso, foi destacada a importância que
isso, essas projeções não conseguem captar vêm ganhando as classes A, B e, principalmen-
possíveis alterações nos padrões de consumo te, C, com a elevação e melhor distribuição da
decorrentes de inovações e de mudanças no renda nos últimos anos. Nesse sentido, há de se
patamar de preços em determinado grupo de entender cada vez melhor como se comportam
bens ou serviços. Essa questão é particularmente os indivíduos desses estratos sociais, visto que
importante quando se trata, por exemplo, de representarão quase a totalidade do mercado
produtos de informática, serviços de manutenção em um futuro não muito longínquo. No que diz
e consertos, telefonia e internet, entre outros gru- respeito às pessoas pertencentes às altas classes
pos cuja dinâmica de inovações é muito rápida. de renda, qualidade e marca são fatores de
Sabe-se que esse grupo de bens e de serviços grande relevância para sua decisão de consumo,
é altamente sensível ao progresso da ciência e de forma que sua demanda é menos impactada
da tecnologia, que permite o desenvolvimento pelos preços dos produtos que costumam consu-
constante de novos produtos, cuja demanda mir. Os indivíduos da classe média, por sua vez,
pode ser maior em relação ao que existe hoje, também levam em conta a qualidade na hora
além do decaimento dos preços. Dessa forma, de consumir, principalmente quando se trata de
seu consumo possui um potencial de crescimen- bens e serviços de maior valor, que não podem
to maior do que o refletido em nossas estimati- ser adquiridos por essas pessoas com frequência.
vas, que não levam em conta essas tendências. Entretanto, a classe C é muito mais sensível aos
O caso dos bens e serviços mais afetados pelo preços do que os estratos superiores, de forma
progresso tecnológico é apenas a amostra de que, além de analisar a qualidade na hora de
uma propriedade do presente estudo que já foi comprar, também leva muito em conta o custo
ressaltada anteriormente. Independentemente dos produtos que adquire. Assim, o balanço ade-
dos números apresentados para as projeções quado entre qualidade e preço é fundamental
de crescimento dos diferentes segmentos de quando o público alvo de qualquer tipo de ven-
consumo, o principal atributo deste trabalho é da compreende os indivíduos da classe média.
apresentar algumas tendências para fatores so- Em termos conclusivos, o apontamento de
cioeconômicos que possuem grande importân- algumas tendências para esta década é a maior
cia na determinação do comportamento dos contribuição que pode ser dada aos empresários
gastos das famílias no futuro. do setor terciário pelo presente estudo, servindo
Primeiramente, o trabalho chamou a atenção como um guia de orientação sobre o comporta-
para o envelhecimento rápido da população mento do volume e da distribuição das despesas
gaúcha. Contudo, no que diz respeito à identi- das famílias gaúchas ao longo dos próximos
ficação dos reflexos desse envelhecimento nas anos. As estimativas de crescimento dos diferen-
despesas das famílias, é importante destacar tes grupos de gastos, em grande parte, refletem
que ainda encontra-se em um estágio interme- essas tendências, contudo devem ser interpre- NEGÓCIOS
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diário, de forma se observará o crescimento tadas como aproximações, de forma que sua
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as faixas de idade superior a 20 anos. Assim, imponderáveis, que não podem ser contempla-
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