Professional Documents
Culture Documents
FEBRAFARMA
Comparativo
Internacional
de Preços de
Produtos
Farmacêuticos
em 2004
estudosFEBRAFARMA
A coleção "Estudos Febrafarma" é composta por uma
série de publicações que abordam temas da indústria
farmacêutica, de interesse do setor, da sociedade e do
governo. A série editada pela Federação Brasileira da
Indústria Farmacêutica – entidade que representa 267
fabricantes farmacêuticos – apresenta pesquisas,
estudos e teses, que tratam as questões mais atuais
do segmento com responsabilidade, desenvolvidas
por economistas, advogados e outros profissionais.
Esse é mais um passo para a Febrafarma estabelecer
um diálogo construtivo e permanente com a sociedade
e autoridades governamentais responsáveis pela área
de saúde, objetivando encontrar soluções para temas
de interesse da indústria farmacêutica.
www.febrafarma.org.br
febrafarma@febrafarma.org.br
SEDE BRASÍLIA
SAS Quadra 1 Bloco N / Ed. Terra Brasilis
Salas 701 a 704
Cep 70070 010 Brasília DF Brasil
Fone/fax 55 61 3323 8586
Comparativo
Internacional
de Preços de
Produtos
Farmacêuticos
em 2004
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bibliografia.
05-4989 CDD-615
Sumário Executivo 4
I – Apresentação 7
Anexos 39
EDUARDO FELIPE OHANA
Sumário Executivo
[ 4 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
estudosFEBRAFARMA [ 5 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
[ 6 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
I – Apresentação
A FEDERAÇÃO BRASILEIRA da Indústria Farmacêutica – Febrafarma implantou
a série de estudos sobre o comportamento dos preços dos produtos farmacêuticos,
no âmbito internacional, com base em informações levantadas pelo IMS para 30
países, distribuídos entre desenvolvidos e emergentes.1
Este é o terceiro relatório anual da série e analisa os preços para o ano de 2004.
A Amostra de Produtos
1
EUA, Áustria, Argentina, Suíça, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Noruega, Finlândia,
México, Venezuela, Peru, Reino Unido, Irlanda, Portugal, Uruguai, França, Espanha, África do Sul, Grécia,
Austrália, Equador, Turquia, Brasil, Chile, Colômbia, Nova Zelândia, Coréia.
2
São semelhantes: Argentina, Coréia, México e Turquia.
3
A unidade-padrão, um conceito desenvolvido e aplicado pelo IMS Health, compõe a unidade comercial que
resulta da conversão de caixas para comprimidos, quantidades de líquido para comprimido equivalente e,
assim, para outras apresentações.
estudosFEBRAFARMA [ 7 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
4
O termo preço de disponibilidade – de fato o preço de comercialização – é empregado para diferenciá-lo do
preço ao consumidor. O preço de disponibilidade não é ponderado por quantidades, enquanto o preço ao con-
sumidor reflete as quantidades vendidas. Na prática, se houvesse um produto não comercializado ao longo do
ano, ele não influenciaria o preço ao consumidor, mas estaria retratado – por estar disponível em mercado –
na comparação de preços de comercialização entre países.
5
OHANA, E. F. Comparativo Internacional de Preços de Produtos Farmacêuticos. Estudos Febrafarma. São
Paulo: Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica, 2004.
6
O procedimento do IMS não poderia ser diferente. Caso a amostra fosse a mesma entre anos, perder-se-iam
as informações sobre a substituição de medicamentos, bem como sobre novos produtos.
[ 8 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
a) o Brasil era o quinto país mais barato da amostra – com o preço de US$ 0,13
por unidade-padrão, sem imposto de valor adicionado –, acima somente de
Colômbia, Chile, Uruguai e Coréia;
Gráfico 1
Preço ao Consumidor Médio – 2004 – US$/UP
(com Imposto de V. A.)
0,82
0,82
0,62
0,57
0,56
0,55
0,54
0,51
0,49
0,48
0,48
0,41
0,41
0,39
0,39
0,37
0,33
0,31
0,30
0,28
0,28
0,26
0,21
0,18
0,18
0,18
0,16
0,15
0,13
0,10
EUA
ÁUSTRIA
SUÍÇA
LUXEMBURGO
ITÁLIA
BÉLGICA
ALEMANHA
FINLÂNDIA
HOLANDA
NORUEGA
IRLANDA
PORTUGAL
INGLATERRA
FRANÇA
GRÉCIA
ESPANHA
MÉXICO
ÁFRICA DO SUL
AUSTRÁLIA
VENEZUELA
PERU
TURQUIA
ARGENTINA
EQUADOR
BRASIL
NOVA ZELÂNDIA
CHILE
URUGUAI
COLÔMBIA
CORÉIA
estudosFEBRAFARMA [ 9 ]
EUA 0,77
ÁUSTRIA 0,68
SUÍÇA 0,61
LUXEMBURGO 0,55
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
BÉLGICA 0,52
ITÁLIA 0,51
IRLANDA 0,48
[ 10 ] estudosFEBRAFARMA
FINLÂNDIA 0,47
EDUARDO FELIPE OHANA
2000
HOLANDA 0,47
ALEMANHA 0,46
NORUEGA 0,39
PORTUGAL 0,37
Brasil/EUA
FRANÇA 0,37
2001
GRÉCIA 0,36
ESPANHA 0,36
INGLATERRA 0,35
MÉXICO 0,33
Gráfico 3
Gráfico 2
2002
AUSTRÁLIA 0,30
VENEZUELA 0,28
Brasil/México
(com Imposto de V. A.)
PERU 0,23
2003
TURQUIA 0,23
EQUADOR 0,18
ARGENTINA 0,17
2004
BRASIL 0,15
CHILE 0,14
Brasil Média
URUGUAI 0,13
COLOMBIA 0,13
CORÉIA 0,10
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 1
Oferta dos 10 Medicamentos Mais Caros da Amostra nos Países de Menor Preço
(Em US$ – Preço-fábrica)
BRAZIL KOREA R COLOMBIA CHILE URUGUAY
RETAIL &C RETAIL RETAIL RETAIL
YEAR 04 YEAR 04 YEAR 04 YEAR 04 YEAR 04
USD USD USD USD USD MNF
Medicamentos – US$ MNF SHP MNF SHP PUB SHP MNF SHP SHP
REMICADE – FQD INF DRY BOTTLE – 0100MG 392 - sim - -
TEMODAL S-PL – ACA CAPSULES – 0250MG 350 sim - - -
LUPRON – GPB VIAL DRY RET – 11.2MG 343 - sim sim -
CAMPTOSAR – FQC INFUS.VIA/BOT. – 0100MG 337 - sim - -
VIRAFERON PEG – FPB VIAL DRY – 0100Y 265 - - - -
VIRAFERON PEG – FPB VIAL DRY – 0080Y 190 - - - -
VIRAFERON PEG – FPB VIAL DRY – 0120Y 145 - - - -
ZOLADEX – GNB PF SYR DRY RET – 3.60MG 105 - sim sim -
TEMODAL S-PL – ACA CAPSULES – 0100MG 104 sim - sim -
GENOTROPIN – FPB VIAL DRY – 0016IU 86 - sim - -
Fonte: IMS
estudosFEBRAFARMA [ 11 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Quadro 2
Distribuição dos Países por Quartis de Preços ao Consumidor – Sem Imposto
[ 12 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 3
Características dos Quartis: PIB per Capita e Preço Médio
US$
1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil
Média PIB per Média PIB per Média PIB per Média PIB per
de Preço Capita Médio de Preço Capita Médio de Preço Capita Médio de Preço Capita Médio
Para medir essa relação entre o PIB per capita e o preço ao consumidor,
ajustou-se uma equação, com mínimos quadrados ordinários, explicando o
comportamento do preço em função da renda, controlando-se para a interfe-
rência do governo – a mais comum é o controle de preços –, mediante uma
variável dummy para os países deslocados.9
O exercício econométrico resultou na seguinte equação para os preços
médios ao consumidor:10
9
Foram estimadas várias formas funcionais, mas principalmente a colocação da dummy. Os países que rece-
beram a variável "interferência" , cujo resultado do ajuste foi o melhor, foram: Noruega, Inglaterra, França,
Austrália, Nova Zelândia, Uruguai, Chile, Brasil e Colômbia. A Coréia é um resultado atípico, nenhuma
forma funcional consegue explicar seu comportamento. Os resultados dos ajustes estão no anexo.
10
Além do modelo apresentado, foi testada a variável distribuição de renda (coeficiente de Gini) para expli-
car o preço. A variável não foi significativa, exceto quando a amostra foi partida para incluir somente os paí-
ses em desenvolvimento. Mesmo nesse caso, a qualidade do ajuste foi inferior à utilizada.
estudosFEBRAFARMA [ 13 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Disso se conclui:
[ 14 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 4
Países Que Sofrem Interferência:
Preço Observado – Preço Estimado – Preço sem Interferência
US$
Países Preço Coletado Preço Estimado Preço Estimado Grau de
pela Equação Se Não Houvesse Repressão dos
Interferência Preços11
(em %)
Noruega 0,39 0,50 0,62 19
Inglaterra 0,35 0,36 0,48 25
França 0,37 0,35 0,44 20
Austrália 0,30 0,30 0,42 29
N. Zelândia 0,16 0,24 0,36 33
Colômbia 0,13 0,11 0,23 52
Uruguai 0,13 0,13 0,25 48
Chile 0,14 0,13 0,25 48
Brasil 0,15 0,14 0,24 41
Fonte: IMS e equação estimada
Cálculo: Grau de Repressão = [1- (Preço estimado/Preço estimado sem interferência)]
estudosFEBRAFARMA [ 15 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
confere uma repressão de preço à vista (de 29%), com a repressão adicional sendo
praticada pela fórmula de ajuste de preços, cuja meta, em 2004, era de 41%.14
Como a parametrização dos preços de registro implica uma distorção infe-
rior àquela praticada domesticamente, as empresas podem ver no lançamento
de novos produtos, apesar da regulação, uma oportunidade de aumentar a mar-
gem de comercialização.15
Se a essa obviedade financeira se acrescenta uma outra, de que alguma
margem de comercialização (por vender no Brasil) é melhor do que nenhuma
margem (por ficar fora do mercado), as empresas têm um estímulo de proceder,
de forma continuada, o lançamento de novos produtos, mesmo sabendo que as
margens sofrerão redução, ao longo do tempo, de forma mais rápida do que
aquela ditada pelo mercado livre. Certamente, há um ponto de perda de margem
a partir do qual a marca é negociada no mercado, para empresas que não lançam
produtos e/ou tenham estrutura de custo mais apropriada, uma vez que nesse
segmento de produtos amortizados os gastos com propaganda são menores.
Contudo, esse processo depende da relação custo-benefício (receitas e des-
pesas) do novo produto. Esse é o lado escuro da informação, vale dizer, não se
conhece a quantidade de produtos que deixam de ser lançados e/ou têm lança-
mentos postergados.
A informação de que, na amostra levantada pelo IMS, o Uruguai não
comercializa nenhum dos 10 produtos mais modernos, sendo que este país tra-
balha com uma distorção de preços estimada em 48%, em relação ao que seria
o preço livre, é um indicador desse tipo de problema.
Em 2004, os 20 maiores laboratórios do mundo lançaram, no México, 60 novos
produtos, com faturamento anual de US$ 139,1 milhões, enquanto, no Brasil,
foram lançados somente 34 produtos, com faturamento de US$ 3,7 milhões. Dos
medicamentos aqui lançados, 21 haviam sido introduzidos no mercado mexicano
anteriormente, com uma defasagem de tempo, em média, de 17 meses.16
O desabastecimento do mercado interno de produtos modernos, mesmo
que temporário, é um problema que extrapola os interesses das empresas,
para se constituir em um custo para a sociedade, na forma de absenteísmo ao
trabalho, perda de eficiência nos tratamentos e, por conseqüência, maior custo
fiscal para a saúde pública.
14
O termo meta não pretende implicar um planejamento detalhado e com conhecimento, por parte dos
reguladores. De fato, o objetivo parece ser o de quanto mais barato, melhor.
15
Se a empresa trabalha com um portfólio cuja margem é deslocada, em média, 41%, trabalhar com um
produto com menor repressão (no caso de 29%) é um bom negócio, de curto prazo.
16
Somente 13 produtos, dos 34 lançados no Brasil (38%), eram novos para o Brasil e para o México.
Ao contrário, dos 60 produtos lançados no México, 32 eram novos em ambos os mercados (53%).
Fonte: IMS Health
[ 16 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
A regulação se comporta com base nas informações que consegue ver (há
produtos novos sendo lançados) e desconsidera as que não vê (os cancelamen-
tos que gerou).
Além dessa ineficiência estrutural, um dos grandes problemas do controle
de preços é como sair dele, para evitar distorções inadministráveis, sem provo-
car uma explosão inflacionária.
Ao se medir o grau de repressão dos preços domésticos, pela relação entre
o índice de preços no atacado – IPA para produtos farmacêuticos e o IPA geral,
adotando-se como referência de não intervenção a média dos anos de 1997 e
1998, por ser um período de preços livres, a magnitude da repressão em março
de 2005 era de 58%.17
Nesse cenário, a política de regulação decidiu liberar os preços dos produ-
tos amortizados (aqueles com maior concorrência no mercado interno). Como
esperado, esses preços tendem a convergir para um nível de preço relativo mais
elevado, com aceleração inflacionária, no curto prazo. Por definição, o que é
esperado não surpreende. O que surpreende é a reação do órgão regulador
perante o fato esperado, tentando mostrar com essa experiência que, sem
repressão, a inflação dos preços dos medicamentos seria insuportável.
A liberação de preços dos amortizados aumenta o valor presente do produ-
to novo, cálculo que influencia a decisão de lançamento. Por outro lado, man-
ter a repressão dos amortizados implica agravar o desestímulo à modernização.
Essa é a escolha do regulador.
No âmbito econômico, a prática de repressão de preços (que, como ficou
claro, não é exclusiva do Brasil) implica minimizar o pagamento da parte refe-
rente à recuperação de investimentos em pesquisa, em geral feitos por empresas
estrangeiras, no exterior. Essa questão pode se tornar um contencioso interna-
cional, a partir de pressões populares nos países em que, sem controle de preço,
a sociedade acaba pagando pela carona das economias menos desenvolvidas.
A regulação de preço acarreta um custo desconhecido para a sociedade, sem
benefício claro, uma vez que não explica o acesso a medicamentos. O controle
de preço e a regulação acessória têm uma perspectiva pouco confortável. O grau
de repressão está elevado, a margem líquida do setor caiu de 9,6% em 1998 para
0,5% em 2003, a rentabilidade do capital próprio, na mesma comparação,
diminuiu de 18,7% para 1,2% e o fluxo de modernização mostra-se defasado.
17
Esse é o grau de repressão na ponta do período, contra um valor de referência. O grau estimado na regressão
diz respeito à repressão dentro do ano de 2004, sem relação a uma referência. Uma eventual liberalização dos
preços levaria a uma correção, pode-se esperar, da ordem de 41%, não de 58%, uma vez que na base de refe-
rência (média 1997-98) deve haver algum "overshooting", por se tratar de um período de descompressão.
estudosFEBRAFARMA [ 17 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
18
Sobre acesso a medicamentos: em 2003, quando a renda nacional não cresceu, as quantidades vendidas de
medicamentos caíram 7,2%. Em 2004, com o PIB crescendo mais de 5%, as quantidades vendidas aumen-
taram 10,3%.
19
Sobre indicadores econômicos da indústria farmacêutica: Romano, L.A.N et alii - Análise de Desempenho
Econômico-Financeiro do Setor Farmacêutico no Brasil 1998 a 2003. Estudos Febrafarma. Febrafarma. São
Paulo. 2005.
20
Quando se definiu a amostra para incluir somente os produtos comercializados em todos os países, o núme-
ro de elementos caiu para 8, considerado insuficiente.
[ 18 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 5
Preço ao Consumidor Sem Imposto – 2004
US$21
Preço ao Consumidor Preço ao Consumidor
sem Imposto sem Imposto
Amostra Completa Amostra com 35 Produtos
Estados Unidos 0,77 2,96
Áustria 0,68 1,93
Suíça 0,61 1,60
Luxemburgo 0,55 1,33
Itália 0,51 0,98
Bélgica 0,52 1,42
Alemanha 0,46 1,33
Finlândia 0,47 1,39
Holanda 0,47 1,35
Noruega 0,39 1,27
Irlanda 0,48 1,73
Portugal 0,37 0,83
Reino Unido 0,35 1,43
França 0,37 1,57
Grécia 0,36 0,92
Espanha 0,36 0,91
México 0,33 0,69
África do Sul 0,27 1,42
Austrália 0,30 1,22
Venezuela 0,28 0,72
Peru 0,23 0,54
Turquia 0,23 0,52
Argentina 0,17 0,15
Equador 0,18 0,48
Brasil 0,15 0,39
Nova Zelândia 0,16 0,67
Chile 0,14 0,30
Uruguai 0,13 0,29
Colômbia 0,13 0,40
Coréia 0,10 0,65
Fonte: Levantamentos IMS
21
Os preços são por unidade-padrão de medicamento
estudosFEBRAFARMA [ 19 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Com a nova amostra, foi ajustada a mesma equação explicativa dos preços.
Inicialmente, a equação simples de preço contra o PIB per capita permitiu iden-
tificar os países cujas estimativas sofriam um desvio de mais de 30% do valor
coletado. A esses países foi aplicada uma dummy para efeito de interferência (do
governo).
O resultado do ajuste econométrico: Amostra Controlada – Produtos em 20
países ou mais:
Quadro 6
Países que Sofrem Interferência: Amostra com 35 Produtos
(Produtos Mais Caros)
US$
Preço Preço Estimado Preço Estimado Grau de Repressão
Coletado com Ajuste se Não Houvesse nos Preços
para Interferência Interferência %
Luxemburgo 1,33 1,58 2,08 24,0%
Noruega 1,27 1,51 2,01 24,9%
Nova Zelândia 0,67 0,62 1,13 45,1%
Coréia 0,65 0,51 1,02 50,0%
Chile 0,30 0,27 0,78 65,4%
Uruguai 0,29 0,26 0,76 65,8%
Argentina 0,15 0,26 0,76 65,8%
Colômbia 0,40 0,19 0,69 72,5%
Brasil 0,39 0,27 0,73 63,0%
[ 20 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
estudosFEBRAFARMA [ 21 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
[ 22 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 7
Preços ao Consumidor: Corrigidos pelo Efeito Cambial e Coletados
estudosFEBRAFARMA [ 23 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Quadro 8
Preços ao Consumidor: Valores do Levantamento do IMS – 2000 a 2004
US$
2004 2003 2002 2001 2000
c/imp s/imp c/imp s/imp c/imp s/imp c/imp s/imp c/imp s/imp
Estados Unidos 0,82 0,77 0,74 0,69 0,65 0,61 0,66 0,62 0,59 0,55
Áustria 0,82 0,68 0,71 0,59 0,56 0,47 0,50 0,41 0,49 0,41
Suíça 0,62 0,61 0,54 0,53 0,44 0,43 0,38 0,37 0,36 0,35
Luxemburgo 0,57 0,55 0,48 0,47 0,38 0,37 0,34 0,33 0,31 0,30
Itália 0,56 0,51 0,47 0,43 0,38 0,35 0,35 0,32 0,33 0,30
Bélgica 0,55 0,52 0,46 0,43 0,37 0,35 0,33 0,31 0,31 0,30
Alemanha 0,54 0,46 0,53 0,45 0,42 0,36 0,37 0,32 0,35 0,30
Finlândia 0,51 0,47 0,43 0,40 0,36 0,33 0,30 0,28 0,29 0,27
Holanda 0,49 0,47 0,45 0,43 0,35 0,33 0,31 0,30 0,30 0,28
Noruega 0,48 0,39 0,43 0,35 0,38 0,31 0,31 0,25 0,30 0,24
Irlanda 0,48 0,48 0,40 0,40 0,30 0,30 0,25 0,25 0,23 0,23
Portugal 0,41 0,37 0,34 0,31 0,28 0,25 0,25 0,22 0,24 0,22
Reino Unido 0,41 0,35 0,35 0,29 0,29 0,25 0,26 0,22 0,26 0,22
França 0,39 0,37 0,32 0,31 0,26 0,25 0,23 0,22 0,23 0,22
Grécia 0,39 0,36 0,31 0,29 0,23 0,21 0,20 0,19 0,19 0,17
Espanha 0,37 0,36 0,33 0,31 0,25 0,24 0,22 0,21 0,21 0,20
México 0,33 0,33 0,30 0,30 0,30 0,30 0,29 0,29 0,24 0,24
África do Sul 0,31 0,27 0,30 0,26 0,18 0,16 0,20 0,18 0,23 0,20
Austrália 0,30 0,30 0,24 0,24 0,19 0,19 0,17 0,17 0,17 0,17
Venezuela 0,28 0,28 0,27 0,27 0,26 0,26 0,29 0,29 0,26 0,26
Peru 0,28 0,23 0,26 0,22 0,26 0,22 0,27 0,23 0,26 0,22
Turquia 0,26 0,23 0,26 0,22 0,20 0,17 0,17 0,14 0,19 0,17
Argentina 0,21 0,17 0,20 0,16 0,18 0,15 0,40 0,32 0,40 0,33
Equador 0,18 0,18 0,17 0,17 0,18 0,18 0,17 0,17 0,12 0,12
Brasil 0,18 0,15 0,16 0,13 0,15 0,13 0,16 0,13 0,19 0,16
Nova Zelândia 0,18 0,16 0,16 0,14 0,12 0,11 0,11 0,10 0,13 0,11
Chile 0,16 0,14 0,14 0,12 0,13 0,11 0,13 0,11 0,15 0,12
Uruguai 0,15 0,13 0,15 0,13 0,18 0,16 0,24 0,21 0,27 0,24
Colômbia 0,13 0,13 0,11 0,11 0,12 0,12 0,12 0,12 0,11 0,11
Coréia 0,10 0,10 0,08 0,08 0,07 0,07 0,06 0,06 0,06 0,06
Fonte: IMS
[ 24 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
4) O controle de preços está presente, inclusive, em países europeus, mas com três
marcantes diferenças: a) a repressão aos preços é significativamente inferior
àquela observada no Brasil; b) a repressão aos preços na Europa tem caracterís-
tica de política fiscal para contenção de despesas com ressarcimento. A compra
(ou ressarcimento) de medicamentos pelo Estado garante escala de operação
para as empresas (uma troca de margem por volume), o que minimiza as dis-
torções sobre os estímulos à modernização. No Brasil, e nos países pesquisados
da América do Sul, a repressão tem, da mesma forma, característica fiscal, só que
de tributação disfarçada; c) na Europa, há indícios de que a repressão aos preços
incide mais fortemente nos produtos amortizados, ou seja, após algum tempo
de lançamento. Com isso, o valor presente do produto é maior do que no caso
de a repressão ser aplicada no período inaugural do produto. Vale dizer, o deses-
tímulo, na margem, à inovação é menor. No Brasil, é exatamente ao contrário.
estudosFEBRAFARMA [ 25 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
25
“Almoço grátis”: termo atribuído ao novelista Robert A. Heinlein e popularizado pelo economista Milton
Friedman, prêmio Nobel em 1976, para simbolizar que não há benefícios sem custos correlatos.
26
Muito comum o argumento contra produtos patenteados: “O Brasil não pode permitir que medicamentos
patenteados sejam transacionados a preços abusivos”. Inicialmente, não há, em economia, tal conceito de
preço abusivo. A Lei 8884/94 prevê, nada obstante, sanções à fixação de preços abusivos. Entre 1997 e 1998,
quando vigorou a liberdade de preços, o Cade julgou 35 casos de abusividade de preços, contra o setor farma-
cêutico. Todos foram considerados improcedentes. Em segundo lugar, o Brasil é signatário de um acordo inter-
nacional sobre patentes, contudo a repressão o torna, de fato, parcialmente signatário. Em terceiro lugar, é
sempre possível negociar – perante um business plan – as condições de lançamento, vale dizer, caso a caso,
em função da relevância do produto. Em quarto lugar, quando um produto patenteado não é lançado e/ou
comercializado no país, seu preço é infinito. Este, para os que gostam do termo, pode receber o carimbo de
preço abusivo.
[ 26 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 9
Evolução do Preço ao Público (Balcão) – com e sem Imposto de Valor Adicionado
não Permite a Comparação entre Anos
US$
Ano Preço Brasil Preço em Posição Relativa do
Médio Todos os Países Preço Brasileiro na
Médio Média Mundial*
S/IVA C/IVA S/IVA C/IVA S/IVA C/IVA
2000 10,34 21,44 12,70 21,47 89% 105%
2001 14,77 30,62 16,84 29,32 75% 85%
2002 15,16 31,44 18,01 31,76 64% 79%
2003 10,52 17,47 12,80 19,80 69% 74%
2004 15,00 17,70 17,45 19,04 73% 79,8%
Fonte: IMS
* - A posição relativa é calculada mediante a média da posição relativa de cada medicamento e apresenta-
ção. Portanto, não é a relação entre preços médios do Brasil e do mercado internacional.28
27
Esse subgrupo resolve a heterogeneidade de oferta, entre países, dentro do ano. A questão intertemporal é
de mais difícil solução. Se a opção fosse trabalhar com uma amostra constante desde 2000, os anos seguintes
registrariam o efeito depreciação do medicamento ultrapassado, criando um viés de redução ao longo do
tempo. O subgrupo funciona como uma "proxy" para a cesta constante, sem o efeito depreciação. No caso, se
houver um viés, será de elevação dos preços ao longo do tempo.
28
Ou seja, o cálculo é ∑ (xi / yi) / n, o que é diferente de ∑ (xi) / ∑ (yi).
estudosFEBRAFARMA [ 27 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
29
O sinal negativo da correlação segue o esperado. O preço, no Brasil, tende a ser menor quando aumenta o
número de países em que o medicamento é comercializado.
[ 28 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Quadro 10
Evolução do Preço de Disponibilidade com Amostra Ajustada
Preço-fábrica
(Permite Comparação Intertemporal)
US$
Ano Preço Brasil Preço em Todos os Posição Relativa do
Médio Países Médio Preço Brasileiro na
Média Mundial*
S/IVA C/IVA S/IVA C/IVA S/IVA C/IVA
2000 2,20 4,32 2,68 4,50 89% 109%
2001 1,39 2,87 2,39 4,00 69% 85%
2002 1,34 2,77 2,66 4,40 62% 77%
2003 1,26 2,10 2,40 3,72 62% 67%
2004 2,02 2,38 3,05 3,35 65% 71%
Fonte: IMS
* Ver nota do quadro 9
30
Enfraquecimento da moeda norte-americana.
estudosFEBRAFARMA [ 29 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Gráfico 4
Preço de Disponibilidade - Amostra Ajustada
Preço-fábrica de Medicamentos Vendidos em pelo Menos 20 Países
Posição Relativa do Brasil na Média Mundial
(Permite Comparação Intertemporal)
Porcentagem da Média Mundial
120 109
100 89 85 77
80 Sem IVA
69 62 62 67 65 71
60 Com IVA
40
20
0
2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: IMS
Gráfico 5
Preço de Disponibilidade
Preço-fábrica de Medicamentos Vendidos em pelo Menos 20 Países
Posição Relativa do Brasil na Média Mundial
Preços Brasileiros Corrigidos pela Taxa Efetiva de Câmbio em 2004
Porcentagem da Média Mundial
120 109
100 89 85 77 Sem IVA
80 69 62 62 67 62 68
60 Com IVA
40
20
0
2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: IMS
[ 30 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
A) A Origem do Problema
Gráfico 6
Medicamentos: Poder de Compra dos Salários Nacionais
Salários Mínimo Legal e dos Ocupados no Setor Privado Frente aos Preços
dos Medicamentos
Preço-fábrica com Imposto
150
141,0 140,7
124,2
120
Quantidades de Medicamento-padrão
106,6 103,6
90
60 Salário Mínimo/
Preço de
Medicamentos
35,6 36,3
Rendimento
30 25,6 Médio dos
24,1 Ocupados/Preço
18,6
de Medicamento
0
2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: IMS e IPEA/IPEADATA
31
A média dos salários nominais mensais foi convertida para dólares pela taxa média anual de compra do
Banco Central.
estudosFEBRAFARMA [ 31 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Gráfico 7
Preço Relativo dos Medicamentos:
Estrutura interna de Custos
120
Índice de Preço Relativo dos Medicamentos
100
80
60
40
20
0
2000 2001 2002 2003 2004
Medicamento/Papel Medicamento/Combustível
Medicamento/Plástico
Fonte: IPEA/IPEADATA
32
Por exemplo, desde o final de 2002, o preço do gás está congelado pela Petrobras.
[ 32 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
33
A fórmula de reajuste acumula os percentuais de valorização cambial (de acordo com o parâmetro para cus-
tos de importação), ao longo do período em que se processa a valorização e debita esse valor somente quando
ocorre uma desvalorização. Ou seja, enquanto não há desvalorização, os registros de valorização seguem sendo
contabilizados, sem afetar o reajuste de preço. Tem a estrutura de uma bomba relógio.
34
A base dessa regulação se prende à tese do lucro extraordinário (windfall profit), gerado por eventos aleató-
rios. Quando esse tema é tratado, a compensação é discutida para setores oligopolizados (como petróleo) que
têm um preço internacional de referência, sendo a compensação aplicada quando as vantagens são circunstan-
ciais, isto é, claramente transitórias. De toda forma, esse mecanismo não é estruturado para a volatilidade cam-
bial, uma vez que a todo movimento da taxa de câmbio para fora do equilíbrio corresponde uma expectativa
(um movimento futuro) em sentido oposto, de tal sorte que, no longo prazo, as perdas e ganhos se compensam.
estudosFEBRAFARMA [ 33 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
[ 34 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
estudosFEBRAFARMA [ 35 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
[ 36 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
estudosFEBRAFARMA [ 37 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
barato, num conjunto de 30, com rendas média e superior. É preciso, con-
tudo, explicitar que não há almoço grátis e que o contratempo desse suces-
so não é irrelevante.
Trabalhos como este, de cunho analítico, da Febrafarma, procuram con-
tribuir para o debate, colaborando com a sociedade no aperfeiçoamento da
abordagem à linha de contrato, com o propósito de eliminar ineficiências,
sem prejuízo de outros benefícios, visto que a regulação não é um jogo de
soma zero.
Consideradas a importância da matéria e as dificuldades práticas, é fun-
damental ampliar a interlocução técnica entre os agentes envolvidos, a partir
do que se acelera o conhecimento e se minimizam as perdas de todos.
[ 38 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Anexos
Desenvolvidos
Eua
Suíça
Reino Unido
Áustria
Alemanha
Itália
França
Espanha
Portugal
Nova Zelândia
Noruega
Holanda
Irlanda
Luxemburgo
Finlândia
Bélgica
Austrália
Grécia
Emergentes
Brasil
México *
Turquia *
Coréia do Sul *
Argentina *
Peru
Colômbia
Venexuela
Uruguai
Equador
Chile
África do Sul
* Países semelhantes
estudosFEBRAFARMA [ 39 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
[ 40 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Metodologia de
Cálculo de Preço Médio
ao Consumidor por País
Notas:
- Preço médio calculado para o ano fechado
- Preço médio calculado com impostos (VAT) e sem impostos
- Standard Units é a unidade comercial de venda convertida para uma unidade-padrão / denominador
comum (ex: caixas convertidas para comprimidos)
estudosFEBRAFARMA [ 41 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Metodologia do Estudo
Índice de Preço da Apresentação
Exemplo Viagra – ABC Film-CTD Tabs – 0050Mg
[ 42 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Resultados Econométricos
estudosFEBRAFARMA [ 43 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Mais dummies
[ 44 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
Spain
New Zealand
Greece
Korea, Rep.
Portugal
Mexico
Chile
Uruguay
Argentina
Venezuela, RB
Turkey
South Africa
Brazil
Peru
Ecuador
Colombia
estudosFEBRAFARMA [ 45 ]
EDUARDO FELIPE OHANA
Amostra Ajustada
[ 46 ] estudosFEBRAFARMA
COMPARATIVO INTERNACIONAL DE PREÇOS DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS EM 2004
estudosFEBRAFARMA [ 47 ]
estudos FEBRAFARMA