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Francisco José de Toledo

Perfil, Hábitos
e Atitudes de
Consumidores de
Medicamentos
e Produtos
Comercializados
em Farmácias
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Toledo, Francisco José de


Perfil, hábitos e atitudes de consumidores de
medicamentos e produtos comercializados em
farmácias/Francisco José de Toledo. -- São Paulo:
Febrafarma - Federação Brasileira da Indústria
Farmacêutica, 2004. -- (Estudos Febrafarma)

1. Comportamento dos consumidores 2. Farmácia


3. Medicamentos – Consumo – Brasil 4. Pesquisa de
mercado – Brasil I. Título. II. Série.

04-7689 CDD-615.181

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil: Medicamentos: Consumo: Pesquisa


de mercado: Farmacologia 615.181
índice

PA R T E I

Sumário Executivo 5
Apresentação 7

PA R T E I I

Perfil da Amostra: Sexo, Idade, Grau de Escolaridade,


Pessoas na Residência e Profissão/Ocupação 10
Perfil Socioeconômico da Amostra: Classificação
Socioeconômica, Renda Pessoal, Familiar e do Chefe,
Posse de Bens e Itens de Conforto no Lar 16
Hábitos em Relação à Saúde 21
Características da Compra dos Entrevistados 24

PA R T E I I I

Comentários Finais 27
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

PA R T E I

Sumário Executivo

A PESQUISA DE MERCADO aqui apresentada aponta um perfil dos consu-


midores de medicamentos no Brasil, introduzindo aspectos sociais e econômi-
cos das diversas regiões do País. A amostra pesquisada mostrou que os hábitos
do brasileiro com relação à saúde são bastante semelhantes.
Parte desta pesquisa originou o conteúdo do primeiro Estudos Febrafarma,
Análise Econométrica da Demanda por Medicamentos no Brasil, desen-
volvido pela farmacêutica-bioquímica Silvia V. Fridman e pela economista
Fabiana Rocha.
Os resultados, agora de domínio público, podem ser utilizados como base
para novos estudos e teses que tratem do tema, além de abrirem espaço para
discussões, de caráter político e econômico, sobre o cenário da saúde no Brasil,
revelado por essa pesquisa.

estudosFEBRAFARMA [ 5 ]
Francisco José de Toledo

[ 6 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

Apresentação

A TOLEDO & ASSOCIADOS, Instituto de Pesquisa de Mercado e Opinião


Pública, realizou um estudo de mercado sobre o consumo de medicamen-
tos no Brasil. Para traçar um perfil dos hábitos da população brasileira
com relação à compra de medicamentos nas farmácias, foram entrevista-
dos consumidores das cinco regiões do País.
Em sua primeira parte, a pesquisa levantou informações sobre os
medicamentos adquiridos pelos entrevistados: nome, preço unitário,
fabricante/laboratório, genérico ou não, apresentação (cápsula, pomada,
líquido, etc), com tarja (vendido mediante a apresentação de prescrição
médica) ou sem tarja (isento de prescrição), quantidade comprada e
característica química.
Outro aspecto abordado tratou mais detalhadamente dos hábitos,
características e atitudes dos consumidores de medicamentos. Um perfil
foi traçado a partir do processo de compra de medicamentos e outros
produtos em farmácias de todas as regiões do Brasil, por meio de questões
de caráter socioeconômico, utilização de convênios ou redes públicas,
gasto com medicamentos, etc.
A metodologia aplicada neste estudo foi a quantitativa, não-
probabilística. A não-probabilidade, neste caso, refere-se ao fato de não ter
sido dada a oportunidade de participação a todos os indivíduos respon-
derem à pesquisa, mas apenas àqueles que tivessem efetuado a compra de
algum item (quer fosse medicamento ou não).
A amostra, composta por 735 entrevistas, foi, portanto, selecionada
entre os indivíduos presentes nas farmácias durante o período de 25 de
março a 04 de abril de 2003. A distribuição da amostra compreendeu as
cinco regiões macroeconômicas do País (Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul), abrangendo 19 das 27 capitais brasileiras, conforme
quadro a seguir:

estudosFEBRAFARMA [ 7 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

Distribuição da Amostra
Cidades/Regiões Nº de Entrevistas %
Região Norte 99 13,47
Manaus 30 4,08
Belém 40 5,44
Porto Velho 29 3,95
Região Nordeste 174 23,67
Maceió 25 3,40
Salvador 25 3,40
Fortaleza 24 3,27
São Luís 25 3,40
João Pessoa 25 3,40
Recife 25 3,40
Natal 25 3,40
Região Centro-Oeste 100 13,61
Brasília 30 4,08
Goiânia 40 5,44
Campo Grande 30 4,08
Região Sudeste 262 35,65
Belo Horizonte 52 7,07
Rio de Janeiro 80 10,88
São Paulo 130 17,69
Região Sul 100 13,61
Curitiba 40 5,44
Porto Alegre 30 4,08
Florianópolis 30 4,08
Total 735 100,00

[ 8 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

Cerca de 76 estabelecimentos farmacêuticos compuseram esta amostra, nos


quais foram realizadas as 735 entrevistas, com uma média de oito a dez entre-
vistas por estabelecimento. As farmácias escolhidas para compor a amostra
estavam distribuídas em todas as zonas geográficas das cidades pesquisadas.
Cabe ressaltar que não houve uma pré-determinação quanto à característica
do estabelecimento farmacêutico: se pertencente a alguma rede de varejo ou se
independente. De qualquer forma, após o sorteio dos locais para a realização das
entrevistas e posterior levantamento em campo, detectou-se que 79% das farmá-
cias eram membros de rede (em menor proporção na Região Centro-Oeste –
69% –, enquanto nas demais regiões os índices de presença de farmácias de rede
variaram entre 74% e 87%) e 21% eram estabelecimentos independentes.

79%

21% Membro de rede


Farmácia independente
Base Amostra: 735

Como informação adicional a respeito das farmácias, foi perguntado o


número de funcionários de cada uma. A média geral foi de 13 funcionários por
estabelecimento, com variação média de nove funcionários nas Regiões Norte e
Sul, 11 empregados nas Nordeste e Centro-Oeste e 18 na Sudeste.

1 a 5 funcionários 26%

5 a 10 funcionários 31%

11 a 15 funcionários 17%

16 a 20 funcionários 5%

21 a 25 funcionários 6%

Mais de 25 funcionários 14%

Recusa 1%
Média: 12,6 funcionários
Base Amostra: 735

estudosFEBRAFARMA [ 9 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

PA R T E I I

Perfil da Amostra: Sexo, Idade, Grau de Escolaridade,


Pessoas na Residência e Profissão/Ocupação

PARA ESTE ESTUDO, foram estabelecidas cotas equivalentes para a partici-


pação de mulheres e homens (51% e 49%, respectivamente). Esta proporção
decorre de nossa realidade brasileira. De acordo com o último censo, realizado
em 2000, dos quase 170 milhões de brasileiros que constituem nossa população,
50,7% são mulheres e 49,3%, homens.

51% 49%
Feminino
Masculino
Base Amostra: 735

Quanto à idade dos entrevistados, consumidores de produtos em farmácias,


detectou-se uma média etária de 39 anos. Esta média decorreu, em grande parte,
do fato de haver, na amostra, 69% de indivíduos com idade entre 20 e 49 anos.
No cruzamento de informações, e considerando a idade média dos entrevis-
tados, foi percebido que as mulheres eram um pouco mais velhas do que os
homens: 40 anos contra 38 anos, respectivamente.
Nas Regiões do País, a Sudeste e a Sul registraram a maior média etária
entre os respondentes: 41 anos, o mesmo acontecendo no cruzamento de idade
média pelas classes sociais, nas quais se destacaram as classes A e E, ambas com
média de 42 anos.
Adicionalmente, foram extraídas informações sobre a idade dos chefes da
família; do membro mais velho, independentemente de ser ou não o chefe; e do
membro mais novo da família. As médias etárias foram as seguintes:

Chefe: 46 anos, sendo 45 anos entre os homens e 47 anos entre as mulheres.


Mais velho: 51 anos, sendo 48 anos entre os homens e 54 anos entre as mulheres.
Mais novo: 17 anos, sendo 16 anos entre os homens e 18 anos entre as mulheres.

[ 10 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

50,9
45,9
39,4

16,6

Respondente Chefe da família Mais velho da Mais novo da


família família
Base Amostra: 735

Em relação ao grau de escolaridade, de modo geral, os entrevistados tinham


como chefe da família alguém com escolaridade acima do padrão médio da
população, já que 22% destes tinham nível superior e boa parte (40%) havia
concluído o 2º grau ou ingressado em alguma faculdade.
A Região Sudeste apresentou índice de 26% de chefes de família com for-
mação superior completa e parte, com pós-graduação. O menor índice de chefes
de família com superior completo foi registrado na Região Norte: apenas 15%.

Analfabeto/Prim. incompleto 10%

Prim. completo/Gin. incompleto 15%

Gin. completo/Coleg. incompleto 13%

Coleg. completo/Sup. incompleto 40%

Sup. completo/Pós-grad./Mestrado/Doutorado 22%

Base Amostra: 735

Em se tratando do grau de escolaridade mais alto na família, independen-


temente de ser o do chefe da família, conforme as declarações dos entrevista-
dos, em quase um terço dos domicílios (32%) residia, pelo menos, uma pessoa
com formação superior. Em 46% dos casos, o nível mais alto de escolaridade na
família era o de alguém com colegial completo ou superior incompleto.
Nos demais domicílios, havia 11% de indivíduos com ginásio completo/
colegial incompleto, 8% com primário completo/ginásio incompleto e 4% com
primário incompleto, sendo estes os graus máximos de escolaridade entre os
moradores da casa.

estudosFEBRAFARMA [ 11 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

Analfabeto/Prim. incompleto 4%

Prim. completo/Gin. incompleto 8%

Gin. completo/Coleg. incompleto 11%

Coleg. completo/Sup. incompleto 46%

Sup. completo/Pós-grad./ 32%


Mestrado/Doutorado
Base Amostra: 735

O número médio de habitantes detectado nos domicílios dos entrevistados


foi de 3,8. Este índice também é coerente com a realidade brasileira. Segundo
dados do último censo do IBGE existem, em média, 3,9 pessoas em cada um
dos domicílios do País.
O resultado de 3,8 pessoas por domicílio decorreu, em grande parte, por
haver, na amostra, 82% de domicílios com uma quantidade de pessoas varian-
do entre duas e cinco.
Nas residências de classe A, os resultados da pesquisa revelaram haver, em
média, 4,4 membros, enquanto na classe E havia, em média, 4,6 membros.
A pesquisa identificou que as maiores médias de moradores por residência
estavam nas Regiões Norte e Nordeste (4,5 e 4,4 pessoas, respectivamente). Por
outro lado, Sudeste e Sul apresentaram, em média, 3,4 e 3,1 pessoas por
domicílio. No Centro-Oeste, a média foi de quatro pessoas em cada lar.
Metade da amostra (50%) declarou ter pai e mãe morando no domicílio.
Na Região Norte esta situação familiar atingiu 62% dos lares, ao contrário da
Sul, onde o índice foi de 35% de lares com a presença das figuras paterna e
materna. Esta situação sobressaiu nas classes A (56%) e E (58%).
Considerando domicílios com presença de figuras isoladas, as mães, em
maior proporção, habitavam 15% dos lares, contra 2% que tinham apenas a
presença paterna.

50%
Sim, pai e mãe
Não, nenhum dos dois
33% 15%
Sim, só mãe
Sim, só pai
2% Base Amostra: 735

[ 12 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

Por fim, havia também 33% de pais e mães que não moravam com os
filhos, fosse nas casas deles ou em suas próprias.
A pergunta sobre a profissão/ocupação do chefe da família, na época da
pesquisa, revelou que havia, na amostra, 19% de aposentados/pensionistas,
sendo este índice de 24% na Região Sudeste contra 11% na Região Norte.
Um índice alarmante apresentado foi o de 18% de autônomos, segundo
principal contingente ocupacional dos chefes das famílias dos entrevistados.
Entre os respondentes da Região Norte, este índice chegou a 32% contra 14%
detectados em cada uma das Regiões Centro-Oeste e Sudeste. Estima-se que
parte desse percentual refira-se a desemprego disfarçado. Além do mais, foram
registrados apenas 2% de desempregados na amostra, índice que foge do cenário
nacional, uma vez que há registros em torno de 17% de desempregados no País.
Percebeu-se que o índice de desemprego do chefe da família era maior nas
Regiões Norte e Sul (3% em ambas) e menor no Centro-Oeste (1%).

Aposentado/Pensionista 19%

Autônomo 18%

Trabalhador/Serviço 16%

Funcionário público/Militar 13%

Trabalhador/Comércio 10%

Trabalhador/Indústria 6%

Proprietário/Comércio 4%

Profissional liberal 3%

Freelancer/Bico 3%

Proprietário/Serviço 3%

Outros 3%

Desempregado 2%

Base Amostra: 735

Considerando apenas os entrevistados cujos chefes das famílias não


contribuíam na geração da renda familiar, tinha-se aposentados e pensionistas,

estudosFEBRAFARMA [ 13 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

freelancers/bico e desempregados que, juntos, totalizavam 24%. Portanto, 76%


dos chefes das famílias faziam parte da contribuição da renda familiar.
Nas capitais, onde se realizaram as entrevistas, foram detectados inacre-
ditáveis 48% de domicílios com um desempregado, em média.

1 pessoa 28%

2 pessoas 13%

3 pessoas 4%

Mais de 3 pessoas 3%

Nenhuma 52%

Média: 1 desempregado/domicílio
Base Amostra: 735

As Regiões Sudeste e Sul apresentaram o menor índice de domicílios com


pessoas com idade a partir de 16 anos, desocupadas/desempregadas:

Norte 53%
Nordeste 68%
Centro-Oeste 45%
Sudeste 37%
Sul 36%

Vale lembrar que o IBGE mede o desemprego considerando a população


economicamente ativa, e não o domicílio com desemprego. Aqui, o índice era
de domicílios com desemprego. Os chefes de família desempregados estavam
em uma situação independente, embora inclusos no índice de 48% dos
domicílios com desempregados.
Considerando o desemprego do chefe da família nos 12 meses anteriores à
realização da pesquisa, o índice era de 11% de chefes sem ocupação, que
estavam sem trabalhar, em média, há 5,9 meses.

[ 14 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

1 mês 11%

2 meses 16%

3 meses 14%

4 meses 2%
Sim
11% 5 meses 6%

6 meses 16%
Não
89% 7 meses 5%

8 meses 4%

9 meses 2%

10 meses 2%

11 meses 1%

12 meses 20%

Só alguns dias no ano 1%

Média: 5,9 meses


Base Respondente: 84
Base da Amostra: 735

Enquanto no Sudeste e no Sul, os índices de chefes de família desocupados


nos 12 meses anteriores à pesquisa eram de 10% e 9%, respectivamente, nas
demais regiões, esse índice variou entre 13% a 14%.
Por outro lado, levando-se em conta o tempo médio em que o chefe da
família ficou desocupado, a Região Sul apresentou a maior média: oito meses
contra a menor média obtida pela Região Centro-Oeste: quatro meses.

estudosFEBRAFARMA [ 15 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

Perfil Socioeconômico da Amostra: Classificação


Socioeconômica, Renda Pessoal, Familiar e do Chefe,
Posse de Bens e Itens de Conforto no Lar

O BRASIL POSSUI, atualmente, dois critérios para classificação socio-


econômica: Brasil e ABIPEME. Ambos os critérios têm a somatória da pontua-
ção para o grau de escolaridade do chefe da família e pontuação para a posse e
quantidade de itens de conforto no lar (tais como banheiro, rádio, aspirador,
máquina de lavar, televisão a cores), como base para classificar determinado
domicílio/indivíduo como sendo das classes A, B, C, D ou E1.
Pelo critério ABIPEME, que orientou a análise desta pesquisa, predomi-
naram na amostra pessoas de classes B, C e D (31%, 35% e 20%, respectiva-
mente), índices decorrentes da população freqüentadora de farmácias nas 19
capitais pesquisadas. A participação de indivíduos da classe mais alta (A) e da
mais baixa (E) na amostra foi bem menor, apenas 7% em ambos os casos.

Critério ABIPEME E A
7% 7%
D
20% B
31%
C
35%

Base Amostra: 735

A composição das classes sociais por região pesquisada foi a seguinte:

ABIPEME A B C D E
Norte* 9% 19% 37% 25% 10%
Nordeste* 5% 20% 32% 31% 13%
Centro-Oeste* 8% 30% 41% 17% 4%
Sudeste* 7% 43% 38% 10% 2%
Sul* 9% 31% 28% 23% 8%
*Eventuais diferenças, para mais ou para menos, nas somatórias dos percentuais para cada região,
decorrem do arredondamento das casas decimais.
1
Hoje, tanto o critério de classificação Brasil criado pela ANEP, como o ABIPEME, podem ser utilizados em
uma pesquisa de mercado. A Toledo & Associados prefere trabalhar com o critério ABIPEME. No entanto,
atualmente, com a unificação das duas entidades responsáveis pela criação destes critérios (antes ANEP e
ABIPEME, agora ABEP), está sendo desenvolvido um novo e único critério de classificação socioeconômico.

[ 16 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

A pergunta referente à renda pessoal, do chefe da família e familiar foi feita


tendo como base o mês anterior à realização da pesquisa: fevereiro de 2003. A
renda média pessoal mensal declarada dos entrevistados foi de R$ 970,00, ele-
vando-se entre os homens – R$ 1.180,00 x R$ 770,00 entre as mulheres – e pes-
soas com mais de 40 anos – a partir de R$ 1.300,00.
Cabe destacar que a diferença de rendimentos médios apresentada entre
homens e mulheres decorreu do fato de que 25% das mulheres entrevistadas
declararam não ter tido rendimentos no mês anterior. Entre os homens, apenas
8% não tiveram rendimentos.
Nas regiões macroeconômicas, a renda média pessoal, em reais, foi a seguinte:

Norte R$ 970,00
Nordeste R$ 660,00
Centro-Oeste R$ 950,00
Sudeste R$ 1.200,00
Sul R$ 930,00

A renda média do chefe da família – R$ 1.380,00 – era quase dois salários


mínimos (na época, o salário mínimo era de R$ 240,00) maior do que a do
entrevistado, e a renda média familiar – R$ 1.960,00 – era o dobro da pessoal.
Se considerada apenas a renda média familiar, as diferenças por classes
sociais são marcantes, principalmente se tomarmos a renda de domicílios de
classe E (R$ 270,00) contra domicílios de classe A (R$ 4.700,00). Cabe destacar
que a renda média por classe socioeconômica foi obtida por meio de cruza-
mento entre estas duas perguntas.
R$
1.960,00
R$
R$ 1.380,00
970,00

Pessoal Chefe de família Familiar


Base Amostra: 735

Em cada moradia, encontrou-se uma média de duas pessoas – sem dife-


renças nas macrorregiões – que obtiveram rendimentos mensais no mês ante-
rior à coleta de dados. Assim, de 3,8 moradores, em média, de cada domicílio,
praticamente metade obteve rendimentos mensais no mês anterior à pesquisa.

estudosFEBRAFARMA [ 17 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

Quanto à posse de bens e itens de conforto no lar, a grande maioria


(80%) declarou ser proprietária de algum imóvel. Enquanto na Região
Nordeste 84% dos entrevistados declararam ter imóvel próprio, na Sudeste o
índice era de 76%.
Metade dos entrevistados da amostra (50%) tinha carro próprio. Aqui,
notam-se mais claramente as diferenças entre as regiões do País, pois a posse
de automóvel estava nitidamente mais presente nas Regiões Centro-Oeste
(64%) e Sudeste (61%), ao contrário do que acontecia no Norte e no Nordeste
(37% e 35%, respectivamente).
A posse de computador no domicílio foi expressiva na amostra (37%),
assim como o acesso à internet, embora não de uso exclusivo na residência, mas
também no trabalho/escola e outros lugares (38%).
Quanto aos itens DVD, TV a cabo e ar condicionado, em média, 20% da
amostra os possuíam. Na Região Norte, pela própria característica climática,
havia maior concentração de residências com ar condicionado (38%). Nas
demais regiões, este índice variou entre 9% e 21%.

80%

50%

37% 38%

23%
19% 20%

Casa Carro Computador Acesso à DVD TV a cabo/ Ar


própria próprio domiciliar internet Satélite condicionado

Base Amostra: 735

Todos os bens apresentaram redução expressiva dos percentuais


nas Regiões Norte e Nordeste, elevando-se quanto mais alta a classe social
e o grau de escolaridade, como pode ser visto a seguir, no caso, para as
classes sociais:

[ 18 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

A B C D E
Casa própria* 98% 87% 78% 72% 64%
Carro próprio* 100% 82% 42% 13% –
Computador domiciliar* 96% 72% 21% 1% –
Acesso à internet* 91% 71% 24% 4% –
DVD* 67% 32% 10% 1% –
TV a cabo/assinatura* 78% 43% 12% 1% –
Ar condicionado* 59% 32% 13% 4% –

* Eventuais diferenças, para mais ou para menos, nas somatórias dos percentuais para cada item,
decorrem do arredondamento das casas decimais.

O número de pessoas que declarou residir em imóvel próprio foi alto: 77%,
elevando-se os percentuais quanto mais alta a classe social e a faixa etária. Na
classe A, por exemplo, o índice de pessoas que residiam em imóvel próprio era
de 94% contra 66% da classe E.
Em 20% dos casos, o imóvel da residência era alugado, principalmente
no Sudeste (25%), enquanto nas demais regiões o índice ficou entre 14%
(Nordeste) e 19% (Centro-Oeste). As demais situações de moradia eram atípi-
cas e diziam respeito a apenas 4% da amostra.

Imóvel próprio 77%

Imóvel alugado 20%

Imóvel cedido 2%

Cedido pelo governo 1%


(funcional)/Empresa
Mora na casa de 1%
amigos/Parentes Base Amostra: 735

A maior parcela dos entrevistados (44%) tinha uma residência com mais de
cinco cômodos, e esta situação era mais freqüente, nos domicílios de classe A e
entre pessoas com nível de escolaridade superior.
Este percentual, de 44%, correspondia exatamente ao dobro do índice de
residências com cinco cômodos (22%), o que demonstra que o tamanho do
imóvel era um sinalizador do nível socioeconômico dos moradores.

estudosFEBRAFARMA [ 19 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

44%

18% 22%
11%
1% 5%

1 2 3 4 5 Mais de 5
cômodo cômodos cômodos cômodos cômodos cômodos

Média: 4,9 cômodos


Base Amostra: 735

Notou-se que os resultados decresceram quanto menor o número de cômo-


dos, sendo que os moradores de casas pequenas – com um ou dois cômodos –
eram, obviamente, os de menor poder aquisitivo.

A B C D E
Média de cômodos 5,6 5,5 4,8 4,2 4,1

N NE CO SE S
Média de cômodos 4,6 4,8 5,0 4,9 5,1

A pesquisa preocupou-se também em conhecer a situação do ambiente em


que viviam os entrevistados, com relação, por exemplo, ao saneamento básico,
que poderia influenciar no fator saúde. A grande maioria dos entrevistados
(87%) declarou residir em imóveis com sistema de esgoto canalizado.
Nas macrorregiões, eram 97% dos domicílios da Região Sudeste contra
67% dos domicílios da Região Norte que possuíam sistema de esgoto canaliza-
do. A diferença também era perceptível por classes sociais: enquanto nos
domicílios de classe A o índice de canalização do sistema de esgoto chegava a
96%, na classe E era de 74%.

Fossa séptica
13%

Canalizado
87%

Base Amostra: 735

[ 20 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

Os domicílios que ainda utilizavam o sistema de fossa séptica – 13% do


total da amostra – eram principalmente os de classes mais baixas, sobretudo E
(26%), enquanto na classe A, o índice era de 4%, e os que habitavam a Região
Norte, 33% e a Centro-Oeste, 24%.

Poço
7%

Encanado
93%

Base Amostra: 735

Quanto ao sistema de abastecimento de água, em 93% das residências, era


utilizado o encanamento. Apenas 7% dos domicílios usavam água de poço,
principalmente na Região Norte do País (32%). Nas demais regiões, o índice
variou entre 1% (Sudeste e Sul), e até 11% no Centro-Oeste.

Hábitos em Relação à Saúde

POUCO MAIS do que a metade da amostra (56%) afirmou não haver incidên-
cia de pessoas com doenças crônicas na família.
Em 44% dos domicílios com doenças crônicas, a mais citada foi a hiperten-
são arterial (21%), seguida por diabetes (12%), asma/bronquite/tuberculose
(9%), insuficiência cardíaca (7%), colesterol alto (5%), úlcera (5%), câncer
(3%), osteoporose (2%), distúrbios psiquiátricos (2%), artrite (1%) e outras
doenças (6%).

estudosFEBRAFARMA [ 21 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

Hipertensão arterial/
21%
Pressão arterial/Pressão alta
Diabetes 12%

Asma/Bronquite/Tuberculose 9%

Insuficiência cardíaca 7%

Colesterol alto 5%

Úlcera/Gastrite 5%

Câncer 3%

Osteoporose 2%

Distúrbios psiquiátricos/Depressão 2%

Artrite 1%

Outras doenças 6%

Nenhuma 56%

Não sabe 0,1%

Multiplicidade: 1,3 doença/entrevistado


Base Amostra: 735

Cerca de metade da amostra (51%) mencionou que recorria a médicos


do convênio quando havia necessidade de uma consulta, principalmente nas
classes A e B (85% e 75%, respectivamente).
Uma parcela expressiva (38%) disse que utilizava o Sistema Único de Saúde
(SUS), principalmente nos domicílios das classes D e E (72% e 80%, respecti-
vamente).
Apenas 11% disseram ser atendidos por médicos particulares, com
destaque para as classes B e C (13% nos dois casos).

Médico particular, convênio


51%
com plano de saúde

Médico do SUS 38%

Médico particular,
11%
sem convênio
Base Amostra: 735

[ 22 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

Com relação à aquisição de medicamentos, 90% pagavam pelo medica-


mento com o próprio dinheiro. Este índice era levemente inferior nas classes D
e E (84% e 86%, respectivamente), em relação às demais classes, em que o
índice variou entre 92% e 93%. Parcelas muito pequenas mencionaram que
adquiriam os remédios através do SUS (5%) ou pelo convênio, por meio de
reembolso (5%).

Por conta própria 90%

Não compra, vai ao SUS 5%

Reembolso parcial
5%
pelo convênio
Base Amostra: 735

A grande maioria (83%) respondeu que efetuava a compra de medicamen-


tos conforme a necessidade da família. Já 10% da amostra encarregavam-se de
comprar remédios para os familiares com doenças crônicas e, eventualmente,
em situações de emergência.

A compra é feita para toda a neces-


sidade da família, de maneira regular 83%

A compra só é feita para os doentes


crônicos e em casos de emergência 10%

Só para doentes crônicos, e os casos


de emergência são atendidos no SUS 6%

Não há compra de medicamentos,


só os obtém via SUS 1%

Há compra, mas também ganha do


0,3%
SUS, na maior parte das vezes
Base Amostra: 735

A pesquisa levantou algumas questões que pudessem apontar os maus


hábitos que influenciam na saúde da população. As respostas mostraram que a
aquisição de refrigerantes e sucos pelas famílias foi superlativa: 95%, embora
também fossem expressivos os maus hábitos no consumo de bebidas alcoólicas
(42%) e cigarros (31%), prejudiciais à saúde. Quase um terço declarou que a
família tem o hábito de jogar na loteria.

estudosFEBRAFARMA [ 23 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

95%

42%
31% 32%

Refrigerantes Bebidas Cigarros Jogos de


e sucos alcoólicas loterias
Base Amostra: 735

Características da Compra dos Entrevistados

QUASE TRÊS, em cada cinco entrevistados (59%) disseram estar naquele


momento fazendo a compra de medicamento para si próprio. A compra para
outra pessoa ocorreu em 34% dos casos, elevando-se os percentuais na faixa
etária de 17 a 19 anos (47%), na classe E (44%) e na Região Norte (46%). Outros
7% estavam comprando os remédios para consumo próprio e de terceiros.

59%
Para consumo próprio
7% Para consumo de terceiros
34% Ambos
Base Amostra: 735

O valor médio da compra, incluindo todos os itens adquiridos (sejam


medicamentos ou outros produtos), foi de R$ 19,41, caindo expressivamente na
classe E (R$ 8,89). Nas classes A e B, o valor médio da compra foi de R$ 23,00.
Constatou-se que a maior média de gastos ocorreu na Região Centro-Oeste
(R$ 25,80) e a menor, na Nordeste (R$ 14,38).
Considerando apenas a compra de medicamentos, observou-se que a mé-
dia de gastos caiu em apenas 9% – de R$ 19,41 para R$ 17,71 –, o que significa
que a grande maioria dos freqüentadores entrava em farmácia para a compra
exclusiva ou preponderante de remédios.
Nas classes A e B, o valor médio da compra de medicamentos foi de R$
23,00 e R$ 22,00, respectivamente, enquanto na classe E limitou-se a R$ 8,50.

[ 24 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

R$
25,80
R$ R$ R$ R$ R$
R$ R$
19,41 R$ 19,38 20,92 R$ 20,77 20,32
18,45 R$ 19,30
17,71 R$ 17,33
14,38 13,61

Média Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Gasto total Gasto com medicamentos Base Amostra: 735

Confrontando os resultados entre as farmácias de rede e as independentes,


verifica-se que a maior média de gastos com a compra de medicamentos ocor-
reu nas primeiras: R$ 18,09 (rede) x R$ 16,30 (independentes).
Boa parte da amostra (56%) comprou apenas um item/medicamento na far-
mácia em que o entrevistado foi abordado no momento da pesquisa. Uma segun-
da parcela (22%) adquiriu dois produtos, e outra, menor (10%), adquiriu três
produtos. Os que compraram quatro ou mais itens somaram, juntos, 12% da
amostra. A média geral, portanto, foi de 1,9 itens comprados por entrevistado.

1 unidade 56%

2 unidades 22%

3 unidades 10%

4 unidades 5%

5 unidades 4%

6 unidades 2%

7 ou mais unidades 1% Média: 1,9 itens


Base Amostra: 735

Em 55% dos casos (considerando-se apenas um medicamento), a compra


foi prescrita pelo médico. No entanto, observou-se que é bastante alto o índice
da automedicação, pois 45% e 32% da amostra (considerando-se até três
medicamentos) adquiriram algum remédio por conta própria, destacando-se,
neste caso, os entrevistados de classes mais baixas.
Independentemente do medicamento e da respectiva quantidade adquirida, se
apenas um ou até sete, percebe-se que, em geral, a compra de remédio por prescrição
médica foi feita por 60% dos casos e em 40% deles, as pessoas se automedicaram.

estudosFEBRAFARMA [ 25 ]
FRANCISCO JOSÉ DE TOLEDO

1 Medicamento 55% 45% Base Amostra 735

2 Medicamentos 68% 32% Base Respondente 222

3 Medicamentos 68% 32% Base Respondente 78

4 Medicamentos 82% 19% Base Respondente 27

5 Medicamentos 75% 25% Base Respondente 8

6 Medicamentos 100% Base Respondente 2

7 Medicamentos 100% Base Respondente 2

Com prescrição médica Automedicação

Quanto à finalidade da aquisição do medicamento, a maior parte dos entre-


vistados (54%) mencionou que adquiria medicamentos regularmente para
tratamento. De qualquer modo, também foi expressivo o número daqueles
que estavam comprando o medicamento para tê-lo em casa (23%). Quase um
quarto declarou não ter necessidade de adquirir medicamentos regularmente.

Tratamento
54%
Não é adquirido
regularmente
23% Tê-lo em casa
23% Base Amostra: 735

A principal razão para a compra de determinada marca de medicamento


seguia uma determinação médica, de acordo com 54% dos entrevistados.
Outros 30% alegaram estar acostumados à marca.
Em menores proporções foram ainda citados, como motivos de fidelidade
à marca, a sugestão do balconista (6%), o preço (2%), a indicação de terceiros
(2%) e a propaganda (1%).

Ordem médica 54%


Acostumado à marca 30%
Sugestão do balconista 6%
Preço 2%
Indicação de familiares/Alguém indicou 2%
Propaganda 1% Base Amostra: 735

[ 26 ] estudosFEBRAFARMA
PERFIL, HÁBITOS E ATITUDES DE CONSUMIDORES DE
MEDICAMENTOS E PRODUTOS COMERCIALIZADOS EM FARMÁCIAS

A relação de medicamentos adquiridos e de doenças às quais se destinavam


é imensa para a apresentação neste livro. De qualquer forma, para orientação e
esclarecimentos, a seguir estão relacionados os 12 medicamentos mais compra-
dos pela amostra, com índices superiores a 1%.

Dorflex (4,2%) Novalgina (1,6%)


Tylenol (3,5%) Ampicilina (1,6%)
Anador (2,4%) Benegripe (1,5%)
Dipirona Sódica (2,0%) Coristina D (1,4%)
Cataflan (1,9%) Neosaldina (1,1%)
Aspirina (1,8%) Doril (1,1%)

PA R T E I I I

Comentários Finais

OS RESULTADOS desta pesquisa indicaram que o perfil do comprador de


medicamentos, e de outros produtos vendidos nas farmácias, é semelhante nas
diversas regiões brasileiras.
Os maiores desvios ocorreram na Região Norte, onde se verificou um com-
portamento parcialmente diferente das demais regiões. Evidentemente, tais
diferenças puderam decorrer da própria conjuntura socioeconômica, em
desvantagem em relação às demais.
Diferenças por classe social e grau de escolaridade também eram acen-
tuadas, registrando-se, naturalmente, um menor potencial de compra por parte
das pessoas de classes mais baixas e menos instruídas, independentemente da
região pesquisada.
Com relação às compras efetuadas nas farmácias, no momento da pesquisa,
os dados revelaram que, em média, 91% do valor total corresponderam aos gas-
tos com medicamentos. Portanto, o gasto com outros itens era pequeno e mere-
ceria uma investigação mais detalhada quanto aos hábitos de compra de produ-
tos não medicamentosos em farmácias.

estudosFEBRAFARMA [ 27 ]

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