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Do Recurso Especial
Frutal – MG
Abril/2011
Trabal
ho apresentado como parte das exigências
da disciplina Direito Processual Penal, Do
curso de Direito da Universidade do Estado
de Minas Gerais, ministrado pelo prof.
Antônio Alberto Lemos
Frutal – MG
Abril/2011
1. O Recurso Especial
Quando a Constituição Federal de 1988 entrou em vigor, transformou o
Supremo Tribunal Federal em Corte Constitucional, havendo assim, a necessidade de se
criar um Tribunal para processar e julgar as causas sobre questões de Direito
Infraconstitucional, ou seja, as causas das Justiças dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e as da Justiça comum Federal. Foi então que os Constituintes criaram o
Superior tribunal de Justiça.
O Recurso Especial (REsp) é respaldado na nossa Magna Carta, no artigo 105,inc. III,
alíneas a,b e c; é oponível quando “qualquer Tribunal Estadual ( Tribunal de Justiça,
Tribunal de Justiça Militar e ou Tribunal Regional Federal ) em única ou última
instância, proferir decisão que no texto das alíneas supra citadas in verbis: “ a) Contrarie
Tratado ou lei federal, ou, lhe negue vigência; b) Julgue válido ato de governo local
contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que
haja atribuído outro tribunal.”1
1 Vade Mecum/obra coletivade autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Paulo, Maria Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia
Céspedes.- 11. ed. Atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2010- Artigo 105,inc III, alíneas a,b e c.
Extraordinário ou do Recurso Especial. O que positivamente o autoriza ‘é a
questão de saber se a Constituição da República foi desautorada, se uma lei
federal ou um Tratado é válido e se houve julgamento contra essa
validade.”2
O segundo ponto a ser aclarado é o que diz o texto constitucional; “em única ou última
instância”-Cabe nesse sentido a súmula 281 do STF (análoga); suponhamos, v,g. o
réu,tivesse tido uma decisão contrária por maioria de votos, no Tribunal a quo, e
podendo ser admitido o recurso de embargos ou de nulidade, e, continuando nesta linha
de raciocínio a defesa, não interpondo um dos recursos aceitos, não poderá
posteriormente, interpor o Recurso Especial, eis que a última decisão que seria do órgão
competente ( que vem a ser o Tribunal hierarquicamente inferior) para julgar o recurso
ordinário não ocorreu.
É importante também que haja diferenciação dos termos constantes na alínea ‘a’ do
artigo constitucional supra citado, veja: ao uso do termo “contrariar”, tem-se o
significado e a aplicação da lei ou tratado de forma ‘errônea’, de modo diverso, em
discordância com o texto, ou seja: implicará na sua interpretação.
Seguindo ainda nesta alínea ‘a’ temos: “(...) ou negar lhes vigência”- aqui o problema
apresenta maior seriedade, pois, temos que o interprete desconsidera totalmente o texto,
ignorando sua existência.
Já que foi incumbido ao STJ, manter a hegemonia das leis federais e, por conseguinte, a
uniformização da jurisprudência e sobre o assunto vejamos o que dispõe o artigo 255 do
Regimento Interno do STJ ( RISTJ) § § 1º e 2º , in verbis:
2 TOURINHO FILHO, FERNANDO DA COSTA- Pratica de Processo Penal/ Fernando da Costa Tourinho Filho.-32. ed . –São Paulo: Saraiva, 2010.
a) Por certidões ou cópias autenticadas dos acórdãos apontados,
discordantes da interpretação de lei federal adotada pelo recorrido;
Por fim, não podemos esquecer que o STJ, vem reiteradamente exigindo o
prequestionamento para a interposição do Recurso Especial, nos moldes das súmulas
282 e 356 do STF, assim se houver uma decisão recorrida que não foi prequestionada
ou interposto embargos declaratórios a respeito, será inadmissível o Recurso Especial; a
competência para apreciar o REsp, em matéria penal, ou mesmo o ordinário
constitucional ( da alçada do STJ), é a 5ª ou a 6ª Turma que integram a Seção de
Direito Penal do STJ.
3 Vade Mecum/obra coletivade autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Paulo, Maria Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia
O erro de fato é menos pernicioso que o erro de direito. Com efeito, o erro de
fato, por achar-se circunscrito a determinada causa, não transcende os efeitos,
enquanto o erro de direito contagia os demais Juízes, podendo servir de
antecedentes judiciário.4
Portanto, não se pode negar que, a finalidade do recurso especial, se presta para
corrigir prejuízo sofrido pela parte em razão da errônea interpretação da lei, estando ela
legitimada a recorrer na busca da reparação de um agravo ao seu direito.
4. PROCEDIMENTO
4 TOURINHO FILHO, FERNANDO DA COSTA- Pratica de Processo Penal/ Fernando da Costa Tourinho Filho.-32. ed . –São Paulo: Saraiva, 2010. pag : 869
do cabimento do recurso interposto, e indicar as razões do pedido de reforma da decisão
recorrida.5
Traz o parágrafo único do art. 541 do CPC, que: “Quando o recurso fundar-se
em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão,
cópia autenticada ou pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão
divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na Internet, com indicação
da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem
ou assemelhem os casos confrontados”. (Redação dada pela Lei nº 11.341, de 2006).
5 TOURINHO FILHO, FERNANDO DA COSTA- Pratica de Processo Penal/ Fernando da Costa Tourinho Filho.-32. ed . –São Paulo: Saraiva, 2010. pag : 870
5. DENEGAÇÃO. RECURSO OPONÍVEL
Hoje com a alteração trazida pela lei 12.322/2010, se o recurso for denegado,
caberá agravo e não mais o agravo de instrumento, interponível no prazo de dez dias e
não no prazo de cinco dias como era antes. Assim, havendo denegação de recurso
especial, como de qualquer outro que deva subir as cortes superiores, o recurso oponível
é o agravo nos próprios autos. O novo regime mantém o recurso, mas alterou o
procedimento. A exigência da formação de instrumento (composto pelas peças
facultativas e obrigatórias arroladas no art. 544, §1º) cede lugar à simples interposição
da impugnação nos autos.
Por fim, é importante esclarecer que embora a nova lei haja alterado apenas o
Código de Processo Civil, estabeleceu o STF, mediante a resolução n.º 451, de 3 de
dezembro de 2010, que a nova matéria deverá ser observada também nos recursos em
matéria penal e processual penal.“Art. 1º A alteração promovida pela Lei nº 12.322, de
9 de setembro de 2010, também se aplica aos recursos extraordinários e agravos que
versem sobre matéria penal e processual penal.”“Art. 2° Esta Resolução entra em vigor
na data de sua publicação.”
Bibliografia
Vade Mecum/obra coletivade autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Paulo, Maria Cristina
Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes.- 11. ed. Atual. e ampl. – São Paulo : Saraiva, 2010
TOURINHO FILHO, FERNANDO DA COSTA- Pratica de Processo Penal/ Fernando da Costa Tourinho Filho.-32. ed . –São
Paulo: Saraiva, 2010.