Professional Documents
Culture Documents
A extinção dessa espécie vegetal (o pau-brasil) - não havendo neste período outro produto
extrativo de valor comercial - teve início com a plantação da lavoura canavieira, que nesse
período serviu de base e sustentação para a economia do Brasil.
Em áreas do sertão, onde as condições ambientais não eram favoráveis à expansão canavieira,
desenvolveu-se a grande propriedade voltada para pecuária de corte (praticada em pastos
naturais afastados do litoral) e também o abastecimento dos pequenos centros urbanos para o
fornecimento de animais de tração às áreas canavieiras.
Essa nova atividade foi responsável pelo aumento de áreas voltadas para agricultura de
subsistência e promoveu o aparecimento de propriedades de menores dimensões, dedicadas à
produção de alimentos, com fins comerciais. A prática da mineração ficou sob a forma de
garimpos, embora em áreas restritas e localizadas, o que contribuiu também para a
interiorização da ocupação do Brasil e provocou grandes alterações ambientais nas áreas onde
se deu de forma mais intensa.
De 1969 a 1999 ocorreu uma expansão na área cultivada, passou de 187 milhões para 250
milhões de hectares (34% a mais).
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./agropecuario/index.html&conteudo=./agropecuario/historico.html
A expansão da agricultura pelos estados das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil tem sido um tema muito
questionado pelos grandes vestibulares nos últimos anos. Em um ano perguntam sobre os cultivos de soja, no
outro, sobre as características do cerrado ou ainda a respeito do desmatamento amazônico provocado pelo avanço
da área cultivada. Assim, já é um tema que merece nossa especial atenção, vamos a um breve comentário.
Desde a década de 70, observa-se que a soja tem tomado conta de várias regiões agrícolas do nosso país, tendo
como ponto de partida os estados sulistas. Em tese, devido ao clima subtropical – marcado por médias térmicas
em torno de 18ºC e chuvas bem distribuídas ao longo do ano - predominante do sul do Brasil, a soja adaptar-se-ia
melhor nesta região, porém, pesquisas permitiram a ampliação dos tipos de sementes utilizadas no Brasil, de dez
para mais de cem espécies, em um período de pouco mais de 30 anos.
Em seu caminho rumo ao norte, a soja “escolheu” os quentes e planos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul como seus principais produtores na atualidade, tanto que o crescente de cultivos nesses dois estados faz do
Brasil, neste ano de 2003, o maior exportador mundial da soja.
Falar do avanço da soja nos referidos estados suscita uma abordagem natural, mais especificamente acerca do
tipo vegetacional lá predominante: o cerrado. Esta vegetação, caracterizada pelo predomínio de gramíneas, poucas
árvores, galhos retorcidos e cascas grossas, possui solos ácidos e, portanto, de baixa fertilidade, mas que têm
permitido boa produtividade agrícola devido a uma técnica simples de correção, conhecida como calagem. (Vale
lembrar que as condições naturais predominantes no Centro-Oeste brasileiro colaboraram para que, durante
séculos, a pecuária extensiva fosse atividade quase exclusiva).
O aumento da produtividade agrícola nas áreas centrais do Brasil provoca, não apenas a dinamização da economia
nacional, mas também colabora para o povoamento – entrada de migrantes sulistas - e desenvolvimento da infra-
estrutura local, com especial destaque para os meios de transporte voltados ao escoamento da produção agrícola.
Mas, como em tudo (ou quase tudo) há um porém, lá vai: o avanço, muitas vezes desmedido, das lavouras é
responsável por intensa destruição de ecossistemas, tanto que a periferia da Amazônia Legal já é uma das áreas
que mais sofrem com o processo de desmatamento. O chamado “Arco do
Desflorestamento” atinge, sobretudo, o centro-sul do Pará, norte do Mato
Grosso e Rondônia, chamando-nos a atenção para a importância de um
desenvolvimento sustentável.
(Professor Rodrigues)
A cultura da mandioca
A mandioca é uma planta perene, arbustiva, pertencente a família das Euforbiáceas. É bem tolerante
à seca e possui ampla adaptação às mais variadas condições de clima e solo. A parte mais importante
da planta são as raízes, ricas em fécula, utilizadas na alimentação humana e animal ou como matéria
prima para diversas indústrias. Originária do continente americano, provavelmente do Brasil, a
mandioca já era cultivada pelos aborígenes, por ocasião da descoberta do país.
A mandioca é fonte de caloria básica para 500 a 700 milhões de pessoas no mundo tropical,
particularmente para aquelas de menor poder aquisitivo. É cultivada em vários países, assumindo
grande importância social naqueles em desenvolvimento. O Brasil é um dos maiores produtores
mundiais, com uma produção superior a 20 milhões de toneladas.
A época de plantio se estende de maio a novembro. Entretanto, é necessário ficar atento para que o
solo tenha umidade suficiente para garantir a brotação das manivas. Os cuidados que devem ser
tomadas na implantação e condução da lavoura são: utilizar mudas sadias; realizar rotação de
culturas e mesmo de variedades; controle das plantas daninhas principalmente nos três primeiros
meses após o plantio, para estabelecer a cultura com o número e disposição de plantas adequados.
A cultura do feijoeiro
A cultura do feijoeiro constitui-se uma importante opção econômica para o modelo de agricultura
familiar. Fonte de proteína vegetal de baixo custo, é o alimento mais tradicional do Brasil.
No cenário mundial, o Brasil ocupa a posição de líder na produção de grãos. Aliado à baixa tecnologia,
a instabilidade do mercado comprador e a demanda cada vez mais exigente do consumidor, são
entraves a uma maior expressão da cultura no país. Devem ser consideradas , também, as
adversidades climáticas particularmente importantes para a cultura. Em função da falta de opções de
beneficiamento aliado à tradição do consumo “in natura”, o feijão ainda se ressente diretamente das
frustrações de safra que periodicamente são observadas na cultura.
Merecem destaque especial as considerações sobre o manejo da matéria orgânica nas áreas onde vai
ser cultivado o feijoeiro. Essa planta é uma das que respondem mais acentuadamente à adubação
verde e orgânica, e tem sido demonstrada a importância da presença de massa vegetal
semidecomposta no crescimento e produção do feijoeiro. Efeitos semelhantes aos da adubação verde
são obtidos com aplicação de estercos, compostos e tortas.
Resultados de pesquisa indicam que quando se aduba as plantas com nitrogênio mineral, sua
absorção máxima ocorre entre o florescimento e o período de enchimento dos grãos e a taxa máxima
de fixação do nitrogênio ocorre após o período médio de enchimento de grãos, sendo que o nitrogênio
proveniente da fixação é mais eficiente para a produção de sementes do que o nitrogênio mineral.
Conservação do solo
O solo, junto com a luz solar, o ar e a água, é uma das quatro condições básicas para a vida no
planeta. Os solos não são estáticos, encontram-se em contínuas modificações. As enxurradas
transportam as partículas do solo, desgastando a superfície da Terra. A erosão é a remoção das
partículas do solo das partes mais altas e o transporte e deposição destas partículas nas partes mais
baixas. No estado natural, a vegetação exerce um papel protetor, fazendo com que a remoção do
solo seja lenta, dessa forma ela é compensada pelos processos de formação do solo. Há, portanto, um
equilíbrio entre a remoção do solo e sua formação.
Quando o homem cultiva a terra esse equilíbrio pode ser rompido. Para cultivar o solo há necessidade
de se remover a vegetação natural e, geralmente, fazer o revolvimento do solo, embora se tenha
técnicas, como o sistema de plantio direto, onde essa operação é bastante reduzida. Quando essas
operações são realizadas sem o devido cuidado é apressada a remoção das camadas superficiais do
solo.
No Brasil a erosão causada pela ação das águas (hídrica) é mais importante que a erosão causada
pela ação dos ventos (eólica). Tipos de erosão hídrica: erosão laminar, erosão em sulcos e erosão em
voçorocas. Há várias práticas para diminuir e controlar a erosão do solo são práticas de caráter
vegetativo, mecânico e práticas onde são realizadas ações que melhoram as condições de nutrição do
solo e, assim, as planas conseguem se desenvolver melhores. Essas práticas não devem ser utilizadas
isoladamente, mas combinadas.
O presente texto aborda de forma introdutória dois temas normalmente pouco tratados no
Pantanal. O primeiro tema refere-se à agricultura familiar, já o segundo, ao produto de uma
política de reforma agrária implementada pelo Estado, os assentamentos rurais. Tratam-se de
assuntos dificilmente abordados há cerca de 25 ou 30 anos atrás mas que na atualidade
tornaram-se indispensáveis em reflexões acerca do desenvolvimento desta região sob a
perspectiva territorial.
A origem de assentamentos
Durante o ano de 2002, a Embrapa Pantanal desenvolveu uma ação de pesquisa denominada
Pré-diagnóstico Participativo de Agroecossistemas dos Assentamentos Paiolzinho e Tamarineiro
II, visando o aprofundamento de informações acerca dos assentamentos rurais de Corumbá e
seus impactos regionais. Esta ação de pesquisa, baseada na metodologia do Diagnóstico Rural
Participativo de Agroecossistemas, teve como objetivo central a busca de informações sócio-
econômicas e ambientais, assim como o planejamento participativo de ações que pudessem
contribuir no desenvolvimento integrado e sustentável local. As informações obtidas neste
estudo apontam para os principais elementos que motivaram a criação de oito assentamentos
rurais neste território, correspondendo ao número de 1.158 famílias assentadas, cerca de 5,2
% de sua população total (tabela 1). Neste sentido, mais do que um fato localizado, esta forma
de ocupação do território está associada a profundas transformações em curso naquele
contexto, em diversas regiões do país e, em especial, no Estado de Mato Grosso do Sul.
Num primeiro aspecto, o processo de modernização da agricultura levado a cabo pelo intenso
aporte financeiro por parte do Estado nas décadas de 60 e 70 e que garantiu a tecnificação e
quimificação no meio rural, mostrava sinais, já nos anos 80, de profundas mudanças sócio-
econômicas e ambientais percebidas no acirramento dos conflitos pela terra, na expulsão de
pequenos proprietários familiares, no aumento da concentração fundiária, na desestruturação
das relações de trabalho, e na exploração inadequada dos recursos naturais com a degradação
de imensas extensões de terra (Graziano Neto,1985; Delgado, 1985; Martine & Garcia, 1987).
O segundo aspecto que contribuiu para o surgimento dos assentamentos rurais está
relacionado à mobilização e organização dos trabalhadores rurais no interior dos movimentos
sociais. O que aconteceu de modo especial no Mato Grosso do Sul foi a confluência de
diferentes expressões do movimento de luta pela terra em ocupações, acampamentos, e
assentamentos rurais. Neste sentido, reuniram-se, nestas experiências, desde trabalhadores
rurais oriundos das lutas contra barragens, até antigos “brasiguaios” que lutavam pela
(re)inserção sócio-produtiva no país. Estes atores sociais, contando com o apoio de diversos
mediadores, dentre os quais, a Comissão Pastoral da Terra, foram responsáveis pelo processo
de territorialização do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST no
estado. Todos estes fatores contribuíram, conjuntamente, para a conformação de trajetórias
distintas de luta pela terra e foram verificadas em diversos relatos orais sobre as experiências
de assentamentos rurais em Corumbá. Vários agricultores assentados desta região passaram
por diferentes acampamentos no Mato Grosso do Sul, buscando a incorporação no Programa
Nacional de Reforma Agrária.
De modo específico, na região de Corumbá, outro fator parece ter igualmente contribuído para
a formação progressiva de novas demandas por terra, gerando a mobilização necessária para a
ocupação deste território mediante a criação de assentamentos rurais pelo governo federal.
Este fator corresponde à grande enchente de 1974 e, com ela, a inauguração de um novo ciclo
de cheias que provocou intensas transformações sócio-econômicas no Pantanal, dando início a
um processo de declínio da atividade pecuária nesta região. Com esta enchente, várias
fazendas que ocupavam anteriormente áreas secas foram tomadas pelas águas, inviabilizando,
em alguns casos, a continuidade desta atividade. Em conseqüência disto, muitos trabalhadores
rurais migraram para as cidades de Corumbá e Ladário. O período de 60 e 70, segundo o Plano
de Conservação da Bacia do Alto Paraguai - PCBAP, mostrou um acréscimo na ordem de
23.397 habitantes em Corumbá. Por outro lado, o período seguinte, de 70 a 80, evidenciou um
decréscimo de 742 habitantes neste mesmo município. Apesar deste decréscimo, a taxa de
urbanização manteve-se crescente no período citado, chegando a 86,7%, em 1991. Este
quadro, associado aos reflexos das mudanças provocadas pelo Estatuto do Trabalhador que
estendeu ao trabalhador rural os direitos concedidos ao trabalhador urbano, promoveu a
alteração do elemento estruturante das relações sociais em torno da fazenda pantaneira, ou
seja, a cordialidade, que fundamentava a relação patrão e empregado nestas unidades.
Diante do exposto, duas frentes migratórias deram o contorno populacional dos assentamentos
rurais de Corumbá e região nas últimas décadas: de um lado, trabalhadores rurais (antigos
bóias-frias, assalariados, arrendatários, etc.) migrantes expropriados pela modernização do
campo (monocultura da soja), organizados em torno do MST, e que estabeleceram vários
acampamentos na região sul do estado (Dourados, Caarapó, Mundo Novo, Itaquiraí, etc) ao
longo das décadas de 80 e 90. A outra frente, correspondeu à própria população pantaneira
(trabalhador rural das fazendas), assim como ex-proprietários expulsos pelas águas, antigos
posseiros e arrendatários que se tornaram, neste contexto, novos demandantes por terras
mediante o processo de reforma agrária, impulsionando, consequentemente, a criação dos
assentamentos rurais na parte alta de Corumbá.
_______________________________________________________
Fernando Fleury Curado (fcurado@cpap.embrapa.br) é pesquisador da Embrapa Pantanal na
área de sócio-economia.
O agronegócio é responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB), 42% das
exportações totais e 37% dos empregos brasileiros. Estima-se que o PIB do setor chegue a
US$ 180,2 bilhões em 2004, contra US$ 165,5 bilhões alcançados no ano passado. Entre
1998 e 2003, a taxa de crescimento do PIB agropecuário foi de 4,67% ao ano. No ano
passado, as vendas externas de produtos agropecuários renderam ao Brasil US$ 36 bilhões,
com superávit de US$ 25,8 bilhões.
Nos últimos anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no comércio
internacional do agronegócio quanto o Brasil. Os números comprovam: em 1993, as
exportações do setor eram de US$ 15,94 bilhões, com um superávit de US$ 11,7 bilhões.
Em dez anos, o país dobrou o faturamento com as vendas externas de produtos
agropecuários e teve um crescimento superior a 100% no saldo comercial. Esses resultados
levaram a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) a
prever que o país será o maior produtor mundial de alimentos na próxima década.
MODERNIZAÇÃO
Com uma população superior a 170 milhões, o Brasil tem um dos maiores mercados
consumidores do mundo. Hoje, cerca de 80% da produção brasileira de alimentos é
consumida internamente e apenas 20% são embarcados para mais de 209 países. Em 2003,
o Brasil vendeu mais de 1.800 diferentes produtos para mercados estrangeiros. Além dos
importadores tradicionais, como Europa, Estados Unidos e os países do Mercosul
(Argentina, Uruguai e Paraguai), o Brasil tem ampliado as vendas dos produtos do seu
agronegócio aos mercados da Ásia, Oriente Médio e África.
SUPERPRODUÇÃO
De 1990 para cá, a produção de grãos no Brasil cresceu 131%. Nesse período, a área
plantada ampliou-se apenas 16,1%, passando de 36,8 milhões para 43,9 milhões de
hectares. A abundância foi obtida, portanto, graças ao aumento de 85,5% no índice de
produtividade nessas últimas 13 safras. O rendimento das principais culturas agrícolas
saltou de 1,5 tonelada para 2,8 toneladas por hectare. Por trás desse avanço, estão as
digitais da pesquisa agropecuária, responsável pelo desenvolvimento de 529 novos
cultivares adaptados especificamente a cada clima e solo nas principais regiões produtoras
do Brasil. Pesaram também o emprego de técnicas mais avançadas e ambientalmente
corretas, como o plantio direto na palha, e o trabalho de correção de solos e recuperação de
áreas degradadas de pastagens e outras culturas.
Com pelo menos 90 milhões de terras agricultáveis ainda não utilizadas, o Brasil pode
aumentar em, no mínimo, três vezes sua atual produção de grãos, saltando dos atuais 123,2
milhões para 367,2 milhões de toneladas. Esse volume, porém, poderá ser ainda maior,
considerando-se que 30% dos 220 milhões de hectares hoje ocupados por pastagens devem
ser incorporados à produção agrícola em função do expressivo aumento da produtividade
na pecuária. O país tem condições de chegar facilmente a uma área plantada de 140 milhões
de hectares, com a expansão da fronteira agrícola no Centro-Oeste e no Nordeste. Tudo isso
sem causar qualquer impacto à Amazônia e em total sintonia e respeito à legislação
ambiental.
Ao mesmo tempo, a maior parte do território brasileiro está livre de doenças como
"Newcastle", que pode exterminar plantéis inteiros de frangos e até mesmo contagiar o
homem, e a peste suína clássica, letal para animais jovens. O país também não registra
qualquer caso de influenza aviária, a chamada "gripe do frango", um vírus altamente
contagioso que tem infectado aves na Ásia, América do Norte e Europa. No setor avícola, o
país é o segundo maior do mundo. Em suínos, tem a terceira maior população do globo.
ÁLCOOL E AÇÚCAR
A cana também é matéria-prima para extração de álcool. Cada tonelada de cana tem o
potencial energético de 1,2 barril de petróleo. Atualmente, o álcool movimenta 15% da
frota automotiva do país. Em 2003/20004, o Brasil produziu 14,4 bilhões de litros de
álcool. No ano passado, o volume de embarques bateu em 800 milhões de litros.
Combustível não-poluente, o álcool é um produto que cada vez mais interessa às nações
interessadas em reduzir a emissão de gases nocivos à saúde humana. Países como a China e
o Japão já manifestaram intenção de importar o combustível. A perspectiva é de que as
exportações de álcool dêem um salto espetacular nos próximos anos.
CAFÉ
Com uma área plantada de 2,2 milhões de hectares, o Brasil teve uma safra de 28,82
milhões de sacas em 2003/04. No ano passado, as exportações brasileiras do produto
chegaram a 1,43 milhão de toneladas, com faturamento de US$ 1,51 bilhão. Os principais
destinos foram Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão. O país detém 28% do mercado
mundial de café em grão in natura.
CARNES E COURO
A pecuária brasileira é hoje uma das mais modernas do mundo. O alto padrão da sanidade e
qualidade dos produtos de origem bovina, suína e de aves elevaram as exportações do
complexo carne a US$ 4,1 bilhões em 2003, com um aumento de 31% em comparação com
o resultado de 2002. Com isso, o Brasil passou a liderar o ranking dos maiores exportadores
de carne bovina e de frangos.
Em 2003, o país assumiu ainda a liderança do ranking dos maiores exportadores do setor
avícola, com crescimento de 20% em relação a 2002. As exportações brasileiras de frango
in natura e industrializado somaram US$ 1,8 bilhão, representando cerca de 2 milhões de
toneladas. A maior parte dos embarques foram para a Arábia Saudita, Japão, Países Baixos,
Alemanha, Rússia e Hong Kong.
O Brasil também registrou crescimento nas vendas externas de carne suína, que
aumentaram 12%, chegando a US$ 526 milhões - ou cerca de 550 mil toneladas. Rússia,
Hong Kong, Argentina, Cingapura e Uruguai foram os principais importadores da carne
suína brasileira.
As exportações de couros cresceram mais de 10,2% em 2003, saltando a US$ 1,06 bilhão.
O couro acabado foi o que apresentou o melhor resultado, ampliando seu volume de
negócios em 29,5%, o que correspondeu a quase US$ 469 milhões. Com isso, atingiu 44%
da exportação total de couros. As vendas externas dos produtos de couro foram de quase
US$ 1,4 bilhão no ano passado. Os calçados de couro representaram 91,5% das
exportações. Os Estados Unidos compraram 91,5% de todos os produtos de couros,
seguidos do Reino Unido e Canadá.
SOJA
Originária da China, a soja é hoje o principal grão do agronegócio brasileiro. O país é o
segundo maior produtor mundial da oleaginosa, com uma safra de 52 milhões de toneladas
e uma área plantada de 18,4 milhões de hectares na temporada 2002/2003.
A soja é conhecida há mais de cinco mil anos. No Brasil, chegou em 1882, quando foi
introduzida no tórrido território baiano. A partir de 1940, começou a ganhar importância na
agricultura. Passados quase 64 anos, transformou-se no maior destaque do agronegócio
brasileiro. No ano passado, o Brasil assumiu a liderança no mercado internacional do
complexo soja (grãos, farelo e óleo), com exportações de US$ 8,1 bilhões, 31% acima do
valor alcançado em 2002.
SUCOS e FRUTAS
Com uma fruticultura diversificada, o Brasil é um dos maiores pólos mundiais de produção
de sucos de frutas. No ano passado, as exportações do setor alcançaram US$ 1,25 bilhão.
Do total, 95,5% corresponde a suco de laranja, do qual o país é o maior produtor e
exportador. O setor gerou receitas cambiais de US$ 1,2 bilhão em 2003, um resultado
14,6% acima do valor vendido ao mercado externo em 2002. Os principais destinos foram
Bélgica, Países Baixos, Estados Unidos e Japão.
O Brasil é o terceiro pólo mundial de fruticultura, com uma produção anual de cerca de 38
milhões de toneladas. Em 2003, as vendas externas de frutas frescas alcançaram US$ 335,3
milhões, com um aumento de 39% em comparação aos US$ 241 milhões obtidos em 2002.
Neste ano, devem crescer algo em torno de 15%, chegando a US$ 375 milhões. Com isso,
torna-se cada vez mais factível a meta brasileira de elevar a US$ 1 bilhão as exportações de
frutas frescas até o final desta década.
Consciente do enorme potencial do país na área de fruticultura, com plenas condições de
ampliar sua participação do mercado internacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e os produtores do setor estão investindo em um sistema de cultivo de frutas
de alto padrão de qualidade e sanidade. É o programa de Produção Integrada de Frutas
(PIF), que prevê o emprego de normas de sustentabilidade ambiental, segurança alimentar,
viabilidade econômica e socialmente justa, mediante o uso de tecnologias não agressivas ao
meio ambiente e ao homem.
As frutas cultivadas no sistema de produção integrada vão para o mercado com um selo de
conformidade, atestando a sua qualidade e sanidade. Desde que foi implantada, a PIF
permitiu uma redução de 63% no uso de agrotóxicos nos pomares de manga; de 50% no
mamão; de 32% na uva; e de 30% na maçã.
PRODUTOS FLORESTAIS
As exportações de madeira e suas obras aumentaram 18,4%, passando de US$ 2,2 bilhões
em 2002 para US$ 2,6 bilhões em 2003. Os Estados Unidos é o principal comprador
brasileiro, absorvendo 44% das vendas. Outros importantes destinos foram Reino Unido,
China, Bélgica, França, Japão e Espanha.
ALGODÃO
O cultivo de algodão no Brasil deve dar um salto nos próximos anos. A expansão do plantio
indica que o país também poderá assumir papel de destaque na cotonicultura mundial. As
plantações têm crescido especialmente em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul
e na Bahia. Com alto grau de tecnologia, as lavouras de algodão apresentam resultados
animadores em termos de produção e produtividade.
Bebida sagrada para os povos indígenas da América, o cacau passou a ter importância
comercial no Brasil dos fins do século XVII. Embora tenha sido cultivado inicialmente no
Norte do país, o cacau só ganhou força depois de ser introduzido no sul da Bahia, onde
encontrou as condições naturais favoráveis para se expandir. Até hoje, a região é a principal
pólo de produção da cacauicultura, setor cuja trajetória teve importante participação na
economia e na política brasileira das últimas décadas. As exportações de cacau e seus
derivados aumentaram 55,4% em 2003, saltando de US$ 206 milhões em 2002 para US$
321 milhões no ano passado.
AGRICULTURA ORGÂNICA
A agricultura orgânica brasileira cresce a uma taxa anual de 20% e já tem grande
participação no mercado interno e, em breve, deve ampliar sua presença no mercado
internacional. A crescente demanda por produtos orgânicos está fortemente relacionada ao
aumento da exigência dos consumidores, internos e externos, com a qualidade dos
alimentos e com os impactos da agricultura sobre o meio ambiente. A expansão da
agricultura orgânica também pode ser atribuída ao desenvolvimento de um mercado mais
justo para produtores e consumidores, que é altamente gerador de empregos.
Em 2003, o Brasil aprovou uma lei específica para a agricultura orgânica. Ao mesmo
tempo, elaborou um plano de trabalho para executar o Programa de Desenvolvimento na
Agricultura Orgânica, contemplado no Plano Plurianual 2004-2007. Com isso, o governo
brasileiro valoriza o segmento, estruturando o gerenciamento físico e financeiro das ações
para a área.
Reconhecida como uma das grandes responsáveis pelo aumento da produção brasileira de
grãos, que atingiu 9,5% em 2003, a Embrapa lidera o Sistema Nacional de Pesquisa
Agropecuária (SNPA). Essa rede engloba, além das unidades de pesquisa e
desenvolvimento da empresa, centros de pesquisa agropecuária estaduais, algumas
universidades brasileiras e outras instituições privadas. Também fazem parte do sistema os
Laboratórios Virtuais no Exterior (Labex) da Embrapa, implantados atualmente nos
Estados Unidos e na Europa (França).
A atuação da Bahia Pesca está sendo fundamental para manter o ritmo de crescimento
do setor pesqueiro na Bahia.
Uma das mais importantes ações, o Mapeamento dos Recursos Pesqueiros Alternativos
foi pioneiro no país e possibilitou a criação de projetos para aumentar a quantidade do
pescado capturado e a identificação de espécies ainda não exploradas em nossa costa.
- Pesquisa para reconhecimento do potencial do mar da Bahia