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N.o 1358 maio director miguel coelho director adjunto silvino gomes da silva
opinião
ANTÓNIO VITORINO // FERRO RODRIGUES
José manuel dos Santos // RENATO SAMPAIO
A defesa do Estado
Social sustentável
editorial
é uma das
Miguel Coelho
diferenciações que
Ao desafio irrecusável do secretário-geral para dirigir o
separam o PS dos
“Acção Socialista” só posso corresponder com uma enorme
vontade de trabalhar para que o “AS” se afirme cada vez
mais como o jornal de todo o PS, de todos os militantes.
restantes partidos
Assumir esta responsabilidade em tempos de grande exi-
gência para o país e naturalmente também para o PS, im- ENTREVISTA DE MIGUEL COELHO E DUARTE MORAL
plica procurar fazer do “AS” um órgão difusor das nossas
propostas políticas, das nossas iniciativas, das nossas ac-
tividades partidárias e, não menos importante, um instru-
mento de promoção de reflexão e debate político.
Nesse sentido, alarga-se o espaço dedicado à informação e
difusão das propostas e iniciativas da nossa direcção nacio-
Na primeira grande entrevista ao “Acção Socialista”
nal e do Governo, tal como se “reforça” a nossa equipa de em muitos anos, Mário Soares reafirma a perenidade
colaboradores, convidando para colunistas permanentes
um conjunto de personalidades relevantes do PS que cer- dos valores do socialismo democrático, sublinha a
tamente contribuirão para uma plural e animada reflexão
sobre os temas políticos nacionais.
importância do Estado Social e aborda diferentes
A grande entrevista a uma personalidade de grande rele- aspectos da actualidade política nacional e internacional.
vo será, em regra, uma “obrigação” para esta equipa. Nada
mais nos honra do que começar com Mário Soares, o nosso Sobre o modelo de crescimento europeu, o ex-Presidente
fundador e principal referência.
O “AS” será também o “jornal de todos os militantes do PS
da República julga que a União será obrigada “a mudar de
e das suas estruturas”, procurando espelhar as inúmeras paradigma” e que os seus principais líderes “não estão
iniciativas que se desenvolvem em todo o país e elaboran-
do um conjunto de reportagens que partindo de temas lo- à altura das circunstâncias”.
cais sirvam para apontar um exemplo a seguir de entrega e
dedicação à causa pública. Assim, e para melhor servirmos
este objectivo, procuraremos solicitar o apoio das nossas
Federações para implementarmos uma rede de correspon-
dentes do “Acção Socialista”.
Porque este número surge em plena campanha eleitoral O PS acabou de cum- Revolução dos Cravos: PCP e a extrema-esquer-
– e não obstante o nosso jornal de campanha, “Defender prir 38 anos desde descolonizar, democrati- da. Os leitores do “Acção
Portugal”, que sai semanalmente – ela não nos pode pas- a sua fundação, em zar e desenvolver. Socialista” lembram-se,
sar ao lado. Mesmo correndo o risco de perder actualidade, Baden Münstereifel, na seguramente, da Fonte
procuraremos noticiar as iniciativas realizadas de maior Alemanha. Este PS tem Como líder do PS duran- Luminosa.
impacto e ajudar à difusão de informação sobre as acções cumprido o papel que le- te tantos anos, qual foi o
a desenvolver, procurando em simultâneo afirmar um con- vou à sua criação, ainda momento mais exaltante Nos últimos anos tem
junto de argumentos que poderão ser importantes para em plena ditadura? e o momento mais difícil batalhado contra o ador-
este combate diário até ao dia 5 de Junho. Acho que sim. O PS é um desse seu exercício? mecimento das ideolo-
Com a força do nosso secretário-geral, José Sócrates, com partido estruturante da Foi durante o PREC, quan- gias, contra uma certa
o empenho de todos os candidatos e com a mobilização democracia portugue- do o PS – aliado aos mili- normalização ou globa-
de todos os militantes socialistas para este combate pelo sa. Contribuiu, como ne- tares moderados – evi- lização das práticas go-
esclarecimento, contra a mentira e em defesa do Estado nhum outro, para a re- tou a guerra civil, para a vernamentais. Mas,
Social, no dia 5 daremos uma grande vitória a Portugal. alização dos três Ds da qual nos queria arrastar o nas últimas semanas,
3 entrevista
estas eleições, como portugueses? O socialismo União Europeia. Mas rega- Trata-se, com efeito, de uma
se sabe, eram evitáveis. Que sejam socialistas a sé- democrático é a nhou – com as suas posi- situação muito complexa e
Não acha descabido im- rio. Que acreditem no socia- ções internacionais – mui- particularmente imprevi-
putar a falta desse diá- lismo democrático, como a ideologia que pode ta da credibilidade perdida sível. Do ponto de vista do
logo ao PS e ao seu líder, ideologia que pode trazer trazer melhor no tempo de Bush. A morte Ocidente, a que pertence-
perante estas sucessivas melhor justiça social e mais justiça social e de Bin Laden, que era um mos, a situação mais peri-
recusas do PSD? bem-estar aos portugueses, mito para o mundo islâmi- gosa é a da União Europeia.
Sem dúvida. Sócrates já o ao mesmo tempo que lhes mais bem-estar co, deve ter aberto o cami- Está desacreditada e sem
disse inúmeras vezes e as dá a liberdade e o apro- nho a um segundo mandato rumo, com os egoísmos na-
pessoas já assimilaram o fundamento dos Direitos mais tranquilo. Oxalá que o cionalistas, tão perigosos, a
que se passou. Agora, jul- Humanos. consiga, porque o Ocidente voltar à superfície, entre os
go, o que querem é saber e o Mundo precisam de um Estados-membros, que pa-
como vamos vencer a crise, O Dr. Mário Soares foi líder da qualidade humana e recem ter perdido o sentido
diminuir o desemprego, o um entusiasta da eleição política de Obama. da solidariedade, um dos
trabalho precário e as desi- de Barack Obama como valores fundamentais do
gualdades sociais. É, quan- Presidente dos EUA. Que A guerra na Líbia, a elimi- projecto europeu. Nesse as-
to a mim, o que o país quer balanço é que faz hoje da nação de BIn Laden, uma pecto a reeleição de Barack
ouvir. presidência Obama e da situação ainda militar- Obama, por mais quatro
influência dos EUA na po- mente instável no Iraque anos, constitui seguramen-
Um pergunta muito di- lítica internacional? e no Afeganistão, uma te uma garantia. Como a
recta: entre José Sócrates Continuo a ser um admira- União Europeia que, ape- consciência crescente dos
e Pedro Passos Coelho, dor de Barack Obama que sar das mudanças intro- Povos Europeus de que
quem acha que estará surgiu na politica mundial duzidas pelo Tratado de é preciso salvar o euro, o
melhor preparado para como um verdadeiro e ines- Lisboa, parece continuar Tratado de Schengen e mu-
enfrentar os grandes de- perado fenómeno. É um hu- sem uma voz única, acti- dar de paradigma, para a
safios que se vão continu- manista, com uma extra- va e reconhecida à escala sobrevivência do projecto
ar a colocar a Portugal? ordinária lucidez política, mundial, uma China em europeu, ao contrário do
Sou socialista e, portanto, como há muito não se via rápido crescimento como que sucede com os autis-
suspeito. Por isso, acho a nos Estados Unidos. Mas potência internacional, tas e medíocres líderes po-
sua pergunta provocatória não pode fazer milagres, uma Rússia que parece líticos e económicos euro-
e de mau gosto. É óbvio que tendo como tem uma opo- ainda hesitante para que peus, que se têm revelado
o melhor preparado é José sição republicana excessiva- lado há-de cair. Como é incapazes de ter uma visão
Sócrates. mente agressiva e retrógra- que, para lá deste cená- progressista de futuro. Só
da. A crise global ainda não rio de crise económica in- sabem ver a curto prazo,
Que mensagem gosta- passou nos Estados Unidos, ternacional, o Dr. Mário segundo os seus interesses
ria deixar neste mo- embora tenha abrandado Soares analisa a actual si- nacionalistas mais mesqui-
mento aos socialistas um pouco. Mais do que na tuação internacional? nhos...
5 nacional
Não se pode, pois, dar guarida aos que pretendem que aque-
4 Nossa Senhora de Fátima 8 São João de Deus Alto do Pina
le Memorando de Entendimento uniformiza as opções po-
Benfica
17
líticas e coloca no mesmo saco as diferentes propostas dos
partidos políticos. De igual modo há que sublinhar que os
próprios termos daquele Memorando não representaram a
23 Campolide São Jorge de Arroios
15 Beato
Coração de Jesus
9 Pena
Anjos
obter, escondendo por detrás das dificuldades financeiras
do País o seu programa político que sabe não corresponder
São Mamede
Santa Isabel
Santo Condestável Santa Engrácia
São José
Graça
12
Santa Justa
Socorro
10
16 São Vicente de Fora
nem às aspirações nem aos anseios dos portugueses!
2
Nos tempos de crise, nos momentos difíceis, o PS soube
Ajuda Mercês São Cristovão e São Lourenço Castelo
3 Alcântara Lapa
Santa Catarina Encarnação Sacramento
Santiago Santo Estevão
Mobilizar
energias
e vontades
para defender
Portugal
A verdadeira escolha
em 5 de Junho é entre Sete desafios estratégicos
a nossa agenda e a da direita 1º o aumento da escolarização dos jovens,
na perspectiva do cumprimento da escolaridade
obrigatória até ao fim do ensino secundário.
um grande
congresso do ps
Renato Sampaio
O Congresso demonstrou bem a força do do Governo Português na condução da po-
PS, foi um Congresso mobilizador e mobili- lítica de negociação com a UE.
zado, com excelentes intervenções, de uni- O cumprimento das metas de consolidação
dade e com propostas firmes para Defender e estabilização das finanças públicas
Portugal e Construir o Futuro. Um compromisso de defesa do Estado
A irresponsabilidade das oposições derru- Social e comprometido com o Serviço
baram o Governo do PS, mas levantaram o Nacional de Saúde, com a defesa da escola
partido. pública, com a protecção social e contra a
Ficaram assim desiludidos aqueles que precariedade do emprego.
pensaram e prognosticaram que seria um Um compromisso de prosseguir o ímpeto
congresso de um partido derrotado, sem reformista dos últimos anos.
chama e centrado na coisa mesquinha dos Neste Congresso foi dado o tiro de partido
lugares ou que questionasse o seu líder e para o combate eleitoral que vamos travar
primeiro-ministro, José Sócrates. e nos levará à vitória em 5 de Junho.
Enganaram-se, e, por isso, foi um Congresso Os socialistas estão todos convocados
de unidade na pluralidade em que esteve para este combate, ninguém pode ficar de
ausente a discussão estéril da luta por lu- fora, para Defender Portugal e Construir o
gares, onde foi patente a afirmação dos ide- Futuro.
ais de um partido da esquerda democrática, E o futuro constrói-se com esperança, com
solidário, fraterno e a falar para o país. determinação e desprendimento.
Este Congresso realizou-se num tempo di- O PS não desejou estas eleições, mas não as
fícil, de incerteza e de intranquilidade, mas teme e tem todas as condições e a obriga-
os socialistas souberam estar à altura do ção de lutar por uma vitória e vencer.
momento. Porque temos um projecto responsável e
O mundo está perigoso, Portugal está a so- claro e temos um líder com coragem e com-
frer os efeitos da crise internacional e agra- batividade, com determinação e capacida-
vados pela irresponsabilidade e sofregui- de de resistência.
dão pelo poder dos líderes da oposição E temos a ambição e vontade de servir
Agora, os grandes responsáveis da crise in- Portugal.
ternacional – os mercados e especuladores Confiamos em Portugal e nos portugueses.
financeiros – querem ser os principais res- Não nos escondemos atrás de uma cor-
ponsáveis, por isso a ataque à nossa divida tina de silêncios, não temos uma agenda
soberana. escondida e não cedemos ao populismo
E em Portugal têm os seus aliados, a nossa eleitoralista.
oposição à direita com a cumplicidade do Saímos deste Congresso unidos, revigora-
radicalismo à nossa esquerda. dos e mobilizados para passar a mensagem
Muitos questionaram o que sairia deste do PS e convencer as portuguesas e os por-
Congresso. tugueses de esquerda a não desperdiçarem
E deste Congresso saiu um compromisso a oportunidade de seu voto decidir o seu
firme, claro e inequívoco com Portugal e futuro.
com os portugueses. Daqui, do Norte e do Distrito do Porto, o PS
A assunção da responsabilidade por parte parte para a vitória.
10 congresso
José Lello
Comissão Política Nacional
Eleita em Comissão Nacional de 17 de Abril de 2011
Augusto Santos Silva
Afonso Candal João Azevedo
Alberto Costa João Carlos Gouveia
Alberto Martins João Paulo Pedrosa Idália Salvador Serrão
Álvaro J. Neves da Silva João Soares
Alzira Serrasqueiro Jorge Lacão
Ana Catarina Mendes José Botelho Francisco Assis
Ana Maria Rosa Martins Gomes Manuel Pizarro
André Bradford Marcos Perestrello
Fernando Medina
António Braga Maria Amélia Antunes
António Costa Maria Antónia Almeida Santos
António Fonseca Ferreira Maria da Luz Rosinha André Figueiredo
António Joaquim Pires da Silva Maria de Belem Roseira
António José Seguro Maria do Carmo Sequeira
António Magalhães Maria Isabel Sena Lino João Tiago Silveira
António Vitorino Maria Salomé Rafael
Artur Cortez dos Santos Miranda Calha
Bernardo Trindade Mota Andrade Helena André
Capoulas Santos Óscar Ciríaco Teixeira
Carlos Zorrinho Paula Barros
Pedro Marques
Castro Fernandes Paulo Campos
Correia de Campos Paulo Pedroso
Duarte Paulo Brazão Gouveia Pedro Miguel Lopes Martins Secretários
Nacionais adjuntos
Edmundo Pedro Rosa Maria Albernaz
Eduardo Cabrita Rosalina Martins Fernando Serrasqueiro
Euridice Pereira Rui Paulo Figueiredo
Ferro Rodrigues Samuel Pedro da Silva Cruz
Joaquim Raposo
Francisco Cesar Sérgio Sousa Pinto
Guilherme Pinto Sónia Fertuzinhos
Henrique Ferreira Susana Amador
Isabel Santos
Hortense Martins Tânia Sofia Andrade Gonçalves
Ines Drumont Vera Jardim
Isabel Oneto Vieira da Silva Vitalino Canas
Jamila Madeira
11 nacional
O papel devastador e
Acordo com a troika
pró-especulação das mais gravoso que o PEC IV
agências de rating não pode Na sequência do chumbo do
chamado PEC IV na Assembleia
relevantes;
4. TGV Lisboa-Porto só avan-
menos valias, período de
reporte de prejuízos pas-
ser ignorado da República e a consequen-
te deterioração das condi-
çará depois de 2014;
5. Não haverá financiamen-
sa para três anos, limitação
do tratamento fiscal das
ções de financiamento da to público ou garantias compras de veículos por
economia portuguesa, o primei- do Estado para o Novo empresas);
ro-ministro dirigiu a 6 de Abril Aeroporto; 7. Harmonização do regime
à Comissão Europeia um pedido 6. Aumento das taxas mo- fiscal das pensões, aproxi-
de assistência financeira. deradoras e redução das mando aos trabalhadores
A Crise Portuguesa O Governo, como era seu dever,
negociou com os representantes
isenções;
7. Redução do subsídio de de-
do activo;
8. Garantindo-se o aumento
da Comissão Europeia, do Banco semprego para 18 meses, das pensões mais baixas, ve-
Central Europeu e do Fundo (embora os dias de subsí- rificar-se-á o congelamento
O Mundo Monetário Internacional o con-
junto de medidas que veio a in-
dio a que cada pessoa teria
direito até ao momento de
de pensões;
9. Reduções nas pensões aci-
tegrar depois do Memorando aprovação da lei estejam ga- ma dos 1500 euros, de for-
e a Europa
de Entendimento assinado com rantidos para o futuro); e do ma progressiva, tal como
estas entidades. A negociações, valor para não mais que 2,5 aconteceu nos salários;
conduzidas pelo Executivo li- vezes o IAS, que se reduz ao 10. Combate à evasão fis-
Ferro Rodrigues derado por José Sócrates, tive-
ram como objectivo defender o
longo do tempo (10%);
8. Alterações ao Código do
cal e criação de mecanis-
mos de reforço do controlo
interesse nacional e a economia Trabalho no que respeita ao orçamental;
portuguesa. conceito de inadaptação e 11. Redução do Orçamento da
A principal origem da crise portuguesa é a crise financeira inter- despedimento por extinção Educação (agrupamentos,
nacional, que arrancou em 2007 e foi clara em 2008. I. O Governo garantiu, após do posto de trabalho; central de compras, contra-
uma intensa negociação, que 9. Aplicação aos contratos em tos de associação);
A crise financeira internacional, a mais grave desde 1929, foi cau- a maior parte medidas que vigor das novas regras de 12. Limitação de entradas de
sada pela ilusão neoliberal de auto-regulação dos mercados fi- insidiosamente apareceram indemnizações por cessa- funcionários públicos (com
nanceiros, pela explosão nos Estados Unidos do crédito fácil as- veiculadas na comunicação ção de contrato acordadas o objectivo agora definido
sente na ideia absurda de constante valorização dos patrimónios social não constam do me- em concertação social; de redução de 1% na admi-
e pela chamada inovação financeira de derivados que se vieram morando de entendimen- 10. Redução do número de nistração central e 2% na
to entre Portugal e a troika. Municípios e do número de administração local, sem re-
a revelar como activos tóxicos. Assim: Freguesias; curso a despedimentos);
O papel devastador e pró-especulação das agências de rating, 11. Aumento dos rácios de sol- 13. Medidas para o reforço do
altamente responsáveis pela crise ao abençoarem esses activos 1. Não haverá redução de vabilidade para 9% no fi- sector bancário (redução
tóxicos e as instituições que os tinham em carteira, que fizeram salários; nal de 2011 e 10% no final das necessidades de finan-
da dívida pública dos países da periferia europeia um alvo, não 2. Não haverá redução do 13º de 2012, e a linha de garan- ciamento, garantia de liqui-
mês nem do 14.º mês, nem tia do Estado será reforça- dez, aumentos de capital);
pode ser ignorado. para os trabalhadores, nem da para 35 mil milhões de 14. Avaliação das Parcerias
A União Europeia, onde o Conselho bloqueou a Comissão, e o para os reformados; euros. Público-Privadas;
Ecofin substituiu o Conselho ajudou ao ataque aos PIGS – sigla 4. É garantido o aumento das 15. Redução despesa no Sector
criada em contraposição aos BRICS pela imprensa anglo-saxónica. pensões mais baixas, como III. Em relação aos objectivos Empresarial do Estado (re-
Na verdade, no último ano, abundam os exemplos que apontam estava previsto no PEC IV; de redução do défice, da nego- dução custos operacionais,
5. Não há despedimentos li- ciação resultou também um tectos máximos de despe-
nesse sentido: vres, nem despedimentos esforço mais faseado, de acor- sa, redução indemnizações
• O programa de assistência à Grécia, leonino e imbecil, e que já sem justa causa; do com o seguinte calendário: compensatórias, tectos de
está a ser revisto; 6. A Segurança Social pública dívida)
• A incapacidade de transformar o Fundo Europeu de foi preservada; 2011 - 5,9% (era 4,6%) 16. Redução de 15% dos diri-
Estabilização Financeira de fundo assistencial após o rebentar 7. O SNS público foi defendido; 2012 - 4,5% (era 3%) gentes e fusão de serviços
8. A Escola Pública foi 2013 - 3% (era 2%) da administração pública.
de crises financeiras gravíssimas, em fundo preventivo com ca- garantida; 2ª fase do PRACE. PRACE
pacidade de intervenção nos mercados e na emissão de obriga- 9. Não há redução do salário IV. Foram incluídas no Acordo para autarquias;
ções de fundo punitivo em fundo de apoio; mínimo, podendo aumentar as seguintes medidas que 17. Redução de transferências
• As taxas de juro impostas aos países alvo de assistência, supe- com avaliações; também já estavam previstas para autarquias e regiões
riores às do FMI, como agora volta a acontecer com Portugal; 10. Não há privatização da CGD. no PEC IV : autónomas;
18. Promoção da flexibilidade e
• A revisão dos critérios de perímetro da despesa no pior mo- II. A base do Acordo foi o PEC 1. Congelamento do cresci- mobilidade na administra-
mento, o que teve como consequência o aumento na secretaria IV previamente apresenta- mento despesa; ção pública;
do défice público português de 6.8% para 9,1%; do pelo Governo Português 2. Congelamento de au- 19. Saúde [aplicação da condi-
as afirmações de que Portugal devia ter pedido apoio há mais às instituições europeias. mentos na função pública ção de recursos nas taxas
tempo, escamoteando que Comissão e BCE trabalharam inten- Porém foi necessário aceitar 2012-2013; moderadoras, corte de 2/3
medidas que podiam ter sido 3. Reestruturação das taxas do das deduções fiscais na saú-
samente com Governo português, há pouco mais de um mês na evitadas se a oposição não ti- IVA; de; reduções nos subsiste-
preparação do PEC 4; vesse chumbado o documen- 4. Aumento do imposto auto- mas; prescrição electrónica];
• As intrigas para jornais e revistas muito influentes nos merca- to e lançado o país para uma móvel, aumento do imposto 20. Mercado laboral [reforma
dos, contra a Grécia para já, insinuando a inevitabilidade de rees- crise política desnecessária. sobre tabaco; do subsídio de desemprego
truturação da dívida e mesmo de saída do euro, agravando siste- O Acordo contempla as solu- 5. Cortes nas deduções e bene- e conteúdo do já acordado
ções seguintes: fícios fiscais no IRS (limites em concertação social sobre
maticamente a situação da dívida grega nos mercados. máximos para saúde, edu- indemnizações e fundo para
Em suma, se é verdade que Portugal era um dos elos mais fra- 1. Aumento do IVA sobre elec- cação e habitação, progres- as indemnizações];
cos no processo de globalização com o alargamento da União tricidade e gás; sivo por escalão de IRS); 21. Reformas estruturais já pre-
Europeia e a entrada no euro, devido à anemia no crescimento 2. Redução das isenções de 6. Cortes nos benefícios fis- vistas no PEC IV: mercado de
e ao rápido aumento da dívida externa, privada e pública, é tam- IMI; cais e regimes especiais no trabalho; sistema judicial;
3. Não serão lançadas novas IRC (eliminação de taxas mercado de arrendamento
bém um facto que a crise internacional e a ausência de vontade Parcerias Público-Privadas especiais, eliminação de e reabilitação urbana; ener-
política solidária foram decisivas para o rápido agravamento das e será feita uma avalia- isenções fiscais subjectivas, gia; saúde; transportes; ser-
nossas condições de financiamento. ção dos 20 contratos mais redução das deduções por viços; concorrência.
13 ps notícias
BREVES
Socialistas de
Matosinhos apelam
à mobilização
A Comissão Política Conce
lhia do PS/Matosinhos re-
alizou, nas freguesias de
Guinfões e Custóias, encon-
tros de reflexão sobre diver-
sas temáticas estruturantes
do município, designada-
director Miguel Coelho // director-adjunto Silvino Gomes da Silva // conselho editorial Duarte Moral, Paulo Noguês // readacção J.C. Castelo Branco, Mary
Rodrigues, Rui Solano de Almeida // colunistas permanentes António Vitorino, Carlos Zorrinho, Ferro Rodrigues, Francisco Assis, Marcos Perestrello, Renato
Sampaio // layout, paginação e edição internet Gabinete de Comunicação do Partido Socialista // redacção, administração e expedição Partido Socialista,
Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa; Telefone 21 382 20 00, Fax 21 382 20 33 // depósito legal 21339/88 // issn 0871-102X // impressão Mirandela, Artes
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http://phplist.ps.pt/listas/accaosocialistanahora.html
14 ps notícias
Setúbal
B R E V E S Federação
Clube A Linha
junta
Jantar-debate
“O futuro do socialis-
fundadores
mo democrático em Fundadores do PS, dirigentes e militantes
Portugal é ganhar elei- de base estiveram presentes num jantar
ções a 5 de Junho”, afir- promovido pela Federação de Setúbal, em
mou Francisco Assis no Fernão Ferro, para prestar homenagem aos e num período histórico em que se aviltam
jantar-debate de Maio camaradas que se filiaram em 1974. Uma valores, se esquecem princípios e se arra-
do Clube da Linha, em iniciativa onde se comemorou também o sa a história, é importante os militantes
que também estiveram presentes o presidente da FAUL, aniversário do nosso partido, o 25 de Abril que, ao longo de 37 anos de vida democrá-
Marcos Perestrello, e o director do “Acção Socialista”, e o 1º de Maio. tica, têm sido intérpretes de valores, prin-
Miguel Coelho, entre largas dezenas de camaradas e sim- Na sessão usaram da palavra Mário Soares cípios e de um projecto de sociedade soli-
patizantes socialistas. e o presidente da Federação, Vítor Ramalho. dário”, recordando ainda que “Setúbal é um
O líder parlamentar do PS apontou a valorização da protec- O ex-Presidente da República fez um bre- distrito de trabalho, de trabalhadores e de
ção social como sendo um elemento “absolutamente dife- ve historial do percurso do PS desde a sua esquerda”.
renciador” face à direita, sustentando que “a esperança e a fundação, afirmou estar convicto da vitória Entre as cerca de cinco centenas de mili-
confiança” têm em Portugal o nome do “socialismo demo- do partido nas eleições legislativas de 5 de tantes e simpatizantes socialistas presen-
crático e do PS”. Junho, mas reiterou o apelo ao diálogo in- tes, destaque para os fundadores do par-
O também cabeça de lista pelo Porto garantiu que o PS terpartidário face à gravidade da situação tido, como Mário Soares, Maria Barroso,
se continuará a bater pela mudança, pela reforma e pela do país e à necessidade de respostas com Roque Lino, José Neves, Fernando Costa,
transformação da sociedade e a procurar, num clima de co- ampla base de apoio face à actual crise. Nuno Godinho de Matos, Manuel Pedroso
operação, as melhores propostas e soluções para os proble- Já Vítor Ramalho referiu que “numa altura Marques e Rodolfo Crespo.
mas que se colocam ao país nesta difícil conjuntura econó-
mica e financeira.
Oeiras
Cabeças de lista do PS
Estes são os
nosso rostos que Açores Lisboa
encabeçam as listas Ricardo Rodrigues Ferro Rodrigues
do PS às eleições
legislativas de
5 de Junho.
A sua aprovação em Aveiro Madeira
Helena André Jacinto Serrão
Comissão Política
Nacional, numa
reunião que durou
pouco mais de uma Beja Portalegre
hora, culminou Pita Ameixa Pedro Marques
um processo
muito participado
que envolveu as
concelhias Braga Porto
António José Seguro Francisco Assis
e as federações
distritais do
Partido Socialista.
Bragança
Mota Andrade Santarém
António Serrano
Faro Viseu
João Soares José Junqueiro
Guarda Europa
Paulo Campos Paulo Pisco
LISBOA 3 DE JUNHO
16H DESCIDA DO CHIADO/BRASILEIRA
19H COMÍCIO PARQUE DAS NAÇÕES
PALA DO PAVILHÃO DE PORTUGAL