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INSTITUTO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

TRATAMENTO DE CISTO SINOVIAL


PELA ACUPUNTURA E MAGNETOTERAPIA
ESTUDO DE CASO

KARINA PAITACH DE OLIVEIRA

RIBEIRÃO PRETO
2010
2

INSTITUTO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA

TRATAMENTO DE CISTO SINOVIAL


PELA ACUPUNTURA E MAGNETOTERAPIA
ESTUDO DE CASO

KARINA PAITACH DE OLIVEIRA

Monografia apresentada ao Instituto Brasileiro


de Acupuntura de Ribeirão Preto – SP, como
exigência parcial para obtenção do título de
Especialização em Acupuntura.

RIBEIRÃO PRETO
2010
3

BANCA EXAMINADORA
4

Dedico esta monografia a minha mãe!


Pela paciência, confiança e por
ter me ajudado a realizar este sonho.
5

AGRADECIMENTOS

Serei eternamente grata a minha família - Val, Gabriela, Juliana e Lauren.


Agradeço também aos professores e funcionários do IBRAMRP,
pelo carinho e atenção de todos.
6

“A Verdade é uma terra sem caminhos”


Jiddu Krishnamurti
7

RESUMO

OLIVEIRA, K. P. Tratamento de Cisto Sinovial pela acupuntura e magnetoterapia: estudo


de caso. Monografia de especialização. Ribeirão Preto, SP: Instituto Brasileiro de
Acupuntura, 2010.

A busca por tratamentos menos agressivos vem aumentando a cada dia. Com isso a Medicina
Tradicional Chinesa está ganhando espaço como uma terapêutica eficaz para diversos tipos de
males. Uma das maiores causas da busca para tratamentos são problemas musculoesquelético
de membros superiores. Este trabalho apresentou um estudo de caso de caráter qualitativo que
mostrou os efeitos da acupuntura e magnetoterapia em uma paciente com cisto sinovial na
região do punho direito face dorsal. Esta pesquisa teve como objetivos comprovar a eficácia
da acupuntura e da magnetoterapia no tratamento deste distúrbio. Foram realizadas 10 sessões
de acupuntura e magnetoterapia. O cisto localizado na região do punho desapareceu
completamente, a paciente voltou a movimentar a mão sem dor. Ao final do estudo, pôde-se
observar que a acupuntura e a magnetoterapia são eficazes, não só no tratamento de cisto
sinovial, mas também no auxilio do equilíbrio geral da do organismo, pois outras queixas da
paciente, como insônia, também apresentaram melhora considerável.

Palavras Chaves: Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntuta, Magnetoterapia, Cisto


Sinovial.
8

SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 9


2.0 OBJETIVO ..............................................................................................................................................10
3.0 TEORIAS DE BASE DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA......................................................11
3.1 O TAO, O QI E A TEORIA DO YIN E YANG ...................................................................................................11
3.2 A TEORIA DOS 5 ELEMENTOS ..................................................................................................................14
3.3 TEORIA DOS MERIDIANOS E OS PONTOS DE ACUPUNTURA .......................................................................17
3.3.1 Tratamento pelos Vasos Maravilhosos ...........................................................................................20
3.3.2 Tratamento pelos Pontos Shu Antigos.............................................................................................23
3.4 DIAGNÓSTICO EM MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ..............................................................................25
4.0 MAGNETOTERAPIA E MEDICINA TRADICIONAL CHINESA......................................................28
4.1 BREVE HISTÓRICO DA ENERGIA MAGNÉTICA ..........................................................................................28
4.2 ENERGIA MAGNÉTICA E A SAÚDE ...........................................................................................................28
4.3 MAGNETOTERAPIA .................................................................................................................................29
5.0 SAÚDE E DOENÇA NA VISÃO DA MEDICINA CHINESA ...............................................................31
5.1 O EQUILÍBRIO NA MEDICINA CHINESA ....................................................................................................31
5.2 MEMBROS SUPERIORES – PUNHOS E MÃOS ..............................................................................................31
5.3 CISTO SINOVIAL.....................................................................................................................................32
6.0 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................................................34
6.1 ABORDAGEM UTILIZADA ........................................................................................................................34
6.2 CARACTERIZAÇÃO DO PACIENTE E HMA ................................................................................................34
6.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ....................................................................................................35
6.4 MATERIAL .............................................................................................................................................35
6.5 MÉTODO ................................................................................................................................................35
6.6 TRATAMENTO EFETUADO .......................................................................................................................36
6.7 DESCRIÇÃO DAS SESSÕES .......................................................................................................................37
6.7.1 Sessão 1.........................................................................................................................................37
6.7. 2 Sessão 2........................................................................................................................................38
6.7. 3 Sessão 3........................................................................................................................................39
6.7. 4 Sessão 4........................................................................................................................................40
6.7. 5 Sessão 5........................................................................................................................................41
6.7. 6 Sessão 6........................................................................................................................................42
6.7. 7 Sessão 7........................................................................................................................................43
6.7. 8 Sessão 8 .......................................................................................................................................44
6.7. 9 Sessão 9 .......................................................................................................................................45
6.7. 10 Sessão 10 ...................................................................................................................................46
6.8 LOCALIZAÇÃO E APLICAÇÃO CLÍNICA DOS PONTOS UTILIZADOS: ..............................................................47
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................................................................50
8.0 CONCLUSÃO .........................................................................................................................................51
9.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................52
10.0 ANEXO ..................................................................................................................................................53
10.1 ANEXO 1 ..............................................................................................................................................54
10.2 ANEXO 2 ..............................................................................................................................................56
9

1.0 INTRODUÇÃO
Y
CHUN
Dificuldade Inicial
Nossos ancestrais conheciam o Tao, respeitavam as
Tempos de crescimento implicam em
leis do universo, o Yin e o Yang e viviam em harmonia com a dificuldades.
Assemelham-se a um primeiro
natureza e por isso não sofriam de tantas doenças físicas e nascimento. Mas essas dificuldades
surgem da profusão de seres que lutam
para adquirir forma. Tudo está em
emocionais (MOLE, 1993; AUTEROCHE e NAVAILH, movimento; assim com perseverança,
há perspectiva de grande sucesso,
1992). apesar do perigo.
(...)
Com a vida moderna esquecemos o Tao e não mais
I CHING, 2006, p. 37
respeitamos as leis do universo, tornamo-nos seres doentes e
fracos. A sabedoria que nossos ancestrais nos deixaram é um
legado sobre estas leis universais e nos mostram o caminho para que possamos voltar a ter
saúde plena, sem sofrimento. Um destes conhecimentos é a Medicina Tradicional Chinesa
(MOLE, 1993; NAVAILH e AUTEROCHE, 1992).
A Acupuntura é composta por conhecimentos teórico-empíricos da Medicina
Tradicional Chinesa e seu objetivo é de curar doenças através da aplicação de diversas
técnicas como a aplicação de agulhas (acupuntura) e a magnetoterapia (WEN, 2006).
A acupuntura vem sendo exercida há cerda de 5.000 anos na China e em outros países
asiáticos. Ao longo destes anos de prática os médicos orientais desenvolveram diversos
conceitos, mas nunca se afastaram de seus princípios filosóficos. A acupuntura evoluiu por
milhares de anos e continua a evoluir vigorosamente nos tempos atuais (MA, et al., 2006).
Neste trabalho vamos relatar um estudo de caso de cisto sinovial na região do punho
direito face dorsal. Os distúrbios musculoesqueléticos dos membros superiores são as causas
mais comuns de queixa de dor, onde o tratamento com acupuntura tem o potencial de obter
excelentes resultados (MA, et. al., 2006).
10

2.0 OBJETIVO
B
PI
Grandiosidade

De acordo com Wen (2006) o tratamento com A grandiosidade traz sucesso.


Mas não é essencial nem fundamental.
acupuntura busca o equilíbrio de todas as estruturas do É apenas um ornamento e por isso
deve ser usada com moderação,
organismo, sendo uma terapêutica eficaz no tratamento de em pequena escala.

I CHING, 2006, p. 87
diversas doenças.
O objetivo deste trabalho é expor um estudo sobre a
eficácia do tratamento de acupuntura e magnetoterapia em um cisto sinovial dorsal localizado
na mão direita, na região do punho.
11

3.0 TEORIAS DE BASE DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

B
TUI
3.1 O Tao, o Qi e a Teoria do Yin e Yang Alegria

A verdade e a força devem residir no


O conceito de Tao é algo que só pode ser coração, enquanto a suavidade deve se
manifestar no relacionamento social.
Desta forma adota-se a atitude correta
compreendido através da intuição. É simples, no entanto não em relação a Deus e aos homens,
podendo-se chegar a realizar algo.
pode ser explicado (LAU-TZU, 1996).
I CHING, 2006, p. 177
De acordo com Tao-te King o famoso livro escrito
por Lau-Tzu (LAU-TZU, 1996, p. 37) diz: “O Tao que pode
ser pronunciado não é o Tao eterno”.
A filosofia do Tao é anterior ao Nei Jing e é intraduzível, no entando pode ser descrito
como “Caminho” (MOLE, 1993).

O grande Tao é onipresente:


Pode estar à direita e à esquerda.
Todas as coisas lhe devem a existência,
e ele não se recusa a elas.
Realiza a obra,
ele não a chama de sua propriedade.
Ele veste e alimenta todas as coisas
e não pretende ser senhor delas.
Por estar continuamente sem desejos,
podem chamá-lo de pequeno.
Como todas as coisas dependem dele,
sem conhecê-lo como seu soberano,
podem chamá-lo de grande. Fig. 1 - Símbolo Taichi-Tsu.
(REQUENA, 1990, p.83)

Assim também o Sábio:


ele jamais se engrandece;
por isso realiza a sua Grande Obra.

(LAU-TZU, 1996, p. 70)

É desse movimento – que contem tudo e em tudo está contido – que nasceu os 2
princípios: Yin e o Yang, ou feminino e masculino respectivamente. São os elementos básicos
de todo o Universo. É o princípio da dualidade ou dos opostos (TOO, 1998).
O famoso símbolo do Taichi-Tsu (Figura 1) ilustra de que maneira o Yin e o Yang
contém toda a criação e de que forma eles fluem um no outro e que há sempre Yin dentro do
Yang e Yang dentro do Yin (MOLE, 1993).
12

Tudo é formado pelos movimentos e transformações do Yin e do Yang. O Yang é a


representação de tudo que é animado, que possui movimento, exterior e ascendente, quente,
luminoso e funcional. Sua capacidade é de desenvolvimento, ou seja, tudo o que corresponde
à ação; seu oposto é o Yin, portanto representa o repouso, o interior, frio, sombrio e tudo o que
é material (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
Para elucidar com maior clareza os movimentos (Figura 2) e transformações destes
dois princípios temos que descrever seus elementos
de base, são eles:

 A oposição do Yin e do Yang


A energia Yin é o Frio e a energia Yang é o
calor, que se definem mutuamente, pois sem frio não
saberíamos da existência do calor (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992).

 É no seu máximo que o elemento se


Fig. 2 – As quatro estações e os quatro
transforma no outro momentos do Yin-Yang. (REQUENA,
1990, p. 85).
É no Verão que o calor está no máximo,
sendo assim o Yang está em sua plenitude. Depois do solstício de Verão a energia Yin
começa a nascer lentamente. A chegada do Inverno significa que o Yin está no auge e o Yang
no seu mínimo. Assim como o Verão dá lugar ao Inverno, este dará lugar ao Verão assim que
atravessar seu ponto máximo o solstício (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).

 A relação recíproca do Yin e do Yang


O conceito de reciprocidade liga os dois princípios sem que possam ser separados um
do outro, um dependendo do outro para existir. O Yin é a base material para que possa existir
a função Yang (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).

 O crescimento e decrescimento do Yin e do Yang


Estes princípios estão em movimento eterno de crescimento e decrescimento
recíproco, ou seja, para que haja atividade fisiológica (Yang) é necessário o consumo de
matéria nutritiva (Yin), um cresce o outro decresce (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
13

Para Auteroche e Navailh (1992, p. 13) “a teoria do Yin Yang permite classificar os
fenômenos e as manifestações concretas da natureza, segundo vários critério” de acordo com
a tabela abaixo:

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
#
Físicos Manifestação Movimentos Transformações
Princípios
Tranquilo Terra – está em
Repouso baixo.
Interior Água - fria e
Descendente escorre para o nível Não se Mover. É a forma
Frio mais baixo.
Sombrio
YIN Material

Animado Céu – está no alto


Movimento Fogo – quente e
Exterior suas chamas se
Ascendente levam. Mover-se. É a função
Quente
YANG Luminoso
Funcional
Desenvolvimento
Ação
Tabela 1: Critérios de Classificação do Yin e do Yang. (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992, p. 13-16)

Estes dois princípios Yin e Yang constituem o Tao. O eterno princípio da harmonia
entre o Céu e a Terra, o universo cuja vida e respiração é chamada Qi (TOO, 1998).
O conceito de Qi é a essência da acupuntura. Possui diferentes nomes, por exemplo, na
Índia é conhecido como Prana e no Tibete é Rlun, a sua tradução mais conhecida é “Energia”
(MOLE, 1993).
O Qi não está presente apenas na matéria viva, está presente em todo o universo. A
Medicina Chinesa está fundada no estudo e na observação do Qi: no seu fluxo, ritmos, ciclos,
alterações, movimentos e equilíbrio (MOLE, 1993, p. 24).
No capítulo 30, parágrafo 1 do Ling Shu está escrito:

“Ouvi dizer que o ser vivo é constituído de Jing (Quintessência) e de


Qi (Energia), de Jing (líquidos intersticial) e de Ye (substância
viscosa), de Xue (Sangue) e de Mai (vasos sanguíneos). Mas, na
minha opinião, todos eles são um único Qi (Energia); não compreendo
a razão pela qual são dados seis nomes diferentes.”
(YAMAMURA, 2007, p.477)
14

Simbolicamente o Qi é descrito como a “respiração cósmica do Dragão”, ele é a fonte


de prosperidade, paz e boa saúde; é a energia e a força vital que permeia a existência humana
(TOO, 1998, p. 68).
Mole (1992) diz que a maior prova de que estamos intimamente ligados a natureza e
ao Qi é que necessitamos constantemente de respirar o ar dos Céus e nos alimentar dos
nutrientes da Terra para manter a Vida. O aparecimento de doenças é uma conseqüência do
desequilíbrio do Qi.
O Qi permeia tudo e sua manifestação pode ser vista através da natureza. Na China
antiga, através de profundas e metódicas observações sobre a natureza chegaram a conclusão
que o Cosmos e o ser humano tem a mesma estrutura de base. Assim nasceu a teoria do Yin e
Yang, o Qi, O Tao e a Teoria dos 5 elementos (TOO, 1998; AUTEROCHE e NAVAILH,
1992).

3.2 A Teoria dos 5 elementos

Tudo no universo está em movimento. O início é o nascimento, que vai naturalmente


crescer e atingir o alto, seu máximo. Depois de atingir o seu máximo decresce e morre para
depois renascer e voltar a crescer. Estes são os movimentos que regem toda a natureza
(HIRSCH, 1990, pg. 14).
Quando os chineses classificaram todos os
fenômenos observáveis, mantendo a lealdade a sua
filosofia, conseguiram codificar o universo através de sua
coerência em 5 elementos. Estes elementos possuem nomes
com alto teor simbólico, que são: Madeira, Fogo, Terra,
Metal e Água (Figura 3) (REQUENA, 1990).
O organismo humano é regido pelos mesmos
Fig. 3 – Representação dos 5 elementos.
princípios da natureza, sendo assim recebem influência
destes. Foi a partir desta observação que surgiu a correlação dos órgãos com os 5 elementos
(WEN, 2006).
Esta teoria é utilizada na Medicina Tradicional Chinesa para explicar a fisiologia e a
patologia, assim como as relações dos organismos e o tudo que nos cerca (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992, p. 23).
Estes 5 elementos ou 5 movimentos se produzem mutuamente e o processo inverso é
verdadeiro, pois tudo que é gerado deve ser consumido, dominado para que não entre em
15

desequilíbrio, desta forma entram em um movimento contínuo e harmonioso (AUTEROCHE


e NAVAILH, 1992).
Estes movimentos ou ciclos são muitos, os mais conhecidos são:
 Ciclo Sheng de produção - um elemento produz o outro,
 Ciclo Ke de dominação - um elemento domina o outro,
 Ciclo Cheng de agressão - o que antes produzia passa a agredir,
 Ciclo Wu de contradominação - o que antes dominava passa a ser dominado.

(AUTEROCHE e NAVAILH, 1992)

3.3 Ciclo de produção Sheng e o ciclo de dominação Ke

O diagnóstico em Medicina Tradicional Chinesa se dá através da compreensão


profunda destes ciclos. Os movimentos e transformações na natureza são feitos através de
produção e restriçãos ou dominação mutua entre os elementos da natureza (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992).
Sobre isso no Ling Shu fala no capitulo 73, parágrafo 3:

(...) “As modificações e as transformações são problemas


mais importantes e sutis que os médicos medíocres ignoram e que os
bons médicos guardam como objetos preciosos. Elas não se
apresentam sob forma material e visível; manifestam-se como o Shen
Qi (Energia Mental), ao mesmo tempo presentes e ausentes”

(YAMAMURA, 2007, p. 842)

A noção de geração envolve o processo de produzir, crescer e promover. Seguindo


este pensamento temos: Madeira gerando Fogo, Fogo gera a Terra, Terra gera o Metal, Metal
gera a Água e a Água gera a Madeira (WEN, 2006, p. 22).
A outra forma de relação entre os 5 elementos é a dominação que passa a idéia de
combate, restrição e controle. Sendo assim temos: Madeira inibe a Terra, Terra inibe a Água,
Água inibe o Fogo, Fogo inibe o Metal, que por sua vez inibe a Madeira (WEN, 2006, p. 23).
Para que seja possível uma melhor compreensão destes ciclos, temos que levar em
consideração a natureza dos 5 elementos, temos que enxergá-los de forma mais “abstrata”,
onde a Madeira é vista pela sua característica de flexibilidade e tudo que tiver esta
16

característica vai ser colocado dentro deste elemento e assim sucessivamente com cada um
dos 5 elementos (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
De acordo com Wen (2006, p. 21) é através desta maneira de enxergar o universo e o
homem que a Medicina Chinesa fez uma correlação entre fisiologia dos órgãos e tecidos e os
fenômenos da natureza, onde podemos observar na tabela abaixo:

Natureza Homem Natureza Homem Natureza Homem


5 elementos Direção Órgão (Zang) Estações Vísceras (Fu) Clima Órgão
Madeira Leste Fígado Primavera Visícola Vento Olhos
Fogo Sul Coração Verão Int. Delgado Calor Língua
Terra Centro Baço/Pan. Interestação Estômago Úmido Boca
Metal Oeste Pulmão Outono Int. Grosso Seco Nariz
Água Norte Rim Inverno Bexiga Frio Ouvidos

Natureza Homem Natureza Homem


5 elementos Cor Tecido Gosto Emoção
Madeira Verde Tendão Azedo Zanga
Fogo Vermelho Vascular Amargo Alegria
Terra Amarelo Músculo Doce Pensamento
Metal Branco Pele pêlos Picante Preocupação
Água Preto Ossos Salgado Medo
Tabela 2 – Correlação entre os 5 elementos a natureza e o homem. (WEN, 2006, p. 22)

Estas correlações podem ser expressas pelo pensamento mais poético, de seguinte
forma:

“O leste cria o vento. O vento cria a madeira. A madeira


cria o sabor ácido. O sabor ácido nutre o fígado; o fígado nutre os
músculos; os músculos fortalecem o coração; e o fígado governa os
olhos. Os olhos vêem a escuridão e o mistério do Céu e descobrem
Tao, o caminho.
Do sul vem extremo calor. Calor produz fogo e fogo produz
sabor amargo. O sabor amargo nutre o coração, o coração nutre o
sangue e o sangue dá vida ao estômago. O coração reina sobre a
língua.
Do centro vem a umidade que cria a terra e a terra cria o
sabor doce. O sabor doce nutre o baço, que nutre as carnes que
fortalecem o pulmão. E o baço governa a boca.
O oeste engendra a secura que produz o metal. O metal cria
o sabor picante e o sabor picante nutre o pulmão. O pulmão nutre a
epiderme que fortalece os rins, e governa o nariz.
O norte cria o frio; o frio produz a água; a água gera o
sabor salgado; o sabor salgado nutre os rins; os rins nutrem os ossos
e as medulas, que fortalecem o fígado; os rins governam as orelhas”.

(HIRSCH, 1990, pg. 14)


17

3.3 Teoria dos Meridianos e os Pontos de Acupuntura

Sendo o homem representação microcósmica do


macrocosmo-universo, suas vísceras, e suas funções estão
classificados nos 5 elementos (REQUENA, 1990).
A teoria dos meridianos é fruto da experiência e da
profunda observação desde os primórdios da Medicina
Chinesa (WEN, 2006, p. 25).
Os Meridianos ocupam um lugar de extrema
importância, estabelecendo um sistema direto de inter-
relação e união do Yin Yang, Órgãos e Vísceras, das partes
externas com as internas do nosso corpo (YAMAMURA,
2007, p. 247).
No livro III, capitulo 11 de Ling Shu, parágrafo 1
Fig. 4 – Meridiano do Pulmão Shou Tai Yin.
(REQUENA, 1990, p. 30).
diz:

“Eu ouvi dizer que o Homem está em harmonia com o Dao Celeste.
No interior, ele é provido de cinco Zang (Órgãos) para corresponder
aos Cinco Sons, às Cinco Cores, às cinco estações do ano, aos Cinco
Sabores, às Cinco Orientações... No exterior, ele dispões de seis Fu
(Vísceras) para corresponder às “seis leis”. Estas “seis leis” criam os
Meridianos Yin e os Meridianos Yang para concordar com os 12
meses, as 12 estrelas, as 12 divisões, os 12 Jing Shui (rios), as 12
horas, os 12 Jing Mai (Meridianos Principais)... Os cinco Zang
(Órgão) e os seis Fu (Vísceras) estão, pois, em acordo com o Dao
Celeste.
O conceito dos 12 Jing Mai (Meridianos Principais) constitui o
fundamento da noção de saúde, de doença, do tratamento, da cura...
Os futuros médicos começam seu estudo por isto e os práticos o
integram perfeitamente”.

(YAMAMURA, 2007, p. 247)

Para Auteroche e Navailh (1992, p. 49) os meridianos estão separados em 3


categorias:

a) Os meridianos comuns, regulares ou principais (Jing Mai). São os meridianos de


cada órgão e víscera, ou seja, o Meridiano do Coração, Intestino Delgado, Circulação Sexo e
Triplo Aquecedor (Elemento Fogo). Os meridianos do Baço Pâncreas e Estomago (Elemento
Terra). Os meridianos do Pulmão e Intestino Grosso (Elemento Metal). Os meridianos Rim e
18

Bexiga (Elemento Água) e os Meridianos do Fígado e da Vesícula Biliar (Elemento Madeira),


Somando um total de 12 meridianos principais.
De acordo com Auteroche e Navailh (1992, p. 49) os Jing Mai são conhecidos
geralmente como 12 meridianos que também podem ser classificados em:
- 3 meridianos Yin do braço
- 3 meridianos Yin da perna
- 3 meridianos Yang do braço
- 3 meridianos Yang da perna

No Ling Shu capítulo 10, parágrafo 1 está escrito: “Com os Jing Mai (Meridianos
Principais), pode-se determinar a vida e a morte, tratar as “100 doenças” e regularizar o Vazio
e a Plenitude. É preciso conhecê-los bem” (YAMAMURA, 2007, p. 200).

b) Os meridianos Curiosos ou Particulares – também denominados extraordinários,


estranhos ou Vasos Maravilhosos (Qi Jing Mai). Seus nomes são: Du Mai, Ren Mai, Chong
Mai, Daí Mai, Yin Qiao Mai, Yang Qiao Mai, Yin Wei Mai, Yang Wei Mai .
Meridianos Particulares são 8 e sua principal função é de reforçar a união entre os
Meridianos Principais (Jing Mai), com a intenção de regularizar o Qi e o sangue. Os excessos
de Qi e sangue dos 12 meridianos fluem para se concentrarem nos 8 meridianos particulares.
Quando houver falta de Qi e sangue este será redistribuído nos Jing Mai (AUTEROCHE e
NAVAILH, 1992).
Eles são agrupados em 4 meridianos Yin e 4 Meridianos Yang:

VASOS MARAVILHOSOS
Meridianos Yang Meridianos Yin
 Du Mai  Ren Mai
 Daí Mai  Chong Mai
 Yang Qiao Mai  Yin Qiao Mai
 Yang Wei Mai  Yin Wei Mai
Tabela 3: Divisão dos Meridianos particulares em Yin e Yang. (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992, p. 50).

c) Os Meridianos Distintos ou Separados (Jing Bie). Constituem um sistema particular


das vias secundárias dos 12 Jing Mai (Meridianos Principais). Eles estabelecem um sistema
19

direto de inter-relação “Yin-Yang, Interior-Exterior” nos órgão e vísceras das mãos e dos pés.
Eles também fazem a união de outras partes do corpo por intermédio dos 12 Jing Bie
(Meridianos Distintos) (YAMAMURA, 2007).
Os Meridianos Distintos (Jing Bie) também são em número de 12, partem e dependem
dos Meridianos Principais (Jing Mai), sua principal função é de manter a ligação entre 2
meridianos, sendo um interno e outro externo do corpo (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992,
p. 50).
Dentro da teoria dos meridianos Auteroche e Navailh (1992) relata os Luo Mai, que se
dividem em 2 categorias:
1ª) Bie Luo ou Lo – são ramificações mais grossas, em um total de 15. São ele os 12
meridianos e os meridianos Du Mai e Ren Mai e mais o Grande Bie Lo do Baço.
2ª) Fu Luo e Yun Luo – ramificações menores e superficiais.

No Ling Shu, Capítulo 10, parágrafo 21 fala sobre estes meridianos:

“Os 12 Jing Mai (Meridianos Principais) circulam profundamente no


espaço de repartição da carne (derme). São invisíveis, salvo a parte do
Meridiano Tai Yin do pé (Pi – Baço/Pâncreas) situada abaixo do
maléolo medial. Quanto aos outros Meridianos emergentes e visíveis,
pertencem ao grupo dos Luo Mai (Meridianos Secundários).
Os Meridianos Luo dos seis Jing (três Meridianos Yin e Três
Meridianos Yang), em particular, o Grande Luo do Meridiano Yang
Ming da Mão (Da Chang – Intestino Grosso) e do Meridiano Shao
Yang da mão (Sanjiao – Triplo Aquecedor) começam todos na região
situada entre o punho e o cotovelo.”
(...)

(YAMAMURA, 2007, p.232)

Dentro da teoria do Yin e Yang podemos dividir os 12 Meridianos Principais


classificando-os em pares, o que dá origem as 6 energias, ou ainda 6 meridianos – 3 energias
/meridianos Yin e 3 energias/meridianos Yang (Figura 5) (REQUENA, 1990).
Essa configuração é de extrema importância em acupuntura porque estes meridianos
estabelecem a união entre o alto e o baixo, esquerda e direita, o interno e o externo
(REQUENA, 1990).
20

Os Meridianos Yang passam sobre a parte posterior externa e a mais superficial da

Fig. 5 – Representação das 6 energias, ou 3 meridianos Yin e 3 meridianos Yang. (REQUENA, 1990, p. 90-91).

pele, que é Yang. Já os Meridianos Yin passam sobre a parte anterior, interna e a mais
profunda, que é Yin (REQUENA, 1990, p. 89).
Estes Meridianos são conhecidos como: Yang Ming, Shao Yang, Tai Yang (São os
meridianos Yang) e Tai Yin, Jue Yin e Shao Yin (são os meridianos Yin) (REQUENA, 1990).
Temos também os 12 Jing Jin ou Meridianos Tendinomusculares, que constituem um
sistema circulatório interconectado. Está situado no espaço dermo-muscular da camada
superficial externa dos 12 Jing Mai (Meridianos Principais) (YAMAMURA, 2007, p.271).

3.3.1 Tratamento pelos Vasos Maravilhosos

Os Vasos Maravilhosos são verdadeiros reservatórios de energia, que funcionam


conforme as necessidades do organismo, colocando em ação um circuito energético colateral
favorecendo a rede principal (PIMENTA, 2008).
Através de seus pontos comando, eles mantêm o equilíbrio energético, protegem os
Meridianos Principais contra agressões internas e externas. Quando há uma diminuição da
21

energia nos Meridianos Principais os Vasos Maravilhosos repõem esta energia, e em caso de
excesso, eles armazenam a energia excedente (PIMENTA, 2008).
Os pontos comandos são pontos emprestados dos Meridianos Principais. Possuem um
ponto de abertura e um ponto de fechamento, sendo assim, trabalham em dupla. Os pontos
estão localizados nós pés ou nas mãos (PIMENTA, 2008).
As principais duplas conforme Pimenta (2008, p. 18) são:

 Intestino Delgado 3 – Houxi (ID3) / Bexiga 62 – Shenmai (B62): Vaso


Maravilhoso Du Mai e Yang Qiao Mai. Usado para tratar principalmente
Alterações Ortopédicas Agudas.

 Triplo Aquecedor 5 – Waiguan (TA5) / Vesícula Biliar 41 - Linqi (VB41):


Vaso Maravilhoso Yang Wei e Daí Mai. Usado para tratar principalmente
alterações ortopédicas crônicas.

 Pulmão 7 – Lienque (P7) / Rim 6 - Zaohai (R6): Vaso Maravilhoso Ren Mai e
Yin Qiao Mai. Usado para tratar principalmente alterações crônicas viscerais.

 Circulação Sexo 6 – Neiguan (CS6) / Baço Pâncreas 4 – Gongsun (BP4): Vaso


Maravilhoso Yin Wei e Chong Mai. Usado pata tratar principalmente alterações
crônicas emocionais.

A utilização destes vasos é muito simples. Primeiro é feita a avaliação do paciente


para descobrir em qual dos 4 transtornos está a queixa. Depois de feita a identificação do
Vaso Maravilhoso que será usado, abrimos o tratamento com um dos pontos, colocamos o
restante das agulhas do tratamento (equilíbrio do pentagrama) e fechamos a dupla do Vaso
Maravilho com o outro ponto (PIMENTA, 2008).
No capítulo 12, parágrafo 4 do Ling Shu, está escrito:
“(...) Deve-se saber examinar, palpar, inspecionar e observar para avaliar bem o Frio e
o Calor, o Vazio e a Plenitude para fins terapêuticos. Tal é o principio de puntura segundo a
pessoa” (YAMAMURA, 2007, p. 268).
Existem sobre o trajeto de cada meridiano os pontos de acupuntura, ou acupontos. Eles
foram descobertos enquanto os antigos médicos chineses sentiam a pulsação em determinados
22

locais do corpo. Eles atribuíram esta pulsação ao Qi, e tratavam as doenças colocando agulhas
nestes pontos (MA, et al., 2006).
Dentro da teoria dos meridianos, sobre o trajeto destes, temos uma infinidade de
pontos, mas são 5 pontos conhecidos como pontos Shu são os de essencial importância para o
equilíbrio do pentagrama ou 5 elementos. Estes pontos Shu estão localizados em regiões do
meridiano onde se dá a troca de polaridade, ou seja, quando um Meridiano Yin dá origem ao
um Meridiano Yang ou vice-versa (REQUENA, 1990).
No interior dos 5 elementos temos as funções Yin e Yang, que divide o corpo humano
em órgãos parte Yin, também conhecida como Zang e as vísceras partes Yang conhecida como
Fu, descrita na tabela 2 (REQUENA, 1990).
Uma perturbação de uma víscera causa a perturbação de outra, e esse desequilíbrio
pode ser corrigido através da teoria dos 5 elementos, com base nos ciclos de geração e
dominação (REQUENA, 1990).
Os 5 pontos Shu são conhecidos por: Tsing, Iong, Iu ou Iunn, King e Ho. Quando se
trata dos órgãos, o ponto Tsing se inicia no elemento Madeira, depois o ponto Iong no Fogo, o
ponto Iu na Terra, o ponto King no Metal e finalmente ponto Ho, na Água. Estes pontos são
encontrados em todos os 12 meridianos principais. Seu início ou término se dá no leito
ungueal dos dedos (das mãos ou pés) e o 5º ponto Shu fica localizado na região de cotovelos -
joelhos (REQUENA, 1990).

“A região dos Meridianos Principais (Jing Mai), que se encontra na


parte inferior ao cotovelo e ao joelhos, achamos os locais de entrada e
saída, de distribuição e circulação, de passagem e reunião do Qi. Estes
locais são denominados sucessivamente de Jiñg (Ting), Ying (Iong),
Shu (Iu), Yuan (Iunn), Jing (King) e He (Ho)”

(YAMAMURA, 2007, p. 41)

No Ling Shu, capítulo 2, parágrafo 13 está escrito:


“Tal é o significado dos pontos Shu dos cinco Zang (Órgão) e dos 6 Fu (Vísceras): 5x
5= 25 Shu e 6x6= 36 Shu. Os seis Fu (Vísceras) manifestam-se nos três Meridianos Yang do
pé e unem-se aos Meridianos Yang da Mão” (YAMAMURA, 2007, p. 57).
O ponto Tsing do Meridiano dos Órgãos (yin) corresponde a Primavera (Madeira),
porque a Primavera é a ligação, onde ocorre a transformação do yin em yang. Já o ponto Tsing
do Meridiano das Vísceras (yang) corresponde a Outono (Metal), pois da mesma forma é
onde ocorre a transformação do yang em Yin nesta estação. Com isso temos nos meridianos
23

das vísceras o início em: Tsing no Metal, Iong na Água, Iunn na Madeira, King no Fogo e o
ponto Ho na Terra, observe a tabela abaixo (REQUENA, 1990).

Wu Shu Antigos Tsing Iong Iu King Ho Wu Shu Antigos Tsing Iong Iunn King Ho
YIN ZANG Madeira Fogo Terra Metal Água YANG FU Metal Água Madeira Fogo Terra
Tabela 4: Distribuição dos pontos Shu nos 5 elementos (ZUMSTEIN e PIMENTA, 2008).

Interessante observar que o ponto Iong dos Órgãos corresponde ao Fogo (Verão), ou
seja, ao calor, já o mesmo 2ª ponto Shu nas vísceras corresponde a Água (Inverno), o frio.
Fica muito claro a mudança de polaridade, relação de oposição das duas energias (Yin e Yang)
e como isso acontece nos meridianos e nos pontos de acupuntura (REQUENA, 1990).

3.3.2 Tratamento pelos Pontos Shu Antigos

Estes 5 pontos Shu Antigos servem para equilibrar todo o pentagrama, já que podemos
aplicar as leis de produção e dominação, ou regra mãe e filho (REQUENA, 1990).
Na regra dos 5 elementos (pentagrama) cada elemento gera o seguinte, ou seja,
movimento de produção. O que é gerado (produzido) recebe o nome de Filho e o gerador é
chamado de Mãe (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
Essa lei de sucessão ou filiação, diz que o fígado
(madeira) é a mãe de coração (fogo) e o coração (fogo) é a
mãe de baço (terra) e assim sucessivamente (REQUENA,
1990, p. 100).
No movimento de dominação temos o pulmão
(metal) dominando o fígado (madeira), e assim
progressivamente, observe na figura 6 (ZUMSTEIN e
PIMENTA, 2008).
No pensamento chinês, a regra mãe e filho é
descrita de forma simbólica, diz-se que quando um Fig. 6 – Ciclo de Criação (Sheng) e
Dominação (Ke). (ZUMSTEIN e
elemento predomina, por exemplo em determinados PIMENTA, Modulo 2: 2008, p.1-2).

horários ou estações do ano, é chamado imperador: o mais ativo. O que é nutrido por ele se
chama ministro: está perto, desperto. O que o gerou é a mãe: repousa, esgotada. O controlado
por ele é o inimigo vencido: não ousa. O que controla seu poder é conselheiro: modera
(HIRSCH, 1990, p. 16).
24

IMPERADOR MINISTRO VENCIDO CONSELHEIRO MÃE


Madeira Fogo Terra Metal Água
Fogo Terra Metal Água Madeira
Terra Metal Água Madeira Fogo
Metal Água Madeira Fogo Terra
Água Madeira Fogo Terra Metal
Tabela 5: Movimentos energéticos dos 5 elementos (HIRSCH, 1990, p. 16)

Veja os pontos Shu que são usados para o equilíbrio do pentagrama na tabela a baixo:

Wu Shu Antigos Tsing Iong Iu King Ho Wu Shu Antigos Tsing Iong Iunn King Ho
YIN ZANG Madeira Fogo Terra Metal Água YANG FU Metal Água Madeira Fogo Terra
P P 11 P 10 P9 P8 P5 IG IG 1 IG 2 IG 3 IG 5 IG 11
Mãos CS CS 9 CS 8 CS 7 CS 5 CS 3 Mãos TA TA 1 TA 2 TA 3 TA 6 TA 10
C C9 C8 C7 C4 C3 ID ID 1 ID 2 ID 3 ID 5 ID 8
BP BP 1 BP 2 BP 3 BP 5 BP 9 E E 45 E 44 E 43 E 41 E 36
Pés F F1 F2 F3 F4 F8 Pés VB VB 44 VB 43 VB 41 VB 38 VB 34
R R1 R2 R3 R7 R10 B B 67 B 66 B 65 B 60 B 54
Tabela 6: Os pontos shu antigos e sua relação com cada elemento (ZUMSTEIN e PIMENTA, Modulo 2, 2008, p. 7).

A utilização dos pontos Shu é a forma mais importante de tratamento. Para usá-los,
primeiro é feito o diagnóstico energético (pulsologia) para saber qual meridiano está
acometido por uma deficiência ou um excesso de energia. Depois é só usar os pontos Shu para
sedar ou tonificar (ZUMSTEIN e PIMENTA, Modulo 2, 2008, p. 8).
Existem diversas técnicas de tonificar ou sedar, uma delas é a utilização dos pontos de
máxima concentração de energia. Cada Meridiano tem o seu ponto. Este ponto é o ponto do
movimento ao qual o meridiano pertence, por exemplo: o meridiano do Pulmão pertence ao
elemento Metal, deste modo o ponto Shu antigo P8 (ponto King, ver tabela 6) é o ponto metal
dentro de metal, por isso ele é de máxima concentração de energia dentro deste elemento.
Outra forma de tonificação ou sedação é a regra mãe e filho (ZUMSTEIN e PIMENTA,
2008).
Os pontos de Máxima Concentração de Energia não levam em conta a estação do ano,
são pontos fixos de tonificação ou sedação. No entanto, o ser humano sofre a influência dos
fatores externos e temos que levar isso em consideração. Nasce então uma “nova” tabela
(Tabela 7) de pontos de tonificação e sedação, que tem sua função de acordo com a estação do
ano vigente (ZUMSTEIN e PIMENTA, 2008).
25

PRIMAVERA VERÃO INTERESTAÇÃO OUTONO INVERNO


Tonifica Seda Tonifica Seda Tonifica Seda Tonifica Seda Tonifica Seda
F8 F2 F1 F3 F2 F4 F3 F8 F4 F1
VB43 VB38 VB41 VB34 VB38 VB44 VB34 VB43 VB44 VB41
C3 C8 C9 C7 C8 C4 C7 C3 C4 C9
ID2 ID5 ID3 ID8 ID5 ID1 ID8 ID2 ID1 ID3
CS3 CS 8 CS9 CS7 CS8 CS5 CS7 CS3 CS5 CS9
TA2 TA6 TA3 TA10 TA6 TA1 TA10 TA2 TA1 TA3
BP9 BP2 BP1 BP3 BP2 BP5 BP3 BP9 BP5 BP1
E44 E41 E43 E36 E41 E45 E36 E44 E45 E43
P5 P10 P11 P9 P10 P8 P9 P5 P8 P11
IG2 IG5 IG3 IG11 IG5 IG1 IG11 IG2 IG1 IG3
R10 R2 R1 R3 R2 R7 R3 R10 R7 R1
B66 B60 B65 B54 B60 B67 B54 B66 B67 B65
Tabela 7: Pontos de Tonificação e Sedação de acordo com a estação do ano (ZUMSTEIN e PIMENTA, Modulo 2,
p. 11, 2008).

No Ling Shu, capitulo 1, parágrafo 3 e 4 está escrito sobre a inserção das agulhas:

“De maneira geral, os princípios de utilização das agulhas


consistem em preencher o Vazio, eliminar o muito cheio, suprimir a
estase sanguinea e enfraquecer o Xie Qi (Energia Perversa) em caso de
vitória” (...) “O conhecimento do “nó” e da “cavilha”, do Vazio e da
Plenitude é de excelente nível em relação ao conhecimento das “Nove
Agulhas” (...)

(YAMAMURA, 2007, p. 22-23).

A acupuntura trata o paciente através de seu equilíbrio energético, propiciando o


retorno da normalidade em todo organismo, não apenas energeticamente, mas também
químico-biológico, pois esta energia do corpo que manipulamos, através dos estímulos de
pontos de acupuntura, direcionando a fisiologia do nosso organismo (MOLE, 1993; MA et
al., 2006 ).

3.4 Diagnóstico em Medicina Tradicional Chinesa

O profissional que trabalha com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) deve


desenvolver a sua capacidade de “olhar, ouvir, tocar e cheirar”, uma vez que toda informação
de diagnóstico está discernível para os cinco sentidos (MOLE, 1993, p. 103).
Nenhum elemento de informação de diagnóstico deve ser considerado isoladamente,
pois em MTC o paciente deve ser visto como um todo (MOLE, 1993).
26

Devido à conexão entre os órgãos e as vísceras (interno) com tecidos superficiais e


sensoriais do corpo (externo), quando há um distúrbio em um órgão, este se manifesta no
externo, onde pode ser visualizado pelo acupunturista (WEN, 2006).
Para se fazer um diagnóstico é importante levar em consideração 4 aspectos de acordo
com Zumstein e Pimenta (2008):

- Observar o paciente
- Ouvir os sons emanados por ele
- Questiona-lo
- Examinar o físico e a pulsologia

Na MTC a pulsologia é de extrema importância, pois através dela podemos saber


como está o estado energético de cada órgão e víscera, através da intensidade (forte ou fraco)
e dos ritmos do pulso (lento ou rápido) (MOLE, 1993).

Fig. 10 – Localização e posição para tomada do pulso. (MOLE, 1993, p. 105-106).

No Ling Shu, capítulo 9, parágrafo 2 está escrito:

“(...) Diz-se que “o Homem equilibrado” é o Homem sem doença.


Com efeito, o Cun Kou (pulso radial direito) e o Renying (pulso radial
direito) do Homem não-doente responde às quatro estações do ano, o
Alto e o Baixo se adaptam em sua circulações, o pulso dos seis
Meridianos não pára.; o Frio e o Morno (Wen) da Raiz e do Cume se
regularizam, mutuamente, sem erros. Em outros termos, a forma
(Xing) e a carne, o Xue (Sangue) e o Qi do Homem equilibrado
também estão equilibrados”
(YAMAMURA, 2007, p. 173)
27

O profissional de acupuntura deve sentir a pulsação da artéria radial nas 6 posições


indicadas na figura 10, com duas pressões diferentes, para sentir a pulsação de cada um dos
órgãos e vísceras (pulso profundo e pulso superficial) e perceber se há excesso ou deficiências
nas pulsações. Isso irá dizer se o órgão e/ou víscera (de cada pulso tomado) está com
deficiência de energia ou com excesso (MOLE, 1993).
28

4.0 MAGNETOTERAPIA E MEDICINA


TRADICIONAL CHINESA
J
CHUNG FU
Verdade Interior

4.1 Breve Histórico da Energia Magnética O vento sopra sobre o lago e agita a
superfície da água. Assim, do invisível
manifesta-se em efeitos visíveis

I CHING, 2006, p. 184


O conhecimento atual é de que o Universo é regido
por 4 grandes forças básicas: gravidade, energia nuclear,
radioatividade e eletromagnetismo. Todas estas energias estão ligadas ao conceito de Qi ou
“energia vital” para nós acidentais (TIERRA, 1997).
Uma das bases estruturais do universo é a energia magnética, pois ela permite que os
planetas e galáxias desenvolvam altas velocidades e permaneçam dentro de suas órbitas
(TIERRA, 1997).
O século XIX foi a época de ouro da física. O cientista inglês William Sturgen
construiu o primeiro eletromagneto em 1825, usando um pedaço de ferro. (BIRLA e
HEMLIN, 1999, p. 29).
Em 1839 o famoso astrônomo e físico alemão Carl Friedrich Gauss formulou a teoria
matemática do magnetismo e inventou o magnetômetro. Hoje seu nome é utilizado pelo
sistema de medidas para a unidade de indução magnética (BIRLA e HEMLIN, 1999).
Importante citar a descoberta de James Clerk Maxwell, que desenvolveu a teoria
cinética dos gases e descobriu que substâncias podem alterar seu volume quando expostas a
campos magnéticos, podemos perceber com isso a importância da energia magnética na
promoção da saúde (BIRLA e HEMLIN, 1999).

4.2 Energia Magnética e a Saúde

Por volta da metade da década de 1930, começaram a surgir vários estudos e relatórios
de pesquisa envolvendo magnetismo (BIRLA e HEMLIN, 1999, p. 31).
A ciência hoje reconhece que há ligação entre a eletricidade e o magnetismo, pois foi
em 1820 que Hans Oersted descobriu que um fluxo de energia elétrica era capaz de mover a
agulha de uma bússola se colocada nas proximidades desta (TIERRA, 1997).
O estudo do magnetismo é muito comum na cultura da Índia. Os antigos Vedas falam
da polaridade presente em todo ser humano e em cada átomo (BIRLA e HEMLIN, 1999, p.
34).
29

Hoje já temos descobertas científicas sobre as propriedades magnéticas do átomo, da


hemoglobina e também que o ferro está presente não só no transporte de oxigênio na
hemoglobina, mas também no metabolismo celular. Portanto as aplicações do campo
magnético e elétrico favorecem a promoção da saúde de forma menos agressiva, incentivando
o estudo mais aprofundado de seus benefícios (BIRLA e HEMLIN, 1999).

4.3 Magnetoterapia

Através de diversas pesquisas, atualmente, temos o conhecimento de muitas técnicas


que empregam o magnetismo na promoção da saúde. A terapia biomagnética é usada para
controlar a dor, deter infecções, curar fraturas ou tecidos moles lesionados e equilibrar o nível
de energia do corpo (TIERRA, 1997).
Para se colocar em prática a terapia biomagnética, é fundamental que se conheçam os
diferentes efeitos dos pólos norte e sul do magneto (TIERRA, 1997, p. 45).
O pólo norte do magneto produz um efeito de resfriamento, sedação e dispersão, que
corresponde ao Yin. O pólo sul aquece, estimula e induz a acumulação, portanto corresponde a
energia Yang (TIERRA, 1997).

SUL e NORTE
Pólo SUL Pólo NORTE
Combinados
Tonifica Limpa
Fortalece Elimina Quando são associados os dois
Constrói Dispersa pólos é feita uma harmonização. É
Aquece Refresca especialmente usado quando o foco
Trata dor por fraqueza Trata dor aguda de dor é em uma grande área.
Trata o frio por deficiência Trata inflamações
YANG YIN
Tabela 8: Propriedades dos pólos magnéticos (TIERRA, 1997, p. 46-47)

Outro fator importante na magnetoterapia é a intensidade do campo magnético, de


acordo com Birla (1999, p. 70), um estímulo de pouca intensidade aumenta a atividade vital,
um estímulo de médio a forte tende a obstruir essa atividade e um estímulo extremamente
forte paralisa ou suspende totalmente.
30

Intensidade Unidade de medida Tempo de permanência


Fraca Menos de 10 gauss Período longo (semanas)
Média De 10 a 500 gauss Período longo (semanas)
Forte De 500 a 2.000 gauss Período curto (hora/minuto)
Muito Forte Acima de 2.000 gauss Períodos curtos (minutos)
Tabela 9: Intensidade e Permanência dos Magnetos (BIRLA, 1999, p. 70-80)

O tempo de exposição juntamente com a combinação da intensidade do magnetos e a


polaridade a ser usada no tratamento depende da natureza (Yin ou Yang) de cada doença
(BIRLA, 1999).
31

5.0 SAÚDE E DOENÇA NA VISÃO DA MEDICINA CHINESA

5
HSIEH
5.1 O Equilíbrio na Medicina Chinesa Liberação

A tempestade purifica a atmosfera. O


Conforme a teoria Yin e Yang as doenças são um homem superior procede de modo
semelhante ao tratar dos erros e falhas
humanas que provocam estado de
desequilíbrio entre estas duas forças opostas. Quando estão em tensão. Ele promove a liberação
através do esclarecimento.
harmonia elas se controlam mutuamente, mantendo a atividade
I CHING, 2006, p. 130
vital de forma correta. As causas primordiais das doenças na
visão chinesa são: o excesso (plenitude) ou deficiência (vazio)
do Yin ou Yang no organismo humano (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).
No Capitulo 1 parágrafo 7 do Ling Shu está escrito:
“A pele, a carne, os músculos e os vasos possuem sedes diferentes, doenças diferentes
e tratamentos diferentes. Em caso de Plenitude, não aumentar a Plenitude; em caso de Vazio,
não aumentar o Vazio” (YAMAMURA, 2007, P. 27).
A medicina Chinesa entende a saúde de forma profundamente diferente do modo
ocidental, pois os laços existentes entre corpo, mente e espírito, para os chineses são de
fundamental importância no restabelecimento da saúde (MOLE, 1993).
É importante entender que só há doença na visão Chinesa se houver um estado latente
de fraqueza no estado energético da pessoa (MOLE, 1993).

5.2 Doenças de membros superiores – Punhos e mãos

O membro superior é o órgão para a atividade manual. Consiste nas seguintes partes
anatômicas: mãos; punho (carpo); antebraço; braço e ombro (MA, et al., 2006, p. 193).
O punho é uma unidade funcional formada pelas articulações entre a extremidade
distal do rádio e da ulna com os ossos do carpo (CORRIGAN e MAITLAND, 2000, pg. 87).
Os distúrbios musculoesqueléticos dos membros superiores estão entre as causas mais
comuns de dor e incapacidade física (MA, et al., 2006, p. 193).
As ações repetitivas e constantes, envolvendo uma mesma série de ossos e durante um
período muito longo pode causar doenças (LOWE e STEVENS, 1996, pg.488).
32

Os ossos são unidos por articulações, que permitem graus variáveis


de movimento entre as extremidades adjacentes; algumas articulações
permitem considerável movimento enquanto outras permitem
movimentos limitados. A articulação sinovial, é o tipo mais
importante, pois permite movimentos amplos.

(LOWE e STEVENS, 1996, p.488)

5.3 Cisto Sinovial

O punho é estruturado para permitir


movimentos de flexão-extensão, adução-
abdução e circundução, de forma que a mão
adote uma posição ideal para agarrar e
manipular objetos (MA, et al., 2006, p. 221).
As relações anatômicas ao redor do
punho têm significado clínico importante,
porque seu traumatismo, direto e indireto,
Fig. 11 – Complexo do punho. (MA, et al., irritam as estruturas circunvizinhas, sendo essa
2006, p. 224).
irritação dolorida da bainha sinovial comum
(MA, et al., 2006, p. 224).
Outra observação importante é que a pele do dorso da mão é frouxa e livremente
móvel, com pouco tecido mole, para que a pele e a fácias dorsais possam deslizar livremente
sobre os tendões e ossos (MA, et al., 2006, p. 225).
As lesões por esforço repetitivo (LER) quase
sempre são provocadas por atividades esportivas e o
uso do computador (MA, et al., 2006).
Os processos físicos que causam as
síndromes por esforço repetitivo envolvem
diferentes tecidos moles, como músculos, nervos,
ligamentos e tendões, (MA, et al., 2006, p. 226).
As ações repetitivas e constantes por período
longo podem levar a sintomas repetitivos com
caráter misto de doenças articulares de tendões e
ligamentos (LOWE e STEVENS, 1996).
Fig. 12 – Articulação Sinovial. (STEVENS e
LOWE, 1996, p. 488).
33

O cisto sinovial é um falso tumor,


originado de membrana sinovial, que é a
membrana normal que envolve as articulações
e os tendões. Esta membrana produz o líquido
sinovial, que é responsável pela nutrição da
cartilagem articular. Este líquido é um
facilitador dos movimentos, pois ajuda no
deslizamento tendinoso (HELITO e
KAUFFMAN, 2006). A membrana sinovial
quando inflamada, fica espessa e pode conter
depósitos de fibrina formada nos corpos
riciformes (CORRIGAN e MAITLAND,
2000, pg. 100).
Por diversas razões, como por
exemplo, traumas ou frouxidão de ligamentos,
ou também por degeneração da articulação, o
tecido sinovial forma uma pequena bolsa que
vai aumentando com o acumulo do líquido Fig. 13 – Articulação Sinovial. (STEVENS e LOWE,
1996, p. 490).
sinovial. A região mais frequente para
desenvolvimento do cisto sinovial é no punho (HELITO e KAUFFMAN, 2006).
34

6.0 MATERIAL E MÉTODOS D


LU
A conduta

O Céu e o Lago evidenciam uma


6.1 Abordagem Utilizada diferença de altitude inerente à
essência dos dois, e que, por isso, não
despertam inveja.

Estudo de caso é um método específico que investiga de I CHING, 2006, p. 56

forma qualitativa e singular o que é mais essencial dentro de


uma determinada situação estudada (GONÇALVES, 2005).
Tem como objetivo conhecer a fundo o “como” e “porquê” que caracterizam o objeto
de estudo. Tendo um forte cunho escrito ele conduz a um profundo alcance analítico
(GONÇALVES, 2005).
É naturalista, pois se baseia fortemente no estudo de campo, sendo o investigador o
principal instrumento de recolha de dados na busca de algo universal dentro do particular
(GONÇALVES, 2005).
Sua importância se dá pelo fato de gerar novas hipóteses e questões para futuras
investigações (GONÇALVES, 2005).

6.2 Caracterização do Paciente e HMA

Paciente de 27 anos, sexo feminino, solteira residente na cidade de Ribeirão Preto, São
Paulo. Buscou o consultório de acupuntura com queixas de insônia e dor na mão direita
devido a um cisto sinovial.
A paciente relatou que praticou esportes (handbol – na posição de goleira) desde seus
11 anos até os 17 anos. Jogava com freqüência de 3 a 4 vezes por semana. Neste período
relatou estar sempre com o “pulso aberto” devido a contusões sofridas durante os jogos.
Após este período, qualquer esforço mais intenso que a paciente empregava, no seu
pulso e mão, resultava em dor e dificuldade de realizar movimentos.
No final de 2008 observou uma protuberância “bolotinha” na região do punho direito
face dorsal que começou a crescer. Este fato a fez procurar um médico que lhe deu o
diagnóstico de cisto sinovial. O médico sugeriu que fosse feita a remoção cirúrgica.
Por não querer um tratamento agressivo a paciente procurou a acupuntura como uma
alternativa de cura.
35

6.3 Procedimento de coleta de dados

A primeira fase deste trabalho foi uma profunda busca na literatura sobre acupuntura e
magnetoterapia para o embasamento teórico da pesquisa.
Num segundo momento foi feito o convite explicando o projeto de pesquisa e os
objetivos deste trabalho. Mediante a aceitação da paciente foi lido e entregue o Termo de
Consentimento e Livre Esclarecimento. Após a assinatura deste termo deu-se inicio aos
atendimentos.
Os dados foram coletados através de entrevista individual, obedecendo a um
questionário elaborado pelo IBRAMRP. O questionário é utilizado para a elaboração do
diagnóstico e determinação dos pontos Shu Antigos que são utilizados para o equilíbrio do
pentagrama.

6.4 Material

- Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento (anexo 1)


- Ficha de Avaliação (anexo 2)
- Agulha para acupuntura: 0,30 X 30 mm, descartável de aço inoxidável.
- Magnetos semi-permanentes de ferrite, baixa potência - 780 Gauss
- Micropore Bege

6.5 Método

O tratamento consiste em aplicar agulhas de acupuntura nos pontos escolhidos e


colocar magnetos semi-permanentes.
Os pontos escolhidos para o tratamento basearam-se na teoria de Equilíbrio de
Pentagrama (Pontos Shu Antigos), a Técnica dos Vasos Maravilhosos para dores Ortopédicas
e Reumáticas Crônicas e a Magnetoterapia. O magneto deve ser utilizado na face norte
(sedação), sobre o cisto com o objetivo de diminuí-lo e reduzir a dor local.
A técnica de equilíbrio do pentagrama consiste em aplicar um questionário, e tomada
do pulso radial para diagnosticar algum desequilíbrio.
Após a coleta dos resultados obtidos pelo questionário e tomada do pulso, eles são
colocados no pentagrama, que indicará um excesso ou uma deficiência de energia. Então
aplicada à regra mãe e filho e a regra de dominação para avaliar qual elemento equilibra todo
36

o pentagrama. Achando o elemento que equilibra todo o pentagrama, aplicam-se as agulhas


nos pontos Shu correspondentes - levando em consideração a estação do ano que está sendo
realizada as sessões.
A inserção das agulhas foi feito até a paciente obter o De Qi (chegada do Qi). A
manipulação das agulhas foi realizada para estimulo dos pontos de acupuntura.
Foram realizadas 10 sessões de acupuntura, aplicadas semanalmente. Em todas as
sessões o paciente respondeu um questionário juntamente com a tomada do pulso radial para
diagnóstico.

6.6 Tratamento Efetuado

O Tratamento efetuado foi: Vasos Maravilhosos para Dores Reumáticas e Ortopédicas


Crônicas, abrindo com o ponto VB41. Após a colocação do VB41 é feita a colocação dos
pontos Shu antigos para equilibrar o pentagrama da sessão. Depois é colocado o ponto de
fechamento do tratamento - TA5. Após 30 minutos foram retiradas todas as agulhas, e foi
colocado magneto (face norte) sobre o cisto. A paciente ficou com este magneto, por uma
semana.
37

6.7 Descrição das Sessões

6.7.1 Sessão 1
Iniciamos o tratamento com o ponto de
abertura do Vaso Maravilhoso para Dores
Ortopédicas e Reumáticas Crônicas - Vesícula
Biliar 41 (VB41 - Linqi). De acordo com a regra
de equilíbrio do pentagrama temos que tonificar
o elemento Terra, pois este vai doar energia
para Metal que está baixa, e retirar energia da
Água que está alta, isso fará o pentagrama se
equilibrar. Para isso foram colocadas agulhas
sistêmicas nos pontos correspondentes à estação
do ano vigente (Primavera). Portanto os pontos
Shu Antigos que vão tonificar o elemento Terra
na Primavera de acordo com a tabela 7 são:
Baço Pâncreas 9 (BP9 - Yinlingquan) e
Estômago 44 (E44 - Meiting). Após a colocação
dos pontos de equilíbrio do pentagrama o
tratamento deve ser fechado com o ponto do Vaso Maravilhoso para Dores Ortopédicas e
Reumáticas Crônicas - Triplo Aquecedor 5 (TA5 – Waiguan).
Após 30 minutos, as agulhas sistêmicas foram retiradas e foi colocado um (1) magneto de
baixa potência, (face norte) sobre o cisto sinovial, fixado com micropore. Este magneto vai
permanecer no punho da paciente até a próxima sessão, quando será trocado por outro
magneto.
38

6.7. 2 Sessão 2

Abrimos o tratamento com VB41. De


acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama temos que tonificar o elemento
Terra, pois este vai doar energia para Metal
que está baixa, e retirar energia da Água que
está alta, isso fará o pentagrama se
equilibrar. Para isso temos que colocar
agulhas sistêmicas nos pontos
correspondentes à estação do ano vigente
(Primavera), portanto os pontos Shu Antigos
que vão tonificar o elemento Terra são:
Baço Pâncreas 9 (BP9 - Yinlingquan) e
Estomago 44 (E44 - Meiting). Fechamos o
tratamento com o ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa
potência sobre o cisto sinovial.
39

6.7. 3 Sessão 3

Para equilibra o pentagrama desta


sessão aplicamos a técnica Alto e Baixo,
pois através da regra mãe e filho não foi
possível restabelecer o equilíbrio do
pentagrama, já que todos os elementos
estão em deficiência.
A técnica Alto e Baixo consiste em
aplicar agulhas sistêmicas, nos pontos:
Fígado 3 (F3 – Taichong), Estômago 36
(E36 – Zusanli), Intestino Grosso 4 (IG4 –
Regu) e Intestino Grosso 11 (IG11 –
Gushi), nesta respectiva ordem.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa
potência sobre o cisto sinovial.
40

6.7. 4 Sessão 4
Abrimos o tratamento com VB41. De
acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama temos que tonificar o elemento
Terra, pois este vai doar energia para Metal
que está baixa, e retirar energia da Água que
está alta, isso fará o pentagrama se
equilibrar. Para isso temos que colocar
agulhas sistêmicas nos pontos
correspondentes à estação do ano vigente
(Primavera), portanto os pontos Shu Antigos
que vão tonificar o elemento Terra são BP9
e E44. Fechamos o tratamento com o ponto
TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa
potência sobre o cisto sinovial.
41

6.7. 5 Sessão 5

Abrimos o tratamento com VB41. De


acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama temos que tonificar o elemento
Fogo, pois este vai doar energia para Terra
que está baixa, e retirar energia da Metal que
está alta, isso fará o pentagrama se equilibrar.
Para isso temos que colocar agulhas sistêmicas
nos pontos correspondentes à estação do ano
vigente (Interestação), portanto os pontos Shu
Antigos que vão tonificar o elemento Fogo
nesta estação são: Coração 8 (C8 - Shaofu) e
Intestino Delgado 5 (ID 5 - Yanggu),
Circulação Sexo 8 (CS 8 - Laogong) e Triplo
Aquecedor 6 (TA 6 – Ziegou). Fechamos o
tratamento com o ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas, foi
colocado um novo magneto de baixa potência
sobre o cisto sinovial.
42

6.7. 6 Sessão 6

Abrimos o tratamento com VB41. De


acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama, tonificando o elemento Fogo,
que está vazio, este vai doar energia para
Terra que está baixa, e retirar energia da
Metal que está alta, isso fará o pentagrama se
equilibrar. Para isso temos que colocar
agulhas sistêmicas nos pontos
correspondentes à estação do ano vigente
(Interestação), portanto os pontos Shu
Antigos que vão tonificar o elemento Fogo
nesta estação são: C8 / ID 5 CS 8 e TA6.
Fechamos o tratamento com o ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa
potência sobre o cisto sinovial.
43

6.7. 7 Sessão 7
Abrimos o tratamento com VB41. De
acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama temos que tonificar o elemento
Terra. Este elemento vai doar energia para
Metal que está baixa, e retirar energia da
Água que está alta, isso fará o pentagrama
voltar ao seu equilibrio. Para isso temos que
colocar agulhas sistêmicas nos pontos
correspondentes à estação do ano vigente
(Verão), portanto os pontos Shu Antigos que
vão tonificar o elemento Terra no Verão
são: Baço Pâncreas 1 (BP1 – Ynbai) e
Estômago 43 (E43 – Xiangu). Ponto para o
fechamento do tratamento foi o ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa
potência (face norte / sedação) sobre o cisto
sinovial.
44

6.7. 8 Sessão 8
Abrimos o tratamento com VB41. De acordo
com a regra de equilíbrio do pentagrama
temos que tonificar o elemento Fogo, pois
este vai doar energia para Terra que está
baixa, e retirar energia da Metal que está
alta, isso fará o pentagrama se equilibrar.
Para isso temos que colocar agulhas
sistêmicas nos pontos correspondentes à
estação do ano vigente (Verão), portanto os
pontos Shu Antigos que vão tonificar o
elemento Fogo nesta estação são: Coração 9
(C9 - Shaochong) e Intestino Delgado 3 (ID3
- Houxi), Circulação Sexo 9 (CS 9 -
Zhongchong) e Triplo Aquecedor 3 (TA 3 –
ZhongZhu). Fechamos o tratamento com o
ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas,
foi colocado um novo magneto de baixa potência sobre o cisto sinovial.
45

6.7. 9 Sessão 9

Abrimos o tratamento com VB41. De


acordo com a regra de equilíbrio do
pentagrama temos que tonificar o elemento
Terra. Este elemento vai doar energia para
Metal que está baixa, e retirar energia da Água
que está alta, isso fará o pentagrama voltar ao
seu equilíbrio. Para isso temos que colocar
agulhas sistêmicas nos pontos correspondentes
à estação do ano vigente (Verão), portanto os
pontos Shu Antigos que vão tonificar o
elemento Terra no Verão são: BP1 e E43.
Ponto para o fechamento do tratamento foi o
ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas, foi
colocado um novo magneto de baixa potência
(face norte / sedação) sobre o cisto sinovial.
46

6.7. 10 Sessão 10

Abrimos a última sessão com o


ponto VB41. De acordo com a regra
de equilíbrio do pentagrama temos
que tonificar o elemento Madeira.
Este elemento vai gerar energia para
Fogo que está com a sua energia
baixa, e retirar energia da Terra que
está com sua energia alta. O
pentagrama voltar ao seu equilíbrio
com esta tonificação.
Foram colocadas agulhas
sistêmicas nos pontos correspondentes
à estação do ano vigente (Verão),
portanto os pontos Shu Antigos que
vão tonificar o elemento Madeira no
Verão são: Fígado 1 (F1 – Dadun) e
VB41. Este ponto, Linqi, coincide
com o ponto de abertura do Vaso
Maravilhoso, e já foi colocado no inicio do tratamento. Para o fechamento do tratamento foi
utilizado o ponto TA5.
Após a retirada das agulhas sistêmicas foi feita a colocação do magneto de baixa potencia,
face norte.
47

6.8 Localização e aplicação clínica dos pontos utilizados:

Vasos Maravilhosos
PONTO LOCALIZAÇÃO APLICAÇÃO CLÍNICA
VB 41
Localizado entre as bases do 4º e Vaso Maravilhoso para Dores Reumáticas e
Linqi 5º metatarsianos
Ortopédicas Crônicas
“Lágrimas do Pé”

TA 5 Localizado a dois tsun acima da Vaso Maravilhoso para Dores Reumáticas e


prega extensora do punho, entre
Waiguan os ossos rádio e ulna. Exatamente Ortopédicas Crônicas
“Passagem estratégica externa” oposto ao CS6 Ponto Mestre das Mãos

Pontos utilizados no Equilíbrio do Pentagrama


PONTO LOCALIZAÇÃO APLICAÇÃO CLÍNICA
 Ponto Ho (elemento água).
 Ponto de partida do Meridiano Distinto
BP 9
Localizado sob a margem inferior
Yinlingquan do côndilo medial da tíbia A Distância: harmoniza e tonifica o Qi do
“Fonte de Yin” Baço/Pâncreas, harmoniza o Aquecedor Inferior e
harmoniza a via das águas.
E 44
Localizado entre as cabeças do  Ponto Iong (elemento água).
Meiting segundo e terceiro metatarsos
A Distância: harmoniza o Qi do
“Interior da Casa” Estômago.
 Ponto Fonte.
 Ponto Iu(elemento terra).
F3  Faz parte dos pontos de Harmonia do Alto
Localizado entre as bases do 1º e
Taichong 2º metatarsianos. e Baixo do corpo.
“Grande Impulsão” A Distância: harmoniza o Qi do Fígado e relaxa
músculos e tendões.

 Ponto Ho (elemento terra).


 Ponto de Máxima Concentração de
Energia do Meridiano (terra dentro de
E 36 Localizado a 3 tsun abaixo do terra).
E35, e a 1 tsun medial à cabeça da  Faz parte dos Pontos de Harmonia do Alto
Zusanli e Baixo do Corpo .
fíbula
“Três tsun do joelho”
A Distância: ponto altamente energético, regulariza
e harmoniza o Qi do Baço/Pâncreas e do
Estômago.

 Ponto de harmonia do alto e do baixo


IG 4  Ponto de Anestesia - Diafragma para cima.
Localizado no meio do segundo
Hegu
metacarpiano A Distância: ponto sistêmico altamente energético,
“Vale da Mão” ponto de reanimação e de tonificação do Wei Qi.

 Ponto Ho (elemento terra).


IG 11 Localizado entre o epicôndilo  Ponto de tonificação Fixo.
Gushi lateral e o final da prega flexora  Ponto de harmonia do alto e do baixo.
“Flexão do Cotovelo” do cotovelo. A Distância: harmoniza a energia do IG.

C8 Localizado na palma da mão no  Ponto Iong (elemento fogo).


Shaofu meio entre o 4º e 5º
metacarpianos A Distância: harmoniza a energia do coração,
“Residência do Qi do Coração” acalma a mente e aumenta a circulação de sangue.
48

ID 5 Localizado entre o processo  Ponto King (elemento fogo).


Yanggu estilóide da ulna e osso pisiforme,
face ulnar do punho. A Distância: harmoniza a energia do Intestino
“Vale do Yang” Delgado.

Localizado na palma da mão, na


CS 8 metade entre os 2º e 3º  Ponto Iong (elemento fogo).
Laogong metacarpianos, onde a ponta do
dedo médio toca a palma, quando A Distância: harmoniza o Qi do Pericárdio, acalma
“Palácio do Trabalho” se fecha a mão. a mente.

TA 6 Localizado na face dorsal do  Ponto King (elemento fogo).


Ziegou antebraço, um tsun acima do
TA5, entre o rádio e a ulna. A Distância: harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor
“Afluentes de Água” e faz circular o Qi das Vísceras.
 Ponto Ting (elemento madeira).
 Ponto de partida do Meridiano
BP1 Tendinomuscular.
Localizado no leito ungueal medial
Ynbai do hálux
A Distância: harmoniza e tonifica o Qi do
“Tai Yin Oculto”
Baço/Pâncreas, acalma a mente e faz conter o
sangue dentro dos vasos.
E 43
Localizado entre as bases do  Ponto Iunn (elemento madeira).
Xiangu segundo e terceiro metatarsos.
“O Vale Profundo” A Distância: harmoniza o Qi do Estômago.

 Ponto Ting (elemento madeira).


 Ponto de Tonificação Fixo.
 Ponto de partida do Meridiano
C9 Tendinomuscular do Coração.
Localizado no leito ungueal radial
Shaochong do 5º dedo da mão
A Distância: tende a tonificar a energia do coração
“Impulsionar o Qi do Coração” principalmente no verão, ponto de reanimação,
clareia a mente e cuida para que o Qi do coração
desça.

• Ponto Iunn (elemento madeira).


• Ponto de Abertura do Vaso Maravilho Du Mai.
ID 3 Localizado logo após a articulação
Houxi metacarpofalangeana, face ulnar A Distância: tende a tonificar o Intestino Delgado
do 5º dedo da mão, na mudança principalmente no verão, acalma a mente,
“Atrás do Riacho” de cor e textura da pele harmoniza o Meridiano Vaso Governador e
dispersa a estagnação energética do Meridiano
Tendinomuscular.

 Ponto Ting (elemento madeira).


 Ponto Fixo de Tonificação.
CS 9  Ponto de partida do Meridiano Tendino
Localizado no leito ungueal radial
Zhongchong do 3º dedo da mão Muscular da Circulação Sexo.
“Impulsionador do Qi”
A Distância: harmoniza o Qi do pericárdio e
reaviva o Yang.
 Ponto Iunn (elemento madeira).
TA 3 Localizado numa depressão de  Ponto Fixo de Tonificação.
Zhongzhu partes moles, no meio entre o 4º
A Distância: harmoniza o Qi do Triplo Aquecedor
”Pequena Ilha Central” e 5º metacarpianos e da o Qi da orelha.

F1 Localizado na margem ungueal  Ponto Ting (elemento madeira).


Dadun lateral do hálux  Ponto de partida do Meridiano
“Tecido Grosso”
Tendinomuscular do Fígado.
 Ponto de Máxima Concentração de
49

Energia do Meridiano do Fígado.

A Distância: harmoniza o Qi do Fígado e


clareia a mente.

 Ponto Iunn (elemento madeira).


VB 41  Ponto de abertura do Vaso
Localizado entre as bases do Maravilhoso Daí Mai
Linqi 4º e 5º metatarsianos.
“Lágrimas do Pé” A Distância: harmoniza o Qi da Vesícula
Biliar, clareia a visão e aumenta a audição.

Tabela 10: Descrição e localização dos pontos de acupuntura. (SIDGA – Sistema de diagnóstico e
gerenciamento em acupuntura, Versão 3.0, 2009).
50

a
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO CH’IEN
O Criativo

O movimento do Céu é poderoso.


Assim, o homem superior torna-se forte
e incansável.
O presente estudo esclareceu as técnicas utilizadas
I CHING, 2006, p. 29
da Medicina Tradicional Chinesa no tratamento de um
cisto sinovial na região do punho face dorsal.
O tratamento aplicado apresentou eficácia desde a primeira semana, onde a paciente
relatou melhora da dor local. Na medida em que o tratamento evoluiu, os sintomas (dor,
edema, dificuldade de movimentação) melhoraram progressivamente chegando a total
recuperação ao final do tratamento.
Em virtude dos resultados atingidos através deste estudo, observamos a importância da
acupuntura e a magnetoterapia como ferramentas no tratamento de cisto sinovial, sendo um
recurso terapêutico eficaz para tratamento de distúrbios musculoesqueleticos de membros
superiores.
Tratando-se de um estudo de caso, que possui um valor representativo de investigação,
é importante ressaltar que pesquisas cientificas a respeito do distúrbio estudado (cisto
sinovial) são de extrema importância no sentido de ampliar e aprofundar os aspectos gerais e
específicos envolvidos nesta doença, devido ao resultado positivo alcançado.
51

8.0 CONCLUSÃO D
PI
Manter-se Unido

A água preenche os espaços vazios que


A cada ano mais evidencias cientificas se acumulam encontra no terra e se mantém
firmemente aderida a ela.
sobre a acupuntura e magnetoterapia.
I CHING, 2006, p. 51
Esta monografia relatou o tratamento de uma paciente
com cisto sinovial na região do punho, face dorsal da mão
direita. O tratamento consistiu-se em aplicar magnetos de baixa potência face norte sobre o
cisto, equilibrar o pentagrama da paciente juntamente com a técnica de Vasos Maravilhosos
para dores ortopédicas e reumáticas crônicas.
Ao final deste estudo, e analisando os resultados encontrados, podemos concluir que a
paciente obteve total melhora do seu quadro, pois, o cisto desapareceu juntamente com as
queixas de dor e dificuldade de movimentação da mão e punho. Podemos observar também
que a paciente melhorou de forma geral, sua insônia passou e ela relatou estar se sentindo
muito bem, mais disposta e emocionalmente equilibrada.
A acupuntura e magnetoterapia são eficazes no tratamento de distúrbios
musculoesqueletico de membros superiores e no equilíbrio geral do organismo. Com a
pluralidade de terapias presentes na Medicina Tradicional Chinesa, disponíveis para
tratamentos de diversas patologias é de grande importância dar continuidade a pesquisas, para
se obter mais evidencias cientificas dessa milenar medicina.
Portanto, acredita-se que o presente trabalho deva ser utilizado como um estímulo para
novos conhecimentos, objetivando qualificar o atendimento e a melhoria na qualidade de vida
das pessoas portadoras de cisto sinovial, e de outros distúrbios musculoesqueletico de
membros superiores.
52

9.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AUTEROCHE, B. e NAVAILH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei,


1992.

BIRLA, G. S. e HEMLIN, C. Magnetoterapia: A maneira suave e eficaz de equilibrar os sistemas


do corpo. São Paulo: Pensamento, 1999.

CORRIGAN, B. e MAITLAND, G. D. Prática clínica Ortopedia e Reumatologia, diagnóstico e


tratamento. São Paulo: Premier, 2000.

GONÇALVES E.; SÁ L.; CALDEIRA M. Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado


(apresentação para obtenção de Mestrado em Educação – Supervisão e Orientação Pedagógica -
Metodologia da Educação I, pela faculdade DEFCUL – Mato Grosso), DEFCUL, Mato Grosso,
2005. Disponível em: http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/gon%C3%87alves_-
_estudo_de_caso_-_slides.pdf. Acessado em: 02/04/2010

HELITO, A. S. e KAUFFMAN, P. (org.) Saúde: entendendo as doenças, a enciclopédia Médica


da família. São Paulo: Nobel, 2006.

HIRSCH, S. Manual do Herói ou a Filosofia Chinesa na Cozinha. São Paulo: Corre Cotia, 1990.

LAU-TZU. Tao-te King: o livro do sentido e da vida. São Paulo: Pensamento, 1996.

LOWE, J. e STEVENS, A. Patologia. São Paulo: Manole, 1996.

MA, Yun-tao; MA, M.; CHO, Z. H. Acupuntura para Controle da Dor: um enfoque integrado.
São Paulo: Roca, 2006.

MOLE, P. A Acupuntura: equilíbrio energético para o corpo, a mente e o espírito. São Paulo:
Estampa, 1993.

PIMENTA, F. C. Aula 10: Vasos Maravilhosos I. Modulo 22: Vasos Maravilhosos, Modulo
23:Meridianos LO (apostila do curso de especialização em acupuntura do Instituto Brasileiro de
Acupuntura de Ribeirão Preto) IBRAM, Ribeirão Preto, 2008.

REQUENA, Y. Acupuntura e Psicologia. São Paulo: Andrei, 1990.

TIERRA, M. Terapia Biomagnética e Fitoterapia. São Paulo: Pensamento, 1997.

TOO, L. Guia Completo Ilustrado do Feng Shui. São Paulo: Avatar, 1998.

WEN, T. S. Acupuntura Clássica Chinesa. São Paulo: Cultrix, 2006.

YAMAMURA, Y. Huangdi Neijing – Ling Shu. São Paulo: Center Ao, 2007.

ZUMSTEIN, A. e PIMENTA, F. C. Aula 1:Filosofia Chinesa, Modulo 1: Tão, Modulo 2: Os


cinco Elementos (apostila do curso de especialização em acupuntura do Instituto Brasileiro de
Acupuntura de Ribeirão Preto) IBRAM, Ribeirão Preto, 2008.
53

10.0 ANEXO
54

10.1 Anexo 1
55

Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento

Eu, _____________________________________________________________,
portador RG de Nº____________________, por meio deste documento concordo em
participar da pesquisa do projeto de conclusão de curso de pós-graduação, intitulada
“Tratamento de Cisto Sinovial pela Acupuntura e Magnetoterapia”, desenvolvida no
IBRAMRP, pela aluna Karina Paitach de Oliveira.
Sabendo que minha participação é voluntária e posso interrompê-la a qualquer
momento, sem penalidades. Estou ciente de que não há riscos para minha saúde, de nenhuma
natureza, bem como não terei ônus ou bônus financeiro para participar desta pesquisa.
Autorizo a utilização dos dados obtidos pela pesquisadora para a publicação em
revistas científicas e apresentação em encontros de cunho científico.
Receberei uma cópia desse termo em consentimento e não o assinaria se não tivesse
obtido respostas satisfatórias às minhas dúvidas e implicações deste experimento na minha
integridade física e mental.

Ribeirão Preto, ____ de _____________ de 20____.

_____________________________
Assinatura do participante

_____________________________
RG do Participante
56

10.2 Anexo 2
57

Questionário dos 5 Elementos

Nome:_____________________________________________________________________________
HMA e Avaliação da Língua:

1) Habtos alimentares:
a) O que você deseja comer Agora? [↓] Ácido/Azedo ● Amargo ● Doce ● Picante ● Salgado

b) Alimentação do dia-a-dia? (Café – Almoço - Jantar) [↑] Ácido/Azedo ● Amargo ● Doce ● Picante ● Salgado

2) Preferência e Aversão – Clima e Estações: 3) Emoções mais Frequêntes? [↓]


a) Preferância pela estação do Ano? [↑] a) Raiva ▪ Irritação ▪ Cólera ▪ Mágoa (MADEIRA)
b) Aversão pela estação do Ano? [↓] b) Prazer ▪ Euforia ▪ Agitação (FOGO)
c) Preferência pelo clima? [↑] c) Preocupação ▪ Ruminar Pensamentos (TERRA)
d) Aversão pelo clima? [↓] d) Tristeza ▪ Melancolia (METAL)
e) Medo ▪ Premonição (ÁGUA)

4) Deficiência Auditiva? [↓ Água]


5) Queda de Cabelo? [↓ Água]
6) Problemas Ósseos? [↓ Água]
7) Problemas nos Vasos/Varises? [↓ Terra]
8) Problemas nos Tendões/Tendinite? [↓ Madeira]
9) Problemas Visuais? [↓ Madeira]
10) Problemas de Pele? [↓ Metal]
11) Problemas Musculares? [↑ Madeira]
12) Aftas na Língua? [↑ Fogo]
13) Aftas na Boca? [↑ Terra]

Direta Inicial Final Esquerda Inicial Final


IG ID
P C
E VB
BP F
TA B
CS R

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