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Bioquímica II

1ro Semestre 2008/2009

Gluconeogénese

Rui de Albuquerque Carvalho

Departamento de Bioquímica
FCTUC
Na glicólise existem três reacções essencialmente irreversíveis, que não podem
ser usadas no processo de gluconeogénese

i) Glucose + ATP → Glucose-6-fosfato (Hexocinase)


ii) Frutose-6-fosfato + ATP → Frutose-1,6-bisfosfato (Fosfofrutocinase-1)
iii) PEP + ADP → Piruvato + ATP (Piruvato cinase)

Estas três reacçõs são catalizadas por enzimas distintas no processo


de gluconeogénese

i) Glucose-6-fosfato + H2O → Glucose + Pi (Glucose-6-fosfatase)


ii) Frutose-1,6-bisfosfato + H2O → Frutose-6-fosfato + Pi
(Frutose-1,6-bisfosfatase)
iii) Piruvato + ATP + GTP +HCO3- → PEP + ADP + GDP + Pi + CO2

Piruvato + ATP+ HCO3- → OAA + ADP + Pi (Piruvato carboxilase)


OAA + NADH + H+ → L-malato + NAD+ (Malato desidrogenase)
L-malato (mitocondria) → L-malato (citosol) (transportador
malato-α-cetoglutarato)
L-Malato + NAD+ → OAA + NADH + H+ (Malato desidrogenase)
OAA + GTP → PEP + CO2 + GDP (PEP-carboxicinase)
[NADH]/[NAD+]
no citosol

Sequência de carboxilação-descarboxilação permite uma activação do piruvato


na medida em que a descarboxilação do oxaloacetato facilita a formação de
PEP.

[NADH]/[NAD+] (citosol) = 8 x 10-4

Cerca de 105 vezes mais baixa que na mitocondria

O transporte de malato da mitocondria para o citosol e a sua reconversão em


oxaloacetato no citosol, permite um efectivo transporte de equivalentes
redutores para o citosol, onde são necessários ao processo gluconeogénico.
“Shuttle” do malato-aspartato

“Malate-aspartate Shuttle”: usada normalmente para transportar


equivalentes redutores do citosol para a mitocondria; contudo poderá também
conduzir ao transporte de equivalentes redutores da mitocondria para o citosol
se funcionar em sentido reverso.

A saída de malato da mitocondria e posterior conversão em OAA conduz a


uma transferência efectiva de equivalentes redutores da matriz mitocondrial
para o citosol.
Gluconeogénese requer energia

2 Piruvato + 4 ATP + 2 GTP + 2 NADH + 4 H2O →


Glucose + 4 ADP + 2 GDP + 6 Pi + 2NAD+ + 2H+

Glicólise produz energia

Glucose + 2 ADP + 2 Pi + 2 NAD+ →


2 Piruvato + 2 ATP + 2 NADH + 2H+ + 2 H2O

A energia consumida no processo gluconeogénico permite que o


processo seja essencialmente irreversível nas condições intracelulares;
i) a conversão de piruvato a PEP requer duas reacções exergónicas

Mitocondria

Citosol
Alanina
Piruvato Cisteína
Glicina
Serina
Triptofano

Asparagina
Aspartato

Fenilalanina
Tirosina

Arginina
Glutamato
Glutamina
Histidina
Prolina
Isoleucina
Metionina
Treonina
Valina
Papel da frutose-2,6-bisfosfato na regulação
da glicólise e da gluconeogénese
Síntese de glucose no fígado a partir de
lactato produzido no músculo: ciclo de Cori

Glicogénio
ADP
Músculo
(glicólise) ATP

Lactato

Lactato (fígado)
Fígado ATP
(gluconeo-
génese) ADP

Glucose

Glucose → Lactato → Glucose

Ciclo de Cori
Triglicerídeos

Lipase

Glicerol + Ácidos Gordos


ATP
Glicerol cinase
ADP
Glicerol-3-fosfato
NAD+ Glicerol-3-fosfato
desidrogenase
NADH + H+
Dihidroxiacetona-fosfato
Incorporação de equivalentes redutores
no processo de gluconeogénese

i) Fumarase
Fumarato ↔ Malato
O protão H6S na glucose deriva desta incorporação. Assim, numa
experiência em que tenhamos presente água deuterada (D2O), o
aparecimento de deutério na posição H6S é indicativo da contribuição de
intermediários do ciclo, ou de aminoácidos glucogénicos que os
originam, para a produção de glucose;

ii) Triose fosfato isomerase


G-3-P ↔ DHAP
Incorporação de deutério nas posições 2 e 5

iii) Hexose fosfato isomerase


F-6-P ↔ G-6-P
Incorporação de deutério na posição 2
Estudo da gluconeogénese e glicogenólise no
fígado recorrendo a marcadores de isótopos-estáveis

2 a)
Glicogénio

Glucose 1
G-6-P
DHAP 3 Glicerol
D2O
F-6-P FBP Lactato
b) D2O
6 Piruvato
(6) (5) (4) 4 Ácidos
G-3-P PEP Gordos
1 2 3
Ac-CoA
[U-13C]propionato 5
7
OAA Citrato
[1,3-13C]glicerol
Malato
Isocitrato
D2O
c) Fumarato
Glucose 1 2 3 4 5 6
α-cetoglutarato

Succ-CoA Glutamato
OAA 4 3 2 1

Glutamato 1 2 3 4 5
Propionato
Estudo da gluconeogénese e glicogenólise no
fígado recorrendo a 2H2O

2H2 2H5

2H1 2H3 2H4


2H6R

2H6S

5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 PPM

i) Todas as moléculas de glucose produzidas de novo apresentam


marcação na posição 2 a um nível equivalente ao do enriquecimento em
2H O da água corporal.
2

ii) As moléculas de glucose produzidas a partir do ciclo de Krebs


apresentam marcação na posição 6s, pelo que a razão 2H6s/2H2 dá-nos
a fracção de moléculas de glucose que tiveram a sua origem no ciclo de
Krebs.

iii) As moléculas de glucose com origem no glicerol ou no ciclo de Krebs


vão estar marcadas na posição 5, pelo que a razão 2H5/2H2 representa
a contribuição destas duas fontes e consequentemente a razão (2H5-
2H6s)/2H2 representa a contribuição de glicerol.

iv) As moléculas de glucose com origem no glicogénio não apresentam


marcação na posição 5 e como tal a sua contribuição será dada por 1-
2H5/2H2.

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