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APOSTILA

ESTRUTURAS
METÁLICAS

Profª. Msc. Fernanda Nascimento


2008
Apostila – Estruturas Metálicas
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Profª. Msc. Fernanda Nascimento

1. Estruturas em Aço

1.1. Histórico

As primeiras obras em aço datam de 1750, quando se descobriu a maneira de produzi-lo


industrialmente.

Seu emprego estrutural foi feito na França por volta 1780, na escadaria do Louvre e no Teatro de
Palais Royal, e na Inglaterra, em 1757, onde se fez uma ponte de ferro fundido.

Porém, a sua grande utilização nos edifícios deu-se por volta de 1880 nos Estados Unidos,
principalmente em Chicago.

O início da fabricação em ferro no Brasil deu-se por volta de 1812. Acredita-se que a primeira obra
a usar ferro fundido no Brasil, no Estaleiro Mauá, em Niterói, RJ, foi a Ponte de Paraíba do Sul, no
Estado do Rio de Janeiro, com cinco vãos de 30 metros, cuja data de construção é de 1857,
estando em uso até hoje.

A primeira obra em que se usou aço importado em edifícios no Brasil foi o Teatro Santa Izabel, em
Recife. Como o Brasil é um país em crescimento, o setor industrial é o grande consumidor de
estruturas metálicas, absorvendo a maior parte da produção.

Em 1921 foi implantada a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira para produzir arame farpado,
perfis leves, etc. Em 1940 foi instituída no Brasil a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico
Nacional. E em plena guerra (1941) foi fundada a Companhia Siderúrgica Nacional, que entrou em
operação em 12 de outubro de 1946, com a finalidade de produzir chapas, trilhos e perfis nas
bitolas americanas.

Para consolidar o mercado, entraram em operação na década de 60 a Usiminas e a Cosipa, para a


produção de chapas. A partir daí, grandes expansões foram realizadas no setor siderúrgico,
produzindo o Brasil, hoje, perto de 25 milhões de toneladas de aço. O Brasil que até a década de
70 ainda era um importador de aço, passou a exportador.

Enquanto em outros países a estrutura metálica domina amplamente a construção de edifícios


para diversas ocupações, aqui no Brasil tínhamos geralmente seu uso restrito a construções
industriais e comerciais.
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Com o aumento da produção de elementos metálicos para a construção civil, vemos a paisagem
de nossas cidades ser alterada pelas obras executadas em estruturas metálicas.

As estruturas metálicas, além de outras vantagens, oferecem construções esbeltas e canteiros de


obra limpos, possibilitando rapidez de construção e plasticidade arquitetônica.

1.2. Vantagens e Desvantagens do Aço Estrutural

Como vantagens podemos citar:


a. Fabricação das estruturas com precisão milimétrica, possibilitando um alto controle de
qualidade do produto acabado;
b. Garantia das dimensões e propriedades dos materiais;
c. Material resistente a vibração e choques;
d. Possibilidade de execução de obras mais rápidas e limpas;
e. Em caso de necessidade, possibilita a desmontagem das estruturas e sua posterior
montagem em outro local;
f. Alta resistência estrutural, possibilitando a execução de estruturas leves para vencer
grandes vãos;
g. Possibilidade de reaproveitamento dos materiais em estoque, ou mesmo, sobras de obra.

Como desvantagens podemos citar:


a. Limitação de execução em fábrica em função do transporte até o local de sua montagem
final;
b. Necessidade de tratamento superficial das peças contra oxidação devido ao contato com o
ar atmosférico;
c. Necessidade de mão-de-obra e equipamentos especializados para sua fabricação e
montagem;
d. Limitação de fornecimento de perfis estruturais.

1.3. Produtos Siderúrgicos

Os produtos siderúrgicos podem ser classificados genericamente em:


• Perfis
• Barras
• Chapas
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As indústrias siderúrgicas produzem inúmeros produtos, dentre eles:

1.4. Produtos Metalúrgicos

As empresas metalúrgicas produzem os perfis compostos por chapas dobradas ou compostos por
chapas soldadas. Como exemplo, temos:
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1.5. Designação dos Perfis

1.5.1. Perfis Laminados

No Brasil os perfis laminados são designados como:


Código Literal, altura (mm), peso (kg/m)

Exemplos de códigos literais:


L – cantoneira de abas e espessuras iguais e desiguais
I – perfil de seção transversal parecida com I
H – perfil de seção transversal parecida com H
U – perfil de seção transversal parecida com U
T – perfil de seção transversal parecida com T
Exemplos de perfis:

I 100 – perfil I, abas inclinadas com altura de 100mm


IP 500 – perfil I, abas paralelas, com altura de 500mm
HPP 500 – perfil H, abas paralelas, série pesada, com altura de 500mm
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HPM 400 – perfil H, abas paralelas, série média, com altura de 400mm
HPL 100 – perfil H, abas paralelas, série leve, com altura de 100mm
U 100 – perfil U, abas inclinadas com altura de 100mm
L 50 x 3 – perfil L, abas iguais a 50mm e espessura de 3mm
L 50 x 30 x 3 – perfil L, abas desiguais (50 a 30mm) e espessura de 3mm

Nos Estados Unidos os perfis laminados são designados como:


Tipo (letra latina), altura nominal, peso corrido (lb/pé)

Exemplos de letras latinas:


S (Standard) – perfil I de abas inclinadas
W (Wide Flange Shape) – perfil I de abas largas paralelas
HP – perfil H de abas paralelas
C (Channel) – perfil canal U ou C
PL (Plate) – chapa

Exemplos de perfis:
S 12 x 31,8 – perfil I, altura = 12”, peso 31.8 lb/pé
W 40 x 328 – perfil W, altura = 40”, peso 328 lb/pé
HP 12 x 53 – perfil HP, altura = 12”, peso 53 lb/pé
C 12 x 20,7 – perfil canal, altura = 12”, peso 20,7 lb/pé
PL 8 x ¾ - chapa de largura 8”, espessura ¾”

1.5.2. Perfis de Chapa Dobrada

São designados como:


Tipo, altura, aba, dobra, espessura

Podendo ser acrescentada a designação “chapa dobrada” para diferenciar dos perfis laminados.
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1.5.3. Perfis Soldados

Os tipos já padronizados podem ter designação dos fabricantes, por exemplo:


CS – perfil coluna soldada (d/bf ≅ 1)
VS – perfil viga soldada (d/bf ≅ 2)
CVS – perfil coluna-viga soldada (d/bf ≅ 1,5)
PS – perfil soldado

Onde:
d – altura
bf – largura da “mesa”
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1.6. Entidades Normativas para o Projeto e Cálculo de Estruturas Metálicas

Entidades normativas são associações representativas de classe, ou organismos oficiais, que


determinam os procedimentos a serem seguidos para a execução de uma determinada atividade.

No caso de projetos e obras em estruturas metálicas, temos normatizadas as características


mecânicas e químicas dos materiais, a metodologia para o cálculo estrutural e o detalhamento em
nível de projeto executivo.

As unidades a serem adotadas no Brasil são as do SI (Sistema Internacional). Nos desenhos as


medidas lineares são todas em milímetros.
A seguir, têm-se as siglas das principais entidades normativas para as atividades relacionadas com
estrutura metálica.

Brasil
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
Estados Unidos
AISC – American Institute of Steel Construction
ANSI – American National Standards Institute
AWS – American Welding Society
AASHTO – American Association of State and Highway Transportation Officials
API – American Petroleum Institute
ASTM – American Society for Testing and Materials
AISE – Association of Iron and Steel Engineers
AISI – American Iron and Steel Institute
ASCE – American Society of Civil Engineers
AREA – American Railway Engineering
ABS – American Bureau Shipping
ASA – American Standards Association
SAE – Society of Automotive Engineers
SSPC – Steel Structures Painting Council
USBPR – United States Bureau of Public Roads Uniform Building Code
Alemanha
DIN – Deutsch Industrie Normen
França
AFNOR – Association Française de Normalisation
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No Brasil é utilizada a norma técnica NB 14 (NBR 8800), de 14 de abril de 1986, Projeto e


Execução de Estruturas de Aço de Edifícios (método dos estados limites) – ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas.

Como normas técnicas complementares utilizadas para o dimensionamento estrutural, temos:


NB 862 ou NBR 8681/84 – Ações e segurança nas estruturas – ABNT
NBR 6120/80 ou NB 5/78 – Cargas para cálculo de estruturas de edifícios – ABNT
NBR 6123/88 – Força devido ao vento em edificações – ABNT
NBR 14 323/99 – Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio –
Procedimentos
NBR 14 432/00 – Exigências de Resistência ao Fogo de Elementos Construtivos de Edificações
NBR 5884/99 – Perfil I Estrutural de Aço Soldado por Arco Elétrico

1.7. Aplicação das Estruturas Metálicas

Dentre as inúmeras aplicações das estruturas metálicas, podemos citar:


a) telhados
b) edifícios industriais e comerciais
c) residências
d) hangares
e) pontes e viadutos
f) pontes rolantes e equipamentos de transporte
g) reservatórios
h) torres
i) guindastes
j) postes
k) passarelas
l) indústria naval
m) escadas
n) mezaninos

1.8. Fatores que Influenciam o Custo de uma Estrutura

Tradicionalmente o aço tem sido vendido por tonelada e, consequentemente, discutindo-se o custo
de estrutura de aço impõe-se que se formulem seus custos por tonelada de estrutura acabada.

Mas, ignora-se o fato de grande número de fatores que tem influência significativa no custo final,
por tonelada, de uma peça de aço fabricada.
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No projeto, detalhe, fabricação e montagem de uma estrutura de aço, os seguintes fatores


influenciam o custo de uma estrutura:
a) seleção do sistema estrutural;
b) projeto dos elementos estruturais individuais;
c) projeto e detalhe das conexões;
d) processo ser usado na fabricação;
e) especificações para fabricação e montagem;
f) sistema de proteção à corrosão;
g) sistema a ser usado na montagem;
h) sistema de proteção contra fogo, etc.

A seleção do mais eficiente sistema estrutural, compatível com o processo de fabricação, é


fundamental par se otimizar os custos. Economia na fabricação e montagem só é possível como
resultado de conexões bem elaboradas durante a fase de detalhamento, de acordo com as
premissas de projeto.

A especificação é a que maior influência tem nos custos de fabricação e montagem, onde se
determinam a qualidade do material e as tolerâncias requeridas. Outro item importante é a
proteção contra a corrosão, que, em muitos casos, pode chegar a até 25% do valor da estrutura.

Se o projeto e o detalhamento não são executados pelo fabricante, e este é desconhecido, é


importante deixar opções no projeto para uso de conexões soldadas ou parafusadas, ou mesmo, o
detalhamento propor soluções alternativas de acordo com a sua fabricação.

Em geral, o custo de uma estrutura metálica pode ser representado d seguinte maneira:
Projeto estrutural 1% a 3%
Detalhamento 2% a 6%
Material e Insumos 20% a 50%
Fabricação 20% a 40%
Limpeza e pintura 10% a 25%
Transporte 1% a 3%
Montagem 20% a 35%

Outro fator que mede o custo de fabricação e montagem é a quantidade de estrutura contida em
um desenho de fabricação. Assim, podemos dizer que se o peso das peças contidas em um
desenho for menor do que 2 toneladas, a estrutura é leve e de custos mais elevados do que uma
que contenha 8 toneladas por desenho.
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1.9. Principais Fases na Construção de uma Obra

As principais fases que precedem a construção de qualquer tipo de edifício, ou mesmo, qualquer
tipo de obra em estrutura metálica:

Arquitetura: Onde é desenvolvido todo o estudo da obra, materiais de acabamento, dimensões,


características de ventilação, iluminação, formato, etc. Uma arquitetura desenvolvida para o aço
torna este material mais competitivo, tirando partido da sua melhor resistência e menores
dimensões das seções, etc.

Projeto Estrutural: é onde se dá corpo ao projeto arquitetônico, calculando-se os elementos de


sustentação, ligações principais, tipos de aço, cargas nas fundações, especificando se a estrutura
será soldada ou parafusada, etc. è uma das etapas mais importantes, pois um projeto ruim pode
causar prejuízo econômico ao fabricante e ao construtor.

Sondagens do Solo: é de fundamental importância para o delineamento das estruturas, pois se o


solo é de má qualidade o calculista da estrutura deve evitar engastá-la às fundações, o que as
tornaria muito onerosas. Porém, se o solo for de boa qualidade, poder-se-ia perfeitamente engastá-
la. Portanto, o tipo de solo pode definir o esquema estrutural.

Detalhamento: onde o projeto estrutural é detalhado peça por peça, visando atender ao
cronograma de fabricação e montagem, dentro das recomendações do projeto, procurando agrupar
ao máximo as peças. Devido às particularidades de cada fábrica, no que diz respeito aos tipos de
equipamentos e porte, cada fabricante adota o tipo de detalhamento que lhe é mais adequado.

Fabricação: é onde as diversas partes (peças) que vão compor uma estrutura são fabricadas,
usando-se as recomendações de projeto quanto a solda, parafusos, tolerâncias, controle de
qualidade, etc. Cada fabricante tem sua própria maneira de dar seqüência à fabricação de peças.

Limpeza e proteção: Após a fabricação, as peças que vão compor a estrutura são preparadas
para receber proteção contra a corrosão e, após a limpeza, a estrutura deve ser pintada ou
galvanizada, ou mesmo deixada no estado natural, se for em ASTM – A588 ou similar e a sua
localização assim o permitir.

Transporte: é preciso, já na fase inicial de projeto e detalhamento, indicar o tamanho das peças,
procurando, dentro do possível, evitar transporte especial.
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Montagem: é onde as peças vão se juntar, uma a uma, para compor uma estrutura, necessitando-
se de um planejamento, visando especificar os equipamentos a serem usados, o ferramental e a
seqüência de montagem. È o coroamento de toda a obra, é quando sabemos se houve ou não um
bom projeto.

A segurança da estrutura pode ser determinada fazendo-se a combinação de um bom projeto, bom
detalhamento, boa habilidade na fabricação e bons métodos de montagem. A maneira de montar
influi na economia final, uma vez que é durante a construção que na maioria das vezes as
estruturas desabam. Pode-se dizer que uma construção desaba por causa da falta de estabilidade
tridimensional. A maioria das falhas ocorre durante o processo de montem e raramente depois que
a estrutura está pronta.

Controle de Qualidade: Atua em todas as fases, estabelecendo os procedimentos de solda,


inspecionando peças, verificando se estão dentro das tolerâncias de normas, etc.

Manutenção: após conclusão da obra, é necessário fazer-se um plano de inspeção, o que


depende do local e uso das estruturas. Outro requisito de serviço importante é a média de vida da
estrutura, juntamente com os problemas de corrosão, devido às condições atmosféricas, umidade
e outros.

Em projetos, devem-se evitar soluções que acumulem água e sujeira, para evitar corrosão. Deve-
se também, deixar acesso fácil aos locais que necessitem de manutenção de pintura e inspeção
por toda a vida da estrutura. Toda estrutura deveria ser visitada e inspecionada pelo projetista ou
seu preposto após um, três, cinco, dez, quinze, vinte e mais anos.

2. PROJETO: CRITÉRIOS, ANÁLISE ESTRUTURAL E NORMAS

2.1. Introdução

Os critérios de projeto de uma estrutura metálica deve satisfazer todas necessidades funcionais e
econômicas de um projeto integrado, orientado a um ou vários tipos de sistemas estruturais, assim
como as características do material, a configuração e magnitude das cargas. Os critérios de
segurança devem ser aqueles definidos nas Normas, devidamente citadas no memorial de cálculo
ou desenhos. Os critérios de projeto não devem ser confundidos com as especificações. Estas
últimas são sempre referentes a materiais ou métodos de execução. No projeto devem ser
considerados como aspectos fundamentais e totalmente interligados, a escolha dos seguintes
fatores:
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• O sistema estrutural e sua configuração


• As características mecânicas dos materiais a serem usados
• As cargas que deverá suportar a estrutura
• As limitações (resistência, dimensões, flechas, etc)
• O tipo de análise estrutural a ser realizado
• As especificações para fabricação, transporte e montagem

2.2. Análise Estrutural

A análise estrutural tem como objetivo a obtenção de esforços axiais, de flexão, reações nos
apoios, deslocamentos, acelerações, entre vários efeitos produzidos pelas ações impostas numa
determinada configuração estrutural. De maneira geral a análise pode ser: estática ou dinâmica;
linear ou não linear geométrica; elástica ou elastoplástica.
A análise estática não leva em conta a variação da aplicação das ações no tempo, e considera que
as ações são aplicadas gradualmente. É linear geométrica, quando se considera que os
deslocamentos produzidos pelas ações são relativamente pequenos, e a análise é desenvolvida
sobre a configuração geométrica da estrutura original indeformada. È elástica, se o comportamento
do material não excede o limite de escoamento, isto é, segue a risca a lei de Hooke (deformações
proporcionais às tensões).

Estruturas com cargas que variam no tempo devem ser analisadas dinamicamente, estruturas com
deslocamentos finitos devem ser analisadas considerando a não linearidade geométrica, e por
último quando a estrutura excede a tensão de escoamento, faz-se necessário uma análise
elastoplástica. Não existem regras ou critérios gerais sobre qual tipo de análise usar, sistemas
estruturais pouco conhecidos devem ser estudados com maior profundidade.

2.3. Ações

Ação é tudo aquilo que provoca tensões e deformações.

Ações quanto a origem


Ações dos materiais usados na construção
Peso próprio da estrutura
Peso próprio de paredes, divisórias e tapamentos
Peso próprio de pisos
Peso próprio de coberturas
Ações de utilização
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Sobrecarga de utilização em pisos de edifícios


Cargas de equipamentos
Variação de temperatura causada por equipamentos
Cargas de silos, reservatórios e tubulações

Ações do meio ambiente


Vento
Variação de temperatura
Chuva
Neve
Terremoto
Ações Excepcionais
O colapso de algumas estruturas (tais como pontes, barragens, usinas nucleares e
plataformas de exploração de petróleo) pode ter conseqüências catastróficas. Portanto,
dimensiona-se estas estruturas para resistir a carregamentos não usuais, podendo ser construídas
estruturas de proteção chamadas defensas.

Ações quanto a variação com o tempo


Ações permanentes
Peso próprio da estrutura
Peso dos materiais permanentemente ligados à estrutura
Peso das instalações, acessórios e equipamentos permanentes
Ações variáveis
Sobrecarga
Cargas de equipamentos
Variação de temperatura
Vento

Ações quanto ao modo de atuação


Ações externas
Peso próprio
Sobrecarga
Vento
Equipamentos

Ações Internas
Variação de temperatura
Pró-tensão
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Natureza das ações: pelas normas atuais, os valores das ações usadas sõ definidos como de
natureza probabilística. Ou seja, as normas indicam os valores médios mais prováveis de
ocorrência.

Combinações de ações: Quando uma estrutura está submetida a mais de uma ação variável, o
valor máximo de um determinado esforço ocorre quando uma das ações variáveis atinge seu
máximo valor e as demais permanecem com seus valores nominais. A este princípio, dá-se o nome
de regra de Turkstra de combinações de ações, sendo que a NBR 8800 aplica esse critério.

2.4. Critérios Gerais de Dimensionamento

O dimensionamento de uma estrutura correto deve assegurar o desempenho estrutural e a solução


mis econômica possível.
Ao longo do tempo, o processo de dimensionamento sofreu mudanças, ou seja, evoluiu e hoje
temo várias normas, as quais, nos fornecem as exigências mínimas pra o projeto de estruturas
seguras.

Os métodos de dimensionamento são: Método das Tensões Admissíveis, Método dos Coeficientes
das Ações e Método dos Estados Limites, sendo que este último é o que está substituindo,
gradativamente, o Método das Tensões Admissíveis nas norm de dimensionamento.

Método das Tensões Admissíveis: Nesse método, as ações consideradas nas combinações são
nominais e as resistências nominais são reduzidas pelos coeficientes de segurança.

Sn ≤ Rd Rd = φ Rn φ ≤1

Sn = solicitações nominais
Rn e Rd = resistência nominal do material e de cálculo
φ = coeficiente de segurança da resistência nominal

Método dos coeficientes de ações: Nesse método, os coeficientes de segurança são aplicados
às ações. È muito usado para dimensionamento em estruturas com comportamento plástico.
Sd ≤ Rn Sd = γ . Sn γ ≥1
Sd = solicitações nominais
Rn = resistência nominal do material
γ = coeficiente de segurança da ação nominal
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Método dos Estados Limites: Também chamado de método dos coeficientes das ações e das
resistências, baseia-se na aplicação de coeficientes de segurança tanto às ações nominais quanto
às resistências nominais. A condição par o dimensionamento são:
Sd ≤ Rd Sd = γ . Sn Rd = Rn/γ γ ≥1

2.5. Método dos Estados Limites

A norma NBR 8800 utiliza o método dos estados limites, logo os esforços e deformações devem
ser menores que determinados valores limites, que dependem do material usado e do tipo de
estrutura adotada.
Existem dois tipos de estados limites:

Estados Limites Ùltimos: relacionado ao colapso total ou parcial da estrutura, podendo ser:
Perda de equilíbrio
Ruptura por qualquer tipo de solicitação
Instabilidade total ou parcial
Flambagem global das barras
Flambagem local de elementos de barras

Estados Limites de Utilização: relacionado ao comportamento da estrutura, impedindo sua


utilização para o fim que ela se destina, podendo ser:
Deformações excessivas
Vibrações excessivas

Critérios de Dimensionamento: deve ser satisfeita a seguinte inequação:


Sd ≤ Rd

Onde Sd é definida por uma combinação de carregamentos que os esforços nominais Aj são
majorados.
Sd = Σ γ j ψ j Aj

Onde,
γ j ≥1 e ψ j ≥ 1
Rd = φ Rn
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3. COMBINAÇÃO DE AÇÕES

A NBR8800 considera três tipos de combinações de ações para os estados limites últimos:

• Combinações Normais: carregamentos possíveis durante a vida útil.

• Combinações Construtivas: carregamentos possíveis durante a construção ou montagem da


estrutura.

• Combinações Excepcionais: carregamentos devidos a acidentes.

As combinações são definidas pelas seguintes expressões:

Combinações Normais e Construtivas


m n
S d = ∑γ g , i Gk , i + γ q ,1Qk ,1 + ∑γ q , jψ j Qk , j
i =1 j =1

Combinações Excepcionais
m n
S d = ∑γ g ,i Gk ,i + E + ∑γ q , jψ j Qk , j
i =1 j =1

Obs.: A ação excepcional E não é majorada.

Onde:

G = ação permanente
γ g = coeficiente de majoração de ação permanente (tabela 01)
Q1 = ação variável principal
γ q,1 = coeficiente de majoração de ação permanente principal (tabela 01)
Qj = demais ações variáveis
γ q,j = coeficiente de majoração das demais ações variáveis (tabela 01)
ψ j = fatores de combinação
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Tabela 1 – Coeficientes de Majoração das Ações


Coeficientes γ g eγ q de Majoração das Ações

Ações Permanentes (a) Ações Variáveis


Combinações

Demais
Grande Pequena Recalques Variação de Ações
ações
variabilidade variabilidad diferenciai temperatura decorrentes
(b) ( c)
variávei
e s do uso
s
γ g γ g γ q γ q γ q γ q

1,4 (0,9) 1,3 (1,0) 1,2 1,2 1,5 1,4


Normais
Durante a
1,3 (0,9) 1,2 (1,0) 1,2 1,0 1,3 1,2
construção

1,2 (0,9) 1,1 (1,0) 0 0 1,1 1,0


Excepcionais

Notas:
a) Os valores em parênteses correspondem aos coeficientes para ações permanentes
favoráveis à segurança; ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não
entram nas combinações.
b) Ações permanentes de pequena variabilidade incluem duas categorias:
b.1) Peso próprio dos elementos metálicos
b.2) peso próprio dos elementos pré-moldados com controle rigoroso de peso
c) Variações de temperatura provocadas por equipamentos fazem parte dos carregamentos de
equipamentos.
d) Ações decorrentes do uso da edificação incluem sobrecargas em pisos e em coberturas,
cargas de pontes rolantes, outros equipamentos.

Tabela 2 – Coeficientes de Combinação das Ações


Coeficientes ψ de Combinação das Ações ( a)
Sobrecargas em pisos de bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; 0,75
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conteúdos de silos e reservatórios.


Cargas de equipamentos, incluindo ponte-rolantes, e sobrecargas em pisos
0,65
diferentes dos anteriores.
Pressão dinâmica do vento. 0,60
Variações de temperatura. 0,60

Notas:

a) Os coeficientes ψ devem ser tomados iguais a 1,0 para:


a.1) ações variáveis não incluídas nesta tabela;
a.2) quaisquer ações variáveis de mesma natureza que a da ação variável principal.
a.3) Variações de temperatura provocadas por equipamentos que fazem parte dos
carregamentos de equipamentos.

Impacto: Para levar em conta seu modo de aplicação, algumas cargas variáveis também devem
ser majoradas por coeficientes de impacto.

A tabela 3 apresenta os percentuais de majoração para as cargas mais comuns.

Tabela 3 – Coeficientes de Impacto


Coeficientes de Impacto para Cargas Variáveis
Impacto (%)
Origem da Carga (a)

Elevadores 100
Pendurais 33
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Leves, cujo funcionamento se caracteriza por movimentos


20
rotativos. Talhas.
Equipamentos
Leves, cujo funcionamento se caracteriza por movimentos
50
alternativos. Grupos geradores.
Pontes de manutenção operadas de
20
cabine.
Impacto
25
Vertical (b) Demais pontes operadas de cabine ( c )

10
Pontes operadas por botoeira.
Fator aplicado à soma dos pesos das
cargas, do trolei e dispositivos de 20
içamento.
Fator aplicado à soma dos pesos da carga
Pontes e da ponte, incluindo trolei e dispositivos 10
Rolantes de içamento.
Impacto Fator aplicado ao peso da carga para as
30
Horizontal pontes de manutenção.
Transversal Fator aplicado ao peso da carga para as
40
(d)
pontes de fundição (e).
Fator aplicado ao peso da carga para as
pontes de caçamba articulada e pontes de 100
pátio de lingotes.
Fator aplicado ao peso da carga para as
pontes para fornos profundos e pontes 200
(f)
para desmolde de lingotes .
Impacto Horizontal Longitudinal (aplicado às rodas
20
motoras)
Notas:
a) Percentual aplicado à soma dos pesos indicados.
b) Fatores aplicados às cargas máximas por roda.
c) Pontes de fundição, de caçamba articulada, de pátio de lingotes, para fornos profundos e
para desmolde de lingotes.
d) Estas cargas devem ser distribuídas proporcionalmente à rigidez lateral da estrutura de
apoio dos trilhos.
e) Devem ser incluídos nesta categoria, todos os demais tipos de pontes não citados
especificamente.
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f) Para este tipo de ponte, a carga compreende o peso dos lingotes e de seus moldes.

Exemplo de Combinação de Esforços

Determinar as máximas cargas impostas para estados limites de resistência para uma estrutura
com as seguintes cargas:
Peso Próprio ( Gk,1) = 80 kN
Sobrecarga ( Qk,1) = 25 kN
Vento (Qk,2) = 40 kN

Combinações últimas normais:


m n
S d = ∑γ g , i Gk , i + γ q ,1Qk ,1 + ∑γ q , jψ j Qk , j
i =1 j =1

De acordo com as tabelas 1 e 2, para pequena variabilidade temos:


γ g,1 = 1,3
γ q,1 = 1,5
γ q,2 = 1,4
ψ 1 = 0,65
ψ 2 = 0,60
Portanto, as combinações possíveis são:

S d ,1 = (1,3)( 80 ) +(1,5)( 25 ) =141 ,5kN


S d , 2 = (1,3)( 80 ) +(1,4)( 40 ) =160 ,0kN
S d ,3 = (1,3)( 80 ) +(1,5)( 25 ) +(1,4)( 0,6)( 40 ) =175 ,1kN
[S d ,4 = (1,3)( 80 ) +(1,5)( 0,65 )( 25 ) +(1,4)( 40 ) =184 ,37 kN ]

Observa-se que a maior combinação será aquela em que o vento atua como ação acidental
principal e a sobrecarga atua como carga secundária.

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