Revista PET Farmácia

Integração foi a palavra que conduziu a elaboração desse volume.

Em um momento de união e desejo por mudanças, a Revista PET Farmácia XVIII
foi idealizada. Dessa vez, trazendo a participação das seis entidades estudantis da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
Entidades?! São os grupos de estudantes da Faculdade de Ciências Farmacêutica
de Araraquara que realizam diferentes atividades, envolvendo a graduação e/ou a
comunidade. Apesar dos diferentes perfis, todas trabalham em prol da melhoria do
estudante, da graduação e de nossa sociedade. E foi com esse objetivo que as entidades
moveram-se a fim de tornar concreta essa integração, quebrando ideias de estereótipos,
preconceitos e abismos entre elas.
PAFE é a sigla de projeto de Assistência Farmacêutica Estudantil que promove feiras e
semanas de assistência farmacêutica em praças, creches, asilos e escolas do município
e região de Araraquara; a AFEP, Atenção Farmacêutica Estudantil Permanente, realiza
trabalhos de atenção farmacêutica em comunidades carentes de Araraquara; a AllPharma
Jr. é a empresa Júnior da Faculdade de Farmácia da UNESP, que oferece serviços de
consultoria farmacêutica; a Jornada Farmacêutica traz cursos anuais visando apresentar
novas tendências e enriquecer conhecimento científico; o CACIF é o Centro Acadêmico
e o órgão representativo dos estudantes de nossa faculdade e, por fim, tem o PET, que
atua buscando sempre realizar atividades que envolvam ensino, pesquisa e extensão
em busca do benefício ao estudante, à comunidade acadêmica e à população em geral.
Em 24 de outubro de 2010, foi dado o ponta-pé inicial para uma integração definitiva
entre as entidades: ocorreu o Primeiro Fórum de Entidades Estudantis da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas da UNESP de Araraquara, com o intuito de integrar seus
componentes e aperfeiçoar suas atividades. O evento contou com a presença de
convidados que participaram ativamente da construção e história de cada uma dessas
entidades. É por isso que nesta edição, a Revista PET Farmácia abre espaço para a voz
da AFEP, All Pharma Jr., CACIF, Jornada Farmacêutica e PAFE.
A história nos conta que os movimentos estudantis foram responsáveis por grandes
mobilizações populares e por mudanças nos rumos da sociedade. Desta forma, ilustram
a força que possui a classe estudantil unida.
A partir daí, surgiu a ideia para mais um tema de nossa revista!
Movimento, integração, união, mudanças, força, luta... São palavras sempre presentes
entre nossas entidades. Portanto, o tema para esta nova edição da Revista PET Farmácia
não poderia ser outro: “Movimento Estudantil”. Neste volume, leitor, você saberá mais
sobre o movimento estudantil, sua história, as lutas, e verá que esse movimento ainda
persiste nos dias de hoje, forte como sempre.

Adriana Midori Amamura

Isabela Jacob Moro
Sarah Salomon Müller

1
 Revista PET Farmácia

pág.04 pág.06 pág.08

Daniel Mallmann
Com a A verdadeira
Vallerius,
palavra: face do Projeto
Egresso PET
João de Reforma no
Geografia
Aristeu Código Florestal
UFRGS, em
da Rosa Brasileiro
um depoimento por Nádia Aline
- Tutor
emocionado de Freitas Lara
do PET
quem já passou
Farmácia
pela graduação
Araraquara
e quer deixar um
legado Aquecimento global:
mito ou realidade?
Integração por Gabriela Carrara
UFPR - UNESP Robi
entre os PETs
do curso de
Farmácia!
(comentário
das editoras)

Divirta-se!
por Nathalia Vieira dos Santos e Luan Seabra Mialick
pág. 51

Atenção
farmacêutica é o
futuro promissor
de atuação do
profissional
Fique por farmacêutico
dentro! por Tatiane Bonfim
Programe-se! Ribeiro
por Nádia Socialmente correto?
Aline Freitas Um breve histórico e uma re
Lara e Nathalia flexão a respeito da ação social
Sorroche Berlinck por Ingrid Stephanie Stein Ambiel

pág. 49 pág. 46

2
 Revista PET Farmácia

pág.11 pág.14 pág.18

Pesquisa Uma nova visão sobre Francisco
científica a vida - Descoberta de Caravante Jr, um Argentina Lado B - Muito além
no Brasil: bactéria que possui dos fundadores do de Buenos Aires e Bariloche
arsênio ao invés de por Bárbara Scoralick Villela
perspectivas Centro Acadêmico
promissoras fósforo em seu DNA de Ciências
Um país pequeno com
por Marcelo pode mudar não Farmacêuticas
pensamentos grandes - Um
Davanço apenas nossa visão da UNESP, em
(Coordenador pequeno país árabe, plantado
sobre a vida na Terra, entrevista exclusiva
de Cursos numa península à beira do Golfo
mas também nossa para a Revista PET
da 58ª Jornada Pérsico, contém planos ambiciosos
forma de procurar Farmácia
Farmacêutica para a Copa de 2022 que serão
organismos em outros
da UNESP) facilmente patrocinados por suas
planetas.
por Nathalia Vieira dos próprias riquezas.
Santos por Luan Seabra Mialick

O que esperar de 2011

por Sandro Gonçalves (Egresso da Economia Unesp Araraquara)
pág. 23
A busca pelo sucesso profissional - O desafio não é se
inserir no mercado de trabalho, e sim, se manter nele.
por Alexandre Hitoshi Ebina (Diretor Presidente All Pharma Júnior –
Consultoria Farmacêutica)

Passado e Presente: Um Espetáculo dos Estudantes

por Bárbara Oliveira, Juliana Malagutti Darini e Lucas dos Reis Ercolin
pág. 26

Idiomatic
O olho do
expressions
furacão social Carnaval não é
If you’re
e a causa dele um só!
por Rogerio por Taís Orlandin thinking that
Munhoz dos Dias de Aguiar you know
Santos all about the
English, you are
O legado wrong! I’ll prove
O serviço de Oskar it to you.
secreto no Brasil Schindler por Thales
por Felippe de por Rafael de
Barbosa Moraes
Alencar Silva Souza Carvalho
de Oliveira

pág. 42 pág. 38 pág. 36

3
 Revista PET Farmácia
A Finalidade
A o chegarmos à Universidade cada um de nós
tem um objetivo, uma meta, uma finalidade
que quase sempre está dispersa num emaranhado
de experiências, emoções e razões. Muitos têm
clareza no que pretendem e no que irão investir para
conseguir uma qualificação adequada aos seus
propósitos, mas nem todos conseguem vislumbrar
de início os meios que lhes propiciarão atingir suas
metas. O choque entre a expectativa e o que é
realmente oferecido torna-se inevitável e aí reside
um dos primeiros aprendizados: a conciliação
interior entre o que almejamos e o que é oferecido
durante as aulas ministradas pelos professores nas
disciplinas. Em vista do esforço feito para ingressar
na universidade, há primeiramente, a tentativa de
conciliar nossa busca com o conteúdo abordado no
curso. Poucos, no caso da Farmácia/Araraquara,
são os alunos que desistem e buscam outros
caminhos.
Nesse momento crucial, nem sempre revelado
no primeiro semestre do curso, é que temos o
apoio das entidades estudantis, que na Farmácia/
Araraquara são: Atenção Farmacêutica Estudantil
Permanente - AFEP, All Pharma Jr, Centro
Acadêmico de Ciências Farmacêuticas - CACIF,
Jornada Farmacêutica, Programa de Educação
Tutorial - PET, Projeto de Assistência Farmacêutica
Estudantil - PAFE, além dos trabalhos de extensão
e da iniciação científica – IC - com os diferentes
docentes da Farmácia, Química e Odontologia as
quais de distintas formas ajudam o aluno na busca
do estabelecimento de competências. Assim,
este volume XVIII da Revista PET enfoca parte
do trabalho desenvolvido pelas seis entidades
estudantis, de modo a sugerir aos graduandos
opções para desenvolver atividades nesta(s) ou
naquela(s) entidade(s). A busca, o trabalho ativo,
o convívio em equipes proporcionam outra visão
do que nos cerca e ajudam a preparar-nos para a
futura atividade profissional.
Esse período é um simulacro, um laboratório de
experiências para a futura atividade que exerceremos
quando estivermos fora da universidade. Neste
momento de efervescência da juventude é que
estabelecemos as bases para as futuras ações.
Certamente ao nos engajarmos junto às entidades
e ao assimilarmos os conteúdos
ministrados pelos professores,
nos tornaremos agentes transformadores, muito
embora essa conscientização para tornar-se
agente transformador possa ser questionada.
Por exemplo, Gustavo Ioschpe no artigo “Como
melhorar a educação brasileira – Parte 2” em Veja
edição 2196 de 22/12/2010 refere: “Outro problema
importante é o viés ideológico de muitos desses
cursos, que estão mais preocupados em formar
os batalhadores de vanguarda da criação da nova
sociedade, e não “reles’ ensinadores de matéria”.
Nesse mesmo artigo o articulista revela que há uma
diretriz, do Enade 2008, em que o futuro educador
é incentivado a entender seu papel como “agente
transformador da realidade, compreendendo a
ciência como uma atividade social”. Mais adiante
em seu raciocínio, Ioschpe escreve: “Devemos
abolir o viés ideológico e ter certeza de que, antes de
formar futuros revolucionários, nossos professores
consigam ao menos formar gente que saiba ler,
escrever e fazer operações matemáticas básicas”.
E encerra o seu artigo considerando: “Nossas
elites continuam desconsiderando o problema da
educação, achando que ele se restringe à escola
pública. É a mesma ilusão do morador de Ipanema
que acreditava que a violência do Alemão não o
afetaria. Afinal, onde você acha que o professor
que dá aula em escola particular se formou? Na
Suíça?”
Essa transcrição de trechos do artigo do Gustavo
Ioschpe tem o propósito de ilustrar como diferem
as concepções a respeito da busca de qualificação
para os nossos docentes, principalmente do ensino
fundamental. E logicamente que discordamos
do ponto de vista de Gustavo Ioschpe, pois o
compromisso social ( Revista PET Farmácia
4
 Revista PET Farmácia

vol. XVII, 2010) é uma das premissas a serem

assumidas pelo agente educador e isso de forma
alguma é impeditivo para a qualificação do aluno,
antes, ajuda-o a tomar consciência para a busca do
aprendizado em bases sólidas.
É com base nessas considerações anteriores que
nos referimos à disciplina optativa “Políticas Públicas
de Saúde”, que foi gerada no PET Farmácia, com
base no trabalho que o grupo desenvolve desde a
sua implantação em novembro/1994. Desde essa
época os integrantes consideraram como prioritário
na área de ensino, a busca por colaborar na
qualificação dos graduandos e consequentemente
dos próprios petianos.
Os participantes do grupo, desde a sua
implantação, ofereceram cursos semestrais
enfocando assuntos que podiam ser mais
aprofundados e ou explorados. Posteriormente
esses cursos passaram a ser anuais, pois num
semestre o curso era ministrado por petianos e Encerramos dando as boas vindas à Nathalia
no outro por egressos do PET Farmácia. Com a Vieira, Rafael e Nathália Berlinck que ingressaram
mudança da grade curricular da Farmácia, surgiu como bolsistas e ao Lucas que está atuando
a necessidade de ampliar o leque de opções de como não bolsista. As suas contribuições serão
disciplinas optativas. No Enapet de 2008, na valiosas para o crescimento de todos nós que
PUCCAMP/Campinas, durante a mesarredonda estamos integrados à graduação da nossa FCF.
de abertura o Prof. José Luiz Riani Costa discorreu Não poderíamos deixar de parabenizar o Professor
sobre o SUS. Foi esse um dos embriões para que o Herman nomeado em 16/12/2010 como secretário
pessoal do PET Farmácia decidisse por estruturar da Educação do Estado de S. Paulo. Certamente
e oferecer a optativa “Políticas Públicas de Saúde”, o Professor terá um desafio imenso, mas como
que foi aprovada pelo Conselho de Curso da FCF/ atestado na UNESP, quando de sua atuação junto
UNESP/Araraquara. à reitoria e também como reitor, não lhe faltarão
A optativa de dois créditos foi ministrada das competência e determinação para desenvolver um
17:00 às 19:00 horas, às quintas-feiras do segundo trabalho profícuo.
semestre de 2009 e 2010. A avaliação feita junto aos
que cursaram a disciplina em 2009 foi altamente
positiva e acreditamos que o será novamente em
2010, tendo em conta o entusiasmo dos alunos
quando ocorreu a apresentação dos seminários Um abraço.
finais. Um dos assuntos abordados na optativa que João Aristeu
tem sido muito comentado pelos alunos é o SUS;
assim o PET Farmácia está em sintonia com o que
o que foi dito pela presidente eleita Dilma Roussef
no seu discurso após a vitória eleitoral: “Me
comprometi nesta campanha com a qualificação
da Educação e dos Serviços de Saúde”.
A busca pela qualificação num curso de Farmácia
pode muito bem se conciliar com o compromisso
pela transformação da nossa sociedade em bases
mais dignas para todos, no respeito pelo ser
humano como tal e na preservação das liberdades
individuais. Esse compromisso pela qualificação
do ensino se ajusta também às considerações
de Miguel Nicolelis em “Prazer em conhecer, a
aventura da ciência e da educação”, Papirus,
Debates, 2008: “Qual é a motivação para alguém
continuar ensinando? A motivação é multiplicar
essa paixão por aprender e esperar que, um dia,
alguns desses alunos a continuem multiplicando.
É como a ciência. Ciência é isso. Você passa o
bastão, vem uma pessoa de outra geração, corre
a corrida e o passa para a seguinte... e assim por
diante”.

5
 Revista PET Farmácia
All that you can’t leave
behind - Os Filhos do PET
Daniel Mallmann Vallerius – Egresso PET Geografia UFRGS
N ão faz muito que vivenciamos o final de mais um ano.
Época de músicas natalinas à exaustão, de corrida
desenfreada na busca por presentes, de champanhes,
espumantes ou similares - conforme o bolso de cada um - e
das vinhetas carnavalescas que anunciam que um novo ano
bate a nossa porta. Outro calendário está sendo trocado e um
novo ciclo se iniciando. Para todos.
Final de ano também é sinônimo de fechamento de semestre
letivo, e para alguns (sortudos?), marca não apenas o final
de um período de aulas, mas de uma graduação. É hora
de emocionar-se com a cerimônia, pegar o diploma, beber
todas (e não dirigir após, claro!) e encarar o dito ‘mercado de
trabalho’.
Para quem é do PET, tem mais um detalhe: romper uma
espécie de ‘cordão umbilical’ que nos une não a uma ‘mãe’,
mas a um grupo. Amigos, colegas, que tanto nos ensinaram,
que vimos crescer a cada dia e que o convívio diário muitas
vezes os fez nossa segunda família (em certos casos, mais
‘próximos’ até do que nossos parentes ‘genuínos’). Esta
família tem algo em comum com os nossos irmãos biológicos:
nós não os escolhemos. E apesar disso, o ambiente nestes
lares costuma ser bastante saudável. Em todas as salas de
PET pelas quais tive oportunidade de passar (de Porto Alegre
a Recife, de Uberlândia a Cuiabá, de Curitiba a Natal...),
tive a grata percepção de que as salas (lares?) do PET são
testemunhas de discussões, divergências, posturas e atitudes
nem sempre unânimes. Mas acima de tudo, mostram-se
locais de uma família pautada pelo respeito e pela vontade
permanente de ensinar e aprender uns com os outros.
Após participar por alguns anos desta ‘família’, chega a
hora de ‘sair de casa’ e ganhar o mundo. Felizmente, as ricas
experiências que o programa proporciona, se não garantem o
sucesso aos seus ‘filhos’, certamente os deixam em condições
plenas de buscarem seus objetivos com uma bagagem que
poucos colegas da mesma idade e turma possuem.
Creio que falar sobre o PET neste espaço, sobre a relevância
da integração da tríade ‘ensino-pesquisa-extensão’, sobre a
formação ‘cidadã’ que o programa apregoa – e que na maioria
das vezes, ouso pensar que cumpre em sua plenitude – e
na importância de se lutar diuturnamente pela sua melhoria
em sua avaliação e outras questões pontuais, seria cair em
um lugar comum. Portanto, trago aqui uma pequena reflexão
sobre o papel destes verdadeiros ‘filhos’ do PET após deixar a
sua ‘casa’. Filho este que, no ambiente petiano, é conhecido
como “egresso”. Categoria esta que pouca distinção faz entre
quem integrou o programa por dias, meses ou anos. Afinal,
como se propaga, com muita razão, “uma vez petiano, sempre
petiano”.
Após quatro anos como bolsista, tendo militado diretamente
em algumas das causas do PET neste
período, percebi que o rompimento deste cordão não é
simples. E não é – nem pode ser – total. Digo isto pela minha
experiência empírica de petiano, que possui seu melhor
retrato nos eventos do PET, sejam estes de caráter local,
regional ou nacional. O egresso é figura quase esquecida,
salvo raras exceções. Aliás, poderia discutir-se ainda se
esta ausência é ‘causa’ ou ‘conseqüência’, visto que as
programações dos eventos pouco ou nada contemplam a
presença de egressos, ao passo que poucos são os colegas
que, não mais pertencentes ao grupo, continuam presentes no
dia-a-dia destes e dispostos a participar destas discussões em
maior escala. Ressalto que aqui não se enquadra um discurso
‘panfletário’ ou idealista, pois é sabido que ‘ganhar o mundo’
não é algo simples. Demanda tempo, esforço e dedicação.
Porém, não quero acreditar que os egressos não tenham
um espaço ou até mesmo condições de colaborar com sua
experiência e conhecimentos com o programa.
Após mais de 30 anos de existência, o PET já formou muita
gente neste país. Professores, pesquisadores, médicos,
biólogos, engenheiros, historiadores, farmacêuticos,
administradores, físicos, economistas, enfim. Pouco importa
a área. Importa, de fato, é que boa parte de seus egressos
ocupam postos de relevância, seja na comunidade acadêmica,
seja na política, seja na iniciativa privada. Ou na comunidade
em que estão inseridos. Quer um exemplo? O nosso ministro
da educação foi tutor de PET (ainda que algumas decisões
de sua equipe não reflitam esta trajetória) e em discurso na
última reunião anual da SBPC, ao estar defronte de um salão
invadido (no melhor dos sentidos) por tutores, petianos – e
egressos! – reconheceu que todos os alunos por ele tutorados
haviam completado o doutorado. Isto por si só, não os torna
melhores do que ninguém. Porém, é um pequeno recorte
ilustrativo de quão longe os egressos do PET chegam – e de
quanta memória, conhecimento e histórias carregam consigo.
Convido a você, colega petiano, a refletir como toda esta
bagagem poderia ser aproveitada em prol do PET. E não
penso que seja preciso mais do que alguns instantes para
pensar em simples (porém potencialmente boas) alternativas.
Convidar os egressos para palestras, mini-cursos, ou até
simples relatos de sua trajetória acadêmico-profissional é algo
que urge e acredito que seja de grande valia para todos os
envolvidos. Estes podem cooperar com projetos de pesquisa
que sejam correlatos a sua área de estudo ou de atuação
profissional atual, ou ainda, integrar-se nos mais variados
projetos de extensão que se espera do PET. Sem contar a
participação esporádica nos eventos regionais e até nacionais
do Programa (e neste sentido, a integração com a SBPC é
muito profícua, especialmente para aqueles que ainda seguem
na academia).
Todavia, porque não começar de uma forma bem simples,
6
 Revista PET Farmácia

convidando a estes ‘filhos’ para uma visita a sua antiga casa?
A família pode ter se renovado, os membros não serão mais
os mesmos, mas o espírito petiano, a crença na educação
tutorial, e sobretudo a certeza que o PET se oxigena e se
reinventa, apesar de todos os poréns que lhe são impostos,
certamente ainda estarão por lá. Este espírito oportuniza que
membros de uma mesma ‘família’, que nunca tenham sequer
trocado alguma palavra, possam sentar-se ao redor da mesma
mesa, e ter mais do que um assunto, uma identificação que
une e perpassa gerações: o orgulho de ser petiano.
Aos que estão no PET hoje, deixo um conselho (que até pode
soar como saudosismo – e talvez seja, admito): aproveitem ao
máximo esta oportunidade de transformar o mundo em que
vive ao passo em que você se transforma também. Adquira
conhecimento, mas transforme-o em ações.
Adquira experiência, mas compartilhe com
quem fará um bom uso dela. Adquira virtudes,
mas que estas sejam tão virtuosas aos outros, como são para
si. E adquira colegas, mas faça-os seus verdadeiros amigos.
E quando mais um ano findar, quando chegar a sua hora de
dar um abraço de despedida na sua ‘família’ petiana, lembre-
se sempre de deixar a porta aberta para voltar. E lembre
também que além de amigos e memórias, deixa (traçada) uma
trajetória, que não se encerra ao dar um abraço de despedida
em nossa ‘família’. Afinal, um ditado popular nos diz que o bom
filho sempre a casa torna.
Contudo, feliz daquele filho que, mais do que voltar, nunca
se esquece de onde partiu.

I N T E R C Â M B I O
N
T
E
G
R
A
Ç
Ã
O
Um encontro, uma conversa, uma idéia, um e-mail, vários e-mails...e a realização. No dia 25 de
janeiro, o grupo PET Farmácia UFPR chegou à Terra da Laranja, onde nós, do PET Farmácia
da UNESP Araraquara, os esperávamos com uma programação para quatro dias. Foi uma
semana intensa de atividades em conjunto, visitas técnica e cultural, trabalhos,
discussões descobertas. No dia 13 de fevereiro, foi a vez de o nosso grupo
pisar na cidade paranaense, Curitiba. E dessa vez, eram eles
que nos aguardavam para uma semana rica em atividades. Esse
intercâmbio proporcionou uma grande troca de conhe- cimentos,
pois os dois grupos puderam compartilhar idéias e trabalhar
juntos em suas respectivas atividades.O aprendizado que o
ntercâmbio nos deixou não se limita às atividades dos grupos, apesar de tão pouco
tempo, foi possível perceber as diferenças e semelhanças do nosso dia a dia.
O sucesso desse intercâmbio só foi possível graças ao comprometimento de integração entre os dois
grupos. Foi uma grande experiência e com certeza deve ser repetida mais vezes!!!

Editoras.

7
 Revista PET Farmácia

A verdadeira face do
Projeto de Reforma
no Código Florestal
Brasileiro
A quem realmente beneficiará a Reforma no Código Florestal Brasileiro?
Por trás de propostas dirigidas ao aumento da produção para atender as
crescentes demandas por alimentos, se esconde o abismo do desmatamento
Nádia Aline Freitas Lara (Turtle) - 3º ano - Farmácia UNESP

O deputado Aldo Rebelo, representante do

Partido Comunista do Brasil (PC do B), eleito
pelo Estado de São Paulo, enviou uma proposta
de substituição do antigo Projeto de Lei referente
ao Código Florestal Brasileiro. A votação na
comissão da Câmara especial para tal, realizada
em Brasília, no dia 06 de junho deste ano, aprovou
o substitutivo proposto, que agora, como próxima
etapa, será votado em Plenário. Uma vez aprovada
em Plenário, a proposta ainda
deve passar por aprovação do
Senado e, se houver alguma
mudança em alguma dessas
etapas, deve passar novamente
pela Câmara dos Deputados,
para discussão, antes de ir à
sanção presidencial. Além disso,
algumas leis dependem de uma
regularização posterior para sua
efetiva aplicação, necessitando
assim, de uma lei complementar.
A votação no Senado e as etapas
seguintes ficaram para o primeiro
semestre de 2011, devido à
dificuldade em conciliar desejos
de ruralistas e ambientalistas,
que só concordam em um ponto:
existe realmente a necessidade
de uma reforma no Código
Florestal Brasileiro.
De um lado, ruralistas que
se sentem satisfeitos com
as mudanças que o Código
sofrerá, se aprovado, e de
outro, ambientalistas que veem
nas propostas, ações que
representam retrocesso e vão contra todos os
esforços de anos em busca de diminuição do
desmatamento.
Dentre as mudanças sugeridas por Aldo Rebelo
as que trazem maior desconforto
e causam as discussões mais
acaloradas estão a moratória do desmatamento e
as questões que envolvem as áreas de reserva e
áreas de proteção permanente.
De acordo com o antigo projeto de Lei, todo
proprietário de terras deve ter um percentual
mínimo de vegetação nativa (vegetação
característica de uma localidade sem interferência
humana), que equivale a 20% do total da área
arrendada. Caso o proprietário não possua o
mínimo exigido pode recuperar
através de reflorestamento,
necessariamente com
espécies nativas, ou pode
recompensar, adquirindo
áreas de vegetação nativa,
equivalente aos 20% exigidos
e que estejam inseridas na
bacia hidrográfica devastada.
Se o proprietário optar por não
cumprir a Lei é multado e pode
até ter as terras interditadas.
A proposta sugere que
áreas que já estavam sendo
utilizadas para a produção
a partir do ano de 2008
sejam regularizadas, ou seja,
retiram-se as multas e as
penalidades de proprietários
que tenham cometido crimes
ambientais a partir de 2008
e exclui proprietários que
não atendam às exigências
da antiga Lei até que a nova
Lei seja aplicada. Então, até
que haja regulamentação
através de lei complementar,
crimes ambientais poderão ser cometidos sem
que exista a garantia de serem julgados, ainda
que posteriormente. O protesto dos ambientalistas
reside exatamente no fato dos governos, federal
e estadual, terem cinco anos para estabelecer
esta regulamentação e, portanto, as ações de

8
 Revista PET Farmácia
desmatamento neste período se intensificarão,
podendo gerar o que muitos ativistas já chamam
de “Corrida do Desmatamento”.
Em contrapartida sugere mudanças como
diminuição do prazo para recuperação de áreas
devastadas e proibição de abertura de novas
áreas, quer sejam para agricultura, quer sejam
para pecuária, em um período de cinco anos. No
entanto, os ambientalistas não devem e não se
contentam com essas medidas. Nesse episódio
em particular, o clichê “tapar o sol com a peneira”
se encaixa perfeitamente, pois as medidas que
supostamente iriam satisfazer os ambientalistas
nada mais são que medidas de ação paliativas e
de curto prazo, pois afrouxam a legislação sem
garantias de sustentabilidade. Sem dúvida nenhuma
os pequenos
agricultores,
q u e ou 4 módulos
contribuem
para o isentas
fornecimento
de alimentos,
m e r e c e m
incentivos e nativa, contanto
facilidades
para uma
produção
suficiente à demanda existente. Contudo, as
mudanças fortalecerão latifundiários e grandes
produtores, podendo vir a prejudicar os pequenos
produtores. Além disso, o desenvolvimento
sustentável garante tranquilamente as demandas
e contempla os desejos tanto de agricultores,
quanto de ambientalistas. A legislação vigente não
busca limitar os agricultores e sim, evitar os abusos
através de punições e restrições.
Algumas mudanças prevalecem sobre áreas de
reserva e de preservação permanente. Para que
as mudanças sejam completamente entendidas,
se faz necessária a distinção entre cada área.
Segundo o Código Florestal Brasileiro, área de
reserva compreende área que está inserida em
uma propriedade onde ocorre o “uso sustentável
dos recursos naturais, à conservação e reabilitação
dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e
flora nativas”. Enquanto que, área de preservação
permanente (APP), engloba desde regiões de
matas ciliares até florestas com fins militares. Tais
áreas podem ou não apresentar vegetação nativa,
“com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica,
a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas” e são definidas pelo poder
público e claramente dispostas no Código.
No relatório de Rebelo consta a diminuição
de APP’s, de forma que com a antiga lei, a área
mínima de distância para realização agricultura/
pecuária de encostas de rios e similares era de
30 metros, sendo que, com a possível nova lei cai
para 15 metros, proposta essa que foi alterada
9
pelo próprio relator do novo
projeto, pois a principio cairia para 7,5 metros.
Essa diminuição gera enchentes, deslizamentos,
assoreamento e seca, quadros difíceis de serem
contornados e, muitas vezes, sem esperança de
recuperação.
Quanto a áreas de reserva ambiental, diminuem os
limites de vegetação nativa, já que com o projeto, a
área percentual não deve ser calculada em relação
à área total arrendada e sim a módulos fiscais
(unidade padrão). De maneira simplificada, se uma
propriedade possui 20 módulos fiscais, somente
são considerados 12 módulos, assim os 20% de
vegetação nativa necessários não consideram toda
a área arrendada, mas somente 60% dela. Somado
a isso, áreas de até 440 hectares (equivalente a
4400000 metros
quadrados –
fiscais) estão
da
obrigatoriedade
de recuperação
de vegetação
que tal área
tenha sido
desmatada até
a promulgação da lei.
Isso gera dois problemas principais: a maior
parte de propriedades está entre as de até 440
hectares e, assim, a maior parte poderá praticar
o desmatamento sem infringir a Lei, reduzindo e
até extinguindo matas nativas em determinadas
regiões. Além disso, sem regulamentação, grandes
latifúndios podem ser separados artificialmente para
contornar a Lei, potencializando o desmatamento.
De maneira nada sutil, o projeto reflete uma
imagem desligada e descomprometida da conduta
ambientalmente correta, afastando cada vez mais
o cenário brasileiro da realidade mundial, que
busca incansavelmente meios de preservar o já tão
destruído meio ambiente.
Referências:
http://www.yikatuxingu.org.br/2010/07/26/codigo-florestal-
brasileiro-quais-seriam-os-impactos-das-mudancas-
propostas/
http://www.controleambiental.com.br/codigo_florestal.htm
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/MEIO-
AMBIENTE/149459-COMISSAO-APROVA-REFORMA-DO-
CODIGO-FLORESTAL.html
http://www.adital.com.br/site/noticia.
asp?lang=PT&cod=49194
http://www.mst.org.br/node/10257
h t t p : / / w w w. d i a l o g o s u n i v e r s i t a r i o s . c o m . b r / p a g i n a .
php?id=3632
h t t p : / / w w w . s i g a m . a m b i e n t e . s p . g o v. b r / s i g a m 2 /
Repositorio/222/Documentos/forum%20app/20071_
AReserva_Zakia_VCP.
 Revista PET Farmácia
Aquecimento global: mito ou realidade?
Nosso planeta está mais quente? Isso é culpa do homem? A discussão tem se
repetido nos últimos tempos, mas o que pode ser considerado verdade e o que
não passa de um mito?
Gabriela Carrara Robi - 4º ano - Farmácia UNESP
N ão há mais dúvidas de que nosso planeta está
passando por mudanças climáticas que levam
ao seu aquecimento. Onze dos anos mais quentes
já registrados ocorreram entre 1995 e 2006. Além
disso, estudos recentes indicam que a Terra está
cerca de 0,75ºC mais quente em comparação a 1850.
A questão que move o mundo atualmente vem da
dúvida se essas mudanças têm ou não relação
direta com as ações humanas nos últimos tempos,
seja pelas queimadas, desmatamentos ou aumento
da emissão de gases que agravam o efeito estufa.
O efeito estufa nada mais é do que um processo
natural que ocorre quando a radiação solar que
incide em nosso planeta, ao ser refletida, fica retida
nos gases que compõem a atmosfera terrestre.
Isto faz com que as temperaturas da superfície
se mantenham relativamente altas durante a noite
(como numa estufa), impedindo um resfriamento
exacerbado. Caso isto não ocorresse, a crosta
terrestre teria uma temperatura noturna de mais
ou menos 18°C negativos, o que levaria à morte
de quase toda forma de vida superior. Além disso,
a emissão de gases do efeito estufa ocorre de
forma natural durante o dia. Esses gases podem
ser liberados por vulcões, pela decomposição de
resíduos orgânicos ou pelo processo de digestão
de animais.
O efeito só é um problema
quando há um aumento acelerado
da emissão desses gases, o
que leva a um desequilíbrio
do fenômeno. Isto seria o que
muitos cientistas apontam como
uma possível catástrofe para o
mundo, pois segundo eles, altas
temperaturas levariam à morte
de milhares de pessoas, animais e espécies de
plantas.
Outra conseqüência desse aquecimento
acelerado seria o degelo das calotas polares,
habitat de muitos animais marinhos e terrestres que
poderiam entrar em extinção. Além disso, ocorreria
um aumento significativo do nível de água dos
oceanos, levado ao desaparecimento de muitas
cidades litorâneas como o nosso Rio de Janeiro.
Muitas doenças também poderiam ser agravadas,
pois haveria uma grande migração de insetos
causadores de moléstias tropicais para as regiões
polares do globo. A agricultura também sofreria
mudanças, o que alteraria totalmente a economia e
a sustentabilidade de determinados
países.
10
Porém, outra linha composta pelos chamados
“cientistas céticos” acredita que este aquecimento
não é tão alarmante para tomar tamanha proporção.
Eles acreditam que tudo isso acontece de forma
natural e decorre apenas da saída da Terra da
chamada Era Glacial. Além disso, muitas pesquisas
recentes indicam que o CO2, hoje considerado o
vilão do efeito estufa, não tem a relação que se
imaginava com este fenômeno. Mesmo que seu
nível tenha aumentado desde o aparecimento da
revolução industrial, hoje já existem comprovações
cientifícas que dizem que este aumento acompanha
as subidas e descidas da temperatura global. Essas
variações fazem com que esse gás seja expelido
para a atmosfera terrestre. Portanto, ele pode ser
considerado uma consequência do fenômeno e
não um agravante.
Outro ponto de destaque são os estudos publicados
recentemente nos Anais da Academia Nacional de
Ciências dos Estados Unidos (PNAS), que apontam
que o aquecimento terrestre pode ser propício para
o crescimento de algumas espécies de árvores
além de favorecer o seu
desenvolvimento. Dados
publicados pela University
College London também
mostram que temperaturas
mais elevadas diminuíram
as internações por
problemas respiratórios na
Inglaterra.
Com isso, ainda não é possível afirmar se o
homem é o responsável por essas alterações e se
elas poderão levar à nossa
destruição. O certo é que
como não podemos prever
o que ocorrerá daqui a 100
anos, a melhor saída é
evitar que isso ocorra, para
que no futuro não tenhamos
que carregar o fardo de ter
destruído o habitat e a vida
de milhões de seres vivos.
Referências:
http://www.iatdi.com.br/si/site/0600
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1475316-
5603,00-AQUECIMENTO+GLOBAL+ACELERA+CRESCIME
NTO+DE+ARVORES+AFIRMA+ESTUDO.html
http://www.ipam.org.br/mais/noticiasitem/id/550
h t t p : / / w w w. i n f o b i b o s . c o m / A r t i g o s / 2 0 0 7 _ 3 /
aquecimentoglobal/Index.htm
http://www.ecoinforme.com.br/main_noticia.asp?id_
noticia=1112&id_tipo_noticia=2&id_secao=99
 Revista PET Farmácia

Uma nova visão sobre

a vida
Descoberta de bactéria que possui arsênio ao invés de fósforo em seu DNA
pode mudar não apenas nossa visão sobre a vida na Terra, mas também nossa
forma de procurar organismos em outros planetas.
Nathalia Vieira dos Santos - 2° ano - Farmácia UNESP

N o dia 2 de dezembro de 2010, a NASA

organizou uma conferência que apresentou
novos dados que podem alterar as definições
atuais sobre a vida. A descoberta que gerou tanta
polêmica foi a da bactéria GFAJ-1, que, diferente
de todos os outros organismos conhecidos, possui
arsênio ao invés de fósforo em seu DNA.
Antes do achado, pensava-se que todos os seres
vivos partilhavam a mesma estrutura gênica,
composta pelos elementos carbono, hidrogênio,
oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre (CHONPS).
Mas, a bactéria encontrada no Lago Mono, na
Califórnia (EUA), é o primeiro organismo que
contraria essa ‘regra’.
As águas do Lago Mono contêm elevadas taxas de
salinidade e são altamente tóxicas. Mesmo sendo
um ambiente inóspito, o local abriga culturas de
algas, bactérias
e protozoários,
que se adaptaram
a viver nessas
c o n d i ç õ e s
extremas. A escreveram o artigo falharam em procedimentos
astrobióloga da
NASA e principal
responsável pelo
estudo, Felissa
Wolfe-Simon,
indica que as altas concentrações de arsênio no
ambiente favoreceram os organismos que podiam
metabolizar o elemento.
A substituição do fósforo por arsênio não foi
por acaso. Os elementos são do mesmo grupo
e possuem características similares, apesar do
fósforo ser classificado como um não-metal e o
arsênio como semimetal. Na literatura, já havia
estudos tímidos que sugeriam a possibilidade de
tais substituições, mas esse foi o primeiro exemplo
encontrado na natureza.
Implicações da descoberta
O mais incrível do achado, é que ele modifica os
parâmetros antes usados para a procura de vida
fora da terra.
Anteriormente, a busca por organismos
extraterrestres se apoiava no conceito de que
todo ser conhecido precisava dos elementos do
CHONPS para sobreviver, o que foi refutado pela
descoberta da bactéria do lago Mono.
Se um elemento antes considerado essencial à
vida pode estar ausente em sua formação, talvez
outros também possam estar. Isso torna o antigo
método de procura por extraterrestres obsoleto.
Carl Sagan, póstumo astrofísico da NASA,
afirmava que um dos maiores problemas na busca
por vida extraterrestre era causado por procurarmos
alienígenas que fossem iguais a nós, pelo menos
em termos bioquímicos. Talvez agora possamos
encarar a questão sobre uma nova óptica, levando
em conta pontos antes negligenciados.
Críticas
Nem toda a comunidade científica ficou empolgada
com a publicação da NASA. As principais críticas
referem-se aos métodos de extração do DNA do
micro-organismo, que deveriam ter mais precauções
quanto à separação das moléculas. Sem medidas
adequadas, o arsênio poderia ter se inserido no
genoma da bactéria durante o processo, e não ser
um elemento próprio do organismo in-vivo.
Para o microbiologista Alex Bradley, da
Universidade de Harvard, os cientistas que
essenciais para a integridade da pesquisa. Segundo
Bradley, se o DNA da bactéria contivesse arsênio,
sua estrutura se fragmentaria na imersão em água,
já que essa é uma característica geral do elemento.
Para ele, os genes mantêm-se unidos por ainda
conter fosfato, mesmo que em doses reduzidas.
Os próprios pesquisadores da NASA admitem
que os sais utilizados para alimentar as bactérias
continham traços de fosfato. Bradley acredita que
os organismos
utilizaram parte
dessa escassa
provisão do
elemento para
sobreviver.
Outro crítico
da descoberta é
Norman Pace,
da Universidade
do Colorado,
especialista em
identificação de
micro-organismo pela análise de
DNA. "Níveis reduzidos de fosfato,

11
 Revista PET Farmácia
investigadores ingênuos e organismo pode realizar algo tão inesperado na
revisores ruins fazem a história
desse estudo", comentou.
Wolfe-Simon rebateu as contestações. “Todo
debate proposto deverá passar por uma revisão,
da mesma forma que nosso artigo passou, com
todas as discussões podendo ser moderadas
corretamente”, disse.
Eduardo Gorab, professor de genética e biologia
evolutiva da USP, mantém uma postura mais
aberta em relação ao caso. “Existem detalhes do
trabalho que não foram explicitados, certamente
essa discussão vai continuar nos EUA e os autores
do artigo e também aqueles que os criticam terão
a chance de se manifestar”, falou em entrevista ao
Jornal Nacional.
De acordo com seu site oficial, a NASA oferece a
cultura de bactérias GFAJ-1 para testes em outros
institutos, para que assim seja confirmada (ou não)
a veracidade do artigo.
O que esperar para o futuro
Felissa Wolfe-Simon está confiante de que a
descoberta foi só a primeira de muitas. “Se um
Pesquisa científica no Brasil:
perspectivas promissoras
Marcelo Davanço (Tereso) - 4º ano - Farmácia UNESP
R evista inglesa destaca o avanço da
pesquisa científica no Brasil
A renomada revista The Economist enalteceu, em
sua edição de oito de janeiro de 2011, o excelente
avanço do Brasil na ciência, especificando o estado
de São Paulo como o pioneiro nessa conquista.
De acordo com a revista, a pesquisa científica no
Brasil avançou de 1,7 para 2,7% da quota brasileira
na produção científica mundial, no período de 2002
a 2008.
A revista aponta o estado de São Paulo como
o principal pioneiro neste avanço, nomeando a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP) como a mediadora
de investimentos nas principais linhas
de pesquisa do país. O investimento
de 1% do Produto Interno Bruto
(PIB) é, aproximadamente, o dobro
da média na América Latina e isso
é relevante para o atual crescimento
do setor. Além disso, o aumento
na formação de mestres e doutores também
impulsionou a produção científica nacional.
Outro fator abordado pela revista relaciona a
participação de estrangeiros em 30% dos artigos
científicos brasileiros. O Brasil lidera a pesquisa
mundial em medicina tropical e
bioenergia. Assim, o país não é
12
Terra, o que mais a vida pode fazer que não vimos
ainda?”, pergunta. “É hora de descobrirmos”.
Ainda é cedo para saber quais mudanças
sucederão nas áreas de bioquímica e biologia após
essa conferência. Porém, é certo que tanto os que
criticam quanto os que apóiam o achado terão
muito trabalho pela frente.
Referências:
“This Paper Should Not Have Been Published”. Por Carl
Zimmer. Disponível em: http://www.slate.com/id/2276919/
pagenum/all/#p2
“Cientistas Brasileiros Estão Entusiasmados com Nova
Bactéria – Reportagem”, Jornal Nacional. Disponível em: http://
www.youtube.com/watch?v=e52aim1AuEM&feature=related
“Descoberta de bactéria que se alimenta de arsênio pode
redefinir a química da vida”. Por Marco Túlio Pires. Disponível
em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nasa-descobre-
bacteria-que-se-alimenta-de-arsenio
“A reinvenção da Vida”. Por Jerry Carvalho Borges. Disponível
em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-
celulas/a-reinvencao-da-vida
mais buscado somente pelo “samba e belas praias”,
mas também pela pesquisa científica.
A revista ressalta que a FAPESP divulgou, na
Nature, vagas para intercâmbio entre pesquisadores
das principais universidades do estado e instituições
internacionais, promovendo trocas de experiências
de brasileiros e pesquisadores de outros países.
Embora o país passe por esse bom momento
no campo da pesquisa científica, ainda há muitos
pesquisadores, com alto potencial, migrando para
os Estados Unidos e Europa. Tal fato se relaciona,
principalmente, com o déficit de algumas técnicas
somente encontradas no exterior, devido aos seus
elevados custos.
Assim, é preciso ter os “pés
no chão” em relação à pesquisa
científica nacional, tendo em mente
que muitas áreas necessitam de
mais investimentos e profissionais
competentes. Além disso, a
concentração das principais
universidades brasileiras no estado de São Paulo
demonstra que os investimentos em ciência
não estão sendo homogêneos em todo território
brasileiro.
Pesquisa realizada pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia revela que interesse
 Revista PET Farmácia
do brasileiro por temas científicos
aumentou
Promovida pelo Departamento de Popularização
e Difusão do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT), no fim de 2010, a pesquisa intitulada
“Percepção pública da ciência e tecnologia” revela
dados animadores em relação ao interesse do
brasileiro pela ciência.
A pesquisa teve como objetivo o levantamento do
interesse, grau de informação, atitudes, visões e
conhecimento que os brasileiros têm sobre Ciência
e Tecnologia. Contou com a participação de mais
de duas mil pessoas de diversas regiões do país,
com faixa etária superior a 16 anos e entrevistados
selecionados em todos os níveis de escolaridade.
De acordo com a pesquisa, o número de
entrevistados que demonstraram interesse pelo
tema “ciência” foi de 65%, índice superior ao
encontrado na mesma pesquisa realizada em 2006,
na qual este valor era de 41%. A pesquisa também
aponta que o brasileiro se interessa mais pelo tema
meio ambiente (65%) do que por esporte (61%).
Um fato contraditório apresentado foi que 82%
dos entrevistados não souberam dizer o nome
13
de nenhuma instituição de pesquisa e 87%
não souberam citar nenhum cientista brasileiro
importante.
Embora o brasileiro esteja mais interessado em
ciência, o fator cultural - como a participação em
encontros científicos, visita a museus, participação
em exposições culturais - é preponderante para
que se tenha uma população instruída sobre os
avanços científicos do país.
Assim, o Brasil se encontra em boa fase na área
científica, contudo, ainda há medidas a serem
tomadas para que pesquisadores e os, até então,
leigos possam impulsionar o país rumo a uma
nação desenvolvida.
Referências:
Go south, young scientist – The Economist (www.economist.
com/node/17851421)
Agência de notícias da FAPESP (http://www.agencia.fapesp.
br/)
Ministério da Ciência e Tecnologia (http://www.mct.gov.br/)
STUDIO
NEY GARCIA
Fone:
(16) 3333-2323
Av. 15 de Novembro,
447
Centro
Araraquara/SP
 Revista PET Farmácia
Tudo o que Francisco
Caravante Jr. tem a dizer
sobre o movimento estudantil
A ntes de vir a Araraquara, Francisco Caravante
Jr. fez o curso de Técnico em Bioquímica
em Campinas, na ETECAP. Em 1986 passou no
vestibular e se matriculou no curso de Farmácia,
saindo em janeiro de 1990 para cumprir o estágio
curricular. Oficialmente, formou-se em maio de
1990.
Na carreira profissional, iniciou na Indústria de
Fármacos em 1990, passando pela Farmácia
Hospitalar (1992 a 1994) até abrir sua própria
farmácia (1994 a 2000). Nesse período, exerceu a
profissão na Grande São Paulo.
Em 2000, voltou para Araraquara e iniciou um
trabalho de consultoria, estimulado por grandes
professores e amigos. Nos anos de 2001 e
2002, realizou um trabalho na estruturação da
Coordenação de Assistência Farmacêutica do
Município de Ibaté. Em 2002, iniciou o mestrado
na FCF (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) e
foi contratado pela UNESP, UNIARARAS, UNISA,
UNISANTA e UNIMEP até 2007, além de alguns
cursos de Pós Graduação em diversos locais.
Em 2004, tornou-se mestre em Ciências
Farmacêuticas e, em 2007, dirigiu todos os esforços
no crescimento de sua consultoria (CONSULT
Assessoria Empresarial SS Ltda.), deixando as
aulas de graduação. Em 2010, foi convidado a
assumir a Gerência Administrativa Financeira da
unidade filial da Fundação para o Remédio Popular
(FURP), em Américo Brasiliense, mantendo as
atividades de consultoria com seus sócios.
Como atividade paralela à carreira profissional, foi
Diretor do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado
de São Paulo de 1994 a 1997, conselheiro do CRF-
SP entre 1998 e 2005, Diretor Secretário Geral do
CRF entre 2000 e 2001, Diretor Vice Presidente
do CRF entre 2002 e 2003 e Diretor Presidente do
CRF entre 2004 e 2005.
PET- Qual a sua avaliação sobre o papel do
profissional farmacêutico no processo de evolução
da produção de medicamentos, desde a época dos
boticários, até os dias de hoje, onde as indústrias
são as principais produtoras de medicamentos?
Chico - A produção de medicamentos é parte da
Assistência Farmacêutica. Nenhum medicamento
cumpre seu real papel na sociedade se não for
amplamente estudado desde sua origem sintética
ou natural, devidamente pesquisado clinicamente,
buscando sua segurança e
eficácia, corretamente formulado e
14
produzido com a qualidade requerida, distribuído
e armazenado de forma correta, dispensado com
a orientação necessária e acompanhado no seu
uso racional. Nessa sociedade que imaginamos,
o profissional mais capacitado para exercer e
comandar toda a cadeia do medicamento é o
farmacêutico. Qualquer avaliação parcial desse
papel desvaloriza o conhecimento do profissional e
a sua capacidade de se fazer melhorar a vida das
pessoas. O medicamento por si só não representa
saúde. É necessário incluí-lo no rol de ações
de assistência para que ele cumpra seu papel.
Portanto, o papel do farmacêutico é muito maior do
que a produção de medicamentos.
PET- Qual a importância da Fundação para
o Remédio Popular (FURP) no abastecimento
de medicamentos para o SUS? Quais são as
expectativas de produção da indústria localizada
em Américo Brasiliense?
Chico - A FURP é uma instituição do Governo
do Estado de São Paulo que tem como missão
qualificar a Assistência Farmacêutica no nível
público através da produção de medicamentos
essenciais para distribuição governamental,
além de participar ativamente nas estratégias
de produção e distribuição de medicamentos
excepcionais, incluindo os de programas especiais
do Governo Federal, como os antirretrovirais.
A unidade de Américo Brasiliense conta com
um parque tecnológico avançado e será capaz
de incrementar a produção atual da FURP para
possibilitar a inclusão de novos produtos tanto
na Assistência Básica quanto nos programas
especiais. Esta unidade retoma a capacidade de
produção de medicamentos injetáveis que a FURP
havia paralisado há alguns anos. A expectativa
é a de produção de 1,2 bilhão de comprimidos e
21,6 milhões de ampolas por ano na indústria de
Américo.
PET- Apesar de a União Nacional dos Estudantes
(UNE) ter tido uma atuação política importantíssima
na época da ditadura militar e representado quase a
totalidade dos jovens pertencentes aos movimentos
estudantis daquela época, essa voz hoje se
encontra quase que calada. Com base nisso, é
possível traçar um paralelo entre os movimentos
estudantis do passado e dos dias atuais?
Chico - Não há paralelo. Os movimentos sociais,
incluindo os estudantis devem ser contextualizados
 Revista PET Farmácia

no seu período histórico, a partir das realidades aspectos citados na pergunta. Se fui
que se apresentam em cada fase de evolução convidado para assumir um cargo de
da sociedade. Assim, na época da ditadura, o liderança em uma instituição como a FURP, devo
movimento estudantil se mostrou eficaz, através das ao processo iniciado no CACIF, projetado adiante
linhas de protesto, porque os outros movimentos no CRF. Porém é fundamental separar alguns
sociais estavam massacrados pelo poder de aspectos. Não se vive de política sem uma ampla
polícia instalado. Não havia e nem podia haver carga técnica que sustente seus atos. Exerço
sindicalismo, luta de classes ou qualquer outra uma função administrativa e financeira, sendo
agremiação, que a ditadura bania. Por isso, alguns farmacêutico, o que ajuda muito nas decisões junto
movimentos viveram em absoluta clandestinidade à produção. Mas isso só foi possível com muito
nesse período. O movimento estudantil surge estudo desde a época que assumi a gestão pública
nesse momento, como alternativa, através de um em Ibaté. Os processos determinados em Américo
grupo de pessoas com menos responsabilidades Brasiliense, sob nossa gestão, obedecem ao que
familiares etc. O sistema de educação congregava existe de mais atual em gestão pública de recursos,
naturalmente as pessoas e o ambiente favorecia obedecendo integralmente a ordem legal, porém
a discussão e a vanguarda de pensamento. Daí a com a agilidade necessária para não atravancar os
importância da UNE naquele momento. Acredito procedimentos até agora instalados.
que o grande problema da UNE se configurou
no momento de abertura política, em que seus PET- Há vários registros históricos que ilustram
líderes não conseguiram avaliar a transformação a capacidade que o movimento estudantil possui
da necessidade estudantil e tentou utilizar e de intervir nos rumos políticos do país. A exemplo
ainda tenta, fórmulas que não conquistam mais, disso, podemos citar a participação efetiva para o
não tem o romantismo da época. Tente promover ‘impeachment’ do ex-presidente Collor e diversas
uma passeata hoje. Todos irão de carro até a reivindicações para ampliação e democratização
concentração. Se forem. Então não é passeata. do ensino. Para tanto, os movimentos dispõem de
Faça carreata. O CACIF nasceu justamente num agremiações que representam seus interesses,
momento que fervilhava a questão corporativa, organizando, entre outras ações, protestos,
profissional. Foi com esse escopo que a UNESP se requisições e manifestações. Em vista disso, qual
projetou como movimento estudantil, a necessidade da participação
ou seja, nossa luta era em defesa do “O espírito de ativa dos Centros Acadêmicos em
Farmacêutico e as razões políticas mudança é o tempero da Movimentos Estudantis?
de nosso empenho estavam longe Chico - Como já disse antes, o
dos movimentos sociais de fundo, estratégia estudantil” movimento estudantil é um dos
onde a UNE continuava a peregrinar, movimentos sociais organizados.
como era o caso da Reforma Agrária e outros. Ele existirá enquanto formular alternativas de
Em 1986 a universidade já estava completamente vanguarda aos interesses hegemônicos de um
elitizada. Discutir Reforma Agrária com quem determinado período. No momento em que ele
comia filé, morava em república, e voltava toda a não for capaz de ser alternativa viável, morrerá.
semana para o conforto da família era muito difícil. Acredito que perdeu muito de sua essência
Hoje é praticamente impossível. O processo de justamente porque não foi capaz de demonstrar
individualização, extinção das repúblicas, avanço isso. Essa capacidade se dá primeiro com
no número de carros e outros fazem com que o responsabilidade, depois com coerência. Se a luta
estudante passe a maior parte do tempo isolado é com a Direção da Faculdade, é importante que
do contexto social. A liderança estudantil tem que essa Direção saiba dos princípios do movimento,
ser sensível a essa mudança para encontrar a de suas ações e fundamentalmente da coerência
real necessidade e, dentro dessa necessidade, de suas intenções. O fracionamento do movimento
configurar momentos de reflexão maior. fragiliza-o, por uma questão de lógica, de número.
Antigos líderes do CACIF não se sentem bem
PET- Durante o período em que estamos na sabendo que os diversos movimentos internos
Universidade, acreditamos que além do próprio hoje disputam salas e espaços separados como
curso de graduação, os grupos estudantis presentes feudos, com computadores e senhas protegendo
na Instituição de Ensino também são de grande valia seus trabalhos individuais. O Centro Acadêmico é
para o estudante. A participação nesses grupos, o legítimo representante dos estudantes e é nele
além de fortalecer a união entre os estudantes, faz que devem se congregar os diversos movimentos,
com que o graduando acrescente ou desenvolva num espaço único, dividido internamente sim, por
habilidades, tornando-o um indivíduo pró-ativo, organização, evitando a baderna, mas reunindo
com senso-crítico, com capacidade de trabalhar em interesses comuns e não disputando espaços.
grupo, entre outras características que favorecem Isso não quer dizer que tudo deva ser do Centro
a atuação profissional. Assim, a sua participação Acadêmico. Falo inicialmente somente do espaço
no Centro Acadêmico de Ciências Farmacêuticas físico, de congregação estudantil.
(CACIF) contribuiu para sua carreira profissional?
Se sim, em que aspecto? PET- Tendo em vista a atual situação da educação
Chico - Sim, com absoluta certeza. Em todos os brasileira, tanto no ensino básico,

15
 Revista PET Farmácia
como nas universidades, o que pode e
deve ser melhorado? A seu ver, quais
são as dificuldades existentes e as perspectivas?
Quanto às faculdades de Farmácia, qual a sua
opinião quanto ao novo currículo generalista para
os farmacêuticos recém-formados?
Chico - É consenso que ainda estamos longe de um
patamar adequado de educação. E as dimensões
do país dificultam ainda mais a homogeneização de
estratégias para esse trabalho, especialmente no
ensino básico. Mas acredito que muito vem sendo
feito, com programas governamentais e alocação
de recursos. Para que isso se efetive é necessário
estimular a participação popular, através dos
conselhos municipais de educação. São eles os
reais fiscalizadores das políticas públicas. Mas
acho que a evolução é positiva. Com relação ao
ensino universitário, tenho grandes preocupações
com o processo de abertura indiscriminada de
cursos pelo Brasil afora, na gestão FHC. Na época
era importante estimular a abertura de novos
cursos, propiciando um processo mais competitivo,
especialmente na área privada, dominada até
então por alguns centros que exploravam como
queriam a educação a preços exorbitantes. No
entanto a abertura da forma como foi feita causou
muito mais males, degradando completamente o
ensino universitário e provocando essa invasão de
profissionais precariamente formados no mercado.
O processo deveria ser feito de forma mais
regulada, paulatina, de crescimento consistente e
responsável. Vamos pagar por décadas ainda por
essas decisões.
Quanto ao currículo generalista, ele é a prova
cabal da influência do movimento estudantil sério
nos rumos de um determinado assunto. A grande
pressão para as discussões curriculares nasceram
no seio do movimento estudantil de farmácia. E
o CACIF foi fundamental nesse processo, pois
acumulou a Executiva Nacional de Farmácia
justamente na execução dos principais fóruns. O
formato final do currículo pode até tê-lo deixado
inchado demais, mas com certeza é muito
melhor do que o fragmentado anterior, onde os
alunos e professores de determinadas áreas se
envergonhavam de ser Farmacêuticos e trocavam
o nome da profissão. Não tinha identidade. Os
feudos dominavam os corredores das faculdades e
a profissão perdia como um todo.
PET- De forma geral, os movimentos estudantis,
apesar da característica marcante de constante
renovação, refletem a realidade social na qual o país
está inserido, permeando de maneira significativa
as grandes decisões de governantes. Nesse
contexto, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas
da Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, em seus 78 anos de existência,
conta com um forte movimento estudantil. Diante
disso, qual a sua opinião sobre a participação dos
alunos da FCF em movimentos estudantis?
16
Chico - Pelo que entendo e percebo, a FCF
conta com diversos movimentos estudantis. Uma
característica importante da nossa faculdade é a
participação dos alunos em pelo menos um desses
movimentos. Isso faz com que todos de alguma
maneira cresçam na sua consciência crítica. Mas,
como já disse, a fragmentação dos movimentos
fragiliza o movimento. Não sei se podemos
considerar como forte. A reunião dos interesses
dos movimentos é forte, isso sim, mas precisa
ser trabalhada. Com essa determinação, onde o
movimento de farmácia da Unesp aparece, só pode
chamar a atenção.
PET- Quais são as considerações acerca de sua
atuação em diretorias e eventos do CACIF? E
em relação às executivas nacional e regional dos
estudantes de Farmácia (ENEFAR e EREFAR),
houve alguma atuação e/ou participação em
eventos, como o Encontro Nacional dos Estudantes
de Farmácia (ENEF) ou conselhos nacionais e
regionais de entidades estudantis de Farmácia
(Coneef e Coreef)? Se sim, qual a sua análise
sobre o movimento estudantil na época em que
participou?
Chico - Faltam algumas siglas das quais participei
como estudante: CEEU, DCE. Todas as outras nós
fomos ativos em algum momento.
Fui diretor do CACIF, da EREFAR e ENEFAR.
Presidi plenária final do ENEF em Belém do Pará
e inúmeros Coreef e Coneefs. O mais marcante foi
em Porto Alegre, durante o Seminário Curricular,
onde debatemos num Coneef, a pauta do ENEF de
Belém que seria no mesmo ano. Para não atrapalhar
o Seminário, fizemos o Coneef a noite. Começou
as 19:00 h., e terminou as 7:00 h. da manhã. Mas
a pauta foi definida. Os delegados se revezavam
na reunião para conseguirem dormir, menos o da
Bahia (que estava sozinho) e eu que coordenei a
reunião. É lógico que dormi na plenária final do
seminário. Mas éramos 18 de Araraquara, a maior
delegação, acumulando a ENEFAR e responsável,
sem dúvida nenhuma por uma das discussões mais
ricas desse período, que foi a curricular.
O movimento de nossa época era corporativista.
Reuníamos em busca de soluções simples, da mesa
de ping pong, às reuniões de Congregação e até
Conselho Universitário.
Mas sempre com o
fundo da presença
do farmacêutico. É
necessário criatividade e
empenho para descobrir
as demandas de cada
época, aquilo que move
o espírito do estudante e
a sua vontade de mudar
algo. Isso é inerente ao
movimento. O espírito
de mudança é o tempero
da estratégia estudantil.
 Revista PET Farmácia

Benê e Rubens
(16) 9144 8350
Terminal Rodoviário de Araraquara

24 horas

Nelson
(16) 9186 4818
Terminal Rodoviário de Araraquara

24 horas

17
 Revista PET Farmácia

d o Um país pequeno
n
Mu com pensamentos
a o
a
V o l t grandes
Um pequeno país árabe, plantado numa península à
beira do Golfo Pérsico, contém planos ambiciosos para a Copa de
2022, que serão facilmente patrocinados por suas próprias riquezas.

Luan Seabra Mialick (Pimpão) – 3ºano - Farmácia UNESP

D entre os cinco países candidatos a sediar

a Copa em 2022, a escolha acabou
surpreendendo muitos, já que países como Estados
Unidos (favorito), Japão, Coréia do Sul e Austrália,
foram desbancados com a vitória de um país árabe,
envolto pelo Golfo Pérsico e vizinho da Arábia
Saudita. Assim chegamos ao Qatar.
Com aproximadamente 950.000
habitantes e uma área total de 11.437 Km², Qatar
ou Catar é atualmente dividido em dez divisões
administrativas, as quais possuem como forma
de governo a monarquia absoluta e seguem uma
constituição provisória vigente desde 1971, data
na qual o país proclamou sua independência
do Reino Unido. Ao contrário da maior parte dos
emirados vizinhos, o Qatar recusou tornar-se
parte da Arábia Saudita ou dos Emirados Árabes
Unidos, transformando-se em um novo emirado na
Península Arábica, governado pelo emir ou xeique
Hamad bin Khalifa al-Thani, no poder desde 1995.
Compondo quase um milhão de habitantes, o
país conta com imigrantes compostos em sua
maioria por árabes e uma pequena parcela de
asiáticos. A população catariana apresenta uma
grande desproporção entre a população masculina
e a feminina, sendo dois terços da população
constituída por homens, e, além disso, cerca de 25%
dos habitantes possuem idade inferior a 15 anos.
Importante centro comercial, cultural e de
entretenimento, a capital do país, Doha, concentra
a maior densidade populacional do Qatar e tem
excelente comunicação com o mundo através
de portos, aeroportos e telecomunicações. Além
disso, possui algumas atrações turísticas, como o
Museu Nacional do Qatar, o Centro de Artesanato,
os tradicionais bazares e as finas mesquitas,
que atrai um alto contingente de pessoas devido
às riquezas e exuberâncias nas construções.
O país assim, após sua independência, buscou
ao longo dos anos um desenvolvimento local
e populacional, chegando a índices sociais
positivos, como mostrados tabela a seguir:

18
 Revista PET Farmácia

parcialmente, pois atualmente é praticado por uma

Índice de Desenvolvimento Humano 0,899
(IDH)
minoria imigrante no país.
Diferentemente dos países da região, o governo
Expectativa de Vida 75,6 anos catariano há anos tem permitido que comunidades
cristãs católicas, ortodoxas, anglicanas e de
Alfabetização 93,1% da outras denominações protestantes reúnam-se
população informalmente em cultos
domésticos mediante
Dados: http://www.pnud.org.br
notificação prévia às
autoridades locais.
Mesmo sendo um pequeno
país árabe, plantado numa
península à beira do Golfo
Pérsico, o Qatar contém
planos ambiciosos para a
Copa de 2022 que serão
facilmente patrocinados por
suas próprias riquezas. Além
disso, pretende realizar a
primeira “Copa Verde”, ou seja, sem fontes de
energia que liberem carbono, desenvolvendo assim
fontes limpas e renováveis. São por estas e por
outras novas propostas que concluímos, que este
país por menor e desconhecido que seja, possui
Como característica da região, o país apresenta pensamentos grandes.
um território plano e desértico, o que acarreta
em problemas como escassez de terra fértil e
dificuldades para a obtenção de água, sendo
necessário importar praticamente todos os
alimentos consumidos. Além disso, soma-se
o agravante do clima desértico, com verões
muito quentes e secos, que além de dificultar a
agricultura, seria um dos maiores problemas para
a Copa de 2022, visto que, por ser realizada nos
meses de junho e julho, a temperatura nesta época
no país, ultrapassa facilmente os 40º, dificultando a
realização dos jogos. Dessa forma propostas foram
apresentadas à FIFA como solução de tal problema.
O Qatar tem experimentado um rápido crescimento
econômico nos últimos anos graças as grandes
reservas de petróleo e de gás natural (terceira do
mundo em tamanho) encontradas no país, o que
gera um alto PIB, de aproximadamente 63 bilhões
de dólares. Antes da descoberta destes poços, o país
centrava sua economia na pesca e na indústria de
extração de pérolas, que teve seu declínio entre os
anos de 1920 e 1930, com o desenvolvimento da
indústria de pérolas do Japão. Referências:
http://www.infopedia.pt/$qatar
Com correntes sunita (maioria) e xiita, o país http://pt.wikipedia.org/wiki/Qatar
tem como religião oficial o islamismo. Esta religião http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/catar/catar.php
se consolidou no país após o século VII, já que http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/
antes, o cristianismo estava estabelecido na região index. php?id01=3120&lay=pde
devido à época da era cristã, até ser erradicado http://www.census.gov/ipc/www/idb/

19
 Revista PET Farmácia

Argentina Lado B
Muito além de Buenos Aires e Bariloche

Bárbara Scoralick Villela (Come-Queto) - 4º ano - Farmácia UNESP

Q uem não ficaria mal ao ouvir alguém

generalizar o Brasil em São Paulo/Rio de
Janeiro? Aliás, muitos de nós já passamos por
caso da Patagônia. Ao chegar em seu novo território,
deu o nome de patagones (significa “homens de
patas” ou “pés grandes”) a seus moradores, que
esta situação ao conversar pareciam maiores por conta
com estrangeiros. Claro dos gorros altos e calçados
que as duas cidades são de couro de guanaco
belíssimas, cada uma em (um mamífero ruminante
sua forma, mas de forma nativo da América do Sul).
alguma retratam a realidade Uma paisagem
do nosso país como um todo. deslumbrante que ocupa
Primeiro, temos a capital quase um terço de todo
paulista, cidade global, o território argentino,
centro financeiro, mercantil pode ser dividida em
e corporativo da América duas regiões: a patagônia
Latina. Depois, temos a Atlântica e a Andina. A
segunda maior metrópole primeira é composta por
do Brasil, o Rio de Janeiro. uma sub-região continental
Essa se caracteriza por ser (de vegetação rasteira e
um dos principais destinos desértica) e uma oceânica
turísticos no continente sul- (flora e, principalmente,
americano. Mas por que fauna muito ricas). Já
dizer isso tudo? Apenas para na região Andina temos
mostrar o quanto generalizar geleiras, lagos, montanhas
um país em uma ou duas com picos nevados.
cidades pode ser errado. Percebemos então a
Agora, dada essa breve diversidade que essa região
introdução, vou ao ponto abrange, indo desde áreas
principal deste texto: a desérticas, até regiões
Argentina. Tudo bem que extremamente geladas, e a
não precisamos gostar do fauna que ora se apresenta
time de futebol deles, mas rica, ora extremamente
sem preconceitos, afinal, é escassa. Afinal, não foi à
um país lindo e que merece toa que Charles Darwin, a
destaque. No entanto, bordo do HMS Beagle, se
considerando tudo que já encantou com a paisagem
disse até agora, seria no e disse ao chegar: “E é
mínimo estranho me focar pouco provável imaginar
em Buenos Aires e Bariloche. algo mais belo que estes
Por isso, resolvi que falaria da Patagônia (a parte lugares. Os fragmentos que caem dos glaciais
argentina, já que temos também a parte chilena). na água flutuam e o canal com os seus
Descoberta por Fernão de Magalhães, um icebergs parecem uma miniatura do Mar Polar.”
navegador português a serviço do rei da Espanha, A impressão que me passa é que ao
na viagem em que a terra foi circundada pela percorrer a Patagônia podemos ter contato
primeira vez. Na mesma expedição foi morto em com o mundo inteiro, pela amplitude de
uma batalha, mas muitas das terras visitadas experiências que essa região pode oferecer.
mantiveram os nomes dados por ele, como foi o Um de seus principais pontos turísticos é o Parque

20
 Revista PET Farmácia

entre os meses de
junho a dezembro, são os encontros
com a baleia franca austral na
Reserva Faunística Península
Valdés,custando 45 pesos. Nesse
passeio é possível ver mães e
filhotes nadando e esguichando
água juntos, cena memorável para
quem visita a região. Além das
baleias, lá encontramos: pinguins,
leões e elefantes-marinhos,
guanacos (este foi objeto de estudo
do cientista já citado neste texto),
tatus, coelhos selvagens, raposas,
dentre outros. Nos meses de abril
a outubro é possível ainda avistar
as orcas (conhecidas como baleias
assassinas) caçando suas presas,
no caso, os leões-marinhos. O
mais interessante é poder observar
Nacional “Los Glaciares”, cuja atração principal os animais em seus habitats naturais de perto, e
é o Glaciar Perito Moreno, um dos patrimônios não em jaulas como nos zoológicos (ainda que
naturais da humanidade, declarado pela Unesco. esses imitem o ambiente natural de cada animal).
Com um pouco de sorte podemos ver um dos Os passeios para a Península Valdés saem de
paredões de gelo desprendendo-se e provocando Puerto Madryn e costumam sair por $180 por
um espetáculo ao cair, no Canal de los Témpanoa. um tour de cerca de 400km, com um adicional
E ainda é possível caminhar sobre o glaciar (em de $100-$200 para o passeio de barco pelo
excursões que saem por $400 – cerca de 200 Golfo Novo, que possibilita ver as baleias.
reais - entre setembro e maio), embora todo Agora, para contemplar os anseios dos mais
cuidado seja exigido,pois o mesmo se apresenta aventureiros, existem diversas opções, como:
em constante movimento,
avançando diariamente 2m em
seu centro e 40cm nas laterais.
As excursões saem de El
Calafate e custam cerca de
$150 (fora os $60 para entrar no
parque). Os viajantes devem se
atentar ao clima frio e úmido do
glaciar, diferente do clima seco da
cidade. Para apreciar a paisagem,
a forma mais barata é pelo
Mirador del Glaciar, um conjunto
de passarelas que permitem uma
vista panorâmica da região. Anos
atrás, uma passarela próxima ao
glaciar foi desativada, pois uma
pessoa morreu atingida pelo
desprendimento do gelo. Existe
ainda outra forma de apreciar
a vista: de barco. Essa opção
oferece ao turista uma perspectiva
diferente, porém acarreta
um custo adicional de $40.
Outra opção, disponível apenas

21
 Revista PET Farmácia

trekking, escalada, mountain biking, rafting, canoagem, cavalgada e ski. As estações de ski, funcionando,
principalmente, de junho a outubro,se
encontram na Cordilheira dos Andes
e possuem pistas que atendem desde
principiantes até profissionais. As principais
estações são: Cerro Catedral (em Bariloche,
prometi que não ia falar desta cidade, mas
foi inevitável), Cerro Castor (em Ushuaia),
Cerro Bayo (em Villa la Angostura),
dentre outras. Essa última tem uma das
melhores vistas do mundo, segundo
a revista National Geographic, então,
vale a pena fazer uma visita nesse local.
Seja para visitar estações de ski, ver
animais ou praticar esportes radicais, a
Patagônia oferece atividades para todos
os tipos de turistas e viajantes. Tão perto
do nosso belo Brasil, não podemos perder
a oportunidade de conhecê-la. Sim, a
Europa é linda, mas temos algo bem mais
perto e bem mais barato ao nosso lado.
Ps: A cotação atual do peso está de R$1
= $0,53 segundo o Banco Central – 08/Jan/2011

Referências:

Guia: O Viajante da Argentina - 2a Edição - Zizo

Asnis & Os Viajantes
http://www.patagonia.com.br/
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/
familia-goldschmidt/dicas- de-viagens/a-
patagonia-10065.asp
http://www.destinosdeviagem.com/wp-content/gallery/
patagonia/default_2edb-argentina-patagonia.jpg
http://1.bp.blogspot.com/_hxzowVHYR0c/
SKgOOHQmidI/AAAAAAAAANA/L4O_5vi8f4I/s400/
explora_patagonia.jpg
http://www.tourspatagonia.com/imagenes/punta%20
arenas/030%20navegacion%20city%20tour%20
historico%20estrecho%20magallanes%20punta%20
arenas%20aves%20delfines%20lobos%20
patagonia%20excursiones.JPG
http://oglobo.globo.com/fotos/2008/12/26/26_MHG_
baleias.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/12/
Araucania_Patagonia.PNG

22
 Revista PET Farmácia

A busca pelo
Giro
sucesso profissional
ECONÔMICO
O desafio não é se inserir no mercado de trabalho,
e sim, se manter nele.

Alexandre Hitoshi Ebina (Fuxico) - 5º ano - Farmácia UNESP

O mercado está cada vez mais competitivo e

exigente. O profissional recém-formado, que
almeja se destacar, por sua vez, necessita de um
desenvolvimento contínuo para ter um diferencial,
pois apenas o diploma de uma conceituada
universidade, a experiência prévia em determinada
função, ou as habilidades técnicas, não são fatores
que garantirão o sucesso na carreira. As atitudes
e postura do mesmo em situações no dia-a-dia
são analisadas pelas corporações para detectar
entre seus colaboradores, aqueles que possuem
potencial para herdar responsabilidades e crescer
profissionalmente.
A ascensão na carreira está relacionada com
a aplicação do conhecimento técnico, adquirido
através do estudo e de experiências anteriores,
junto à capacidade de comunicação, de
relacionamento interpessoal, de planejamento e de
utilização do termo inteligência profissional.
Levando em
consideração a frase
célebre, “Quem
não se comunica,
se trumbica!” do
apresentador José
Abelardo Barbosa
de Medeiros, o
Chacrinha (1916-
1988), sucesso na televisão até os anos 80, pode-se
afirmar que a comunicação efetiva e constante
com contatos estratégicos, a fim de criar uma
rede de relacionamentos denominada networking,
é essencial ao crescimento profissional, pois é
sabido que muitas oportunidades chegam através
do “boca a boca”, proporcionando uma divulgação
informal. Outra expressão “Um por todos! Todos
por um!”, conhecida na obra Os Três Mosqueteiros
(Les Trois Mousquetaires, de 1844) do escritor
francês Alexandre Dumas (1802-1870), representa
a convergência de ações do grupo em prol de um
único objetivo, levando à sinergia do trabalho em
equipe. Assim, uma relação interpessoal amigável
e respeitosa com colegas de profissão proporciona
um ambiente de trabalho agradável e mais
colaborativo, resultando em crescimento esperado
pela empresa.
Caso o ditado “tempo é dinheiro” seja considerado
na filosofia da empresa, profissionais que
planejam suas ações tornam-se mais produtivos
e eficazes por conseguirem atingir seus objetivos
e gerarem melhores resultados em períodos
mais curtos. A aplicação da gestão de tempo, ou
seja, da administração de atividades baseada
na organização pelo relógio, proporciona ao
indivíduo maior reconhecimento profissional, além
de aproveitamento do tempo livre para também
cumprir compromissos pessoais sem preocupação.
O desempenho no trabalho é reconhecido nas
empresas através do desenvolvimento de um
conjunto de competências determinadas pela
habilidade técnica, inteligência emocional e
inteligência social do profissional. A inteligência
emocional está relacionada com o autoconhecimento
e desenvolvimento de características pessoais,
como liderança, automotivação, pró-atividade,
autoconfiança e estabilidade emocional, enquanto
a inteligência social tem como características
a capacidade de relacionamento harmônico, o
respeito e a empatia interpessoal.
Esse conjunto de competências,

23
 Revista PET Farmácia

quando conjugadas e direcionadas a um

melhor desempenho profissional, é chamado de
“inteligência profissional”, e aquele que adquire
todas essas competências de forma equilibrada,
tem grandes chances de êxito profissional.
Não há termo exato para definir o sucesso
profissional, a verdade é que cada um sabe
quando e como deve se sentir vitorioso e
que o mesmo não ocorre ao acaso, mas
sim, através de planejamento, preparação
e aproveitamento das oportunidades.

Referêcias:

http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_ http://www.algosobre.com.br/carreira/inteligencia-profissional.html
cad=5__089ye6 http://www.bacalhau.com.br/chacrinh.htm
http://www.efetividade.net/2010/03/15/networking-amplie-seu- http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Tr%C3%AAs_Mosqueteiros
circulo- de-influencia/
http://www.methodus.com.br/_ambiente_aula/site/conteudo/
default. asp?ID=136&ID_cat=43

O que esperar de 2011

Sandro Gonçalves – Egresso de Ciências Econômicas - Unesp de Araraquara

C hegamos ao fim de mais um ano e como

de costume, as pessoas tomam um
acontecimento do ano como referência para
explicá-lo. Na opinião de muitos, 2011 pode
ser identificado como o primeiro ano em que o
presidente Lula não estará mais no controle da
nação. Entretanto para outros, 2011 simboliza o fim
de um período ainda mais longo: 16 anos em que
o Brasil decidiu deixar para trás um passado de
desorganização e trilhar com sucesso o caminho
da responsabilidade na gestão da economia.
Não levando em conta os responsáveis por
esse período de inequívoca prosperidade na
economia, os avanços alcançados estão bem
claros. Um desses avanços pode ser medido
pela taxa de desemprego divulgada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
novembro de 2010, quando ficou bem abaixo da
marca dos 6% da população economicamente
ativa. Esse índice é com toda certeza uma
marca dos dias de prosperidade que vivemos.
No entanto, o desemprego baixo só pode ser
alcançado de forma consistente por uma economia
que trabalhe com eficiência e competitividade. Por
sua vez, é com níveis elevados de emprego que o
cidadão recebe os benefícios do desenvolvimento
econômico. E o desemprego menor do que 6%
da população economicamente ativa, como
divulgou o IBGE, traz inúmeros benefícios a
uma nação, principalmente em um país com
carências de educação e formação, como o Brasil.
A continuação desse bom nível aqui no Brasil
depende muito da recuperação econômica norte-
americana. Ao analisar a economia americana
com uma visão mais otimista, as projeções
dão conta de um crescimento de 3,5% a 4%
em 2011 e 2012 – em contraste com a política
monetária do Fed (Banco Central americano) e
essa nova dinâmica. Tal divergência certamente
será cobrada pelos mercados no futuro próximo.

24
 Revista PET Farmácia
Quando der por iniciada a normalização das
condições monetárias nos EUA - interrupção
do programa de compra de títulos do governo e
especulações sobre o momento de elevação da
taxa de juro de curto prazo – teremos o grande
acontecimento nos mercados financeiros no
mundo todo, talvez ainda no primeiro trimestre
do ano. Essa afirmação é respaldada em função
de três grandes impactos que esse movimento
da autoridade monetária americana irá provocar.
O primeiro impacto
trará a volta dos
juros americanos a
níveis considerados
normais para
uma economia
da magnitude
americana, ou
seja, algo entre
4% e 5% ao ano
para os papéis
de prazos mais
longos. Além disso,
com o risco de um
novo mergulho
na recessão
praticamente
afastado e os sinais
de recuperação
e c o n ô m i c a
reaparecendo,
o nível da atividade tende a se consolidar nos
próximos anos. Então é de se esperar que o Fed
tenha de enfrentar algum desafio ao iniciar o
processo de normalização dos juros de curto prazo.
Como se espera que o desemprego nos Estados
Unidos ainda seja elevado por algum tempo e, em
vários segmentos da economia, existe ainda uma
boa capacidade ociosa da indústria, este movimento
de retomada da normalização da taxa de juro deve
ser suave. Porém por experiência sabemos como
será a reação dos mercados caso o Fed erre no
timing, as expectativas de inflação podem superar
em muito os 2% ao ano, o que seria um evento
traumático.
O segundo impacto ocorrerá devido às mudanças
nas condições de oferta e procura nos mercados
de títulos de crédito. O aumento das emissões de
papéis privados - bancários ou não - que seguirá
à volta do crescimento ocorrerá em paralelo à
grande oferta de títulos do governo derivado dos
elevados déficits dos últimos anos e também de
um maior estoque de dívida pública em relação ao
PIB quando comparado a hoje. Essa concorrência
25
por recursos poderá ser fonte de
pressão altista nas taxas de juro mais longas.
A terceira mudança nas condições dos mercados
poderá vir de um choque mais violento nas carteiras
de um grande número de investidores. A crise
financeira pode ser considerada demasiada longa
para moldar o comportamento dos investidores e
levá-los a buscar alternativas com maior exposição
ao risco e perigosas aos em seus investimentos. Os
mecanismos que permitem isso já são consagrados.
Compra de títulos
de crédito com
alavancagem
elevada viabilizada
pelo nível muito
baixo dos juros de
c u r to p r a z o . U m
exemplo é a compra
de papéis de sete
a oito anos com
financiamento de
um ano com juros
equivalentes à taxa
interbancária de
Londres (Libor).
Esse tipo de
estratégia já foi vista
anteriormente e a
história mostra que
tal estratégia levou
a crises violentas
quando a bolha explodiu. A combinação de uma
correção no valor dos títulos de crédito por conta
de juros maiores e a elevação das taxas de curto
prazo podem gerar prejuízos expressivos.
A política de normalização dos juros americanos
pode levar a ajustes além dos que ocorrerão nos
mercados de títulos de crédito. Como observado
nos últimos anos, a crise nos Estados Unidos
provocou uma migração expressiva de capitais
para outros mercados, principalmente nos países
emergente. Esse movimento valorizou as moedas
desses países, diminuindo a competitividade
das exportações e levou os preços das ações de
empresas locais a níveis elevadíssimos. Com a
volta de parte desses recursos para os mercados
americanos podemos ter um período difícil de ajuste
caracterizado por alta volatilidade cambial.
Referências:
Jornal Valor Econômico.
Disponível em: www.valoronline.com.br
Revista Conjuntura Econômica.
Disponível em: www.fgv.br
 Revista PET Farmácia

SESSÃO
Passado e presente:
um espetáculo dos
estudantes
DESTAQUE Bárbara Oliveira (BaÓ) - 3ºano - Farmácia UNESP
Juliana Malagutti Darini (Pimenta) - 4ºano - Farmácia UNESP
Lucas dos Reis Ercolin (Bar- rata) - 4ºano - Farmácia UNESP

Introdução

I ndependente de contextos, histórico e social, ciência floresceu com a análise cética e livre de
nacionalidade ou espaço geográfico, pessoas preconceitos, filosofia diferente do perpetuado até
determinadas lutaram pelos seus ideais. A maioria antes dessa época. Estes novos conceitos mudaram
delas era jovem. Isso porque, faz parte da natureza a forma de pensar da humanidade e permitiu
do jovem questionar o mundo em que se vive. que futuramente se derrubasse o absolutismo e
Essa característica, muitas vezes subestimada, se implantasse a democracia, por exemplo. No
já se mostrou Brasil, estudantes mineiros, movidos pelos ideais
capaz de iluministas, geraram o movimento conhecido como
c a u s a r Inconfidência Mineira.
mudanças de
hábitos, cultura
e até política.
A Semana de
Arte Moderna
de 1922,
motivada pelos
ideais que os
nomes consagrados do modernismo geraram em
sua juventude, pode ser usada como exemplo.

Histórico do Movimento Estudantil no

Brasil e no mundo
Seria uma tarefa no mínimo complexa determinar
exatamente quando se inicia o movimento
estudantil no mundo e no Brasil. As primeiras
universidades, nos moldes atuais, surgiram no
século XII, no contexto do Renascimento, e eram
lugares de grandes debates e muitas polêmicas.
Talvez possamos enxergar o início do movimento
estudantil nesta época.
Com o Iluminismo ocorre uma
mudança de pensamento. A
No Brasil, em 1827 foi fundada a Faculdade de
Direito do Largo São Francisco. Seus alunos
estimularam a organização do movimento estudantil
nacional. Os estudantes dessa universidade
integraram as campanhas pela abolição da
escravatura, como o fez o poeta Castro Alves
em seus versos. Outra luta importante foi pela
Proclamação da República.
O processo de organização dos estudantes
em entidades se iniciou com a Fundação da
Federação de Estudantes Brasileiros, em 1901,

26
 Revista PET Farmácia

e dá um passo ainda mais

importante em 1937, com a
criação da União Nacional
dos Estudantes (UNE),
entidade que representa os
estudantes.
Seguindo nosso caminho
pela História, encontramos S
outro período importante no E
que diz respeito a mudança
de conceitos: Período entre S
- guerras. Em meio ao
cenário de crise econômica,
S
social e política surge Ã
na Alemanha um novo
líder, Hitler, que prometia O
reerguer o país. Com uma
propaganda bastante
convincente logo se tornou D
Führer, ou seja, líder.
Os jovens eram adeptos E
da ditadura de Hitler e
representaram uma parcela
S
importante na política.
cultural.
T
Existiam duas instituições:
A “Juventude Hitleriana” e a “Liga das jovens Um movimento importante ocorrido nos Estados A
alemãs”, cujo objetivo principal era ensinar os Unidos, que ganhou força nas décadas de 50 e
valores do nazismo aos jovens. 60 foi a luta pelos direitos civis dos negros. Além Q
Com o fim da segunda guerra mundial, deu-se de outras restrições, não era permitido aos jovens
negros freqüentar universidades de brancos. Em
U
início a Guerra Fria, caracterizada por uma disputa
entre o capitalismo representado pelos EUA, e o 1968, alguns dias após a morte de Marthin Luther E
socialismo, representado pela URSS. Este foi um King e após mais de uma década de lutas, o
período de grandes tensões, e será importante para então presidente Lyndon Johnson assinou uma lei
entender o contexto de movimentos estudantis, que acabando com a discriminação social.
ocorreram algumas décadas depois. Concomitantemente no Brasil, o Movimento
Estudantil ganha força. Estudantes se organizam
e fundam os Diretórios Centrais dos Estudantes
(DCE) e os diretórios acadêmicos (DA). Nos
anos de 1963/1964, com o Centro Popular de
Cultura (CPC), os estudantes protagonizam um
dos momentos de maior agitação cultural do país,
produzindo filmes, peças de teatros, musicas livros,
tendo uma influencia que perdura até a atualidade.
Em 1964 ocorre o golpe militar no Brasil, e a partir
de então a luta dos estudantes pela democracia se
intensifica, com inúmeras passeatas, manifestações,
jornais clandestinos, e até confronto direto com os
militares. As principais lutas eram pela Reforma
Universitária, pelo fim dos acordos MEC-USAID e
contra a lei que colocava as entidades estudantis
na clandestinidade.
No mundo capitalista, adotou-se uma postura de O auge dos protestos e manifestações foi o ano de
consumismo desenfreado, avanços tecnológicos, 1968, quando ocorreram a “Passeata dos Cem mil”,
retomada de valores tradicionais e massificação a “Batalha da Rua Maria Antonia”
e o XXX Congresso da UNE em

27
 Revista PET Farmácia

Ibiúna. Neste mesmo ano, entrou em

vigor o Ato Institucional número 5 (AI-5)
que cassou a liberdade individual dos
cidadãos e concedeu poderes quase
absolutos ao regime militar.
Mas o ano de 1968 não foi importante
S somente para o Brasil. Na verdade este
ano entrou para a história como “o ano
E que não terminou” devido ao grande
S número de manifestações e revoltas, e
as mudanças políticas, éticas, sexuais
S e comportamentais, que afetaram as
sociedades da época de uma maneira
à irreversível.
O Jovens nascidos no período pós-
segunda guerra mundial, que viveram a
vida inteira sob as tensões da guerra fria,
sob a manipulação da opinião pública
D pela mídia e que estavam revoltados
E com a guerra do Vietnã, ansiavam por
mudar o mundo, buscando um futuro
S de paz, amor e igualdade social. Este
contexto social era responsável pela
T insatisfação geral dos jovens, que
A acabou resultando nos movimentos de
1968.
Q Os Estados Unidos estavam
mergulhados na guerra do Vietnã.. A
U população americana, principalmente
E os jovens, começou a questionar a
validade desta guerra e a brutalidade
dos soldados americanos que matavam
muitos inocentes e utilizavam armas químicas líder do movimento negro da época. Os jovens
como as bombas de napalm. Outro acontecimento começaram a fazer manifestações, pregando
marcante foi o assassinato de Marthin Luther King, a desobediência civil, por exemplo, queimando
convocações para o serviço militar e criando
também o movimento hippie.

Na França, o período de mais

intensas manifestações ficou
conhecido como “Maio de 68”.
Alunos da Universidade Nanterre
fizeram protestos contra o
autoritarismo e o anacronismo, e
entraram em conflito com polícia.
Os alunos da universidade de
Sorbone imediatamente aderiram
aos protestos. As passeatas
estudantis eram combatidas cada
vez com maior violência e, em
protesto os estudantes ergueram
obstáculos na ruas principais
de Paris. O movimento ganhou
a simpatia de outros setores

28
 Revista PET Farmácia

sociais e transformou-se em manifestação contra

o autoritarismo. O movimento abalou de tal forma o
governo, que um ano depois das manifestações o
presidente renunciou ao cargo.
No Brasil, após um longo período de ditadura
militar o processo de reabertura política do país
se inicia: A partir de 1984, os estudantes lutavam
pela redemocratização do país como movimento
S
“Diretas Já!” . E s t e E
movimento teve
grande participação S
da população e exigia
a volta das eleições
S
diretas para presidente Ã
do Brasil. Em 1984 as
eleições ainda foram O
indiretas, mas em
1989, após 34 anos
de eleições indiretas, D
Fernando Collor é
eleito o presidente do E
Brasil.
Em 1992, em sua
S
última participação realmente importante na política T
brasileira, com o movimento ‘caras-pintadas’, os
estudantes saíram as ruas exigindo o impeachment A
do presidente Fernando Collor, devido as denuncias
de corrupção em seu governo.
Q
U
E

29
 Revista PET Farmácia

Vertentes do Movimento Estudantil

Cansou de História? Vamos mudar o foco!

S
E O movimento estudantil possui cabeças!
“Mas por que “cabeças”?”, você deve
estar pensando. Não há aquelas pessoas que
S isolam suas ideias e não sincronizam com as
de outros? E não há aqueles que conseguem
S entrelaçar os pensamentos com os alheios?
Pois bem, é isso que acontece com o movimento
à estudantil. Ele apresenta três cabeças, que se
O entrelaçam em maior ou menor quantidade, e
com maior ou menor intensidade. A primeira
delas é a “cabeça” ligada única e exclusivamente
às questões que envolvem estudantes. São
D discutidos problemas envolvendo a Universidade/
E Faculdade, como infra-estrutura, grade horária,
corpo docente, diretoria e, como no atual caso
S do curso de Farmácia Bioquímica da UNESP de
Araraquara/SP, a luta por um centro de vivência.
T A segunda “cabeça” é a social, na qual,
A basicamente, estudantes se unem a favor
de uma luta social - incentivando o que
Q acharem ser progresso para a população ou
U repudiando o que julgarem ser prejudicial.
A terceira e última “cabeça” está ligada a
E partidos políticos, na qual a função passa a ser
a discussão política local, regional, nacional e/ou
mundial, com intuito, teoricamente, de elaborarem
caminhos de mudanças que sejam realizáveis.
Uma observação: retomando o “Histórico”,
podemos notar que nenhum dos movimentos
citados possui apenas uma “cabeça”, pois em
todos os casos as lutas não se limitaram somente
a problemas de estudantes, políticos ou sociais.
Um breve resumo: o MST, por exemplo, dizem
ser uma luta social. Porém envolve luta política
para permitir que seus ideais se concretizem.
A busca pelo Socialismo também é uma luta
social, porém visa uma drástica mudança política.
Todos os movimentos estudantis, no geral,
possuem um pouco de cada uma das três
“cabeças”. Apesar de ser uma tendência,
raramente notamos algum movimento que esteja
mais próximo da “cabeça” para estudantes.
Cazuza queria uma ideologia para viver!
E lendo sobre movimento estudantil, vi que
há pessoas que vivem de ideologias. A
divisão é simples, o complicado é a prática.
Os movimentos de direita são mais conservadores
e alguns mantém elo com a religião. Para
serem denominamos extremistas, também
apresentam, por exemplo, o preconceito e
fundamentalismo como característica marcante.
Em uma das eleições para o Diretório Central dos
Estudantes (DCE) da USP, uma chapa elaborou e
apresentou um cartaz tido como extrema direita.

30
 Revista PET Farmácia
Já os esquerdistas lutam pela mudança do sistema.
A diferença em relação aos extremistas, é que estes
são mais agressivos em sua ação direta, que é uma
forma de ativismo que usa métodos mais imediatos
para produzir mudanças desejáveis ou impedir
práticas indesejáveis na sociedade. Um exemplo
de esquerda dentro do movimento estudantil (não
extremista) é a UJS (União da Juventude Socialista)
que, embora possa parecer radical, não realizam
ação direta agressiva. Já como grupo de extrema
esquerda, podemos citar a Rede Estudantil Classista
e Combativa, que possui valores anarquistas,
com maior agressividade no seu discurso.
ESTRUTURA ATUAL
F undada em 11 de agosto de 1937, no Rio de
Janeiro, a União Nacional dos Estudantes
(UNE) passou a ser o símbolo do movimento
estudantil. E, recém formada, iniciava sua
luta (alunos, professores e intelectuais) em
oposição aos regimes de Hitler e Mussolini. Em
1947 inauguraram a campanha “O petróleo é
nosso!” (culminando na criação da Petrobras);
na década de 50 o envolvimento político esteve
mais aguçado; e foi com a eleição de Jânio
Quadros e João Goulart que formou-se a Frente
de Mobilização Popular, cujo objetivo era lutar por
profundas mudanças sociais. Durante a ditadura,
enfrentou problemas, teve sua representatividade
retirada e passou a atuar na ilegalidade.
Estudantes em confronto com a polícia em
1968 durante o regime militar. A ditadura invadiu
e incendiou a sede da UNE, colocando todas as
entidades estudantis na ilegalidade. Estudantes
eram perseguidos e presos, muitos nunca foram
encontrados.
31
S
E
S
S
Ã
O
D
E
S
T
A
Q
U
E
O presidente cubano Fidel Castro partidipa do
46 Congresso da União Nacional dos Estudantes
de 1999. Junto a outras entidades da América
Latina, a UNE sempre combateu o avanço do
neoliberalismo no continente e participou da criação
da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) no
Brasil.
Abalada com a instituição do AI-5, foi reconstruída
em 1979. Em 1984 participou ativamente da
campanha “Diretas já”, e, em 1992, do movimento
“Caras pintadas”. Durante o governo de FHC,
repudiaram privatizações e defenderam o
ensino público de qualidade e democrático.
A polêmica envolvendo a UNE baseia-se em
argumentos de que a entidade não é mais tão ativa
em suas buscas pelos ideais, e que tem-se tornado
um “ringue de luta” entre partidos, perdendo o
poder de representar o estudantes. Devido a
essa discussão, começa a surgir a Assembléia
Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), que,
mesmo com estudantes de partidos de oposição
aos partidos da UNE, visa os
 Revista PET Farmácia

S
E
S mesmos objetivos de luta que a entidade, porém
tentando substituir a UNE na representatividade.
S O Centro Acadêmico (CA) é uma entidade
à independe, não ligada à diretoria da Instituição, cujo
objetivo é promover conscientização, organização
O e mobilização dos estudantes. É papel dos CA’s,
representar os alunos.
Já o Diretório Acadêmico (DA) é ligado à diretoria
D da Instituição, à qual deve obrigações e da qual
recebe verbas.
E O Diretório Central dos Estudantes (DCE) é a
entidade responsável por representar os alunos
S de uma instituição. Pensa-se que o primeiro DCE
T fundado tenha sido na Universidade de São Paulo,
no ano de 1930.
A A Executiva também se responsabiliza por
representar alunos, mas a nível de curso.
Q
U
E

32
 Revista PET Farmácia
Movimento Estudantil de Farmácia
O movimento estudantil de Farmácia possui
como principal entidade representativa a
Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia
(ENEFAR), seguida das Executivas Regionais
de Estudantes de Farmácia e então os Centros e
Diretórios Acadêmicos das diversas universidades
e faculdades.
Para permitir discussões sobre o movimento
estudantil entre os alunos, há quatro eventos
realizados pelas executivas: Conselho Nacional
de Entidades Estudantis de Farmácia (Coneef),
Conselho Regional de Entidades Estudantis
de Farmácia (Coreef), Fórum de Organização
Estratégica da Enefar (FOE) e o Encontro Nacional
dos Estudantes de Farmácia, o evento mais
importante do movimento estudantil de farmácia.
O Coneef e Coreef são eventos voltados para
os Centros e Diretórios Acadêmicos, por serem
as entidades representativas mais próximas dos
alunos. O FOE, um evento criado apenas em
2010, visa trazer a ENEFAR para mais próximo
dos alunos das diversas regiões do país. O ENEF
é voltado para todos os alunos de farmácia. Neste
encontro há discussões sobre assuntos levantados
nos Coneef’s, permitindo uma formação política
dos alunos, e uma plenária para decidir as posições
dos alunos de farmácia sobre assuntos de seus
interesses.
No final, como podemos ver, os diversos eventos
visam integrar as lutas dos estudantes. Quando
as realidades das regiões impedem integrar as
forças dos diversos alunos do país, pelo menos os
informa sobre como o problema foi tratado. Isso
permite que os outros alunos avaliem criticamente
em que erraram e/ou acertaram.
Para permitir um melhor entendimento do
movimento estudantil, é interessante dividir em
lutas para estudantes e lutas futuras.
Nas lutas para estudantes temos aqueles que
afetam o aluno enquanto ainda na graduação.
Mudança de grade curricular, falta de infraestrutura,
centro acadêmico que fecha as portas e estudantes
sem voz na universidade estão entre os principais
temas dento da luta dos discentes. E na farmácia,
mesmo com um barulho menor, temos a grade
generalista como o principal ponto de discussão.
Seria correto mudar um método que já era
conhecido para outro? É possível o aluno sair de
33
S
E
sua escola sabendo atuar em todas as áreas?
Podemos chamar de lutas futuras aquelas que
estão ligadas ao mercado de trabalho, futuro
S
reservado à grande parte dos estudantes. Os S
alunos não fecham os olhos para isso e querem ter Ã
um futuro no mínimo melhor do que podem. Lutar
por leis que aumentem o piso salarial e diminuam a O
carga horária. Lutam pela prescrição farmacêutica
e lutam pela farmácia como estabelecimento
de saúde, ao invés de um mercado que venda D
remédios, salgados e pneu de carro. Brigam por leis
que mostrem como são importantes na sociedade. E
Para os futuros farmacêuticos, esse ponto
final muitas vezes supera a vontade de saber S
que ganhará um valor no mínimo razoável. Eles T
sabem que muitos o veem como dispensadores de
remédios no balcão da drogaria. Sabem que serão A
pisados em um hospital pelo médico, sabem que em
um laboratório de pesquisa terá um químico que se
Q
sente um degrau a cima. “Precisa fazer faculdade U
para trabalhar em farmácia? Meu primo trabalha faz
10 anos em uma e nem ensino médio tem.” E
Mas sabemos que nem todos os estados vivem
realidades semelhantes. Cada grupo de estudantes
tem como variável o modelo de vida e a estrutura
da faculdade. No sudeste, temos a baixa adesão
dos estudantes ao movimento estudantil. Muitas
das principais universidades possuem uma ótima
infraestrutura e seus alunos são incentivados a não
se misturar com centros e/ou diretórios acadêmicos,
principalmente por causa da imagem ruim que
acompanha as greves de estudantes, veiculadas
na mídia. Esse fato acaba por impedir a existência
de uma executiva regional para o sudeste, pois sem
motivação não há movimento.
Entretanto, isso não é um aspecto geral de todo o
Brasil. No nordeste há, por falta de uma executiva
regional, três executivas (NE-1, NE-2 e NE-3). Em
outras regiões do país há executivas regionais
funcionais. Entretanto, devemos nos perguntar se,
mesmo com um movimento organizado, temos algo
eficiente.
O que vemos em alguns encontros é a
unilateralidade. Encontros que não visam à
discussão, mas sim a repetição e expansão de
uma mesma ideia nas pessoas. E o movimento
estudantil de farmácia não é uma
exceção.
 Revista PET Farmácia

crítica

A influência partidária e de ideologias de cada

pessoa influenciam o rumo das discussões. Isso
é algo normal, algo que deveríamos esperar.
S Porém, para uma discussão saudável, espera-se
que exista um moderador (para a discussão não
E sair totalmente do rumo) que não tente impedir
argumentos contrários a visão dele. Espera-se
S também que existam pessoas de posições
S contrárias, pois uma discussão de pessoas que
concordam é uma conversa entre amigos.
à Contudo, muitas vezes, para tentar “guiar” as
pessoas para uma visão predeterminada, vemos
O uma boa discussão sendo perdida. E no movimento
estudantil podemos notar isso.
No caso da farmácia, houve uma crítica no ENEF
D de 2010 em relação a mesas unilaterais. Houve
uma insistência durante a organização para que
E alguns espaços de discussão não possuíssem
S pessoas contrárias à visão da executiva. Houve
uma crítica controversa sobre a discussão do
T Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(ENADE). A discussão caminhava para o apoio
A ao boicote do ENADE. Porém, no final do tempo
Q previsto foi levantado o argumento de que a
UNESP não poderia aderir ao boicote, pois a verba
U da universidade é calculada pela nota do ENADE. A
discussão logo após esse argumento foi encerrada
E pela comissão nacional. A controvérsia está entre
se é valido acabar uma discussão que está se
iniciando, e que pode mudar o rumo das decisões,
ou se a culpa é apenas dos representantes da
UNESP que não levantaram antes o argumento.
Casos como esses, juntos à repulsão
cultural a discussões, acabam por diminuir
consideravelmente o interesse dos estudantes ao
movimento. Encontros nacionais e regionais se
tornam eventos recreativos, chamando um número
razoável de pessoas para o evento. Pessoas que
usam o encontro como motivo para conhecer
outras cidades e fazer festa. Quando alguns vão
para discutir, podem acabar desistindo, não apenas
por causa da influência dos estudantes que foram
para se divertir, mas por sentir que discussões
muito politizadas ou filosóficas estão além de seu
conhecimento, por serem inúteis ou desvinculadas
do universo universitário.

34
 Revista PET Farmácia
Outro ponto que pode explicar a falta de interesse
está no individualismo da sociedade. Vemos a
tendência de se fecharem em pequenos grupos e o
aumento da competição entre as pessoas. Para o
movimento estudantil ter força, é necessária a união
dos estudantes e individualismo e competitividade
sabotam a força dos discentes.
Porém, analisando o histórico e a situação atual,
podemos crer que um movimento estudantil forte
gera vantagens para os alunos e para a sociedade.
Mas e a ausência de movimento estudantil, gera
desvantagens ou não faz diferença?
Se pensarmos em indiferença como uma
desvantagem, a pergunta se torna inútil. Para
separar um do outro, devemos pensar em
problemas ignorados por estudantes e que geraram
desvantagens. Podemos achar vários exemplos
dentro dá área social e política, e na estudantil não
é tão comum.
Um exemplo é o caso Prof. Dr. Antonio Natalino
Manta Dantas, professor da Faculdade de Medicina
da Bahia, da Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Em 2008, após o baixo resultado do curso
de medicina da UFBA (Nota 2 no ENADE), Dantas
(que era coordenador do curso), disse que a culpa
era do “baixo QI [quociente de inteligência] dos
alunos”. Fez outras declarações como "O baiano
toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse
mais [cordas], não conseguiria" e "O que a gente
pode fazer para melhorar a capacidade cognitiva
das pessoas? Não tenho como mudar a genética. A
prova do ENADE não foi ruim. Ruins são os nossos
alunos".
Um movimento estudantil organizado veria na
nota do ENADE e na atitude do Coordenador de
curso um motivo para se mobilizar por melhores
condições para o curso e pela saída de Dantas.
Porém, conforme divulgado na mídia, houve apenas
notas de repúdio por parte da Reitoria e da UNE.
A força que os estudantes possuem não pode ser
desperdiçada com a extrema competividade e com
o individualismo. Ignorar os fatos apenas impede o
mundo de melhorar e se desenvolver.
Referências:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/1968_5.htm
h t t p : / / w w w. s o c i a l i s m o . o r g . b r / p o r t a l / s i n d i c a l i s m o - e -
S
movimentos-sociais/137-artigo/237-o-movimento-estudantil-
e-a-luta-de-classes E
http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL464249-
15530,00-ENTENDA+OS+PROTESTOS+DE.html S
http://listas.ufg.br/pipermail/cafil/2005-May/000415.html
http://www.pucrs.br/mj/subsidios-gremio_estudantil-04.php S
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=_6oqjorc
WaYC&oi=fnd&pg=PA13&dq=historia+do+movimento+estuda Ã
ntil&ots=craBqTd8Ky&sig=KSam1DsbreypgQCOV4G9E7kJfV
8#v=onepage&q&f=false O
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/discriminacao/
exemplos.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juventude_Hitlerista
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/tratado_de_versalhes.
htm D
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http://historiaediscussao.wordpress.com/2009/12/01/a-longa- E
luta-pelos-direitos-civis-nos-eua-o-movimento-negro-a-partir-
da-decada-de-1950-e-a-guerra-pacifista-de-luter-king/ S
http://historiaediscussao.wordpress.com/2009/12/01/a-longa-
luta-pelos-direitos-civis-nos-eua-o-movimento-negro-a-partir- T
da-decada-de-1950-e-a-guerra-pacifista-de-luter-king/
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htm
http://www.espacoacademico.com.br/084/84esp_elbaump.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u397259.shtml
Q
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u396741.shtml
http://www.ces.uc.pt/publicacoes/rccs/artigos/66/RCCS66-117-
U
149-Marcos%20Mesquita.pdf
http://www.une.org.br/ E
http://anelivre.blogspot.com/
http://br.groups.yahoo.com/group/ENEFAR/
35
 Revista PET Farmácia

I If you’re thinking that you know all about English,

you are wrong!
D E
I’ll prove it to you.

I X
Thales Barbosa Moraes de Oliveira (Maguila) - 4ºFBI - Farmácia UNESP

O P L ike Portuguese, English language has many expressions with

different verbs. They can be a little “strange”, getting you confused
or making you laugh. On a daily basis, these expressions prove us that

M
we don’t know English language completely. So, we have to update as

R
often as we can.
After this introduction, let’s start looking at some of these curious

A
constructions. Who has never heard someone telling you, in Brazil, that

E
he or she is falling in love? And during this conversation, the person says:
“When I saw him/her, it was love at first sight”. Well, I can conclude that
many people figured out what it means because it’s very similar to the

T S
Portuguese expression. But, because I’m a good boy, and if you didn’t
comprehend it, I’ll explain to you. When a person say that he/she saw
someone and it was love at first sight, the person told us that he/she felt

I S
instant attraction for the other person when he/she saw the other for the
first time.
I agree with you that the first one was an easy expression, but imagine

C
that you’re in the U.S.A., at a restaurant, and there you hear two friends

I
talking about their jobs. Then, one friend says: “You’re going to get a
raise, can you believe it? I got my information straight from the horse’s
mouth”. I think that your instant reaction is to start laughing or to imagine
this comic situation. But those friends aren’t crazy or drunk, they just

O used an idiomatic expression and this one seems to be funny, but it

isn’t. When a person says straight from the horse’s mouth it means from
a reliable and/or first-hand source. However, your journey doesn’t end

N
inside the restaurant. You probably get more confused now. Outside, a
man and a woman are discussing on the street because the man hit the
woman’s car. The woman is very angry and yelling nonstop. The man is

S
trying to correct his error and he says: “Lady, please, hold your horses!
I’m going to pay all the damage I’ve done”. Oh no, I’m feeling ridiculous
again, you should have thought. What that man is trying to say with hold

36
 Revista PET Farmácia
your horses? I can’t see any horse. Hey, calm down,
I’ll tell you. Didn’t you understand? Hold your horses
means to be patient.
At this stage of the game, I mean, at this point in
time, I have the idea that I’m convincing you that
you don’t know all about the English, isn’t it? At the
beginning of this paragraph, I used an expression
which derivates from sport. For your information,
some of the idiomatic expressions come from sports.
Here are some examples: to throw in the towel (to
stop trying to do something because one realizes
he/she cannot succeed) even used a lot in Brazil, a
whole new ball game (it is unlike anything we have
previously experienced or done), to slamdunk (to
win a competition easely), to strike out (to fail) and
to be out in left field (someone crazy or obviously
wrong about something). The last two expressions
came from baseball and a slamdunk is a type of
basketball shot.
After these English lessons you’ve received, I’m
almost sure that from now on you are a different
person and aren’t stuck-up with English language.
But, we have more expressions to see, because
this universe is extremely big and a kind of unclear
yet. So, you continue your adventure at the U.S.A.
Strolling on the sidewalk, you’re hearing a well-
known noise directly to you. I don’t deserve this,
you think. Yeah, sorry, all the people, especially the
women have heard this invitation, at least, one time
during their lives. If you are a girl, even in the U.S.A.,
you won’t escape from sexual invitation. However, to
make a sexual invitation is very impolite. No problem,
we have the solution, no, an idiomatic expression
is the solution. When a person wants to make this
kind of invitation he/she comes on to you. After this
undesired situation that I didn’t make for you, let’s
continue our walking. As everything is illusion, we’ll
go a little ahead.
Now, you are at Fifth Avenue in New York City,
looking for those astonishing stores. But, after all
seems to be normal, I prepared something for you,
an unfortunate situation. But, take it easy, I’m not
going to kill you. You’ll only live a risk situation.
37
You’re going to survive, trust me. Look at the bright
side, this situation was just prepared for you and for
people to learn one more idiomatic expression. Are
you ready? Take a long breathe. Good, good. Let’s
stop with this counterproductive drama. Well, you’re
seeing your favorite store when a man starts to yell:
Hey, get out of here! They’re tearing down that wall.
And it’ll go down under you! And you say: to tear
down? You run in tears, in fact. Your first reaction
is to tear me to pieces. Oh no, now I lost my heart!
(Dark Humor, I love it!). Did you see? You have
started to speak in my language. With your fearful,
you pronounced an expression! I’m only trying to
teach something, I’m not a murder (Dark Humor
again!). After this unnecessary soap opera, let’s
understand these two expressions. The first one to
tear down means to completely destroy or demolish
something. It’s often used when referring to things
like buildings, structures, walls, etc. And the second
one to tear someone/something to pieces means
to criticize someone/something very severely, in a
cruel/rude way.
Well, the expressions I wanted to show you were
those above, in italics. My mission ends here and I
don’t know if I convinced you that you don’t know all
about English language, my friend. Nevertheless,
I believe that, at least, you suffered a little and I
laughed a lot, I mean we laughed together!
Forgetting my jokes, the mission, now, is yours. It’s
in your hands, like I told you, to update the most
as you can. Besides English, to comprehend a
language, there are some tools. One is to be familiar
with what the local people are trying to express with
their idiomatic expressions. With this final message,
I can only tell you: Keep up studying always.
Referências:
Todas as expressões foram extraídas de: Mastering
English Textbook 4 from CCLS Publishing House ®,
version 1.0.
 Revista PET Farmácia
Carnaval não é um
só!
Do entrudo português, aos cordões, bailes de máscaras e desfiles de escolas de
samba.
Taís Orlandin Dias de Aguiar (Gêmea) – 5º ano – Farmácia UNESP
“[...] E quando a festa já ia se aproximando, como
explicar a agitação que me tomava? Como se
enfim o mundo se abrisse de botão que era em
grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças
do Recife enfim explicassem para que tinham sido
feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem
a capacidade de prazer que era secreta em mim.
Carnaval era meu, meu.”
Clarice Lispector (Restos do Carnaval)
Carnaval, seu início.
O carnaval ocorre em diversos países e regiões
católicas nos dias que antecedem a Quaresma.
Ele é marcado pela festividade popular com música,
danças e ritos populares. Sua origem é um tanto
quanto controversa, uma vez que alguns estudiosos
dizem que o carnaval provém das celebrações
egípcias; outros dizem ser da Grécia arcaica, já
que o rei Momo é considerado uma das formas de
Dionísio, o deus Baco; e outros acreditam que a
origem seja romana, ligada às famosas Saturnálias,
festas dedicadas ao templo de Saturno, que se
baseavam nos banquetes, sacrifícios e orgias.
De forma geral, essas festividades celebravam e
agradeciam a boa colheita agrícola; e a partir daí, a
comemoração espalhou-se pelo mundo.
Brasil, com carnaval!
Figura de Debret- Carnaval no século XIX
38
A origem do carnaval no Brasil foi o “entrudo”,
trazido pelos colonizadores portugueses. Os
escravos festejavam lançando polvilho, farinha de
trigo, vinagre, esguichos e baldes de água, uns nos
outros; enquanto as famílias brancas ficavam em
suas casas fazendo guerras de limões-de-cheiro e
laranjinhas – ambos feitos de cera com perfume,
água ou urina no interior – ou então, jogavam
pela janela líquidos mal cheirosos nos foliões
que passavam na rua. Essa maneira de festejar
com muita sujeira, e hoje considerada grosseira,
foi a mais generalizada no período colonial e
monárquico.
Nesse contexto, surgiram os bailes de máscaras,
os quais eram pagos e realizados em teatros e
hotéis do Rio de Janeiro. Inicialmente eram restritos
à elite e, a partir da década de 1840, passaram a
fazer parte da festa também da classe média. Os
bailes eram animados pela polca, valsa, tango e
maxixe, entre outros. Até então as músicas eram
apenas instrumentais; foi em 1880 que a versão
cantada por coros foi incluída nos bailes.
A existência de dois tipos de comemoração marca
as diferenças sociais que atingiam o Brasil na
época: de um lado os pobres festejando nas ruas,
e de outro, a classe média e alta nos salões.
Aos poucos, o carnaval de rua incorporou o
uso de máscaras e fantasias, de forma que a
população pobre, escondendo sua identidade,
fazia piadas sobre a alta sociedade. O status social
era debochado com paletós ao avesso, vestidos
chiques remendados e cartolas furadas.
Em seguida, surgiram os “cordões” que, segundo
o livro “História do Carnaval” de Eneida Moraes,
eram descritos por Renato de Almeida como
“grupos de mascarados, velhos, palhaços, diabos,
rei, rainha, sargento, baianas, índios, morcegos,
caveiras, etc. que vinham conduzidos por um
mestre a cujo apito de comando todos obedeciam.
O Concomitante aos cordões, outra modalidade
festiva surgiu: o corso, que teve sucesso por volta
da década de 1920 com a chegada do confete, da
serpentina e do lança-perfume, vindos da Europa.
O corso consistia em um desfile de automóveis
 Revista PET Farmácia
conversíveis enfeitados, que conduziam grupos
de foliões que cantavam e interagiam com os
demais carros e com os pedestres. A modalidade
do corso se extinguiu com a mudança no mercado
automobilístico de carros conversíveis por carros
fechados. conjunto instrumental era de percussão:
adufos, cuícas, reco-recos, etc”.
Corso
Outros grupos foram se formando com o intuito
de cultivar a dança e o samba. Assim nasceram
as “escolas de samba”, oriundas da população
pobre e, principalmente, negra do Rio de Janeiro.
Inicialmente assemelhavam-se aos cordões, mas
posteriormente assumiram um caráter coreográfico
e competitivo. Assim foram oficializados os desfiles
e suas competições em 1935, e as escolas de
samba passaram a receber subsídio da prefeitura e
tornaram-se sociedades civis em 1952. As escolas
cresceram muito ao longo dos anos no que se
refere à quantidade de componentes, qualidade
das coreografias, samba-enredo, ostentação das
fantasias e dos carros alegóricos.
Esse modelo de desfile estendeu-se por
várias regiões do Brasil, mas algumas cidades
mantiveram as tradições locais, como é o caso
de Salvador, Recife e Olinda. Salvador conseguiu
manter o sentido do carnaval de rua com extrema
participação popular com a incorporação dos trios
elétricos, que trazem animação com famosos
grupos de axé. Recife e Olinda também mantiveram
o carnaval de rua, mas com ritmos e danças com
marcas da cultura local, como o frevo, o maracatu
e o “caboclinhos”.
39
História, e hoje?
Atualmente, os ambientes de festividade do
carnaval têm se mostrado um pouco mais
democráticos, ao passo que não existe mais
a divisão: rua aos pobres, salão aos ricos. No
entanto, a marca da mistura brasileira ainda
apresenta limitações. Alguns ambientes possuem
clara separação em termos econômico-sociais.
Exemplos disso são os preços exorbitantes pagos
para entrar nos camarotes dos sambódromos ou
para comprar o abadá necessário para seguir os
trios elétricos na Bahia.
Observando a evolução da história do carnaval,
podemos ver a renovação das culturas incorporadas
ao longo dos anos. No entanto, hoje, na maioria dos
estados brasileiros, vemos ausência de expressão
popular e a mercantilização do carnaval. Nos desfiles,
o que é valorizado é a ostentação das fantasias e
do corpo feminino; e não mais a criatividade e a
espontaneidade do povo. A sociedade mudou e
mudou seu carnaval, mudou a forma de comemorá-
lo. Apesar dos lamentos ao tempo que passou,
as diferenças são ricas em cultura. Como certa
vez, disse Luís da Câmara Cascudo (etnólogo,
musicólogo e folclorista): “O carnaval de hoje é
de desfile, carnaval assistido, paga-se para ver.
O carnaval, digamos, de 1922 era compartilhado,
dançado,
pulado, gritado,
catucado.
Agora não é
mais assim, é
para ser visto.”
Referências:
http://www.miniweb.com.br/cidadania/dicas/carnaval.html;
http://claricelispector.blogspot.com/2007/12/restos-do-
carnaval.html;
http://almanaque.folha.uol.com.br/carnaval.htm
http://www.carnavaldobrasil.com.br;
 Revista PET Farmácia

O legado de Oskar
Schindler
A trajetória do homem que deu esperanças aos judeus durante o Holocausto
Rafael de Souza Carvalho (Leitão) – 2º ano – Farmácia UNESP

Um pouco de história... tarde o pequeno galpão passou a fabricar munição para

o exército nazista e empregava 800 trabalhadores,

N a Segunda Guerra Mundial um dos maiores

conflitos que a humanidade presenciou, a
razão do homem foi substituída pela intolerância
e selvageria, consequência do anti-semitismo,
xenofobismo e racismo da época. Após a morte de
Paul Von Hindenburg, presidente da Alemanha, em
1934, Adolf Hittler assume o poder e une os cargos
de presidente e chanceler, criando o posto de
führer (líder). Em 1935, são promulgadas as Leis
de Nuremberg, uma das primeiras leis anti-semitas
que restringiam vários direitos dos judeus, como por
exemplo, a proibição de casamentos e coabitação
entre eles e alemães. Medidas como essas,
tomadas ao longo da década de 40, culminariam
no Holocausto, dando início ao genocídio do povo
judaico. Em meio a esse cenário surge Oskar
Schindler, empresário que inicialmente tiraria
proveito da situação para se enriquecer, o qual
mais tarde gastaria até o último centavo e arriscaria
sua vida para evitar que centenas de prisioneiros
fossem enviadas para campos de extermínio.
Quem foi Schindler?
Alcoólatra, mulherengo, ambicioso e muito bem
relacionado com a SS (polícia alemã). Oskar
Schindler nunca aparentou ser o tipo de pessoa
capaz de contestar a violência praticada pelos seus
líderes políticos. Contudo, demonstrou pensar de
forma diferente daqueles
que seguiam a ideologia
nazista.
No começo da guerra,
em 1939, foi para
Cracóvia, na Polônia,
ocupada até então pelos
alemães. Aproveitando-se
da legislação anti-semita
adotada, apropriou-
se de uma fábrica
de equipamentos
para cozinha, que
anteriormente pertencia a
um judeu.
M a i s
Oskar Schindler
dos quais 370 eram de origem judaica.
Com base nesses acontecimentos, poder-se-ia
concluir que Schindler seria mais um a explorar
os judeus em benefício próprio. Porém, um fato o
diferenciava dos demais: a forma como tratava e
zelava pelos seus funcionários. Em sua fábrica, os
velhos eram registrados como jovens e crianças
como adultos para evitar que fossem enviados para
campos de extermínio. Além disso, Schindler proibia
a entrada da polícia alemã sem sua permissão,
evitando que seus funcionários fossem maltratados
ou assassinados arbitrariamente.
Os cuidados que tinha com os “seus” judeus (assim
era como ele os chamava) não se restringiam às
dependências do local de trabalho. Depois da
transferência dos seus empregados do gueto da
Cracóvia para o campo de concentração da Plaszóvia,
Schindler convenceu o diretor do lugar, Amon Goeth,
a criar um subcampo para abrigar seus funcionários.
Longe de Goeth, era possível mantê-los em condições
relativamente humanas e evitar que o comandante
praticasse alguns dos seus hábitos peculiares, como
atirar nos trabalhadores após acordar ou alimentar
seus cachorros com eles.
Entretanto, no final de 1944, parecia que todo
esforço feito para manter a salvo os judeus seria inútil.
Com o avanço do exército russo, todos os campos
de concentração estavam sendo evacuados. Em
Plaszóvia, todos seriam enviados para campos de
extermínio em Auschwitz, inclusive os funcionários de
Schindler. Desesperado, ele subornou Amon Goeth,
pagando para que seus judeus fossem enviados
para uma outra fábrica que tinha em Brünnlitz, nos
Sudetos. Ele fez uma lista com todos os nomes, no
total, 1100 pessoas, que mais tarde seria conhecida
como a Lista de Schindler.
A Lista de Schindler

40
 Revista PET Farmácia

Motivações e herança

Todos perguntam por que Oskar Schindler

arriscou-se para salvar vidas do Holocausto. Murray
Pantirer, um dos sobreviventes, ao encontrar-se
com ele depois da guerra fez a mesma pergunta. A
resposta que obteve foi: “Eu odiava a brutalidade, o
sadismo e a insanidade do nazismo. Eu não podia
apenas ficar parado e ver as pessoas morrendo.
Eu fiz o que eu pude. O que eu tinha que fazer. O
que minha consciência falou que eu deveria fazer.
Isso é tudo que tinha para ser feito. Sério, nada
mais.”
É difícil definir o que move o espírito humano
Capa do filme produzido por Spilberg
em situações extremas como no massacre dos
judeus. Jean-Jacques Rosseau cita em uma
das suas obras o fato do homem nascer bom, e, A Lista de Schindler com todos os nomes
posteriormente, ser corrompido pela sociedade completos, ou seja, data de nascimento e número de
que o cerca. Portanto, é espantoso notar como identificação dos prisioneiros pode ser encontrado
Schindler conseguiu manter íntegro seu caráter, no site http://alistadeschindler.com/Lista.
mesmo diante de situações que afrontavam sua
ideologia e sua personalidade. Referências:
http://alistadeschindler.com/
A história de Oskar Schindler foi documentada http://www.oskarschindler.dk/schindler9.htm
no filme “A Lista de Schindler”, dirigido por Steven http://www.insidefilm.com/spielberg.html
Spielberg, no ano de 1993. A adaptação ao cinema http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler#Ascens.C3.A3o_ao_
é baseada no livro “Schindler’s Ark”, escrito por poder
http://www.deathcamps.info/photos/Album1.htm
Thomas Keneally. O filme foi gravado em preto http://www.blameitonthevoices.com/2009/04/original-
e branco, segundo Spielberg, para diminuir a schindlers-list-found.html -
violência gráfica de algumas cenas. http://edilzafontes.blogspot.com/2010/03/lista-de-schindler.
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41
 Revista PET Farmácia

O olho do furacão
social e a causa dele
Basta ligarmos a TV para verificarmos o exercício da intolerância bem na nossa
frente. O que você acha a respeito? Qual é a sua opinião sobre esse termo? Você
tem sua opinião formada? Tomara que este artigo faça-nos pensar a respeito de
um tema que é tão forte e, ao mesmo tempo, tão presente.
Rogerio Munhoz dos Santos

I ntolerância é uma palavra que existe, não só

enquanto caracteres lançados a um texto, mas
também como ponto-chave de inúmeras polêmicas
dentro da história da humanidade há muito tempo.
Inicialmente, confesso que procurei o termo no
Google (mais especificamente no Wikipedia) para
encontrar uma definição que nos permitisse, ao
menos, orientar a discussão que necessariamente
deve ser desenvolvida, mas vejam o que encontrei
como conceito: “uma atitude mental caracterizada
pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer
e respeitar diferenças em crenças e opiniões."
É uma definição interessante. Basta remetermo-
nos aos livros de história, para que possamos
entender que esse termo não possui apenas
um contexto nos dias de hoje. Podemos citar o
exemplo da religião, que observamos como alvo
de críticas extremamente intolerantes por parte de
várias pessoas, principalmente quando tal não é
socialmente bem aceita pela maioria. Um exemplo
histórico disso é o quanto o Islamismo sofre de
intensa oposição e intolerância, pelo modo de
vida que seus seguidores levam, inclusive quando
baseiam sua legislação no Alcorão. Quantas
perseguições os cristãos sofreram de judeus e
romanos. Fatos relatados na própria Bíblia, que
tem como mártir Jesus Cristo, só por pregarem
os mandamentos que contrariavam a vontade
das forças políticas existentes? E os judeus que
foram e são perseguidos pelos nazi-fascistas e
neonazistas por não serem da raça "ariana", "pura"
em sua própria essência?
Mas, ao olharmos para o outro
lado da moeda, vamos ver que a religião, quando
mal utilizada, também se torna uma ferramenta
desastrosa de intolerância. Recorrendo, também,
aos livros de história novamente, podemos ver
que os Judeus perseguiram os cristãos, usando
a influência político-social-econômica que tinham
no mundo antigo. Os cristãos também lançaram
seus opositores à fogueira. Não nos esqueçamos
do Concílio de Trento, que matou Giordano
Bruno, Joana D´arc e fez com que Copérnico e
Galileu negassem todas as teorias "heréticas",
que mudavam a perspectiva do mundo e do
universo. Elas não só abandonavam as teorias
que colocavam a Terra como centro imóvel de um
limitado universo, como também, corrigiam um erro
histórico, no qual o homem era situado como ser
imóvel no centro de todas as coisas existentes,
mais limitadas do que os próprios.
Difícil olhar para trás e ver que a história do
homem gera catástrofes por conta do nosso foco
de discussão, não? Essa pequena palavra, com
cinco sílabas, faz parte não só do passado do ser
humano, mas também da essência dele, dual e
preconceituosa. Uma pequena palavra nos conta a
trajetória tenebrosa da humanidade, e não somente
na parte religiosa e, infelizmente, não somente no
contexto histórico.
A intolerância cada vez mais se evidencia em cada
discussão acadêmica ou em mesas de boteco, pois
é algo que, como dito anteriormente, faz parte da
essência e merece um foco um tanto que imparcial
de nossa parte. Mas como ser imparcial em se
tratando de discutir a própria essência? Talvez

42
 Revista PET Farmácia
uma estratégia cartesiana logre um pouco de êxito
em nossa jornada. Inicialmente, busca-se destruir
velhos conceitos, utilizando-se do questionamento
da existência daquele termo. Bom, o termo existe
e não é de hoje. Como desmoronar uma estrutura
tão fortemente enraizada, mesmo que não a
percebamos? A pergunta que não deve permanecer
no ostracismo é: você já sofreu ou foi intolerante?
Vejamos uma sociedade que todos costumam
tomar como o exemplo de sociedade-modelo.
Os Estados Unidos da América, que tiveram sua
constituição toda baseada no lema "liberdade,
igualdade e fraternidade", foram um dos ícones mais
gritantes de intolerância da história da humanidade.
Justamente por ser essa contradição gigantesca -
e, por isso mesmo, perigosa - e de longo alcance.
Até meados do ano de 1965, existiam leis, como
"As Leis de Jim Crow”, que negavam aos cidadãos
não-brancos toda uma série de direitos. Leis que
proibiam os casamentos inter-raciais e segregavam
negros em transportes e banheiros públicos. Assim,
mesmo que uma pessoa não fosse racista, estava
proibida de casar-se com alguém de outra raça.
Além da intolerância prevista em lei, existiam fortes
grupos racistas, como o Klu-Klux-Klan. Gostaria de
abordar os grupos citados, com fontes históricas e
atuações nos dias de hoje com um pouco mais de
aprofundamento, em outros artigos.
O que se precisa discutir é se as atrocidades que
vemos pela história da humanidade são fatores
O serviço secreto no
Brasil
Um breve resumo da história do “Serviço”
Felippe de Alencar Silva (Caspa) – 3º ano – Farmácia UNESP
O Início
P odemos dizer que tudo começou em novembro
de 1927, com a criação do Conselho Nacional
de Segurança (CNS) pelo presidente Washington
Luís, que longe de ser um serviço secreto, foi o
primeiro órgão exclusivamente responsável por
levantar e informações em favor do Estado. Com
43
atenuantes da intolerância exercida
por cada cidadão, geralmente
mascaradas pela hipocrisia. Inúmeras vezes,
nossas opiniões são tratadas de forma intolerante,
apenas por serem diferentes. Em alguns casos,
somos excluídos de discussões meramente por
sermos de raças diferentes. Mas será que o outro
lado da moeda não merece ser analisado com o
mesmo cuidado e imparcialidade? Será possível
"limparmos o terreno"? A intolerância existe e
dificilmente deixará de existir. Pode-se atenuá-la.
Hipocrisia? Chamem como quiser. Mas será que os
efeitos dilacerantes deste termo devem destruir, de
forma “sincera”, todos os seus adversários? E que
tal tentarmos observar o diferente não como um
adversário, e sim, como uma divergência tolerável
de opinião?
Deparamo-nos, recentemente, com agressores
em vários pontos do Brasil e no mundo, envolvidos
pela tal essência, dita anteriormente. Estranho é
que essas notícias passem de forma banal pelos
nossos olhos e, sinceramente, isso nos leve a
pensar no quanto a intolerância passiva faz mal à
sociedade. Você pratica a intolerância? Funciona
como um free-rider? É apenas uma carona na
sociedade que espera os direcionamentos de
sentimentos a serem seguidos? Esperamos que
não.
o governo Getúlio Vargas o CNS ganhou alguma
força, contando com uma assessoria técnica e
escritórios dentro dos ministérios civis, as Seções
de Defesa Nacional. Entretanto ainda faltava algo
para existir um serviço secreto: os
espiões.
 Revista PET Farmácia
Argus – Semideus da mitologia grega, patrono do Serviço
SFICI
Em outubro de 1945, um mês após o fim da
Segunda Guerra Mundial, GV foi derrubado e quem
assumiu foi Eurico Gaspar Dutra. A bipolarização
de poder entre as duas superpotências após
a Segunda Guerra e a Guerra Fria gerou uma
necessidade imensa de ter um serviço secreto bem
preparado. Após o ataque-surpresa japonês à base
americana de Pearl Harbor, foi criada a Office of
Strategic Service (encarregada de centralizar toda
informação) órgão esse que seria substituído dois
anos após a guerra pela Central Intelligence Agency
(CIA). Os russos possuíam um serviço secreto
desde 1917 que em 1954 passou a se chamar
Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB)
- Comitê para a Segurança do Estado. Seguindo
essa tendência mundial, em setembro de 1946,
foi criado oficialmente por Dutra o Serviço Federal
de Informações e Contra-informações (SFICI),
que ficaria incumbido de "tratar das informações
no Brasil". Ele ficaria alojado no CSN, na seção
encarregada de levantar informações e preparar
o país para guerra. Como o país não tinha nem
motivos, nem as bombas nucleares necessárias
para uma luta no exterior, ficava nas entrelinhas
que esse serviço secreto seria voltado para o
"inimigo interno", o próprio povo.
O SFICI tinha sido criado no papel, mas não
tinha nenhuma estrutura. Com a luta da FEB na
Segunda Guerra, parte dos militares brasileiros foi
influenciada pelo anticomunismo americano e com
o crescimento da onda comunista no mundo, os
EUA começaram a investir pesado na doutrinação
dos militares brasileiros. Em 1949 os EUA deram
apoio para a formação da Escola Superior de
Guerra, uma academia de alto nível para militares,
baseada em seu análogo norte-americano. Mais
tarde nessa academia seria formada a nata do
“Serviço”.
No mandato de Juscelino Kubitschek o governo
foi pressionado pelos EUA para implantação do
serviço secreto brasileiro. Eles
queriam o Serviço na ativa para que
44
ficasse no encalço dos comunistas ou qualquer
um que assim fosse identificado. Assim, em abril
de 1956, foi criada uma equipe encarregada de
montar o SFICI. Essa equipe formada por três
militares do exército e um delegado de polícia não
sabia como funcionava um serviço secreto, então,
eles foram para Washington para ter treinamento
com os americanos, visitando por diversas vezes
a CIA e o FBI.
A fase do SFICI, que durou de 1956 a 1964 foi
marcada por deficiências quanto a recursos, poder
e falta de funcionários.
Interessante notar que o embrião e a consolidação
do serviço secreto no Brasil se deram em governos
eleitos democraticamente.
SNI
Com o golpe em 64 e a tomada do poder pelos
ministérios, teve fim o SFICI e começava a era do
poderoso Serviço Nacional de Informações.
O novo serviço secreto teria ligação direta com
a presidência, teria autonomia financeira, não
seria obrigado a divulgar suas informações (nem
mesmo para o Congresso) e seria o único órgão
do Executivo sem controle externo. Diferentemente
dos serviços secretos de outros países, o SNI
agiria dentro e fora do país. Tudo isso dotava o SNI
de um poder sem precedentes no mundo.
O SNI começou logo a mostrar trabalho. Cinco
meses após o início de seu funcionamento já
haviam sido aplicadas 2.990 punições (de 4.841
em todo o regime militar), sendo que muitas destas
viriam a partir de recomendações ou informações
do SNI. O Serviço era uma parte importante da
máquina de guerra interna usada para manter o
regime. No seu ápice, no governo Figueiredo, o
número de funcionários chegou a quase 5000.
Logomarca do SNI de 1964
Na época da ditadura surgiu também a
comunidade de informações (Sistema Nacional
de Informações- Sisni), que nada mais era que
órgãos públicos que lidavam com informações
relacionadas colaborando uns com os outros.
Além do SNI, faziam parte os serviços secretos do
Exército (Centro de Informações do Exercito-CIE),
da Marinha (Centro de Informações da Marinha-
 Revista PET Farmácia

Cinemar) e da Aeronáutica (Centro de Informações mas isso ficou só na teoria mesmo.

e Segurança da Aeronáutica-Cisa). Esses órgãos,
diferentemente do SNI, agiram diretamente na
repressão. Todos esses órgãos também doavam
pessoal para o DOI (Destacamento de Operações
de Informações), órgão de repressão onde atuavam
militares e policiais civis.
Voltando à democracia
A primeira mudança mais radical no SNI se deu
quando Collor foi eleito e cumpriu sua promessa
de extinguir o orgão. A partir do começo de seu
funcionamento, em 1956, haviam se utilizado dele,
desde Juscelino até Sarney. Com a extinção do SNI
o Serviço perdeu status de ministério, perderam
formalmente os laços com a comunidade de
informações, a Esni diminuiria drasticamente sua
atividade e muitos funcionários foram demitidos
(mais de 2.500). Passaria a ser o Departamento
de Inteligência e seria comandada por um civil.
Esse corte não foi feito com a legislação, que não
delimitava bem os poderes do Serviço, bem como
não instituía controle externo.
Com o impeachment de Collor, Itamar assumiu a
presidência e com uma visão melhor da importância
do Serviço, encomendou um novo projeto para o
órgão. Esse projeto só estaria pronto no fim de sua
gestão e só sairia do papel no governo FHC. Sob a
sigla de Abin (Agência Brasileira de Inteligência) o
Serviço ganhava uma cara nova, mas sem mudar
muito. Pela primeira vez desde sua criação o
serviço possuiria, em teoria, controle externo (uma
comissão formada por deputados e senadores),
Essa comissão nunca chegou fundo
nos segredos da Agência.
Após um ano de existência, em 2000, a
Agência já gozava de uma péssima reputação,
advinda de escândalos de operações ilegais. O
Serviço continuava usando os mesmos métodos
clandestinos.
No fim de seu mandato FHC estendeu os prazos
para liberação dos documentos sigilosos produzidos
por órgãos públicos, criando a possibilidade de
um documento (um considerado ultra-secreto)
que pudesse ter seu sigilo dilatado ad infinitum.
Com esse decreto também, os documentos
considerados secretos da ditadura deixariam de
ser liberados em 2004 e só estariam disponíveis
em 2024. O passado obscuro da ditadura continua
guardado à sete chaves pelo Serviço.
Em 2003 um dos inimigos históricos do Serviço
chegava a presidência: Luís Inácio “Lula” da
Silva. E junto com ele vários co-partidários
outrora considerados subversivos. O PT subiu à
presidência com posições mais moderadas e teve
a mesma conduta com o Serviço. Lula descartou
suas posições passadas quanto à extinção do
órgão de inteligência e manteve a estrutura da
Abin herdada de FHC, com a Abin subordinada ao
Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Com Dilma Roussef assumindo a presidência, a
Abin foi retirada da pasta da GSI e há a possibilidade
de voltar a ser subordinada diretamente à
presidência, mas ela preferiu postergar a decisão.
Referências:
Lucas Figueiredo. Ministério do Silêncio. 2005, editora Record
http://www.abin.gov.br/
http://www.estadao.com.br/

Bolos, doces, etc...

Cristina

Fones: (16) 3324-3053

(16) 9793-4004
R.José Maria Ferreira Brandão, 55
Selmi Dei I - Araraquara/SP

45
 Revista PET Farmácia

Atenção farmacêutica é
o futuro promissor de
atuação do profissional
farmacêutico
Atenção farmacêutica desenvolve as habilidades humanistas do
farmacêutico através da relação interpessoal com o paciente

Tatiane Bonfim Ribeiro - 3º ano - Farmácia UNESP

A s manchetes não mentem: “Overdose de

remédio teria provocado parada cardíaca
de Michael Jackson”; “Heath Ledger, morre
por overdose acidental por uso abusivo de
analgésicos, tranqüilizantes e outras drogas
com prescrição médica.” Casos como estes se
repetem diariamente pelo Brasil e pelo mundo. O
medicamento é uma arma poderosa e seu poder
de cura é proporcional ao seu poder de morte.
Os números de um estudo da Fundação Oswaldo
Cruz são assustadores: 24 mil mortes anuais no
Brasil são por intoxicação medicamentosa. De
acordo com a Associação Brasileira das Indústrias
Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões
de pessoas são adeptas da automedicação, da
má qualidade da oferta de medicamentos, do não-
cumprimento da obrigatoriedade da apresentação
da receita médica e a carência de informação e
instrução na população em geral.
No contexto acima e na realidade atual em que o
usuário de medicamento é um depósito de reações
químico farmacológicas, estabeleceu-se o conceito
de atenção farmacêutica, no inglês Pharmaceutical
care, que é consolidado em 1990, com a publicação
de um artigo pelos professores americanos Hepler
e Strand que estabelecem três pontos chaves para
o desenvolvimento da atenção nos pacientes: 1)
Responsabilizar-se do resultado do tratamento
farmacológico que se dispensa. 2) Seguimento do
curso da farmacoterapia
para poder conhecer
esses resultados. 3)
Compromisso direto
com as pacientes para
conseguir melhorar sua
qualidade de vida com o
uso de medicamentos.
Entendemos que o
objetivo real da atenção
farmacêutica é trabalhar com paciente através
da:Dispensação de medicamentos,
Indicação farmacêutica, Seguimento
farmacoterapêutico, considerando a promoção da
saúde e qualidade de vida.
Você sentiu algum estranhamento lendo a
definição acima? Afinal, no Brasil quem dispensa o
remédio é o balconista e esta atividade é meramente
mecânica e muitas vezes comercial, quem nunca
foi à farmácia comprar um medicamento prescrito
e ouviu a oferta do atendente: “Mas a senhora
não quer levar também umas Aspirinas, está na
promoção!”. A indicação farmacêutica ou prescrição
de medicamentos isentos de prescrição médica
(MIPs), ainda não é regulamentada no Brasil,
porém o direito exclusivo deste serviço está sendo
discutido no Senado e segundo o CFF (Conselho
Federal de Farmácia) a “Prescrição farmacêutica
está a um passo da aprovação”.
Em países como Espanha e Canadá a realidade
é completamente diferente. O farmacêutico
é reconhecido pelos serviços que prestam a
sociedade, numa pesquisa feita sobre “Os
profissionais mais lembrados pela população”, o
farmacêutico ficou em segundo lugar, perdendo
somente para os bombeiros. Nestes países a
principal atuação do farmacêutico, é a atenção
farmacêutica, o farmacêutico trabalha sobretudo
nas farmácias e drogarias, prestando devida
orientação antes de dispensar o medicamento
e promovendo a indicação medicamentosa se
necessário, através da anamnese e estudo da
sintomatologia do paciente.
Antes de um medicamento novo entrar no mercado,
este passa pela Pesquisa Clínica, que através
numerosos experimentos e etapas comprovam a
farmacocinética, farmacodinâmica e, toxicidade
e eficácia terapêutica. Um paciente ao adquirir
um medicamento acredita na máxima efetividade
quanto à resolução de seu problema de saúde,
porém freqüentemente durante um tratamento
farmacológico, podem surgir muitos Resultados
Negativos associados aos Medicamentos (RNM)

46
 Revista PET Farmácia
que dificilmente são detectados pelo paciente. Por
exemplo, comumente a reação adversa do Captopril
(medicamento receitado para hipertensos) é a tosse,
um paciente que utiliza este remédio dificilmente
irá associar este sintoma com o medicamento.
Dado situações como esta, surge a necessidade
de um Seguimento Farmacoterapêutico que
é conceituada como uma prática assistencial
centrada no paciente, desenvolvida pelo
farmacêutico, com o objetivo de detectar, resolver
e prevenir RNMs, para alcançar resultados que
melhorem sua qualidade de vida.Os RNMs podem
ser conseqüência de interação medicamentosa,
da posologia inadequada ou mesmo da falta de
informação quanto a administração correta do
medicamento. É importante que o seguimento
seja documentado e continuado, objetivando
coletar todas as informações necessárias sobre
o paciente através do estreitamento da relação
interpessoal com o mesmo. Deve-se criar uma
empatia com o paciente, de forma que durante a
entrevista este se sinta desinibido para contar a
verdade e expor detalhes da vida pessoal. Somente
quando se conhece detalhadamente o paciente,
pode-se resolver e detectar RNMs e desta forma
desenvolver uma intervenção farmacêutica que
promova a melhoria na terapia medicamentosa
e vida do paciente. Deve-se respeitar a cultura
e os paradigmas do paciente quando for propor
a intervenção e nunca se esquecer de priorizar
os interesses do mesmo. A AFEP (Assistência
Farmacêutica Estudantil Permanente), grupo
composto por alunos de graduação da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Araraquara,
surgiu em 2001 com o objetivo de oferecer um
Seguimento Farmacoterapêutico aos pacientes
atendidos pelo Programa Saúde da Família (PSF),
atualmente desenvolvem um trabalho focado em
pacientes que
são usuários
de mais de um
medicamento,
normalmente
portadores
de doenças
crônicas que
são atendidos
pelo PSF do
Bairro Jardim
das Hortências
em Araraquara.
O profissional que trabalha com Atenção
Farmacêutica deve ser um “cuidador”. Entre os
profissionais da saúde, o farmacêutico é o que
consegue se aproximar mais do paciente, de
forma a conhecer os reais questionamentos e
detalhes que definem o sucesso do tratamento
farmacológico. Este profissional deve desenvolver
habilidades que estabeleçam uma relação de
confiança e cumplicidade com o paciente. É
essencial que o farmacêutico seja um bom
comunicador,que faça uso de todas vias de
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comunicação: visual,verbal,não-
verbal,tátil e escrita. E através do diálogo, deve-
se atentar às necessidades do paciente e interagir
para que possa repassar um conhecimento
científico para populações diferentes de realidades
sociais e culturais distintas. O paciente deve
tornar-se co-responsável pelas intervenções feitas
pelo farmacêutico, o conhecimento e sucesso do
seguimento é construído em conjunto, deve-se dar
ferramentas para o paciente identificar a importância
de seguir o tratamento farmacológico recomendado,
para que assim este não seja só um ouvinte, mas
também participativo das conquistas quanto ao
tratamento farmacoterapêutico e qualidade de
vida. Para isso é importante exercitar as habilidades
como educador e contar um pouco sobre a doença
que está sendo tratada, e esclarecer as dúvidas
sobre os medicamentos, sempre priorizando como
o paciente recebe as informações e o grau de
confiança e responsabilidade de ambos.
A Atenção Farmacêutica é uma área de ampla
atuação que desenvolve as habilidades humanistas
do farmacêutico, através da gratificação de trabalhar
com a qualidade de vida do paciente. É comprovado
também, que este é um serviço interessante
para os cofres públicos, pois reduz os gastos da
Federação com medicamentos dispensados,
uma vez que se promove a racionalização do uso
destes, além de diminuir o número de internações
desnecessárias relacionadas aos efeitos adversos
dos medicamentos. O Brasil já dá os seus
primeiros passos quanto a Atenção Farmacêutica,
e futuramente acredito que a profissão do
farmacêutico adquirirá uma “cara” nova devido ao
crescimento deste setor.
Referências:
h t t p : / / w w w. r e v i s t a s . u f g . b r / i n d e x . p h p / R E F / a r t i c l e /
view/4616/3938
CORDEIRO, B.C; LEITE, S.N. O Farmacêutico na atenção à
saúde. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2005. 189p.
FAUS DÁDER, M. J.; AMARILES MUÑOZ, P.; MARTINEZ, F.
Atenção Farmacêutica – conceitos,processos e casos práticos,
2008.RCN Editora
http://www.feifar.org.br/noticia.php?id=289
http://www.crf- rj.org.br/crf/noticia/2010/6/
prescri%C3%A7%C3%A3o_de_mips_por_
farmac%C3%AAuticos_est%C3%A1_a_um_passo_de_ser_
aprovado.htm
 Revista PET Farmácia

Socialmente correto?
Um breve histórico e uma re flexão a respeito da ação social
Ingrid Stephanie Stein Ambiel - 5º ano - Farmácia UNESP

S ustentabilidade. Solidariedade.
Responsabilidade e bem-estar
social. Estes termos andam muito
“na moda”, não é? Todo mundo
já ouviu falar ao menos uma vez
de instituições ou de pessoas que
trabalham para ajudar o próximo
e o meio ambiente. Atualmente,
são conceitos que trazem prestígio
a quem os coloca em prática.
Para empresas, é um diferencial
competitivo, uma vez que a sociedade
vê com bons olhos a companhia
que tem dentre seus projetos o cuidado com o
ecossistema e com a comunidade, sem contar os
benefícios no campo tributário que recebem por
isso. Já para algumas pessoas, cuja vida está em
evidência na mídia, a doação de grandes quantias
a hospitais, instituições educacionais, etc, pode
funcionar como uma forma de autopromoção. Ou
seja, além da aparente benevolência observada
neste tipo de prática, não se pode fechar os olhos
à existência de outros interesses.
Ao observar a história antiga, nota-se que desde
os tempos do Império Romano a “solidariedade”
é praticada pelo
Estado e pela
camada privilegiada
da sociedade como
uma maneira de
manter as massas
em seu “devido”
lugar, mantendo
a soberania e a
vida cômoda dos
aristocratas e
imperadores.
Mais tarde, com o advento do cristianismo e
a difusão da idéia de caridade, o serviço social
passou a ser desempenhado majoritariamente por
religiosos.
No século XX, o Estado passou a ser o principal
provedor de serviços sociais, de saúde e de
educação no Brasil. Com isso, o voluntariado
passou de ator principal a coadjuvante no cenário do
país. Contudo, sua existência é uma necessidade
evidente, já que são nítidas as limitações do serviço
público. Houve várias mudanças na trajetória
do trabalho voluntário, sendo as
aqui citadas, apenas um breve
resumo. Entretanto, a existência
de interesses secundários
(nem sempre tão secundários
assim!) torna a benfeitoria menos
nobre? De modo algum. Porque
quem recebe, precisa daquilo
que ganhou, e neste caso, o
secundário são as motivações
do benfeitor. Mas então, há nisso
alguma espécie de perda? Há
a ressalva de que se deva ter
atenção para evitar a promoção
de uma espécie de política do pão e circo, contudo
creio que o principal prejuízo para todo aquele que
dá de maneira equivocada seja o estar tão focado
nos interesses que deveriam ser “coadjuvantes”
nessa história, que acaba se esquecendo da
conexão com outro ser humano. Agindo assim, o
indivíduo abre mão do maior ganho que pode ter.
Que ganho é esse? Deixo aqui uma reflexão para
o leitor. Várias respostas são possíveis, quem já
participou de algum trabalho voluntáio certamente
tem muito para contar. Para aqueles que nunca
fizeram nada parecido, fica a sugestão de tentar
algo novo. E que
em breve leiamos
aqui um relato dessa
experiência!
Referências:
http://www.aedb.br/seget/artigos05/266_HISTORIA%20
DO%20VOLUNTARIADO%20NO%20BRASIL%20E%20
NO%20MUNDO.pdf
http://www.voluntariado.org.br

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 Revista PET Farmácia
ACONTECEU !
Nathalia Sorroche Berlinck (Pillar)- 2º ano - Farmácia UNESP
Nádia Aline Freitas Lara (Turtle)- 3º ano - Farmácia UNESP
Intercâmbio
F oi realizado pela primeira vez no PET Farmácia
Unesp um intercâmbio com Universidade
Federal do Paraná. Durante a estadia dos petianos
da UFPR realizamos duas visitas, técnica a
indústria de produtos veterinários Ouro Fino,
localizada em Cravinhos, e cultural no museu da
casa de Portinari em Brodoski. Além disso, com
preparação prévia organizamos e executamos
uma intervenção com a mulheres cuidadoras dos
medicamentos no distrito de Boa Esperança do
Sul. Como finalização, assistimos ao filme a Onda
e posteriormente o discutimos. Uma semana
depois os petianos de nosso grupo visitaram o PET
Paraná e realizaram atividades selecionadas pelo
próprio grupo PET da UFPR.
Discussão de Livro
Escrito por Anne Frank e mais tarde publicado
por seu pai Otto Frank, e Mirjam Pressler, uma
escritora da época, este livro conta a historia de
uma adolescente judia de 13 anos que vê sua
vida mudar ao ser condenada a auto-reclusão no
período de junho de 1942 a agosto de 1944, no
auge da Segunda Guerra Mundial.
Cine PET
Baseado no best-seller O Diário dos Escritores da
Liberdade, o filme Escritores da Liberdade conta a
história da professora Erin Gruwell que vai parar
em uma escola corrompida onde os adolescentes
vivem no meio de tiroteios e agressividade, e a
professora oferece o que eles mais precisam:
uma voz própria. Neste ambiente de violência e
tensão racial, Erin combate um sistema deficiente,
lutando para que a sala de aula faça a diferença
na vida dos estudantes. Agora, contando suas
próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma
turma de adolescentes supostamente indomáveis
vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas
vidas desfeitas e mudar seu mundo.
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O outro filme do semestre passado foi “O
Contador de Histórias”, que tem como personagem
principal Roberto Carlos Ramos, que as seis anos
de idade é ‘escolhido’ pela mãe para ser interno
em uma instituição que, segundo a propaganda
da TV, preparava crianças para serem ‘médicos,
advogados, engenheiros’, a FEBEM. A vida do
menino na instituição é marcada por fugas, dividindo
assim seu tempo entre a rua e a instituição. Cenário
que muda com a chegada da pedagoga francesa
Margherit Duvas. O filme é baseado na historia
real de um dos melhores contadores de historias
do mundo, o pedagogo e escritor Roberto Carlos
Ramos.
Feira de Saúde
Neste semestre os calouros tiveram a oportunidade
de participar da Feira de Saúde na comunidade de
Boa Esperança do Sul. Durante um dia inteiro a
comunidade recebeu informações sobre Pressão
Arterial, Diabetes, Nutrição, entre outras.
Semana de Ciência e
Tecnologia
Com o tema “Ciência para o Desenvolvimento
Sustentável”, juntamente com os outros sete grupos
PET’s Araraquara visitamos a Fundação Casa,
antiga FEBEM, onde passamos o documentário
“Ilha das Flores” que foi seguido do comentário
da Profª. Drª. Angela Viana Machado Fernandes
docente da Faculdade de Ciências e letras da
Unesp e do petiano do curso de Ciências Socias
Luiz Fernando Costa de Andrade.
Visita Cultural
Realizada no laboratório brasileiro, Cristalia,
os alunos da graduação participantes puderam
conhecer as varias áreas de atuação
do farmacêutico em uma industria.
 Revista PET Farmácia
VAI ACONTECER !
XVIII Mesarredonda de
ex-alunos (19 de Março)
O evento contará com a presença de cinco
ex-alunos da FCFar de diferentes áreas
de atuação: Indústria Farmacêutica, Carreira
Acadêmica, Alimentos, Farmácia Pública e Análises
Clínicas. Os profissionais discorrerão sobre suas
atividades profissionais e qual foi o papel da
faculdade para a profissão, além de esclarecer
as dúvidas do público. A XVIII Mesarredonda
acontecerá das 9h às 13h, na sala 7 do prédio do
Centro da FCF; a entrada é franca.
Cine PET (7 de Abril)
Aberto a todos os alunos do campus de
Araraquara. A sessão exibirá O Limoeiro, direção
de Eran Riklis. É um filme de Israel, Alemanha e
França que retrata uma cultura israelita, onde o
que mais importa é a terra e os limoeiros de Salma,
uma viúva que perdeu o esposo há 10 anos e
que está sozinha na casa onde criou 3 filhos. Ao
se tornar vizinha do ministro da defesa, começa a
achar estranho quado observa a casa e vê tantos
segurança e tanta proteção, mas nunca pensou
que os seus limões, uma herança de seu pai e a
sua única ocupação, fossem um problema para a
segurança do ministro. Esta mulher vai então lutar
com unhas e dentes, contando com a ajuda de um
jovem advogado para impedir a ordem dos militares
de arrancar os seus limoeiros.
Discussão de Livro
(2 de Junho)
O grupo propôs a leitura do livro Budapeste,
de Chico Buarque. Todos da Faculdade estão
convidados a ler e participar do debate. O narrador
José Costa é um ghost-writer, pessoa especialista
em escrever cartas, artigos, discursos ou livros para
terceiros, sob a condição de permanecer anônimo.
Costa escreve os textos na Cunha & Costa Agência
Cultural, firma em que é sócio com o seu amigo
de faculdade Álvaro Cunha, este especializado em
promover o trabalho de José Costa. Na volta de um
congresso de autores anônimos, Costa é obrigado
a fazer uma escala imprevista na cidade título do
romance, o que desencadeia uma série de eventos
que constituem o centro da trama:
casado com a apresentadora de
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telejornais Vanda, Costa conhece Kriska na Hungria,
que o apelida de Zsoze Kósta e com quem aprende
húngaro - segundo o narrador, "a única língua do
mundo que, segundo as más línguas, o diabo
respeita". Entre as diversas idas e vindas entre
Budapeste e o Rio de Janeiro, a trama se alterna
entre o seu enfeitiçamento pela língua húngara e
o seu fascínio em ver seus escritos publicados por
outros, bem como o seu envolvimento amoroso
com Vanda e Kriska.
Sudeste PET
(21 a 24 de Abril)
Será realizado na Universidade Federal de
Alfenas – MG. O XI SudestePET – Encontro dos
Grupos PET da região Sudeste tem para 2011
o tema: “PET–UNIVERSIDADE–SOCIEDADE:
NOVAS CONEXÕES” . Estão previstas em sua
programação Mesas-redondas, Palestras, Grupos
de Trabalho (GTs) e Grupos de Discussão (GDs),
Encontros por Área, Encontros de Tutores,
Apresentação de trabalhos (painéis), Assembléia
Geral, Plenária, Confraternizações e Apresentações
Culturais. O público alvo do XI Sudeste PET é
toda a comunidade acadêmica - petianos, tutores,
egressos e pessoas ligadas aos Grupos PET da
região Sudeste do Brasil.
Trabalho de Campo
(ao longo de 2011)
O projeto de extensão do PET este ano terá como
tema as drogas. A parceria estabelecida em anos
anteriores com os agentes de saúde da cidade
Boa Esperança do Sul (SP) rendeu essa proposta,
na qual nos foi solicitada a ajuda para lidar com
os usuários, em sua maioria os jovens. O projeto
de capacitação dos agentes será aberto também
a todos os alunos da campus de Araraquara, e
terá início no dia 30 de março com a palestra
da Profa. Dra. Cleopatra da Silva Planeta, que
discorrerá sobre a conjuntura biológica e social da
dependência química e histórico do problema.
 Revista PET Farmácia

E aí pessoal, prontos para

desafios e diversão?
Nathalia Vieira dos Santos – 2° ano – Farmácia - UNESP
Luan Seabra Mialick (Pimpão) – 3° ano - Farmácia - UNESP

Teste de Einstein
Vamos lá, para começar, tente decifrar este famoso teste de Q.I. criado por Einstein.

Existem cinco casas de cinco cores diferentes. Em cada casa mora uma pessoa de uma diferente
nacionalidade. Essas cinco pessoas bebem diferentes bebidas, fumam diferentes marcas de cigarro, e
têm um certo animal de estimação. Nenhuma delas tem o mesmo animal, fuma o mesmo cigarro ou bebe
a mesma bebida.

Pergunta: Quem tem um peixe como animal de estimação?

• O Inglês vive na casa Vermelha.

• O Sueco tem Cachorros como animais de estimação.
• O Dinamarquês bebe Chá.
• A casa Verde fica do lado esquerdo da casa Branca.
• O homem que vive na casa Verde bebe Café.
• O homem que vive na casa Verde bebe Café.
• O homem que vive na casa Amarela fuma Dunhill.
• O homem que vive na casa do meio bebe Leite.
• O Norueguês vive na primeira casa.
• O homem que fuma Blends vive ao lado do que tem Gatos.
• O homem que cria Cavalos vive ao lado do que fuma Dunhill.
• O homem que fuma BlueMaster bebe Cerveja.
• O Alemão fuma Prince.
• O Norueguês vive ao lado da casa Azul.
• O homem que fuma Blends é vizinho do que bebe Água.

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Greve de professores

A verdade na Universidade

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Sudoku
Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica. Apesar de ser bastante simples, é divertido e viciante. Basta
completar cada linha, coluna e quadrado 3x3 com números de 1 a 9, sem repetir os números. Cada jogo
dura de 10 a 40 minutos, dependendo do nível de dificuldade e da experiência do jogador. Boa sorte!

Referências:
http://www.asduerj.org.br/X_ELETRONICO/2009/ABRIL/6/charge-greveprof.jpg
http://damuni.files.wordpress.com/2010/09/a-verdade-na-universidade1.jpg
http://www.matematica.tv/
http://palavrascruzadasdacanal.blogspot.com/

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Respostas:

Teste de Einstein

O que tem peixe como animal de estimação é o Alemão.

Sudoku

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