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Escola de Minas
Departamento de Engenharia Civil - DECIV
CIV 259 – Ferrovias
Prof: Gilberto Fernandes
Vias Ferroviárias
Grupo 1:
Egbert Specian Chaves
Francisco Assis Guimarães
Otávio Jardim Sírio
Tiago Henrique Torres
Vinicius Carvalho
ESTRADA DE FERRO VOTORANTIM
Histórico
A Estrada de Ferro Jari foi construída para transportar madeira que alimenta a
fábrica de celulose do Projeto Jari e entrou em operação em 1979. Localiza-se ao
norte do Estado do Pará, próximo à divisa com o Estado do Amapá. A madeira da
região é transportada até o Porto de Mungubá, à margem do Rio Jari. Com a
implementação do Projeto Jari, cuja configuração contemplava a produção de vários
produtos, entre os quais a celulose. A necessidade de abastecer a fábrica de celulose
levou à construção da Estrada de Ferro, que em função da sua grande capacidade de
transporte aliada ao baixo custo supria de forma confiável e segura a fábrica de
celulose. O projeto da ferrovia foi desenvolvido nos Estados Unidos, sendo que em
sua implementação houve a necessidade de modificações técnicas devido as
características topográficas não observadas adequadamente nos levantamentos
preliminares de campo. Aliado aos problemas técnicos apenas 35% das linhas
previstas inicialmente foram construídas, como conseqüente redução no número de
locomotivas e vagões, o que não chega a impedir o abastecimento eficaz da fábrica
de celulose (Jarcel Celulose S.A.).
Desenvolvimento Operacional
Os 68 km de linhas atuais interligam os três pátios principais da Ferrovia:
Munguba, no Km 0, onde está localizada a área industrial, é o pátio terminal do
transporte de madeira para celulose; São Miguel, no km 36, Ponte Maria, no km 22
e Pacanari, no km 45, são os principais pátios de carregamento dos vagões, local
onde são estocadas as madeiras oriundas das áreas de corte; existem ao longo das
linhas alguns pontos intermediários onde eventualmente é estocada madeira em
função da localização dos pátios principais em relação às áreas de corte. O fluxo do
tráfego ferroviário é regido pela necessidade de madeira na fábrica de celulose,
ficando em média na ordem de três viagens/dia, sendo as composições normalmente
constituídas por vagões com madeira, podendo chegar a 24 vagões quando
transporta-se bauxita refratária com madeira, não utilizando-se unidades múltiplas.
O transporte atual também contempla brita para uso na manutenção da Via
Permanente e máquinas operatrizes em vagões adaptados, ficando em torno de
180.000 toneladas/ano de bauxita, e 1.500.000 toneladas/ano de madeira.
Manutenção
A manutenção da Via Permanente obedece a uma programação prévia de serviços,
onde são levantados todos os serviços de recuperação necessários, priorizando-se os
locais onde o fluxo de tráfego é mais intenso, em especial no pátio terminal de
Munguba. As locomotivas sofrem manutenções preventivas a cada 300 horas de
operação, seguindo-se a planilhas específicas em cada tipo de manutenção requerida,
tendo a equipe da Oficina Ferroviária três premissas básicas:
Informações Gerais
- Extensão do trecho: 68 km;
- Bitola: 1,60 m;
- Tração: diesel.
Transporte Realizado
Em 1997 transportou 1,1 milhões de toneladas de mercadorias (bauxita, madeira
cultivada, brita, etc.), equivalente a 32
milhões de TKU, empregando 34 funcionários.
Material Rodante
2 locomotivas (EFJ 10 e EFJ 11) modelo EMD SD38-2, fabricadas pela Electro-
Motive Division - General Motors nos Estados Unidos em 1978.
86 vagões plataformas, com capacidade para 68,350 kg de carga, manga E do
tipo PCE fornecidos pela Cobrasma.
6 vagões de minério tipo "hopper car" alugados da Estrada de Ferro Amapá,
quando uma das empresas do grupo começou a explorar uma jazida de bauxita
refratária, são puxados junto da composição de madeira a partir do pátio de São
Miguel.
Histórico
Concessão
Decreto de outorga de concessão n.º 81.889, de 5/7/78, à Empresa Mineração Rio
do Norte S.A., que tem participação acionária da Vale do Rio Doce Alumínio -
ALUNAVE, controlada pela Companhia Vale do Rio Doce, com o direito de
construção, uso e gozo de uma estrada de ferro, ligando as minas de bauxita de Serra
do Saracã, município de Oriximiná (PA), ao Porto Trombetas (PA). A estrada de
ferro tem cunho industrial.
Informações Gerais
Extensão do trecho: 35 km;
Bitola: 1,00 m;
Tração: diesel.
Trilhos: 57 Kg/m
Transporte Realizado
Em 1997 transportou 9,6 milhões de toneladas de mercadorias (bauxita), equivalente a
288 milhões de TKU, empregando 60 funcionários. A frota de locomotivas da EFT é
composta por maquinas de pequeno porte e baixa potência (G12) e locomotivas novas
e mais potentes (C22-7i), possuindo um total de 10 locomotivas.
Número de
Fabricante Modelo Potência Numeração
locomotivas
GM G12 1425 HP 7 101 a 107
GE C22-7i 2200 HP 3 108 a 110
FERROVIA FERRONORTE SA
Em 1989, nasceu um projeto ambicioso para interligar, através de 5 mil
quilômetros de ferrovias, o Centro-Oeste e a Amazônia Legal ao Sul do Brasil. Este é o
projeto da Ferronorte, que por sua grandiosidade está sendo construído por etapas. A
primeira já está pronta, com 410 quilômetros e investimentos da ordem de R$ 1,3
bilhao, interligando Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul, a Alto Taquari, no
Mato Grosso.
A Segunda etapa da Ferronorte alcançará Cuiabá (MT), no km 1.056, passando
por Rondonópolis (MT), no km 800 e, de lá, partirá para a terceira etapa com uma
bifurcação na ferrovia, formando um Y, seguindo à esquerda por mais 1.500 km até
Porto Velho, em Rondônia e, à direita, até Santarém, no Pará, com mais 2.000 km.
Neste ponto a Ferronorte interliga-se com a hidrovia do Rio Madeira, onde podem
operar navios oceânicos. Além desses trechos, o projeto da Ferronorte inclui também
um ramal que interligará as cidades de Alto Araguaia (MT), Rio Verde (Go) e
Uberlândia (MG).
Ao se olhar hoje para as imponentes instalações da ferrovia distribuídas ao longo
do seu traçado, toda a modernidade e logística ali investida, fica difícil se imaginar o
quão longa e antiga é a história centenária dessa ferrovia, pois na verdade, ja em 1901, o
engenheiro Euclides da Cunha já previa a importância de se interligar o Centro-Oeste ao
Sudeste do pais, conforme pode ser visto no trecho abaixo, retirado de um seu trabalho..
Mais recentemente, já em 1975, Vicente Vuolo, na época Deputado Federal pelo
Mato Grosso, apresentou um Projeto de Lei incluindo a ligação ferroviária entre São
Paulo e Cuiabá, além da necessidade de uma ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná,
no Plano Nacional de Viação. Esse projeto foi aprovado pelo Congresso relativamente
rápido, tornando-se então a Lei 6346/76, que foi sancionada pelo presidente Ernesto
Geisel.
Concluída a ponte em 29.05.1998, a Ferronorte teve acesso aos portos de Santos
(pelos trilhos da ex-Fepasa), de Sepetiba, RJ --pelos trilhos da MRS-- e à hidrovia
Tietê-Paraná. A nova ponte facilitou o escoamento de 5 milhões de toneladas/ano de
grãos (produção graneleira atual da região), além de retirar de circulação 10 mil carretas
que cruzavam o Rio Paraná, abarrotadas de grãos. No fluxo contrário ficou facilitado o
acesso de fertilizantes e outros insumos agrícolas para as regiões produtoras.
Com estrutura em treliça metálica, e vão de 100 metros entre pilares, a ponte tem
2.000 metros de extensão sobre água e 1.170 metros de viadutos de acesso. Possui dois
níveis de rolamento, sendo a linha férrea no plano inferior e quatro faixas rodoviárias de
rolamento no pavimento superior.
Já em termos de Via férrea, a mesma é em bitola de 1,60 metros, apresentando
um traçado suave, sendo a rampa máxima de 1% no sentido exportação e elevada
capacidade de suporte, com trilhos soldados continuamente e fixação elástica,
permitindo a operação segura de trens pesados. Os dormentes, de concreto, foram
fabricados em unidade industrial da própria ferrovia, implantada em Aparecida do
Taboado, junto à sua pedreira e operado pela firma Conprem. Nesse local foi extraído e
britado o lastro da via.
Os trilhos foram importados com comprimento original de 24m, mas saíram da
unidade industrial de Aparecida do Taboado soldados em barras longas de 288m,
prontos para o lançamento. Por dia, eram feitas 135 soldas de trilhos, que depois de
prontos eram transportados em vagões trilheiros produzidos pcla Maxion e capazes de
levar até 50 barras longas de cada vez. O transporte de dormentes também foi feito
pelos trilhos e cada vagão levava até 240 unidades por viagem.
Através de empréstimo do Eximbank (o banco de Importações e Exportações
dos Estados Unidos), no valor de 102 milhões de dólares, repassados ao BNDES, em
sistema de leasing, foram adquiridas 50 locomotivas da GE americana, modelo C44-
9WM, com potência de 4.400 hp e 183 toneladas cada, ao preço unitário de US$ 1,76
milhões, atualmente as mais modernas locomotivas de corrente contínua disponíveis no
mundo.
Já foram adquiridos 780 vagões tipo hopper de alumímio, para o transporte de
grãos, fertilizantes e calcário agrícola e 60 vagões plataforma, de um total encomendado
de 1.080 vagões graneleiros e 431 plataforma para o transporte de conteiners e carga
geral.
Vantagem: São 24,5 toneladas contra cerca de 31 toneladas dos vagões hoppers
convencionais, fabricados em aço.
O primeiro carregamento de soja viajou pelos trilhos da Ferronorte em 29 de maio de
1998
A inauguração oficial deu-se em agosto de 1999, quando o presidente FHC inaugurou a
primeira etapa da FERRONORTE, um trecho com 410 kilometros
Observamos que o CPK (custo por quilometro) do transporte de uma tonelada cai de
US$ 56 nas rodovias para US$ 17 na ferrovia
A Ferronorte já possui três terminais no trecho de 410 Km, que armazenam
grãos que serão transportados ao longo dos 1.310 km de trilhos até o Porto de Santos
(410 da Ferronorte e 900 da Ferroban)
Quando chegar a Santarém, no Pará, e alcançar o Rio Amazonas, a área de
influência da Ferrovia situada mais ao Norte terá um centro estrategicamente localizado,
através do qual poderá realizar diretamente o embarque marítimo de suas exportações,
com redução sensível de custos e maximização do tempo, o que vai contribuir ainda
mais para a redução do frete cobrado.
Está também previsto uma ligação da Ferronorte com a malha paulista de bitola
métrica Esta ligação, ou ramal, iniciar-se-há no Triângulo Mineiro e alcançará a
finalmente a FERRONORTE em em Alto Araguaia (MT), num total de 771km. A
conexão com a malha existente de bitola métrica paulista e, através dessa, com as
malhas da Ferrovia Centro Atlântica e com a Estrada de Ferro Vitória a Minas da
C.V.R.D. se dará próximo a Uberlândia (MG), permitindo às cargas da FERRONORTE
alcançarem então os Portos de Vitória, Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul,
alargando ainda mais o campo de atuação dessa Ferrovia.
da Malha Paulista (ex-Fepasa), hoje denominada FERROBAN-Ferrovias Bandeirantes
S.A. Desta estratégica ferrovia, a FERROPASA detém 36% do capital total e, somando-
se às participações individuais de seus acionistas, 64%. Ou seja, a FERRONORTE,
através de sua Holding, controla a FERROBAN.
Ponte Rodo-ferroviária:
Essa -onte possui 2.600 metros de extensão somente sobre a água (mais 1.170
metros em viadutos de acesso) e suas obras terminaram em 29.05.1998, possibilitando
maior rapidez no escoamento de cargas de toda uma imensa região, antes limitada pela
demora na travessia do Rio Paraná. A ponte possui vãos de 100 metros e foi construída
com as mais modernas técnicas da engenharia nacional.
Colocação de dormentes e trilhos:
Trens constituídos por vagões prancha especialmente desenvolvidos para esse
serviço são carregados com as barras de trilhos já soldadas em seções com 288 metros,
e levados até a ponta dos trabalhos, sendo descarregados e colocados sobre suas bases
nos dormentes já assentados, pelas turmas de trabalho..
Trens constituídos por vagões prancha especialmente desenvolvidos para esse serviço
são carregados com os dormentes no depósito junto à fábrica em Aparecida do
Taboado, e operada pela empresa CONPREM.