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Artigo
Título: O fluxo de caixa na advocacia é o número um!
Autor: Lara Selem e Adnilson Hipólito
ARTIGOS RECENTES
O FLUXO DE CAIXA É O NÚMERO UM! 07/04 Gestão do Escritório de
Advocacia e os Resultados
Financeiros
Adnilson Hipólito
Lara Selem e Adnilson Hipólito 11/03 Perspectivas Financeiras na
Advocacia para 2011
Adnilson Hipólito

“A função da administração financeira e o objetivo econômico das 10/03 Os quatro pilares que
empresas é a maximização do seu valor de mercado em longo sustentam a advocacia moderna
Rodrigo Bertozzi
prazo, pois dessa forma será aumentada a riqueza de seus
proprietários”. 26/02 Bancas Estrangeiras no
Brasil ­ Vedação ­ Comentários
Hoji por Rodrigo Bertozzi

21/02 Dez mandamentos para bem

Se existe um instrumento de controle financeiro que deve ser utilizado permanentemente numa peticionar
sociedade de advogados, este é o Fluxo de Caixa, que se refere ao montante de caixa (dinheiro) Marcelo Harger
recebido e gasto pelo escritório durante um período de tempo definido. Para desempenhar bem
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 o seu papel, o controlador do fluxo de caixa necessita de uma visão geral sobre todas as funções
da banca, como: pagamentos, recebimentos de honorários, contratação de advogados, compras de materiais de escritório,
pagamento de salários, dentre outros. A idéia central é prever o que se poderá gastar no futuro, dependendo do que se consome
hoje.

O advogado, na qualidade de prestador de serviço, deve se preocupar, dentre outras coisas, com o rumo que os negócios do
escritório estão tomando e quais as suas expectativas para o futuro. Nessa linha de raciocínio, ter visão e comportamento
empresarial são imprescindíveis na advocacia moderna, elevando a necessidade em se profissionalizar a gestão para um bom
desenvolvimento da saúde financeira do escritório.

Numa atividade sazonal como a Advocacia, o fluxo de caixa se torna a mais importante ferramenta de administração financeira,
pois é dele que se subtrairão as entradas e saídas das contas; os gargalos serão identificados; provisionamentos, projeções
financeiras e de investimentos serão provisionadas para, assim, diagnosticar e adiantar os imprevistos tornando­os previsíveis,
segundo a disponibilidade em caixa.

Administrar o fluxo de caixa é ter a habilidade e a sensibilidade de como, quando e onde os recursos serão captados para o
equilíbrio do caixa. De maneira sensata e dinâmica o administrador financeiro deve visualizar e organizar as programações de
ingressos e desembolsos na vida do caixa, avaliando dessa forma se os recursos serão suficientes para o pagamento das
contas.
Abaixo temos a representação de um fluxo de caixa simples. A medida e a complexidade da movimentação dada ao fluxo de caixa
são derivadas da forma como o gestor financeiro lida com as informações no desempenho do fluxo financeiro do dia­a­dia. Ou
seja, cada escritório tem suas atividades financeiras orientadas de acordo com as áreas de atuação, com o perfil de seus clientes
e com os recursos disponíveis para o controle financeiro. E isso deve ser levado em conta.

A gestão de caixa é muito importante, pois a verdadeira força de um escritório está em ter dinheiro para fazer frente às suas
despesas na quantidade e tempo adequados. Ainda que os fechamentos de contratos de honorários sejam fatores determinantes
do sucesso do escritório, eles precisam ser convertidos em moeda, precisam gerar caixa. Assim, é recomendável que todo
contrato seja precedido de uma avaliação quanto à probabilidade de se tornar uma entrada efetiva de caixa e em que data.

As vantagens em se adotar o controle de fluxo de caixa são inúmeras, mas o principal benefício é
o de que controlar e acompanhar o desenvolvimento do fluxo financeiro é a mesma coisa que
evitar incêndios causados por dividas que devem ser pagas quando não há recursos suficientes
no caixa.

Veja algumas funções do planejamento de caixa:

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 ­    Elaborar a projeção de fluxo de caixa para o próximo mês, trimestre, semestre ou ano;
­     Planejar, controlar e analisar as despesas financeiras mensais do escritório;
­     Fixar política de aplicações financeiras e provisionamentos;
­     Analisar os aspectos tributários e financeiros das aplicações financeiras;
­     Negociar e controlar as aplicações financeiras;
­     Controlar e analisar a rentabilidade das aplicações financeiras;
­     Fixar política de empréstimos e financiamentos;
­     Negociar e controlar empréstimos e financiamentos bancários;
­     Analisar investimentos em ativos permanentes;
­     Coordenar integralmente o fluxo de caixa, de modo a atingir os resultados programados;
­     Corroborar as ações tomadas por todas as áreas do escritório e analisar seus impactos nos resultados
financeiros e econômicos;
­     Contemplar o fluxo de caixa como instrumento de gestão, buscando o comprometimento dos sócios no
processo de controle.
Com foco no controle das receitas (ingressos) e nos custos/despesas (desembolsos), o controlador pode auferir um desempenho
expressivo e eficaz no fluxo de caixa. Quando examinado com rigor, o caixa gera bons resultados econômicos e financeiros,
conseguindo gerar lucro de caixa. Isso pode mostrar ao gestor, o quanto é essencial o gerenciamento do fluxo de caixa para
obtenção de recursos financeiros conservando a solvência do escritório.

O orçamento de caixa está agregado ao orçamento geral do escritório que planeja suas operações por períodos curtos (que
podem ser praticados mês a mês, trimestral ou semestralmente). Nesse caso, você pode realizar projeções de fluxo de caixa e se
programar financeiramente, objetivando a redução do desperdício e do mau uso do dinheiro.

Para ilustrar de forma prática um fluxo de caixa, segue abaixo um modelo para seu controle. Essa é a única ferramenta que “nunca”
poderá deixar de ser trabalhada nas finanças do seu escritório. Os valores mencionados na planilha de fluxo de caixa são
meramente ilustrativos.

ESPECIFICAÇÃO DOS
Junho/07 Julho/07 Agosto/07
INGRESSOS/DESEMBOLSOS
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 1­ Dinheiro em  caixa (início do m ês) R$  0,00    R$ 3.282,55  R$ 6.328,65
2­ Entrada de caixa 18.500,00 14.590,00 15.500,00
2.1 Recebimento de honorários a vista 18.500,00 14.590,00 8.000,00
2.2 Recebimentos de créditos (30 dias) ­ ­ 2.500,00
2.3 Capital Próprio ­ ­ ­
2.4 Aporte de capital ­ ­ 5.000,00
    2.5 Financiamentos ­ ­ ­
3­ Total do caixa disponível (1 + 2) 18.500,00 17.872,55 21.828,65
4­ Saídas de Caixa (fixo + variável) 15.217,45 11.543,90 19.797,96
Custos Variáveis 926,00 559,79 714,41
Impostos 1.950,00 890,00 1.800,00
Judiciário (custas processuais) 980,00 357,00 1.124,00
Comissões parceiros 500,00 245,00 1.200,00
Despesas bancárias 256,00 70,66 450,00
Saldo Rateio ­ distribuição de lucros (%) 986,00 546,00 2.200,00
Fundo de Reserva (%) 549,00 345,00 1.450,00
Pro­Labore – sócios 4.579,00 3.870,00 6.000,00
Compras à vista (despesas) ­ ­ ­
Salários ­ funcionários administrativo 1.589,00 1.589,00 1.589,00
Salários ­ estagiários 650,00 650,00 650,00
Salários ­ advogados 1.500,00 1.500,00 1.500,00
INSS – funcionários ­ ­ ­
FGTS – funcionários ­ ­ ­
Gastos com eventos ­ ­ ­
Honorários contábeis 300,00 300,00 300,00
Aluguel do escritório 452,45 452,45 646,42
Vale transporte e ou veículo do escritório ­ ­ ­
Manutenção do imóvel ­ ­ ­
Seguros do imóvel ­ ­ ­
Depreciação equipamentos ­ ­ ­
Consultoria com Marketing Jurídico ­ ­ ­
Consultoria com Planejamento Estratégico ­ ­ ­
Consultoria com Finanças ­ ­ ­

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 Condomínio imóvel ­ 169,00 174,13
Manutenção tecnológica/informática ­ ­ ­
Plano de saúde ­ ­ ­
Jornal ­ ­ ­
Publicações/periódicos ­ ­ ­
Correios/correspondências com esc. e clientes ­ ­ ­
Gráfica/impressos do escritório ­ ­ ­
Provisão para 13º e Férias ­ ­ ­
Bônus ­ ­ ­
5­ Saldo de caixa (final do m ês) 3­4 R$ 3.282,55 R$ 6.328,65 R$ 2.030,69

Devido à sazonalidade intrínseca na Advocacia aliada as oscilações econômicas e financeiras, o fluxo de caixa sempre sofrerá
variações durante o período trabalhado. Nesse sentido, é recomendado que as demonstrações financeiras sejam projetadas
semanalmente. Esse método evitará prováveis desencontros durante o fluxo financeiro, evitando que o escritório se depare com os
chamados “incêndios a apagar”. Afinal, de que adianta trabalhar tanto e não saber para onde foi o seu dinheiro?

Adnilson Hipólito é Administrador de Empresas pela PUC/PR. Pós­graduando MBA Executivo em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela
FGV/ISAE­PR. GBA em Gerenciamento por Projetos pela FGV­ISAE/PR. Consultor em Gestão de Serviços Jurídicos da Selem, Bertozzi & Consultores
Associados.

Lara Selem é Advogada e Consultora em Gestão de Serviços Jurídicos, Sócia da Selem, Bertozzi & Consultores Associados. Executive MBA pela Baldwin
Wallace College (EUA), especialista em Gestão de Serviços Jurídicos pela FGV­EDESP (São Paulo, SP) e em Liderança de Empresas de Serviços
Profissionais pela Harvard Business School (EUA). É Coach certificada pelo Integrated Coaching Institute (ICI). Autora dos livros “Gestão de Escritório”
(Consulex, 2007), “A Reinvenção da Advocacia” (Forense/Fundo de Cultura, 2005), “Gestão Judiciária Estratégica” (ESMARN, 2004), “Estratégia na
Advocacia” (Juruá, 2003).

Artigo publicado originalmente na revista Advogados ­ Mercado e Negócios

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