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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
SALVADOR
2005
Penal
SALVADOR
2005
Penal
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
_____________________________________
RESUMO
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aos crimes, procedimento penal e investigação policial, previstos nas Leis 6.368/76 e
cautelares, tendo em vista a estreita ligação com a repressão aos delitos especialmente
analisar todo o aparato legal existente em nosso País destinado ao combate ao tráfico de
parte A do trabalho, com uma explanação acerca dos principais entorpecentes, seu
principio ativo, forma de consumo e efeitos. Passo então a legislação propriamente dita
10.409/02, reportando-me então aos delitos de tráfico de drogas (Art. 12), fabricação de
entorpecentes (Art. 13), associação ao tráfico de drogas (Art. 14), prescrição culposa de
substância entorpecente (Art. 15), uso de entorpecentes (Art. 16) e violação de sigilo (Art.
17). Na parte B e abordada a investigação policial e seus diversos recursos tais como:
crimes de tóxicos.
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RESUMEN
referente a los crimenes, procedimiento penal e investigación policial, previstos en las Leyes
el aparato legal existente en nuestro País destinado al combate al tráfico de drogas, que es en
los organismos estatales de represión, justicia y políticos. Empiezo en la parte A del trabajo
con una explanación acerca de los principales estupefacientes, su principio activo, manera de
10.409/02, volviéndome entonces a los delitos de tráfico de drogas (Artículo 12), fabricación
diversos recursos tales como: infiltración de policías, acción controlada o flagrante aplazado,
interrogatorio policial del traficante, acceso a datos bancarios, fiscales y electorales, lavado de
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 07
2. Conceito de substância entorpecente ................................................... 08
3. Drogas Proscritas – Portaria nº 344/MS de 15/02/2000 ....................... 08
3.1 Polêmica a cerca Cloreto de Etila componente do Lança-Perfume ...... 09
4 Breve estudo sobre drogas ilícitas mais utilizadas ............................... 11
4.1 Cocaína ................................................................................................. 11
4.1.2 Consumo .............................................................................................. 11
4.1.3 Efeitos .................................................................................................. 12
4.2 Maconha .............................................................................................. 12
4.2.1 Consumo .............................................................................................. 13
4.2.2 Efeitos .................................................................................................. 13
4.3 Crack e Merla ...................................................................................... 14
4.3.1 Consumo .............................................................................................. 14
4.3.2 Efeitos .................................................................................................. 15
4.4 LSD ...................................................................................................... 15
4.4.1 Consumo .............................................................................................. 16
4.4.2 Efeitos .................................................................................................. 16
4.5 Lança – Perfume .................................................................................. 16
4.5.1 Consumo .............................................................................................. 17
4.5.2 Efeitos .................................................................................................. 17
4.6 Heroína ................................................................................................ 17
4.6.1 Consumo ............................................................................................. 18
4.6.2 Efeitos ................................................................................................. 18
4.7 Ecstacy ................................................................................................ 19
4.7.1 Consumo ............................................................................................. 19
4.7.2 Efeitos ................................................................................................. 19
4.8 Ópio .................................................................................................... 20
4.8.1 Consumo ............................................................................................. 20
4.8.2 Efeitos ................................................................................................. 20
4.9 Mescalina ............................................................................................ 20
4.9.1 Consumo ............................................................................................ 21
4.9.2 Efeitos ................................................................................................ 21
4.10 Haxixe ................................................................................................ 22
4.10.1 Consumo ............................................................................................ 22
4.10.2 Efeitos ................................................................................................ 22
4.11 Inalantes ............................................................................................. 22
4.11.1 Consumo ............................................................................................ 23
4.11.2 Efeitos ................................................................................................ 23
4.12 Morfina .............................................................................................. 24
4.12.1 Consumo ............................................................................................ 24
4.12.2 Efeitos ................................................................................................ 24
5 Dependência ....................................................................................... 24
6 Breve contexto histórico do uso de drogas ......................................... 25
7 Norma penal em branco e a lei nº 6368/76 ......................................... 26
8 Alterações da Lei nº 10409/02 ............................................................. 27
7
8.1 Coexistência de ambas as leis( Lei nº 6368/76 e 10409/02) ................ 28
9 Art. 12 da Lei nº 6368/76 .................................................................... 30
9.1 Objetividade Jurídica .......................................................................... 30
9.2 Objeto Material ................................................................................... 30
9.3 Sujeito Ativo ...................................................................................... 31
9.4 Sujeito Passivo ................................................................................... 31
9.5 Qualificação Doutrinária do Art. 12 da Lei nº 6368/76 ..................... 31
9.6 Condutas Típicas/ Elemento Objetivo ............................................... 32
9.7 Elemento Subjetivo ............................................................................ 39
9.8 Consumação ....................................................................................... 40
9.9 Tentativa ........................................................................................... 41
9.10 Crime Formal e arrependimento eficaz ............................................ 41
9.12 Dependente químico que trafica – Isenção de pena ........................... 42
9.13 Art. 243 do ECA ................................................................................ 45
9.14 Laudo Pericial ..................................................................................... 46
9.15 Diferenciação das condutas típicas Art’s 12 e 16 – guardar, trazer 48
consigo e adquirir .............................................................................
8
PARTE A
1-INTRODUÇÃO
vez mais tenro o seu usuário. Foi divulgada uma pesquisa domiciliar em junho de 2002, feita
pelo Governo Federal, acerca do uso de drogas a qual demonstrou números preocupantes:
milhões de pessoas.
Outro estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(Cebrid) da Universidade Federal de São Paulo em julho de 2004, demonstrou que as drogas
mais consumidas são o álcool e o tabaco. Apresentando os seguintes dados estatísticos tendo
como referencial a população de São Paulo: ao menos uma vez na vida 68,7% consumiram
bebidas alcoólicas e 41,1%, tabaco, sendo 11,2% dependente de álcool e 9% de tabaco. Das
drogas ilícitas a mais consumida pela população e a maconha sendo que 6,9% já utilizaram a
A USP realizou outra pesquisa no mesmo período nas escolas da capital paulistana que
demonstrou um quadro alarmante. Dos alunos pesquisados, na faixa etária dos 14 aos 21 anos,
85% já experimentaram algum tipo de droga, incluindo as licitas, como álcool e cigarro, e
53% já fizeram uso das ilícitas, sendo que a maconha vem em primeiro lugar. A pesquisa
demonstrou também que existe forte associação entre o consumo de drogas, incluindo álcool,
9
e o comportamento sexual de risco, compreendido como inicio precoce da vida sexual,
relações sem preservativo e sexo com prostitutas. “Quanto mais cedo o contato com a droga,
Scivolentto, uma das pesquisadoras. Ainda segundo a pesquisa o uso de álcool começa cedo,
aos 11 anos. O cigarro vem aos 12 anos e a maconha aos 13 anos. Os especialistas advertem
para o consumo dos chamados “ices”, bebida de teor alcoólico maior que o da cerveja, mas
que tem gosto parecido com o do refrigerante e são consumidos por crianças de até 8 ou 9
anos.
caminho e a prevenção que vem sempre em primeiro plano da educação familiar que deve
primar especialmente pela não utilização das chamadas drogas licitas por crianças e
adolescentes, haja vista, estas substancias serem na maioria das vezes o primeiro degrau para
o declínio da juventude.
descritos, no entanto para o nosso estudo apenas nos interessam as drogas ilícitas.
entorpecentes quais seriam as drogas ilícitas, atribuindo este encargo ao Ministério da Saúde,
que possui inclusive do ponto de vista técnico maior capacidade para este mister.
são as substâncias entorpecentes (cocaína, heroína, cannabis sativa L.. etc) e psicotrópicas
(mescalina, cloreto de etila “lança-perfume”, LSD etc), bem como, quais insumos químicos
estão sujeitos ao controle da Polícia Federal, haja vista, poderem ser utilizados na fabricação e
bruto “pasta-base”).
lança mão da referida portaria para classificar o material que lhe foi enviado a perícia como
LANÇA PERFUME
11
A primeira publicação da resolução n° 104, ocorrida em 7/12/200, excluiu o cloreto de
etila da lista “F”, da Portaria nº 344/98. A lista “F” relaciona as substâncias de uso proscrito
“D2”, da mesma portaria, cujo rol contém os insumos químicos para a elaboração de
entorpecentes. Assim, a aludida transferência do cloreto de etila da lista “F” para a lista “D2”,
republicação, ocorrida em 15/12/2000, o cloreto de etila saiu da lista “D2” (insumos) e entrou
na lista “B1” da Portaria nº 344/98, que se refere às substâncias psicotrópicas. Assim, a partir
de 15/12/2000, a posse para uso próprio (art. 16) ou qualquer comportamento descrito no art.
12, todos da lei nº 6.368/76, que envolvam o cloreto de etila, voltaram a ser reprimidos
penalmente. Entre os dias 7 e 14/12/2000, o cloreto de etila não era substância entorpecente
ou psicotrópica.
controlado, o manuseio de cloreto de etila. Tal efeito, por ser benéfico, deve retroagir. Os
Resolução nº 104, ou seja, a ocorrida no dia 7/12/2000 padecia de vicio de forma e, portanto,
entorpecentes de uso proscrito no Brasil) para a lista dos insumos químicos (lista D2).
precedente venha a ser reiterado em novos julgamentos, o cloreto de etila foi transferido,
diretamente, da lista F para a B1, sem integrar a lista dos insumos químicos (lista D2). Em
“Quanto à substância cloreto de etila, a resolução RDC 104, tomada isoladamente pelo
retirando tal substância da lista F2 (substâncias psicotrópicas de uso proscrito no Brasil), não
teve validade até sua republicação, agora por decisão da Diretoria Colegiada daquele órgão
esse interregno, não há como reconhecer que houve “abolitio criminis” (Rel. Min. José
4.1 - COCAÍNA
coca) e transformada em sal (hidrocloreto de cocaína), que é a forma mais utilizada. Neste
A cocaína e solúvel em água. São também subprodutos da folha da coca o crack (pedra) e a
merla (em pasta). Vulgarmente a cocaína e chamada de coca, pó, talco, camisa branca,
4.1.2-CONSUMO
4.1.3-EFEITOS
Podem ser natureza física e psicológica. De forma imediata à utilização ocorre uma
diminuição do cansaço. De forma mediata ansiedade e dilatação das pupilas, afeta a visão e
causa hipotermia, danos aos pulmões, taquicardia e aumento da pressão arterial. Podendo
estes efeitos mediatos levar o usuário a morte por parada cardíaca ou derrame cerebral. Os
perseguido etc.
A utilização intensa da cocaína pode levar a uma degeneração irreversível dos músculos
4.2- MACONHA
14
A droga mais consumida no mundo tem como nome cientifico Cannabis Sativa, e já era
conhecida na China desde 2.700 anos antes de Cristo. E uma planta que o formato da folha
lembra a alfazema. Esta e a única Droga que o Brasil produz em todas as sua etapas sendo sua
Bahia e Alagoas, necessita a maconha de muito sol, água e solo fértil, sendo, portanto sempre
cultivada em beira de rios ou lagoas. Ingressa no território nacional também muita maconha
do Paraguai que normalmente vem prensada, sendo trazida em boa parte em ônibus
A “qualidade” da maconha Paraguai e inferior da produzida no Brasil, haja vista, para que o
4.2.1-CONSUMO
Suas folhas são secas e transformadas em fumo, do qual se faz cigarros chamados pelos
usuários de “baseados”, “fininho”, “tora”, “bagulho”, “beise” etc. O principio ativo é o THC
4.2.2-EFEITOS
emoções afloram de maneira mais desinibida, os olhos ficam congestionados, ocorre baixa do
problemas psicomotores.
Os efeitos crônicos da maconha são maiores. Com o continuar do uso, vários órgãos são
como ocorre também com o cigarro comum. Porém a maconha possui alto teor de alcatrão
(maior mesmo que no cigarro comum) e nele existe uma substância chamada benzopireno,
conhecido como agente cancerígeno. Além disso, a maconha pode levar as pessoas a um
estado de dependência, isto é, elas passam a organizar a vida de maneira a facilitar o uso da
maconha, sendo que tudo perde o valor, e por fim devemos considerar que a maconha e sem
O crack é composto pela substância básica da cocaína, misturada a uma base que, quando
aquecida, torna-se volátil, permitindo que seja fumada em cachimbos. O crack é apresentado
em pedras que são quebradas em pedaços, em razão disto atribuiu-se a droga o nome de crack,
que em inglês significa quebrar. A merla possui semelhante processo de confecção, porém o
4.3.1-CONSUMO
Ambos são fumados, alcançando assim o pulmão que e um órgão com grande número de
vasos e grande superfície, proporcionando uma rápida absorção do entorpecente que atinge o
cérebro em cerca de 10 a 15 segundos após a “tragada”, muito mais rápido do que a cocaína
16
que na forma de pó quando aspirada leva de 10 a 15 minutos e na forma de injeção de 3 a 5
minutos. A duração dos efeitos do crack e da merla são muito rápidos em media de 5 minutos,
enquanto que após cheirar ou injetar a cocaína os efeitos duram em media de 20 a 45 minuto.
O rápido efeito desta drogas gera uma grande compulsão para o seu uso viciando assim
muito rapidamente os seus usuários, estudos indicam que o crack vicia após apenas duas
drogar após a cessação de seus efeitos, fazendo isto por inúmeras vezes até acabar com todo o
4.3.2-EFEITOS
cansaço, aumento das pupilas “midriase” e falta de apetite. Após um uso mais intenso o
Provocam em geral estas drogas convulsão imediata (contração súbita e involuntária dos
músculos voluntários) e também podem levar a infecções agudas, dores no peito, alterações
Outra característica marcante da utilização destas drogas e acentuada perda do apetite sexual
4.4- LSD
17
O LSD 25, possuí o nome inglês de (lysergic saure diethylamine) em português
“dietilamina do acido lisérgico”, o LSD foi muito utilizado nas décadas de 60 e 70 pelos
cientista suíço Hoffman, por acaso, ao aspirar pequeníssima quantidade de pó por descuido,
no laboratório, tendo descrito os seguintes sintomas: “Os objetos e o aspecto dos meus
meu trabalho, num estado de sonambulismo, fui para casa, onde uma vontade irresistível de
4.4.1-CONSUMO
Normalmente o usuário utiliza a droga por via oral mediante por exemplo sua diluição
em líquidos, havendo no entanto relatos de sua mistura com tabaco ou maconha para ser
fumado, e vendido normalmente nos chamados “micropontos” que são partículas da droga
inseridas em papel.
4.4.2-EFEITOS
de 4 a 12 horas. O usuário sente delírios de grandiosidade (julga-se capaz de voar, andar sobre
a água etc); delírios persecutórios (acredita que existe uma conspiração contra si, podendo ate
mesmo agredir outras pessoas). Pode ocorrer o chamado efeito “flashback”, semanas ou até
18
meses após uma experiência com a droga, o usuário repentinamente passa a ter todos os
sintomas psíquicos daquela experiência anterior, mesmo sem tomar a droga novamente. O
momentos impróprios e inesperados, podendo levar o usuário a pensar que esta ficando louco.
4.5- LANÇA-PERFUME
acondicionado em tubos de vidro que lembram um spray, existindo, no entanto também outras
4.5.1-CONSUMO
Normalmente o usuário embebeda um pano com a droga e leva a boca onde passa a
aspira-lo com força. Existem usuários mais afoitos que chegam a beber a droga diluída com
dificuldade do usuário de entender o que estão falando ao seu redor. O Lança-Perfume ataca o
sistema nervoso central podendo ocasionar lesões, existindo casos registrados de usuários que
4.6- HEROÍNA
ópio, que por sua vez e extraído da planta Papaver somniferum. Sendo, portanto um opióide,
pelo químico Dreser em 1874. Foi inicialmente elaborada para fins médicos tendo sido muito
utilizada no século XIX pela medicina em decorrência das suas propriedades analgésicas e
antidiarréicas.
4.6.1-CONSUMO
A Heroína após a sua síntese fica no estado sólido, devendo o usuário para utiliza-la na
forma injetável aquece-la para torna-la liquida e então injetar na veia poderá também aspirar o
utilização da droga por via venosa, já no oriente os consumidores possuem o habito de inalar
o entorpecente.
20
4.6.2-EFEITOS
Os efeitos imediatos são: euforia e conforto. Porém logo em seguida entra o usuário em
“cabeceio” ou “cabecear”, quando a cabeça não se mantém no lugar e as pupilas ficam muito
4.7- ECSTACY
Ao contrario do que se imagina o Ecstacy não e uma droga recente, foi sintetizada e
patenteada em 1914 pelo laboratório Merck na Alemanha, para ser utilizada como moderador
de apetite, nunca, no entanto foi comercializada. Passou a ser utilizada como droga de abuso
no inicio dos anos 80, porém, até 1985 era uma droga licita. Na atualidade e uma droga em
expansão entre os jovens das classes media e alta dos grandes centros, sendo traficado e
4.7.1-CONSUMO
Normalmente por via oral, haja vista, geralmente a droga ser encontrada sob a forma de
comprimidos, mas pode também ser encontrado em cápsulas gelatinosas e em pó, neste caso
sendo aspirado.
4.7.2-EFEITOS
21
sensações de bem-estar. Provoca a droga após a sua ingestão em intervalos que variam de 20 a
mandíbula. O auge dos sintomas acontece em media após seis horas e permanece por em
torno de doze horas, alguns deles como dores musculares, fadiga e depressão podem durar
vários dias.
4.8- ÓPIO
A palavra ópio significa suco em grego, é um látex, obtido através da incisão feita nos
Oriente. Depois de seco, o látex é transformado em pó de ópio. A partir do ópio pode-se obter
ainda outras substâncias entorpecentes que são: a morfina e a codeína, e possível ainda
mediante uma manipulação na formula do pó do ópio obter-se a heroína. Sendo estas drogas
4.8.1-CONSUMO
O pó de ópio é aquecido e produz um vapor amarelo, que é inalado. Ele pode também ser
4.8.2-EFEITOS
22
Os opiáceos em geral podem causar grande depressão respiratória e cardíaca. Em doses
maiores, o usuário pode perder a consciência e ficar com cor azulada (cianose) porque a
respiração se torna muito fraca e não oxigena o sangue adequadamente; a pressão arterial cai e
o sangue não consegue circular direito, ocasionando o estado de coma. Se não houver
4.9- MESCALINA
O Peyote, cacto de onde é extraída a mescalina e que se desenvolve nas zonas desérticas do
norte do México, era uma planta sagrada para os Huichois mexicanos. Sendo a época utilizada
conversão ao catolicismo limitaram o seu uso a setores marginalizados dos Huicholes e Yakis.
religiosa, conhecida como Igreja Nativa americana (que surge parcialmente como reação aos
problemas causados pelo álcool), faz com que o uso da mescalina volte a ocorrer em rituais.
A mescalina foi isolada em 1896 e sintetizada em 1919, mas só mais tarde, em 1927, é
que foram descritos seus efeitos na mente humana. Nos anos 60, a mescalina torna-se popular
com a obra de Carlos Castaneda sobre Don Juan, um bruxo Yaki. A partir desta altura torna-
“As portas da percepção”, a obra de Aldous Huxley foi baseada neste alucinógeno.
4.9.1-CONSUMO
A droga se apresenta sob a forma de pó branco, que geralmente é consumido por via oral
(mastigado ou por infusão) ou ocasionalmente, injetado por via venosa ou até mesmo inalado.
23
4.9.2-EFEITOS
Seus efeitos são muito semelhantes ao do LSD, porém menos intensos. Pode provocar a
enevoada e dilatação das pupilas. A mescalina alcança seu maior potencial após 30 a 120
4.10- HAXIXE
O Haxixe e um óleo extraído da resina das flores da planta da maconha. Ela e moldada
maconha.
4.10.1-CONSUMO
4.11. INALANTES
inalação, aspirada pela boca ou nariz sendo conduzidas diretamente aos pulmões. São drogas
razão do baixo custo e facilidade de acesso, haja vista, serem substâncias “licitas”, são
exemplos delas: esmaltes, colas, tintas, thiners, propelentes, gasolina, removedores, vernizes,
acetona, benzeno ou benzina, clorofórmio, éter etc. Os solventes ou inalantes são pertencentes
hexano, acetato de etila, tricloroetileno e vários outros. Muitos produtos podem ter mais de
uma substância.
4.11.1-CONSUMO
embebido com a mesma. Os inalantes são muito utilizados por jovens e em especial pelos que
4.11.2-EFEITOS
Em sua maioria os inalantes deprimem o sistema nervoso central com efeitos agudos
álcool, podendo levar o usuário a morte súbita. Os efeitos após a aspiração e bem rápido de
segundos a minutos após desaparecendo após cerca de 15-40 minutos o que leva o usuário a
aspirar por varias vezes a substância visando prolongar a sensação provocada. Os efeitos vão
4.12 – MORFINA
deus do sono na mitologia grega, devido ao seu efeito narcótico. Ela age sobre os mesmos
receptores do ópio, atuando como um potente analgésico. A morfina é o mais ativo alcalóide
de ópio, com teor de 10% de seu peso, e se apresenta sob a forma de cristais solúveis,
4.12.1-CONSUMO
4.12.2-EFEITOS
26
São idênticos aos provocados pelo ópio, no entanto, de maneira bem mais potente,
5 - DEPENDÊNCIA
drogas, o termo implica a necessidade de repetidas doses da droga para sentir-se bem ou
para evitar sensações ruins. A dependência conforme a droga pode se referir aos
substância ou classe e assim manter o estado de dependência física. Note que neste
deste tipo ou de outras substâncias com efeitos sedativos, tais como álcool e barbitúricos.
As drogas estão sendo usadas pelo homem desde o inicio das civilizações.
José Geraldo da Silva, Wilson Lavorenti e Fabiano Genofre, na obra: Leis Penais
Especiais Anotadas –, lembram que a própria Bíblia, bem como escritos gregos e romanos
mitologia grega, referem-se a Dionísio; e, enquanto aos escritos romanos, relatam sobre
Baco, o Deus do vinho e da fecundidade, quem deu origem ao que se conhece por
bacanais.
que garantiu sua disseminação e tolerância até os tempos atuais. Já, quanto às demais
drogas, é sabido que várias civilizações africanas e asiáticas, bem como, americanas, além
de adorarem as plantas das quais se extraem as substâncias, faziam uso destas durante as
Norma penal em branco ou leis penais em branco são aquelas normas que
regulamento etc) para a sua completa aplicabilidade. Nas palavras de Binding, “a lei
uma complementação para sua inteira utilização pelos operadores do direito. Os tipos
consideradas ilícitas.
sempre haverá uma lei anterior, embora complementada por regra jurídica de outra
espécie.
mesma, haja vista, faltar elemento essencial para a configuração da tipicidade (fato já
O Inquérito Policial com agente preso passou a ter 15 (quinze) dias para conclusão e
com o agente solto 30 (trinta) dias, contudo, tais prazos podem ser duplicados por decisão
Delimitou-se o prazo de 10 (dez) dias, estando o réu preso ou solto para que o RMP
quatro) horas, tendo o mesmo o prazo de 10 (dez) dias a partir da juntada do mandado aos
autos, salientando que o não atendimento, mesmo que citação seja por Edital, dará ao Juiz o
poder para nomear defensor que apresentará a defesa dentro de igual prazo.
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Será feito o interrogatório preliminar no prazo de 5 (cinco) dias, com o réu preso ou de
30 (trinta) dias, caso solto, a partir do oferecimento da denúncia, sendo que em seguida o
Ministério Público terá 5 (cinco) dias para se manifestar quanto à defesa apresentada.
dias), aplicando a analogia ao art. 41, igualando o prazo ao do réu solto, será novamente
nesta ordem e em número não superior a cinco para cada parte. Em seguida, virão os debates
durante 20 (vinte) minutos para acusação e defesa, podendo ser prorrogado por mais 10 (dez)
(dez) dias, caso o mesmo não se julgue habilitado para tal julgamento imediato.
decisão fundamentada do Juiz, conforme estabelecido pelo art. 2º, § 2º, da Lei nº 8.072/1990.
Infelizmente o nosso legislador deu mais uma vez prova de sua incapacidade
Congresso Nacional, tendo sido vetado pelo Presidente da Republica nada menos que 35
de seus dispositivos, fazendo com que ocorre-se a subsistência da lei nº 6.368/76 que
Os tipos penais que estavam descritos no capitulo III do projeto de lei da 10.409/02,
leis ocorrem previsões referentes as estes temas surgiram duas posições na doutrina:
“O procedimento relativo aos processos por crimes definidos nesta lei rege-se pelo
disposto neste capítulo...”. Ocorre que a lei nº 10.409/02 não define crimes. Logo os
essa orientação: na parte inquisitória do processo penal por crimes concernentes a tráfico
etc). Neste sentido Renato Flávio Marcão, Tóxicos: Leis nº 6.368/76 e 10.409/02 anotadas
e interpretadas, São Paulo, Saraiva, 2004, p. 405; Vicente Greco Filho, Tóxicos:
institutos não disciplinados na nova lei. Neste sentido: Damásio de Jesus; Alexandre de
disciplinados pela nova lei; tratando-se, entretanto, dos crimes descritos nos arts. 15,16 e
17 da lei nº 6.368/76, de menor potencial ofensivo por força da Lei nº 10.259/2001, incide
a Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95, alterada pela Lei nº
10.259/2001).
6.368/76
vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito,
perigo abstrato, não se exigindo, portanto a ocorrência efetiva do dano, haja vista, ofender
dito a portaria nº 344 de 12.5.1998 do MS que definem quais são estas substâncias. A
convenção única sobre entorpecentes de Nova Iorque de 1961, também contem listas de
ordenamento jurídico por intermédio do Decreto legislativo nº 05, de 7.4.1964 o qual foi
promulgado pelo Decreto nº 54.216, de 27.8.1964, podendo caso necessário, servir como
A regra geral é que o delito de tráfico de drogas e comum podendo, portanto ser
torna-se crime próprio em decorrência da qualidade especial do sujeito ativo, o qual deve
venham a receber a droga, desde que essa conduta não tipifique o art. 16 da Lei nº
alienado mental. Com relação a criança ou adolescente na condição de sujeito passivo terá
configuração do delito.
de cocaína, por exemplo, cometerá uma única infração ao art. 12, caput. A conduta é
dias distintos, porções de cocaína, há vários crimes, que poderão ser unificados pela
conhecido como tráfico de drogas, não e necessário para a sua configuração que ocorra o
ato de tráfico/venda da droga, podendo o sujeito ativo praticar outras condutas previstas
no caput.
existência do crime do art. 12 não se exige ato de comércio” (TJSP, RevCrim 261.893, 1º
Gr. Câms.,rel. Dês. Egydio de Carvalho, j. 10-4-2000, RT, 779:554), neste sentido, TJSP,
Passaremos a fazer uma analise de cada um dos núcleos do art. 12 da Lei nº 6.368/76,
a saber:
nacional, podendo ser por via marítima, terrestre ou aérea. Não ocorre a aplicação do art.
do art. 18 da Lei nº 6.368/76 (tráfico com o exterior). “Ainda que o dispositivo do art. 12
35
da Lei nº 6.368/76 descreva um crime de ação múltipla, em verdade o fato mencionado na
modo a que somente após certo momento, gratia, o cruzamento da linha da fronteira e da
importação. O réu foi preso ainda na aduana, praticamente sobre a linha de fronteira; em
razão disso, não houve internação nem importação, mas tentativa de importação, estando,
nesse ponto correto o parecer do MPF, e a pena deve ser aplicada com atenção desse
2º) Exportar: É fazer sair do território nacional substância entorpecente, valendo nesta
dentro do país, utilizando-se inclusive dos serviços postais. O verbo aumenta a proteção
penal, haja vista, que o traficante neste momento já se desfez da posse do entorpecente
por intermédio de terceiro – Delito instantâneo, que se consuma quando o agente demite-
126/498).
5º) Produzir: Exige maior atividade e sofisticação que o ato de preparar, cito como
com intenção diversa de uso próprio, do contrario estaremos diante da conduta descrita no
36
art. 16 da Lei nº 6.368/76. “O argumento no sentido da inexistência da tradição da coisa,
ainda que relevante no âmbito do Direito Civil, não tem, entretanto, no campo penal, a
importância que lhe empresta o impetrante, dado que comprovado, mediante depoimentos
embora sem posse direta. No caso m tela, o depoimento do co-réu, somado aos dos
acordo com relação ao preço. Neste sentido: “Não há necessidade, para a configuração do
delito do art. 12 da Lei nº 6.368/76, que se efetue a tradição droga adquirida, pois que a
compra e venda se realiza pelo consenso sobre a coisa e o preço” (STJ – Resp – Rel. Dias
Trindade, RSTJ 10/389), e ainda “o vender tem por objeto, evidentemente, o entorpecente
ou substância que determine dependência física ou psíquica e desde que não se apreendeu
a coisa vendida, não se tem condições para afirmar se se trata, ou não, de tóxico cuja
“passadores” nem sempre são colhidos com vultosa quantia” (TACRIM-SP AC – Rel.
por si só, ao reconhecimento de traficância” (TACRIM-SP – Rev. – Rel. Juiz Silva leme
JUTACRIM 53/45).
10º) Oferecer: significa ofertar, apresentar para ser aceito como dádiva ou
6.368/76. Quem convida outrem para o consumo de substância entorpecente que porta,
incide no tipo “oferecer” alcançado pelo art. 12, da Lei de Lei de Tóxicos, ou quando
assim não seja, na forma genérica de incentivar ou difundir o uso indevido (parágrafo 1º,
inc. III). Condenação acertada que se mantém com redução da pena ao mínimo legal”
Parte da doutrina entende que para caracterizar o comportamento seria exigida uma
entrega ou venda. Vale destacar que a condenação pelo crime de trafico, ainda que na
conduta do fornecimento gratuito, não é vedada pelo fato de ser o agente um usuário da
droga. A legislação, no entanto não faz qualquer distinção entre o fornecedor profissional
ainda STJ 3ª Seção – CC nº 4.130/RJ, Rel. Min. Pedro Acioli, Diário da Justiça, Seção I, 8
nov. 1993, p. 23.499; “A lei especial não distingue entre fornecimento gratuito ou
remunerado da substância entorpecente, para fim de tráfico” (TJSP – Ver. 64.456-3 – Rel.
38
Cunha Camargo – RJTJSP 116/483); “Tóxico – tráfico – cessão gratuita de pequena
Mello – RJTJSP 137/497); “O fornecimento de cocaína, ainda que a título gratuito quer
para o próprio filho, quer para outrem, tipifica a conduta ilícita enquadrável no art. 12 da
Lei nº 6.368/76” (TJRS – AC 68.804.588-9 – Rel. Nelson Luiz Púperi RJTJRS 131/171).
da substância em nome de terceiro. Vicente Greco Filho, no entanto, entende que ambos
passo que o guardar não sugere essas circunstancias, compreendendo a ocultação pura e
verbo consiste em um delito permanente, sendo punível o agente que, tendo entorpecente
penal. Por ser crime permanente autoriza portanto a entrada na residência do possuidor do
entorpecente sem ordem judicial para efetuar sua prisão. “Na verdade, a lei diz “ter em
deposito” e “guardar”. Ambos os verbos têm o mesmo conteúdo físico que é o reter, a
prisão em flagrante do paciente, pois a sua ausência momentânea do local não faz
completar a idade de 18 anos, continua a mante-lo após atingir a maioridade penal” (TJPR
contrario RJTJSP, 104:475 e 476; (STF, HC 74.287, 2ª Turma re. Min. Mauricio Correa,
DJU, 10 dez. 1999, p. 3); RT, 791:593. A minha posição segue o entendimento do Prof.
Damásio de Jesus, que basta o simples transporte não necessitando haver a entrega para a
substância entorpecente, mesmo que tão somente para facilitar a passagem do proprietário
da droga na barreira policial, caracteriza o crime previsto no art. 12, da Lei de Tóxicos”
14ª) Trazer consigo: consiste em uma modalidade de transporte, de modo que o sujeito
ativo conduz a substância entorpecente junto ao próprio corpo ou dentro dele. O delito e
faz para terceiros e no ter em deposito para si próprio (RT 587:362, 769:625; JTACrimSP,
56:293; STF, RT, 789:536: TJPB, RT, 791:669). O delito e permanente, sendo de difícil
só pode ser cometido por médico ou dentista. Cuidando-se de terceiro não qualificado, o
fato se enquadra no tipo do inciso I do § 2º do art. 12. Prescrição culposa: aplica-se o art.
15 desta Lei.
pode ser praticado por qualquer pessoa inclusive profissional da área medica e de
enfermagem. Pode o delito ser cometido mediante paga ou gratuitamente. “Não há como
estabelecendo desta maneira esta formula genérica para que um eventual comportamento
que não viesse a se encaixar nos outros núcleos não ficasse sem punição.
de que não há autorização legal ou regulamentar. Nas palavras de Nilo Batista, analisando
o porte ilegal, “é necessário que o agente saiba que está portando substância entorpecente
RDP, 15-16:135 e 136). Na hipótese do § 2º, II, exige-se um segundo elemento subjetivo
culposo é atípico. Nesse sentido: RT, 586:272; TJMG, Acrim 17.796, 2ª Câm. Crim., rel.
Dês. José Arthur, RT, 712:447. Cuidando-se, entretanto, de médico ou dentista e culposa a
conduta, aplica-se o art. 15 desta Lei. A cogitação é impunível. Neste sentido: STF,
Extradição 539, Plenário, RTJ, 146:749; TJSC, Acrim 20/464, JC, 52:408; TAPR, Acrim
47.020, RT, 686:365; JTACrimSP, 51:203. A idéia não delinqüe. Assim, manifestar a
vontade de vender a droga não configura delito (TJSC,Acrim 20/464, JC, 52:408). Caso
9.8- CONSUMAÇÃO
Ocorre a consumação com a pratica de qualquer das condutas típicas, entre os núcleos
consumação com o recebimento do preço ou de outro bem que tenha valor econômico, já
42
no caso da aquisição irá ocorrer a consumação com o recebimento da substância
entorpecente.
Existem outras condutas típicas, no entanto que dão ensejo a delitos permanentes ou
condutas serem interrompidas pela vontade do agente. Por exemplo: guardar, ter em
deposito, trazer consigo. Nos crimes permanentes, a prisão em flagrante poderá ocorrer
em qualquer momento, conforme disposto no art. 303 do CPP, podendo ainda a Polícia
Busca e Apreensão.
em que o agente tem a droga consigo, para vende-la, de tal sorte que não acaba elidido
pelo gesto do policial que, fingindo-se usuário, simula interesse na compra do produto
9.9 - TENTATIVA
previamente. Respondendo desta forma o agente pelo crime consumado, sendo absorvida
a tentativa subseqüente.
Não poderá ocorrer tentativa nas condutas instantâneas como vender, oferecer,
ministrar etc. Poderá ocorrer a tentativa, por exemplo, na hipótese de tráfico internacional,
da Amizade, trata-se de forma tentada, já que o réu, preso na aduana com a substância
entorpecente, esta não chegou a transitar pelo território nacional” (TRF 4ª Reg. – AC
Considera-se formal aquele crime que para a sua consumação não se exige a produção
arrependimento eficaz quando o agente após a completa execução do ilícito penal impede
crimes matérias, nos quais existe o resultado naturalístico. Vale aqui rapidamente
Boa parte dos núcleos do art. 12, são delitos formais não podendo, portanto admitir a
101/498).
E a este não se aplica o disposto nos arts. 19 e 29 da Lei 6.368/76. Os mesmos somente
incidem nas infrações do art. 16 do citado diploma legal quando o viciado em tóxico pode
ficar sob tal dependência que o torne incapaz de entender o caráter ilícito ou de se
Esta prevista no art. 19 da Lei nº 6.368/76 a chamada isenção de pena, sendo esta na
dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente
diversa. Ausente um deles, inexiste a culpabilidade, devendo o sujeito ser absolvido por
1º) que o crime tenha sido cometido em razão da dependência ou sob o efeito de
caso fortuito ou de força maior (causas); 2º) que o sujeito, no momento da realização da
ainda que em relação a ela o sujeito tenha autodeterminação comprometida, não causa
Neste sentido: TJSC, Acrim 17.098, RT, 570:370; TJSC, Acrim 17.968, RT, 573:417;
sentido: TJSC,Acrim 17.968, RT, 573:417. Assim, a simples dependência de drogas não
o réu será submetido a tratamento medico obrigatório que poderá ser em regime de
referencia a medida de segurança, mas sim a tratamento medico, razão pela qual não há
critérios médico-periciais.
dependência física ou psíquica, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Também
nesta hipótese não será aplicada medida de segurança, mas tão somente a diminuição da
data tem o inebriante em deposito e em data diversa coloca-o à venda, dentro de um curto
continuidade delitiva.
tinha em deposito (fato de 5 de abril do mesmo ano) maconha para o fim de comércio.
128/477).
ilícita ou praticar qualquer dos verbos do art. 12 da Lei nº 6.368/76, tendo como sujeito
acarretar ao agente punição nos moldes da referida lei de tóxicos. O art. 243 do ECA será
“produtos” que podem vir a causar dependência física ou psíquica, não estando estes
catalogados como substância entorpecente de uso proscrito no Brasil pela portaria do MS,
47
como por exemplo cola de sapateiro (tolueno), esmalte, thiner, “cheirinho da lolo”,
Art. 243 ECA: “Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de
qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida: Pena –
detenção de seis meses a dois anos, e multa, se o fato não constituir crime mais grave.”
que contenham componentes que posam causar dependência física ou psíquica, ainda que
por utilização indevida, o que diz respeito a produtos cuja circulação no mercado, em
linhas gerais, é licita” (TJRS – AC 69.203.9678-0 – Rel. Luiz Carlos de Carvalho Leite –
RJTJRS 158/67).
Destaque-se que o delito previsto no art. 243 do ECA por ser apenado com detenção e
entorpecente para fins da lavratura do auto de prisão em flagrante delito, tendo, portanto
48
este laudo um caráter provisório não suprindo o laudo definitivo, neste sentido RT:
617:303 e ainda “tal exame preliminar objetiva, única e exclusivamente, uma aferição
prévia da toxidade da substância apreendida, para se evitar casos de prisão por porte de
substâncias evidentemente inócuas” (HC 116.871, RT, 674: 305). A natureza jurídica do
laudo pericial e de condição de procedibilidade da ação penal salvo nas hipóteses em que
oficial para a elaboração do mesmo, não ficando este perito impedido de participar da
legislação de entorpecentes uma pessoa idônea para servir como perito ad hoc devendo
policial etc), nada impede que a nomeação recaia sobre policial (TJSP, HC 116.871, RT,
O laudo definitivo será subscrito por dois peritos, devendo o mesmo ser
devidamente fundamentado sob pena de perder a sua validade e causar nulidade. Neste
sentido: RT, 539:311 e ainda “deve o laudo pericial esclarecer o processo e a forma de
analise da substância RJTJSP, 66:380”. Não será suficiente que considere a substância
objeto de exame dentre aquelas arroladas como tóxicas. É necessário que conclua
psíquica, sob pena de ser considero imprestável. Neste sentido: RT, 546:330. Maconha
49
de arbusto masculino ou feminino: é irrelevante que o laudo não esclareça essa
realizadas pela Autoridade Policial é até um dia anterior do marcado para a realização
Caso não ocorra a juntada do laudo de constatação no prazo acima entende boa
parte da doutrina que ira acarretar a falta de materialidade do delito gerando por sua
vez a absolvição do réu. Não poderá o Magistrado designar nova data de audiência
visando a juntada do laudo, mesmo em caso de motivo de força maior, pois o papel do
visando sanar uma deficiência estatal “quebrar” a sua imparcialidade agindo assim na
Não poderá a ausência do laudo de constatação ser suprido por outros meios de
tóxicos. Neste sentido: Não pode ser suprida pela confissão do acusado (STF, RTJ,
82:143 e 88:104; TJSP, RT, 687:290 e 710:272); nem pelo laudo preliminar de
94:460, 103:455, 109:433 e 434 e 122:486); nem pela prova testemunhal (RT,
absoluta (TJSP, RvCrim 13.933, RT, 571:320; TJSP, HC 173:873, RT, 714:359).
Poderá por diversas razões ocorrer diferença de peso entre o laudo provisório e
120:199 RT, 687:290 e 291); 2ª) muitas vezes a Delegacia de Polícia não possui
balança de precisão (TJSP, Acrim 147.227, rel. Dês. Dante Busana, JTJ, 150:286 e
gritante (TJSP, Acrim 18.510, rel. Dês. Gonçalves Sobrinho, RT, 576:364).
Existem determinadas condutas típicas que são previstas tanto no Art. 12 como no Art. 16
da Lei nº 6.368/76, a saber: guardar, trazer consigo e adquirir. Para que a conduta do agente
seja tipificada no Art. 16 devera haver a presença do elemento subjetivo “para uso próprio” do
contrario a ação será enquadrada no Art. 12. A doutrina e a jurisprudência mais modernas
apesar da taxatividade das condutas do Art. 16, acertadamente, vem estendendo este
entendimento para todas as outras condutas praticadas com o escopo do denominado “uso
próprio” como transportar para uso próprio, preparar para uso próprio ou mesmo plantar para
uso próprio.
do art. 12 para o 16 da Lei nº 6.368/76, tendo em vista, ser a interpretação mais favorável ao
agente. Neste sentido: TJSP, Acrim 199.121, RT, 543:382; TJRS, ACrim 684053184, RT,
611:398).
devendo a investigação colher elementos para um correto enquadramento. Neste sentido: por
si só, não indica uso próprio, podendo, dependendo do caso concreto, configurar tráfico.
51
Nesse sentido: STF, HC 69.806, 1ª Turma, rel. Min. Celso de Mello, RT, 701:401; TJSP,
TÓXICOS
Roxin, surge quando a ofensa ao bem jurídico e tão ínfima e insignificante que não
O referido princípio e uma teoria que não integra de forma expressa o ordenamento
de 1ª grau que aplicaram o principio sendo reformadas a nível recursal como a que
inclusive de permitir “o prazer de fumar”, poderá ter o condão de tornar atípica a ação
crime de bagatela. Alegação de falta de justa causa para a ação penal (atipicidade
crime de bagatela). Precedentes. 2. Não evidenciada a fauta de justa causa para a ação
julgando o HC 81.734, de que foi relator o eminente Ministro Sydney Sanches, com
6.368/76 (como ocorre no caso presente em que se trata de porte de “crack”), quer o
artigo 12 da mesma Lei. Neste sentido, os RHCs 51.235 e 45.973, HCs 68.516,
Substância Entorpecente (
do réu não é fator decisivo que gere conclusão de tráfico, pois os “passadores” nem
Gomes – JUTACRIM 57/248); e (STJ, Resp 2.179, 5ª Turma, DJU, 28 maio 1990, p.
4738; STJ, HC 8.827, 5ª Turma, rel. Min. Edson Vidigal, DJU, 11 out. 1999, p. 76;
STJ, HC 10.871, 5ª Turma. Rel. Min. Gilson Dipp, DJU, 17 abr. 2000, p. 72; STJ, HC
11.695, 6ª Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJU, 29 maio 2000, p. 188).
venda ou oferece, fornece ainda que gratuitamente, tem em deposito, transporta, traz
que determine dependência física ou psíquica”. No § 1º Inc. II: “Semeia, cultiva ou faz
possuindo aplicabilidade quando o fato não se amolda nos tipos descritos no caput do
quanto substâncias, que de forma eventual seja utilizada para este fim. Devendo, no
entanto haver o chamado liame, ou seja, uma ligação estreita entre as substâncias
diferentes calibres” (apelação criminal nº 103.833-3 – Tietê, Rel. Dês. Celso Limongi,
j. 15-5-91). No mesmo sentido: TJ/SP, Apelação criminal 91.096-3 – São Paulo, Rel.
Dirceu de Mello – 11-9-91. Como já dito a figura típica abrange não somente as
sentido: STJ, HC 5.699, 5ª Turma, DJU, 1º Set. 1997, p. 40852. Exs. Éter e acetona. E
ainda neste sentido: o éter (STF, HC 69.388, RTJ, 143:953) e a acetona (STF, HC
O objeto material para ser considerado matéria prima não necessita possuir efeito
droga afim. Nesse sentido: STF, HC 69.411, RJT, 143:208 e 211, citando Vicente
Greco Filho.
sentido: “Pretendida a distinção entre cocaína base e cocaína pura, para efeito de
afastar o ilícito. Tanto cocaína como a sua pasta base são consideradas substâncias
55
entorpecentes de uso proscrito no Brasil, de modo que o porte de significativa
Semear significa colocar a semente na terra. Cultivar é trabalhar a terra torna-la fértil
e dedicar-se a cultura do inebriante. Colheita por sua vez e extrair os frutos produzidos
pelo cultivo.
momento da semeadura devera ser autuado em flagrante delito, será conforme meu
toxicológica encontrar o principio ativo da droga. Neste sentido decidiu o TJSP: “Se a
As condutas descritas no art. 12, § 1º, inciso II, não exigem por parte do sujeito ativo
destinação final do produto da plantação se era venda ou uso próprio. (RJTJRS 83/84;
RF 274/300).
Toda área “gleba” que venha a ser utilizada para cultivo de substâncias
caráter penal. (Lei nº 8.257, de 26 de novembro de 1991). O art. 3º desta lei apresenta
ou colheita”.
Nos cumpri aqui destacar, que não existe previsão legal do denominado “cultivo
uso próprio (RJTJSP, 109:456), o fato se enquadra no art. 16 e não no art. 12, § 1º, II.
Neste sentido: RT, 515:386, 520:399 e 408, 527:410, 544:422, 556:375, 558:295,
(com voto do Dês. Dante Busana), 672:300 e 693:332; RJTSP, 88:351, 93:418,
aplica, segundo seus fundamentos, a analogia in bonam partem (RT, 515:386, 598:321
e 623:291; RJTJSP, 109:452 e 455). “não se pode crer, razoavelmente, fosse o réu ter
fato para a figura do art. 16 da Lei de Drogas realizando-se, para tanto interpretação in
57
bonam partem já invocada em julgamentos cujas emendas foram trazidas pela nobre
Votuporanga e RJTJSP – 109/452, da qul foi o Relator o eminente Dês. Dante Busana:
Punir-se alguém com o mínimo de três anos de reclusão desde que plante maconha,
seja em que circunstância for, é o objetivo que não se compadece com o estágio do
Dirceu de Mello, RT 593/338)”. 2ª) O fato se enquadra no art. 12, § 1º, II, da Lei nº
6.368/76. Neste sentido: TJSP, Acrim 8.544, RT, 555:324; TJPR, Acrim 10.455, RT,
668:303; RJTJRS, 150:219; PJ, 34:208. “A lei não distingue se o agente semeia, planta
e colhe para seu uso ou para terceiros” (TJSP, Acrim 8.544, RT, 555:324; TJPR,
Acrim 10.455, RT, 668:303; RSTJRS, 83:84). “Agente que cultiva, em seu terreno,
parágrafo 1º, II, da Lei nº 6.368/76” (TJPR), “semeadura e cultivo de pés de maconha
no quintal da residência do réu. Delito previsto no art. 12, parágrafo 1º, II da Lei nº
6.368/76, configurado. Não se pode considerar tratar-se de plantio para uso próprio se,
representando quase 500 gramas” (STJ – Resp 2.316 – Rel. Costa Lima – RSTJ
14/351). 3ª) O fato é atípico. Para essa posição, o juiz não pode lançar mão da
analogia para criar delito que não esteja expressamente previsto em lei. Não está
descrita na lei penal a conduta de cultivar a maconha etc., para uso próprio, não
havendo crime. Neste sentido: Damásio de Jesus (Lei Antitóxicos Anotada, Ed.
Saraiva, 8ª Edição, 2005, Pág. 58 – O fato de semear, cultivar ou fazer a colheita, para
58
uso próprio, de substância destinada à preparação de entorpecente não se encontra
tipicamente definido como crime no art. 12 nem no art. 16 desta Lei. É atípico. E não
há crime sem lei que o defina “CP, art. 1º”. Além disso, não se pode enquadra-lo no
art. 16 por analogia in bonam partem. A analogia empregada não é in bonam mas sim
in malam partem. Sendo atípico o fato, enquadra-lo no art. 16 por semelhança vem
prejudica-lo. E a analogia não pode ser empregada para prejudicar o agente. Ademais,
havendo dúvida, deve ser adotada a interpretação mais favorável ao agente), RJTJSP,
93:421, 109:452 e 653:353 (votos vencidos); RT, 667:280, rel. Dês. Márcio Bártoli;
RT, 693:334 (voto vencido do Dês. Márcio Bártoli); TJSP, RT, 792:622. Nossa
de pés existente na plantação, bem como o local em que o cultivo foi encontrado e a
estrutura existente, como por exemplo: Uma situação e o encontro no fundo do quintal
quantidade em um local de difícil acesso na zona rural com toda uma estrutura já
para irrigação seja manual ou por motores, fertilizantes etc). A primeira situação
evidentemente deve ser inserida no art. 16 da Lei nº 6.368/76, já a segunda não resta
Instigar por sua vez e estimular uma idéia já pré-existente na vitima ou em vitimas
possibilita a outrem fazer uso de substância entorpecente, como por exemplo: indicar
úteis para o consumo da droga. Neste sentido: TJSP, Acrim 59.761, rel. Dês. Ângelo
que lhes vende a droga – Conduta que se enquadra no inc. I do, parágrafo 2º, do art. 12
(RJTJRS, 114:183; TJMG, Acrim 122.916, 1ª Câm., rel. Dês. Edelberto Santiago, RT,
765:665); “A análise escrita do art. 12, parágrafo 2º, I, da lei 6.368/76 pune pelo delito
substância proibida chega às mãos do destinatário final. Se não chegar, os fatos não
50/315. Será, no entanto de difícil prova o ilícito com a ausência do corpo de delito,
Delito próprio, pois exige qualidade especial do sujeito ativo, que é o fato dele
possuir a propriedade, posse, vigilância ou guarda de local onde ele permite que ou
O local poderá ser aberto ou não (casa, apartamento, fazenda, chácara, hotel,
garagem, bar, restaurante etc) ou até mesmo veículo (ônibus, automóveis, barco,
aeronave, trailer etc). O delito não e habitual, não sendo portando exigido a chamada
reiteração de condutas, uma única conduta basta para a sua consumação, não sendo
exigido inclusive a finalidade de lucro. “Incide nas sanções do art. 12, § 2º, II, da Lei
6.368/76 aquele que utiliza sua residência, em companhia de outros indivíduos, para
Restara configurado o ilícito nas hipóteses do agente locar o local para o depósito de
drogas, neste sentido: “Se a conduta do sujeito se esgota com a locação de imóvel para
somente nos termos do § 2º, II (TJSC, Acrim 23.368, RT, 640:330)”; caso o agente
vier a fornecer o entorpecente que for utilizado estará ele inserido no caput do art. 12
da Lei nº 6.368/76. Consuma-se o crime com o efetivo uso do local para os fins
hipótese de um Guarda Municipal, por exemplo, que permite que elementos adentrem
61
em prédio em que ele tem a vigilância para fazer uso de drogas, sem tomar qualquer
formula genérica visando poder alcançar todas as outras possíveis condutas ainda não
ilícito. Neste sentido: Vicente Greco Filho e Victor Eduardo Rios Gonçalves. No
sentido contrario: “Não é exigido o dano pessoal do consumidor (TJSP, Acrim 16:360,
RT, 566:283 e 284). Minha posição: O inciso III faz referencia a dois verbos,
divulgar-se. Não sendo, portanto sinônimos, concordo que no verbo incentivar deve
incentivo genérico como, por exemplo, através de musicas que propagam o uso de
entorpecentes a exemplo do ocorrido na Bahia com o grupo musical Jamil, que foi
62
proibido pela justiça de executar no carnaval de 2005 a musica “Lança-Lança” a qual
expressamente divulgava o uso do lança perfume “cloreto de étila”, vale destacar que
o grupo foi indiciado em Inquérito Policial por infração do delito ora estudado.
uso de drogas.
referentes a este inciso a aplicação do art. 286 do CP (incitação ao crime) e do art. 287
2º) adquirir (operação gratuita ou onerosa); 3º) fornecer ainda que gratuitamente; 4º)
possuir (como proprietário ou simples possuidor); 5º) vender (título oneroso); 6º)
Não e exigido pelo tipo que os aparelhos ou equipamentos tenham unicamente como
se prestar a outros fins como balanças, bombas d’água, tubos de ensaio, pipetas,
agente de empregar estes bens na conformidade do disposto no art. 13, não se admite a
63
presunção do dolo, neste sentido: “Inexiste em nossa legislação penal o chamado dolo
in re ipsa e por isso, não pode ser aplicado na lei antitóxicos (TJSP, Acrim 131.021, 1ª
Câm., rel. Dês. Fortes Barbosa, j. 25-10-1994; Marcelo Fortes Barbosa, Erro de Tipo,
Boletim de Jurisprudência do IBCC, cit., p. 4)”. Não existe punição, no entanto para
(utilizada para separar a cocaína), maricas ou cachimbos (para fumar o “crack”), papel
de seda (para confeccionar cigarros de maconha) etc. Também não será punida a
cogitação do delito, neste sentido: (TAPR, Acrim 47.020, RT, 686:365. A idéia não
delinqüe “Asúa”).
Ficara o art. 13, absorvido pelo art. 12, pois este possui pena mais elevada, na
instalasse uma destilaria completa de cocaína, com todos os petrechos necessários para
tal, mas não iniciasse a produção ou preparação da droga por não ter comprado ainda a
apreendidos, perícia que deverá demonstrar ser o equipamento apto para a produção,
o equipamento não esta funcionando ou ele não e apto para o alegado o crime será
policial.
Não será possível para o delito do art. 13, autonomamente a decretação de prisão
temporária, tendo em vista, que o art. 1º, n, da Lei nº 7.960/89, faz referencia única ao
coletividade.
Tóxicos, 2ª ed. Bauru (SP), Ed. Javoli, 1982, p. 67, n 3; JTACrimSP, 56:194; TJSP,
Acrim 123.200, rel. Dês. Dante Busana, RT, 698:331; RJTJRS, 80:385. Assim, não há
droga ou fita gomada para fechar papelotes (TJSP, Acrim 123.200, RT, 698:331);
estojo de madeira com pontas de pregos para desfiar folhas de maconha (RJTJSP,
Grego Filho, Tóxicos, São Paulo, Saraiva, 1993, p. 107; Ariosvaldo de Campos Pires,
110:165).
65
próprias que devem ser praticadas pelos agentes para a sua caracterização.
a) Participação de no mínimo duas pessoas – que podem até mesmo não se conhecer
caso a finalidade for diversa como a pratica do crime previsto no art. 16 da mesma
A letra da lei faz referência a pratica reiterada ou não dos delitos previstos nos arts. 12
e 13, o que acabou por criar uma dificuldade de interpretação no que concerne a aplicação
da causa de aumento prevista no art. 18 inciso III da lei nº 6.368/76, onde determina o
aumento da pena de 1/3 a 2/3 quando os delitos previstos na citada lei forem praticados
em associação. Evidentemente que não se poderá condenar o réu como incurso na pena
prevista para o art. 14 e ainda incidir a causa de aumento sob a pena de cometer o
denominado bis in idem, vedado em nosso direito. A uma primeira leitura entende-se que
para caracterizar o crime se associação para o tráfico, poderiam duas ou mais pessoas
praticar apenas uma conduta de tráfico e estariam infligindo também o art. 14 e quando
então se aplicaria a causa de aumento? Entende a boa doutrina que e seguida por grande
acidental o que caracterizaria neste caso a hipótese da causa de aumento do art. 18 Inc. III
art. 18 III. “STF, HC 67:384, RT, 650:338; TJSC, Acrim 23.368, RT, 640:330) poderá até
ocorrer um único ato de traficância e se caracterizar o art. 14, não sendo necessário
organizada”. Neste sentido STJ, 5ª T. – RHC nº 1096/RJ, Rel. Min. José Dantas, Diário da
delito, neste sentido: “Não se exige exame pericial, uma vez que se trata de crime que não
deixa vestígios (STJ, HC 1.194, 5ª Turma, DJU, 22 jun. 1992. p. 9767). Caso venha
fato associados para a pratica dos delitos dos arts. 12 e 14 e, concurso material, nestes
delitos. Neste sentido: RJTJSP, 84:376, 93:400, 104:462 e 105:444; RT, 549:289, 634:277
e 644:362.
Um simples convite para a formação da associação sem ter-se iniciado quaisquer ato
criminoso, sendo somente um ato preparatório e atípico, pois não se pune a cogitação de
formal”. Neste sentido: “Sob esse aspecto, trata-se de crime formal ou de consumação
antecipada, natureza extraída do elemento subjetivo do tipo “para o fim de...” (RJTJSP,
69:348).
A prova deve ficar bem robusta e evidenciada para a existência do crime em estudo, a
vida pregressa dos mesmos onde se observe, prisões pretéritas pelos crimes descritos nos
artigos 12 e 13 da lei nº 6.368/76. Caso vier a existir duvida com relação à associação se
Neste sentido: Acrim 98.02.43451, TRF, 1ª Reg., 2ª Turma, rel. Dês. Cruz Netto, RT,
776:706). Hipótese infelizmente de difícil ocorrência na pratica, haja vista, imperar entre
testemunhas.
Com o advento da Lei dos Crimes hediondos (Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990), a
qual em seu art. 8º caput, determina que a pena dos crimes hediondos será: “ ... de 3 (três)
a 6 (seis) anos de reclusão a pena do art. 288 do Código Penal, quando se tratar de ...
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins”, pena esta inferior a do art. 14 (reclusão de
multa), acabou ocorrendo a derrogação do preceito secundário do art. 14, ou seja a sua
pena, permanecendo desta forma a descrição típica contida no citado artigo , aplicando-se
68
no entanto a pena prevista no art. 8º da Lei nº 8.072/90. Neste sentido STF: “Tratando-se
vale dizer, a associação de duas ou mais pessoas, para praticar, reiteradamente ou não, o
tráfico de drogas, tipifica o delito do art. 14 da Lei nº 6.368/76. A pena a ser aplicada será
a prevista no art. 8º da lei nº 8.072/90, isto é, reclusão de três a seis anos”, e ainda STJ,
HC 10.989, 5ª Turma, rel. Min. Gilson Dipp, DJU, 20 mar. 2000, p. 86 e 87; TJRJ, RT,
sua obra Lei Antitóxicos Anotada, Ed. Saraiva, 8ª Ed. 2005, Pág. 88: (“Entendemos que o
art. 14 não teve a redação típica revogada pelo art. 8º, tanto que o art. 10 da Lei nº 8.072
acrescentou um parágrafo único ao art. 35 da Lei de Tóxicos, com a seguinte redação: “Os
prazos procedimentais deste Capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos
crimes dos arts. 12, 13 e 14” (grifo nosso). Como se vê, manteve-se o art. 14. Logo, não
Único delito culposo da Lei de Tóxicos, crime próprio que só pode ser praticado por
Técnico), devendo o agente encontrar-se no exercício regular de sua profissão, neste sentido
JTACrimSP, 51:300 e 324. A enumeração e taxativa, não admitindo ampliação por analogia
ou interpretação extensiva. Assim o tipo não alcança outras pessoas não indicadas, como o
dose evidentemente maior que a necessária ou seja a diferença deverá ser gritante para a
decorrência da dose prescrita, respondera também o sujeito ativo por homicídio culposo ou
lesão corporal culposa. Estará consumada esta conduta quando o médico ou dentista entregar
instante.
Caso em que a conduta seja dolosa responderá o agente pelo delito do art. 12 da Lei nº
responderá como incurso nas penas do artigo 12. Neste sentido: “Responde, em tese, pelo
delito do art. 12 da Lei nº 6.368/76 e não pelo art. 15 do mesmo diploma, o falso médico que
receita medicamentos que causam dependência física ou psíquica. É que o preceito por último
citado define um crime próprio, cujo sujeito ativo só pode ser médico, dentista, farmacêutico
51/324).
Pune o art. 16 o usuário de substância entorpecente que adquiri, guarda ou trás consigo
para uso próprio a referida substância, sem autorização legal, o referido crime não e hediondo,
70
haja vista, não se enquadrar na qualificação de tráfico ilícito de entorpecentes, conforme o
O crime e de perigo abstrato, pois além de representar risco a saúde pública, causando
prejuízo pessoal ao usuário, traz risco a coletividade tendo em vista que o elemento sob a
influência de drogas muitas vezes torna-se violento, causa acidentes de todo gênero e em
razão da necessidade de sustentar o vicio, passa quando não provem mais de recursos
alegação de alguns que o delito em tela seria inconstitucional, sob a fundamentação que o
estado não pode interferir na liberdade das pessoas fazerem o que quiserem com a sua saúde
aos delitos de tóxicos, não importando a quantidade de droga apreendida, devendo constar do
entorpecente de uso ilícito para a configuração do ilícito. Na fase policial se o usuário que for
Jecrim não lhe será imposto prisão em flagrante delito, lavrando-se termo circunstanciado. O
admitindo, portanto a transação penal, salvo ter sido o autor já beneficiado anteriormente no
prazo de cinco anos pela aplicação de pena restritiva ou multa; ou ainda ter sido condenado a
pena privativa de liberdade em sentença definitiva ou caso os seus antecedentes, a sua conduta
impossibilidade de prova pericial da droga, que e essencial para a configuração dos crimes de
tóxicos. Neste sentido: “após aspiração pela seringa (TJSP, Acrim 53.006, Rel. Dês. Ary
71
Belfort, RT 624/289); após injeção aplicada pelo próprio usuário (TJSP, Acrim 122/35, JTJ
143/301). Ainda que recente e induvidoso o uso pretérito de droga por afirmação testemunhal
ou pericial (TJSP, Acrim 122/315, JTJ 143/301). Existem julgados no sentido de que
resquício de droga que não apresente qualquer peso constitui fato atípico, haja vista, a
impossibilidade do consumo. Neste sentido: (TJSP, RECrim 145.536, 6ª Câm. Crim., J. 19-5-
Caso seja flagrado militar em serviço em portando droga para uso próprio aplica-se o
Especial Criminal (Jecrim), salvo se houver conexão com crime de competência do Juízo
A saúde pública, crime de perigo abstrato que não exige a ocorrência de dano. No
sentido que o objeto jurídico e a saúde pública: STF, RECrim 113.722, 1ª Turma, RTJ,
130:342 e 848; STF, RECrim 114.339, 1ª Turma, RTJ, 130:1177; STJ, Resp 24.844, 6ª
Turma, DJU, 21 nov. 1994, p. 31787 e 31788; TJMT, Acrim 92, RT, 589:360; TJSP,
ACRim 72.037, RT, 650:273; Acrim 151.129, RT, 702:334; RDP, 1971, 2:99; JM,
Qualquer pessoa, crime comum, não exigindo qualidade especial do sujeito ativo.
Admite-se a co-autoria, na hipótese de, por exemplo, duas pessoas irem juntas adquirir a
O jurista Victor Eduardo Rios Gonçalves em sua obra Legislação Penal Especial,
Editora Saraiva, 2005, na pág. 54, da dois exemplos interessantes que valem aqui serem
determinada quantia de droga para uso conjunto. Veja-se, contudo, que não há co-autoria
entorpecente em poder de apenas uma delas, não se conseguindo provar que a outra tinha
alguma relação com a droga.”. “É também muito comum que policiais encontrem uma
porção de maconha sob o banco de um carro em que estavam várias pessoas. Nesse caso,
se não ficar provado quem era o responsável pelo tóxico, nenhum deles poderá ser
processado ou condenado”.
A coletividade.
ser praticada obrigatoriamente deverá passar por uma das três descritas no tipo.
irrelevante o local onde seja portado o objeto material, neste sentido: (TJSP, RT, 687:290
pasta, na boca (JTJ, 136:497 e RT, 584:329 e 687:290 e 291), na boca e sob a língua (RT,
entorpecente, de uso proibido que cause dependência física ou psíquica, para uso próprio,
12.7- CONSUMAÇÃO
droga, protraindo-se no tempo enquanto ele a mantiver. Neste sentido: “Consuma-se com
o simples porte” (STF, RECrim 113.227, RT, 619:405 e 406); “no instante em que a ação
74
se inicia” (RT, 622:287 e RJTJSP, 108:488). Tratando-se de figuras típicas alternativas,
guarda a substância para uso próprio e depois a traz consigo, o momento consumativo
ocorreu com a guarda. O tipo prescinde de ocorrência de dano físico ou psíquico a alguém
(RJTJSP, 104:459).
12.8- TENTATIVA
porém na modalidade adquirir será viável a tentativa na hipótese, do usuário por razões
alheias a sua vontade (intervenção policial por ex.), vê frustrada a entrega da droga após
ter acordado a venda com o traficante. Neste sentido: RJTJSP, 112:507 e 509. É possível
que o sujeito venha a ser interrompido na compra do objeto material. Para tanto, é
necessário que já esteja realizando atos executórios de aquisição, uma vez que a simples
Crime próprio só podendo ser cometido por funcionário público (policial, escrivão,
justiça etc) ou advogado que tenha acesso a inquérito policial, termo circunstanciado,
peças de informação, ou processo penal que verse sobre os crimes tipificados na Lei nº
6.368/76.
75
O sujeito passivo e a coletividade, o delito e de perigo, sendo suficiente à violação a
Estipula o art. 18, as denominadas causas de aumento que majoram as penas dos
crimes previstos na Lei nº 6.368/76 de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços). Discute-se na
referida lei, existem entendimentos que seriam aplicáveis apenas sobre o delito de tráfico,
excluindo o art. 16. Neste sentido: TJSP, RT, 558:310, 561:338 e 648:281, entendimento
seguido por Damásio de Jesus. Entendo, no entanto que seja aplicável a todos os delitos
previstos na lei de tóxicos, haja vista, disposição expressa da própria lei “Art. 18 – As
penas dos crimes definidos nesta lei serão aumentados de um terço a dois terços”.Neste
sentido: RJTJSP, 88:382 e 90:504; STF, HC 71.639, 2ª Turma, DJU, 7 abr. 1995, p. 8872.
Ressalva: o inciso III, 1ª parte, referente à associação, não se aplica ao crime do art. 14
(crime de associação). A única exceção seria a do inciso I, o qual faz referencia expressa
ao tráfico, sendo, portanto aplicável aos arts. 12, 13 e 14 da Lei nº 6.368/76. Neste
76
sentido: Alexandre de Moraes e Gianpaolo Poggio Smanio no livro Legislação Penal
Será possível que o Juiz reconheça mais de uma dessas causas de aumento de pena.
Ex: policial que vende droga para preso (incs. II e IV). Nos termos do art. 68, parágrafo
único, do Código Penal, o Juiz aplicará apenas uma vez o índice de aumento. É claro,
porém que neste caso, não deverá faze-lo no mínimo legal, já que a lei possibilita um
existência de uma das causas expressas no art. 18, caso o Juiz não aplique o aumento será
cabível recurso de apelação por parte do Ministério Público, com fundamento no art. 593,
Inc. I do CPP.
da lei penal – refere-se ao inciso de duas hipóteses de competência da justiça federal. Para
caracterizar tráfico com o exterior não e necessário que o agente entra ou saia do País com
a droga, basta que se prove esta finalidade. A extraterritorialidade trata daquelas situações
previstas no art. 7º do Código Penal, onde se deve aplicar a lei brasileira a fatos ocorridos
no exterior.
(referencia genérica que abrange todas as carreiras elencadas no art. 144 da CF – Polícia
Municipal) ou ainda mesmo que não seja funcionário publico tenha missão de guarda e
item referente ao art. 14 da Lei nº 6.368/76), não incidindo nesta hipótese nos casos do
delito previsto no art. 14 que necessita de uma associação duradoura, sendo aplicado
menores de 21 anos, pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (parte inserida pelo
denominado estatuto do idoso, Lei nº 10.741/03) ou quem tenha, por qualquer causa,
No inciso IV e elencado uma serie de locais que se forrem praticados qualquer dos
crimes previstos na lei de tóxicos, irá incidir o aumento, quer seja o delito praticado no
interior destes locais, quer nas suas imediações (escolas, hospitais, estabelecimentos
penais, teatros, cinemas, associações estudantis etc), existem julgados que exigem que o
sujeito ativo tenha conhecimento de que o fato esteja sendo praticado nas imediações
DEPENDÊNCIA
Prevê o artigo 19 uma causa de exclusão de culpabilidade devendo existir para o seu
reconhecimento dois requisitos essenciais: 1º) que o crime tenha sido cometido em
dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito o força maior (causas); 2º)
(efeito).
78
Entende-se por caso fortuito, quando o sujeito desconhece a natureza entorpecente da
substância ou não sabe que é portador de particular reação à sua ingestão ou consumo
Uma simples dependência de drogas, mesmo que o sujeito venha a ter sua
TJSC,Acrim 17.098, RT, 570:370; TJSC, Acrim 17.968, RT, 573:417; JTACrimSP,
dependência de drogas não favorece (JC, 17:436 e 29:501; RT, 570:370 e 371). A
intoxicação aguda por entorpecentes, voluntária ou culposa, ainda que completa, não
exclui a culpabilidade (art. 28 II, do CP). Neste sentido: TACrimSP, Acrim 224.009,
qualquer delito, e não apenas aos previstos na lei de entorpecentes, isto por expressa
disposição legal do artigo 19 da lei nº 6.368/76 : “...qualquer que tenha sido a infração
Smanio, no livro Legislação Penal especial, Editora Jurídico Atlas, 6ª Edição, Pág.
147.
agente de fato e inimputável, impõe-se a sua absolvição com fulcro no art. 29 da Lei nº
declara a dependência como causa, impondo ao réu por força do art. 10 da mesma lei
não irá neste caso, sendo reconhecido que o agente praticou um fato ilícito, ocorrer a
sua absolvição o magistrado ira diminuir a sua pena de 1/3 a 2/3, proferindo assim
Importante destacar que a lei nº 6.368/76 não se refere a medida de segurança, mas
determinado apenas em relação a um, o juiz irá desmembrar o processo. O exame deve
ser feito por dois peritos oficiais (art. 159 do CPP e art. 29 da lei nº 6.368/76). O laudo
deve ser apresentado em trinta dias (art. 31), mas a doutrina entende que os peritos
será autuado em separado e as partes poderão apresentar quesitos. O laudo deve ser
entregue antes da audiência para que as partes possam ter ciência de seu conteúdo e,
eventualmente, fazer algum questionamento. O juiz não pode sentenciar antes da sua
chegada. Dependendo das conclusões dos peritos, poderá ser o réu considerado
referida lei não estaria em vigor, haja vista, o Art. 27, utilizar a seguinte expressão: “O
procedimento relativo aos processos por crimes definidos nesta Lei rege-se pelo
pela nova lei. Neste sentido: Alexandre de Moraes e Gianpaolo Poggio Smanio,
Legislação Penal Especial, São Paulo, Atlas, 2002; Luis Flavio Gomes, Nova Lei de
Jesus, Lei Antitóxicos Anotada, São Paulo, Saraiva, 8ª Edição, 2005; nulidade do
2002, apud Rodrigo Régnier Chemin Guimarães, A nova Lei de Tóxicos – Lei
da substância entorpecente apreendida. Deverá ser juntado o laudo definitivo até o dia
quatro) horas.
Interrogatório preliminar – Prazo: 05 dias, com o réu preso e 30 dias com o réu
dias.
prazo, mas o art. 41 indica que será realizado o interrogatório na audiência, mostra por
analogia, que o prazo máximo deverá ser aquele de trinta dias, previsto para o
realidade, de uma audiência concentrada, onde irá ocorrer novo interrogatório do réu,
82
agora sob julgamento do mérito da causa, bem como serão ouvidas as testemunhas de
apreciação judicial (art. 59 CP) e ainda que o termo sobrestamento significa a suspensão
Brasileira, pág. 1296, sobrestamento este que não existe um prazo ou regras definidas na
lei e por fim observa-se a gritante omissão do instituto em não exigir a homologação
judicial do acordo. Entendo ser o referido artigo inconstitucional por cercear a ampla
83
defesa do indiciado e evitar a apreciação da lide pelo Poder Judiciário, haja vista, tratar-se
ainda da fase inquisitória e mesmo se houve-se uma homologação judicial deste acordo
ele atuar de forma imparcial. Não pode participar de negociatas sobre segurança
parcela da pena sem que houvesse o devido processo penal e o julgamento a que a
defesa pessoal tem direito. O indicado seria tratado como culpado sem que nem
Acordo previsto no art. 32, § 3º, da Lei nº 10.409/02, possui o seguinte teor:
“Se o oferecimento da denuncia tiver sido anterior à revelação, eficaz, dos demais
ao proferir a sentença, poderá deixar de aplicar a pena, ou reduzi-la, de 1/6 (um sexto)
PARTE B
21 - DA INVESTIGAÇÃO POLICIAL
85
competência funcional. Poderá o ministério público como será visto adiante solicitar
ministério publico; podendo o juiz quando instaurada a ação penal manter o sigilo com
investigativa, fatalmente o seu trabalho será fadado ao insucesso, podendo ela ocultar e
manter em sigilo os elementos que pretende colher; contudo, após a colheita que pode
telefônica, o indiciado e sua defesa terão acesso aos elementos contidos nos autos. Do
Processo Penal e principalmente o teor das leis nº 6.368/76, 10.409/02 e a lei do crime
atividades criminosas, seguindo as regras gerais dos art. 158 a 184 do CPP;
diligências;
E) Realização de acareações.
agente infiltrado.
Prevê a lei que em qualquer fase da persecução penal poderá ser autorizada pelo juiz a
público.
Não foi pela lei estabelecido o prazo da medida, omissão esta com certeza
proposital por parte do legislador, pois deve o magistrado analisar cada caso concreto.
O pedido que será efetuado pela autoridade policial será autuado em apartado
provocada.
II) Valor da prova provocada: não ocorrendo a indução por parte do agente
desta diligencia policiais e agentes de órgãos de inteligência (Abin, por ex.), sendo
como Alemanha, México, Chile, Itália, França, Panamá, Estados Unidos, Argentina e
denominada lei do crime organizado, quando em seu art. 2º inciso II, passou a prever a
autuação e o prosseguimento das investigações com relação aos delitos praticados por
organizações criminosas.
Com o advento da Lei nº 10.409/02, onde em seu art. 33 inciso II, onde também se
público, frente ainda ao principio da especialidade, haja vista, a lei nº 10.409/02 referir-se
elementos ligados ao tráfico a reger-se nos moldes da Lei nº 10.409/02, a qual felizmente
traçou claros requisitos para a sua concessão que serão a seguir abordados.
quadrilha, bem como o seu modus operandi, tornando o inquérito policial mais robusto de
elementos probatórios.
aceitável pela natureza dos fatos que outros não identificados pela polícia
ilícitas transportadas.
Não estabelece a lei o prazo para esta dilação, devendo obviamente observar-se
possuem telefone, especialmente telefones celulares. Consiste fato notório que inclusive
dentro de presídios o uso de celulares e uma constante, não havendo outro recurso eficaz
de investigação para que a policia possa tentar evitar uma serie de delitos.
telefônicas, faz referencia o citado artigo ao capitulo II da lei nº 9.034/95 (lei do crime
organizado), capitulo este que faz referência ao sigilo que deverá ser guardado pelos
envolvidos. A providencia pode ser determinada para a investigação criminal (até antes,
determina os requisitos para a sua admissão pelo judiciário nos seus arts. 2º e 4º, a saber:
III – Que a infração a ser apurada não seja punida com pena de detenção;
91
IV – Descrição clara da situação a ser investigada e sendo possível a qualificação dos
envolvidos;
podendo ser acompanhada pelo ministério público, ao qual deve ser dada ciência.
O prazo da interceptação e de 15 dias renováveis por igual período, não limitando a lei
a quantidade de renovações. Nada impede, também que surgindo fatos novos, o requerente
para a sua realização. Todo o teor das conversas monitoradas e gravado em uma mídia,
esta a justiça.
preparados para efetuarem ligações sem custo para o seu possuidor, fraudando assim as
Muito comum também e a utilização de aparelhos que utilizam o denominado “chip” que
com a sua substituição também se troca o número do aparelho dificultando assim o seu
monitoramento.
92
No requerimento de interceptação deverá a autoridade policial ou membro do
requerer que seja incluído na ordem judicial o seguinte: a) identificação pelas operadoras
de texto; b) fornecimento dos dados cadastrais dos números monitorados e dos respectivos
para se obter uma localização aproximada do individuo que esta operando o terminal de
telefonia móvel.
privacidade quando “a gravação de conversa telefônica for feita por um dos interlocutores
desde último” (HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJU 25.09.98). Assim, o
Supremo Tribunal Federal tem aceitado como lícitas as provas colhidas através de escuta
telefônica, mesmo sem autorização judicial, em alguns casos, desde que a conversa tenha
sido gravada por um dos interlocutores. Porém, se a referida gravação foi feita por um
terceiro, a prova é considerada ilícita: “a prova obtida mediante a escuta gravada por
detenção, conexo ao crime apenado com reclusão? A interceptação telefônica pode ser
Tribunal de Justiça, nos autos do RHC n.13.274, em 26.8.2003, sendo relator o Ministro
Gilson Dipp. Em primeiro lugar, no que se refere ao crime apenado com detenção conexo
com o crime apenado com reclusão, entendeu-se pela não-exclusão precipitada desse
crime, pois cabe ao juiz avaliar se há provas e definir eventual condenação, até "porque é
medida, o Ministro relator sustentou a sua admissão por igual prazo inúmeras vezes, pois
único do artigo primeiro da Lei nº 9.296/96. Prevê o § único do Art. 1º: “O disposto nesta
telefônicas, salvo, no ultimo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
discussão com a expressão constitucional “no ultimo caso”, pela leitura do referido inciso
símile, transmissão de dados (e-mail, MSG etc) entre outras. Ademais, do ponto de vista
técnico, comunicação telefônica é a comunicação de voz entre pessoas por meio de uma
rede interligada que se utiliza de cabos de metal, fibras óticas ou ondas eletromagnéticas.
Neste sentido, Vicente Greco Filho, Interceptação telefônica, Editora Saraiva, São Paulo,
94
2ª Edição, 2005, Pág. 17: “Com esse entendimento, a conclusão é a de que a Constituição
não a de dados e muito menos as telegráficas (aliás, seria absurdo pensar na interceptação
correspondência)”.
É muito comum na atualidade nos deparamos na mídia com gravações efetuadas sem o
a gravação efetuada pela polícia em locais públicos, ruas, praças etc, onde ocorrem
atividades ilícitas (tráfico de drogas, roubos, estelionato etc). Este tipo de prova e valido
no processo penal? Entendo, no primeiro caso da filmagem em que uma das partes não
tem conhecimento, parte esta que na maioria das vezes esta praticando uma extorsão ou
uma ameaça, o recurso da filmagem e a única maneira da vitima poder provar a ocorrência
do delito, podemos utilizar por analogia o já citado julgado do STF referente à gravação
de conversa telefônica por apenas uma das partes, julgado este que considerou como
sendo licita a prova. Com relação a filmagens em locais públicos, não e necessária
autorização judicial para faze-lo, tendo a autoridade policial, obrigação legal de investigar
totalmente dominados pelo poder do tráfico de drogas, que se torna inviável outros
praticamente inexistente.
porém elas não podem servir de manto para a impunidade de elementos inescrupulosos
que põem em risco toda a coletividade com seus atos ilícitos. Nestes casos o aplicador do
2001 – Relator: Dês. Walter Guilherme. PROVA – Gravação ambiental, levada a efeito
Meio probante que não ofende os direitos constitucionais do agente que exige vantagem
ademais, que, ainda que considerada ilegal, não tem o condão de tornar nulo o processo,
indevida, pois se trata de expediente para salvaguardar os direitos da vítima, que agiu em
legítima defesa. Ademais, ainda que considerado ilegal, tal meio probatório não tem o
natureza cautelar, tendo por objeto dar apoio à persecusão penal, sendo resguardado futuro
ressarcimento das responsabilidades patrimoniais que podem vir a surgir com a revelação
dos fatos e ainda visam evitar que o indiciado possa extrair vantagens de suas ações
ilícitas.
Segue uma definição de seqüestro formulada por Vicente Grego Filho em seu livro
caso de produtos do crime ou adquiridos pelo agente com a prática do fato criminoso”.
Indisponibilidade por sua vez é a medida cautelar que tem o objetivo de proteger o
ressarcimento dos danos que o acusado causou com a sua conduta e de garantir que os
seus bens adquiridos de forma ilícita possam no momento adequado ser retirados
origem lícita dos objetos seqüestrados ou colocados sob indisponibilidade. Essa inversão
apreendida (art. 45, § 1º., da Lei 10.409/02). Anteriormente o pedido era apresentado pelo
Deverão ser adotadas pelo juízo medidas visando a conservação dos bens apreendidos,
dessas substâncias.”.
Evidentemente que serão assegurados os direitos de terceiro de boa-fé. Ex: uma pessoa
compra um caminhão com alienação fiduciária e utiliza-o para traficar. Neste caso, a
decretação da perda do bem iria prejudicar a instituição financeira. Muito comum também
e a locação pelos traficantes de veículos para o transporte de drogas, a locadora neste caso,
pratica dos crimes previstos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia
dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer
embarcações, aeronaves etc, os quais eram utilizados nas atividades dos crimes previstos
na lei antitóxicos, quer seja para melhor instrumentalizar a atividade policial quer seja
21.9 – INFORMANTES
policial e seus agentes e de suma importância para a investigação dos mais variados
ilícitos e especialmente o tráfico de drogas, pois muitas vezes uma pessoa que não e dos
99
quadros policiais tem mais facilidade para a obtenção de informações. Deve, no entanto a
autoridade policial, tomar muito cuidado com estes elementos, mantendo-os fora das
atividades policiais, as quais devem ser exercidas com exclusividade por policiais de
na gíria policial aquele elemento que não e policial, porém fica dentro da delegacia
As denúncias formuladas por pessoas que não desejam revelar a sua identidade são por
vezes de grande ajuda nas investigações e devem ser registradas pela equipe de plantão,
para serem juntadas posteriormente em um futuro inquérito policial que vier a ser
O investigador deve atribuir sempre um valor relativo a estas informações, pois elas
podem partir de pessoas motivadas por diversas razões (vingança, sadismo, desequilíbrio
mental, brincadeiras etc). O policial vai valer-se das mesmas para dar inicio as suas
investigações, estas e que vão lhe dar um real subsidio para confeccionar um juízo de
O traficante se utiliza, dos mais variados subterfúgios para esconder a droga visando
entorpecente, o que muitas vezes e impossível, quando ele esta, por exemplo, enterrado
residências quando o morador não estiver dentro do chamado estado de flagrante delito,
hipótese esta que não se faz necessário ordem judicial para a entrada em residência alheia.
Do contrario deverá a autoridade policial com fulcro no artigo 240 do Código de Processo
Penal e artigo 5º, IX, da Constituição Federal, representar pela busca e apreensão
busca em veiculo automotor quando este transitar em via-pública. Segue uma interessante
decisão do 3º TRF extraído do livro do jurista Damásio de Jesus, Lei Antitóxicos Anotada,
Sariva, 8ª edição, 2005, p. 171 : “De acordo com o TRF da 3ª Região: “a busca realizada
interior do seu organismo, em cápsulas ingeridas pelo sujeito ativo do crime de tráfico de
entorpecentes, não se submete às regras do art. 5º, XI, da CF, que se restringe à busca
mandado para fins de prisão em flagrante de pessoa que esteja praticando ilícito penal,
101
como seria o caso de crime de tráfico de entorpecentes”, e, ainda. “a submissão da pessoa
a exame radioscópico para constatar a presença das cápsulas estranhas ao seu organismo
sendo dispensável mandado judicial e estando legitimada a conduta dos policiais desde
que seja caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse
de arma proibida ou de objeto ou papéis que constituam corpo de delito, ou ainda quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar, visando a apreensão dos objetos
introdução das mesmas nos órgão genitais das “mulas”, obrigando assim a polícia e os
SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES
A única droga que e produzida em todas as suas etapas em nosso País e a maconha,
solo propicia ao seu desenvolvimento. Estados como Bahia, Pernambuco e Alagoas, são
município de Belém do São Francisco. Tanto na Bahia como em Pernambuco as terras que
são banhadas pelo rio São Francisco e em ilhas do mesmo e comum o encontro de
plantações da droga.
abundancia e solo fértil, e comum também o largo uso de agrotóxicos para se evitar
pragas.
especializada e de alto risco, haja vista, ser muito comum as grandes plantações possuírem
alcance (fuzis).
desapropriação das terras foi regulamentada pela Lei nº 8.257/91, que dispõe acerca do
como do usuário de entorpecente, que deve ser realizado sempre visando a identificação
contas bancarias, veículos e imóveis utilizados ou adquiridos com o dinheiro obtido com o
tráfico, localização de armas, obtenção dos vulgos dos comparsas, extração da confissão
ser utilizada uma sala com poucos móveis, decoração discreta e de cor neutra. Deve
conforme o caso poderá ter um pequeno mural, onde serão fixadas fotos tiradas no dia a
interrogador que deverá ter em mãos uma pasta com farta documentação, a qual o
interrogado não terá acesso, esta técnica permitira ao interrogador fazer crer ao
interrogado que possui em seu poder farto material probatório, o que ira fazer com que as
caminhando da maneira que deseja, deve pedir licença ao interrogado e sair da sala
alegando, por exemplo, que vai atender a um telefone urgente, o que inclusive ira, deixar o
sobre esta pessoa como, por exemplo: fazer a pesquisa da sua vida pregressa, conversar
com os Policiais que efetuaram a investigação, obter detalhes da vida pessoal do mesmo,
sendo salutar inclusive que o faça, existem defensores que apesar de presentes ao
como, por exemplo, tortura do seu cliente. Deve a Autoridade Policial, mesmo o defensor
não querendo assinar ao auto, consignar a sua presença no recinto e sua recusa
presentes (no mínimo duas) e depois submeter o interrogado a exame de corpo de delito.
da respectiva fita.
deixa de ser uma oportunidade impar para o interrogado oferecer a sua defesa,
Prevêem os Art. 2º, inciso III da Lei nº 9.034/95 e Art. 34 inciso I da Lei nº 10.409/02,
a possibilidade de acesso a dados bancários, fiscais e eleitorais, bem como a sua colocação
decretada pela autoridade judiciária competente, é regida pela leitura conjunta dos Arts.
1º, § 4º, e 3º da Lei Complementar 105/200, podendo ela ser decretada para a apuração de
Complementar 105/01.
Deve o servidor público que tiver acesso a dados oriundos de quebra de sigilo bancário
resguardar o devido sigilo e fazer uso devido dos mesmos sob pena de responsabilização
penal, civil e administrativa, possuindo responsabilidade objetiva pelo mau uso destes
22 - IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
9.034/95, a qual dispõe que mesmo que identificados civilmente, será realizada a
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
fins comerciais.”. Concluímos da leitura deste artigo, portanto, que em situações que se
poderá se utilizar à imagem de pessoas. Por exemplo: A Polícia prende um estuprador que
organização criminosa etc, poderá ser muito útil para fins do interesse da justiça e da
de uma acusção estatal. Todo ato acusatório precisa ser revestido da mais absoluta
Qualquer descompasso entre o flagrante – espécie de notitia criminis que deflagra uma
remessa pela autoridade policial de cópia do auto lavrado. Esta exigência será facilitada
pelo Poder Judiciário com a criação de mecanismos de plantão para o comando temporal
não se torne inviável pela falta de possibilidade prática para o bom cumprimento
normativo. A valoração do que seja o advérbio temporal “imediatamente” não poderá ser
preso ou à pessoa por ele indicada; a informação sobre o direito que o preso tem de ser
de 13 de maio de 2005 (lei do flagrante eficiente) e por fim expedição de nota de culpa
devidamente explicitada.
O auto de flagrante regular conterá elementos suficientes para que seja demonstrada a
justa causa para a prisão. A autoria será retratada, apontando-se as circunstancias que
formalidade legal ou constitucional, este relaxamento deverá ser feito de ofício pelo Juiz
da defesa. As investigações continuam, porém, sem que a coação penal direta seja
Prisão preventiva e uma medida cautelar, que priva o indigitado de sua liberdade com
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, devendo haver para a sua decretação
prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria. A medida e prevista nos Arts.
Existem muitos autores que tecem duras criticas a prisão preventiva, no entanto
praticamente todos concordam em um ponto, que a mesma e um mal necessário. Mal porque
qualquer privação de liberdade antes da sentença condenatória com transito em julgado e uma
medida odiosa, porém decreta-se a mesma para que se evite por vezes um mal maior, ou seja
que o indigitado com sua liberdade venha a atrapalhar ou inviabilizar a colheita de provas,
torne uma ameaça à ordem pública. Em razão disto dizia Faustin Hélie: “A prisão preventiva
é, ao mesmo tempo, uma medida de segurança, uma garantia da execução da pena e um meio
CPP, que são os seguintes: “prova da existência do crime” e “indícios suficientes de autoria”;
crime ocorreu; o segundo pressuposto reza que se deve contra o indigitado haver quase que
uma certeza da sua participação no ilícito, não se faz necessário no entanto indícios
concludentes como em uma condenação, mas indícios suficientes para fazer crer no julgador
que o indigitado e o possível autor do ilícito. Deve existir o chamado fumus boni júris, para
Refere-se a lei no mesmo Art. 312 do CPP, ao chamado periculum in mora. Deve o
julgador ao decretar uma prisão preventiva basear-se nos seguintes elementos: a) garantia da
Entende-se por ordem pública a chamada paz social onde os indivíduos integrantes de
réu seja por ser um criminoso contumaz de alta periculosidade, seja por haver indícios que o
mesmo ira praticar crimes contra a vitima ou seus familiares, devera a medida cautelar ser
decretada evitando-se um mal maior; ainda nas palavras de Tourinho em seu livro Processo
Penal Vol. 03, 25ª edição, pág 490: “Ordem pública, enfim, é a paz, a tranqüilidade no meio
social. Assim, se o indiciado ou réu estiver cometendo novas infrações penais, sem que se
indiciado estar sendo ameaçado pela vitima ou familiares desta estaria autorizado a decretação
da medida cautelar; entendimentos estes certamente equivocados, haja vista, ser um absurdo o
estado ao invés de garantir a integridade física do réu, para que ele seja devidamente julgado,
art. 20 da lei nº 8.884/94, “lei antitruste”, ou ainda nas leis nº 8.137/90, 7.492/86, 1.521/52
etc. Tourinho em sua já citada obra na pág 492 diz: “... é defensável a decretação da prisão
testemunhas falsas, ou seja, praticando atos que possam prejudicar a colheita de provas para a
Poderá o réu ou indiciado prejudicar a aplicação da lei penal quando, por exemplo, se
de bons antecedentes, de ter residência fixa e profissão definida, de ter instrução superior, ser
industrial, ter família etc, havendo farta jurisprudência nestas hipóteses. Da mesma forma não
decretação.
111
A prisão preventiva depende diretamente de circunstancias pessoais do acusado para a
sua decretação, podendo não haver igualdade de tratamento entre co-réus em caso de
concurso de pessoas, sendo admissível a medida com relação a um e não a outro co-autor.
decretação da prisão preventiva. Somente será possível a imposição da medida nos crimes
dolosos, sendo, portanto incabível em crime culposo. Devera ainda o crime ser apenado com
reclusão. Poderá haver decretação da prisão preventiva em crimes apenados com detenção
quando se ficar demonstrado nos autos que o indiciado e vadio, entende-se por vadio o
disposto no art. 59 da LCP “entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para
o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria
subsistência mediante ocupação ilícita.” Ou ainda quando existir duvida com relação a
identidade do indiciado, seja por que o mesmo não forneceu dados suficientes seja outros
motivos. Ainda caberá a decretação da prisão preventiva quando o réu já houver sido
condenado por crime doloso com sentença transitada em julgado. Não se admite em razão da
lei utilizar-se da palavra crime a decretação da prisão preventiva nas chamadas contravenções
penais.
Não será permitida a decretação da referida mediada cautelar nos termos do Art. 314
do CPP, na hipótese do Juiz verificar que existem nos autos provas que indicam ter o
instrução criminal obedecendo ao disposto no art. 311 do CPP. Não existe qualquer obste
julgar necessário.
112
Existem entendimentos que não e possível o deferimento da medida na hipótese da
devolução dos autos por parte do Ministério Público a Autoridade Policial para a realização
de novas diligencias (RT 564/330, 572/358). Argumentando-se para tanto que se existem
medida nesta hipótese (RT 598/394). Após a decretação da Prisão Preventiva caso a mesma
seja decretada no decorrer do inquérito policial terá a Autoridade Policial 10 dias para
Não existe recurso contra a decisão que decreta a prisão preventiva restando ao
fundamentação legal, inexistência dos pressupostos etc. Da decisão do Juiz que indeferir o
Não poderá a prisão preventiva ser cumprida desde 05 dias antes e 48 horas depois o
enceramento das eleições, conforme o disposto no Código Eleitoral. Esta medida, causa sem
duvida, estranheza por conceder um verdadeiro salvo conduto aos marginais que se encontram
com a prisão decretada e poderão neste período caminhar livremente pelas ruas afrontando as
Tanto o despacho que conceder como o que denegar a prisão preventiva devera ser
fundamentado, conforme o Art. 315 do CPP, sob pena do Magistrado ver a sua decisão
preventiva nos termos do Art. 317 do CPP poderá servir no entanto de circunstancia que
preventiva no decorrer do processo, caso venha observar ausência de motivo para a sua
A medida poderá ser decretada, conforme o disposto no Art. 311 do CPP, mediante
mediante a representação da Autoridade Policial, até mesmo porque esta autoridade vislumbra
seus deveres conforme dispõe o Art. 12 Inc. IV do CPP. Evidentemente que a Autoridade
prevista na Lei nº 7.960 de 1989, tendo sido criada com o escopo de eliminar as chamadas
de 1988 eram amplamente utilizadas. A prisão temporária e uma medida acauteladora que
graves.
Esta modalidade de supressão da liberdade somente poderá ser imposta por ordem
judicial, na fase do inquérito policial e pelo prazo de 05 dias prorrogados por igual período ou
ainda na hipótese da ocorrência de crimes hediondos, Lei nº 8.072/90, pelo prazo de 30 dias
As hipóteses de cabimento desta custodia cautelar estão previstos nos incisos do Art.
inquérito policial”; podemos concluir por este inciso primeiramente que a prisão em estudo
nunca poderá ser decretada antes da instauração por parte da Autoridade Policial do
competente inquérito. Será necessária a custodia do indiciado quando este de qualquer forma
114
puder prejudicar a colheita de provas e a completa elucidação do ato criminoso, devendo a
policiais; “II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
policial; “ III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
doloso (art. 121, caput, e seu § 2º); b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§
1º e 2º); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º); d) extorsão mediante seqüestro (art.
159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223
caput, e parágrafo único); g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação
com o art. 223 caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o
art. 223 caput, e parágrafo único) i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º); j)
(art. 270, caput, combinado com o art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código
Penal; m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei 2.889 de 1.10.1956), em qualquer de suas formas
típicas; n) trafico de drogas (art. 12 da Lei 6.368, de 21.10.1976); o) crimes contra o sistema
financeiro (Lei 7.492, de 16.06.1986).”; foram estes delitos elencados na lei em estudo em
razão da revolta social que provocam com sua ocorrência necessitando o aparato estatal dar
uma rápida resposta à sociedade, além da prisão de seus autores servir de exemplo a futuros
autoria do indiciado nos referidos crimes e ainda prova da materialidade do fato, elementos
e qualquer infração e o inciso III somente a aquelas ali relacionadas. A doutrina e o direito
temporária apenas àqueles crimes previstos no inciso III. Restrição esta a meu ver salutar,
Deverá o despacho do Juiz que decretar a prisão temporária ser fundamentado sob
pena de nulidade. Nada impede que o despacho seja posteriormente reconsiderado caso se
Será a prisão temporária segundo o Art 2º da Lei nº 7.960/89, apreciada pelo Juiz
Juiz deverá obrigatoriamente encaminhar os autos para o Ministério Publico opinar. O parecer
decorrência da mesma lei todas as comarcas e seções judiciárias haver um plantão permanente
Será o mandado de prisão expedido em duas vias sendo que uma delas servira de nota
de culpa ao indiciado. Devera o indiciado ainda no momento de sua prisão ser informado de
Sim poderá. Hipótese, no entanto de difícil ocorrência na pratica, haja vista, que o
Policial inclusive incorrer em abuso de autoridade caso de outra forma venha a proceder. No
entanto poderá ocorrer que após a regular autuação em flagrante do conduzido chegue ao
valer-se para tanto a Autoridade Policial do disposto no § 1º do Art. 304 do CPP, o despacho
que relaxar a prisão deverá ser fundamentado apresentando as razões da medida. Dispõe o
referido dispositivo legal que: “resultando das respostas fundada suspeita contra o conduzido,
a autoridade mandara recolhe-lo à prisão ....” , diante da leitura deste parágrafo chegamos a
conclusão que se não resultar suspeita poderá a Autoridade Policial relaxar a prisão do
flagranteado, no mesmo sentido Fernando da Costa Tourinho Filho, Julio Fabbrini Mirabeti e
concessão de medidas cautelares, referente aos crimes previstos na Lei nº 6.368/76. Será
Art. 109 da Constituição Federal, para proceder à investigação, quando ocorrer tráfico
hipótese que será competente a Justiça Militar) ou ainda quando o delito for praticado em
empresas públicas.
julgado a droga enviada ao Ministério da Saúde, o qual deverá decidir o seu destino.
Na pratica a aplicabilidade na integra deste artigo se torna inviável, haja vista, muitas
27 - LAVAGEM DE DINHEIRO
denominada lei de lavagem de dinheiro. Mas passados sete anos será que os órgãos do
sistema penal sabem utiliza-la? Não. Sabemos prender, mas não sabemos recuperar ativos.
São Paulo, 2003, pagina – 38. “Desse modo, entende-se que a lavagem de dinheiro
Prevê o Art. 2º da mesma lei: “Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos
preocupação esta certamente por ser o tráfico de drogas, um dos delitos que mais se
dedica a lavagem de dinheiro. O traficante ao obter lucro com sua atividade maléfica
dinheiro, ocorrer de formas mais simples, como por exemplo, a utilização de “laranjas” ou
de empresas etc, ou ainda de formas mais sofisticadas, como por exemplo, o envio de
da ação penal pelo delito de lavagem de dinheiro. Certamente foi incluída esta previsão de
Autoridade Policial, que estiver presidindo uma investigação sobre tráfico de drogas,
deverá durante o curso dela ou ainda, após a prisão do traficante, fazer um levantamento
120
dos bens por ele adquiridos e procurar relacionar os mesmos com o dinheiro ilícito,
ganhos por ele alegados, procurando ainda investigar a saúde financeira dos supostos
criminoso sempre pequenos depósitos para não levantar suspeitas do COAF, utilizando-se
Deverá, portanto ser demonstrado, sob pena de naufragar a ação penal do delito em
perante o Juiz para solicitar a restituição dos bens, evitando-se com isto que o acusado
acusado.
mundo.
para esses ilícitos ser de 3 anos, parece-nos absolutamente inviável a aplicação dos
121
benefícios da Lei nº 9.714/98, aos traficantes. Com efeito, existe lei especial tratando do
tema, qual seja, a Lei nº 8.072/90, que em seu Art. 2º, § 1º estabelece o cumprimento
terrorismo. As novas regras são genéricas e, portanto não podem se sobrepor à lei especial
que é expressa a respeito do assunto. Como substituir a pena privativa de liberdade pela
Ademais, chega a ser extremamente estranho que o juiz imponha uma pena substitutiva ao
traficante e, caso este descumpra a pena imposta, seja revogado o beneficio e tenha ele de
Esse, porém, não é o único argumento, o Art. 44, III, do CP, somente permite a
significa ignorar que ele comete o delito apenas em busca de lucros financeiros, sem
qualquer pudor em relação a toda gama de malefícios que traz à sociedade. O traficante,
de grande ou de pequeno porte (já que os esforços se unem para que o tóxico cheque ao
destinatário final) é um dos responsáveis diretos pela onda de crimes que avassala o país:
chacinas cometidas quase que diariamente na luta por pontos de vendas de entorpecentes,
como intermediários do tóxico, tráfico de armas etc. Além disso, não podemos esquecer
os males que a droga traz para a saúde e para a própria vida do usuário, seja ele viciado ou
não.
122
Por todos motivos, parece-nos que a substituição por pena restritiva de direitos não é
medida suficiente para a repressão e a prevenção do crime, de tal sorte que o traficante
Os que defendem a aplicabilidade do instituto ao tráfico alegam que o juiz não deve se
quer fixar o regime de cumprimento de pena quando percebe ser possível a substituição
em razão do montante da pena fixada. Esse argumento, entretanto está em desacordo com
o texto legal, uma vez que os incisos do Art. 59 estabelece uma seqüência a ser seguida
pelo magistrado, sendo certo deve ser fixado o regime (inc. III) e só posteriormente
verificada a possibilidade de aplicação de pena substitutiva (inc. IV). Assim, o juiz fixa o
Outro argumento dos defensores da tese que permite a aplicação das penas restritivas
aos traficantes é de que a pena alternativa melhor se adapta e é mais justa no caso de
todavia apesar de os manuais de direito ensinarem que o delito em tela é o trafico, e quase
alternativas.
29 -CONCLUSÃO
O tráfico de drogas e uma das atividades ilícitas que mais trazem lucros aos seus
policial/militar, além estreita ligação com o poder publico, judiciário, policias e ministério
público. Muitas campanhas eleitorais são financiadas com o dinheiro do tráfico de drogas,
123
comprometendo assim uma parcela de políticos, que depois de eleitos terão que trabalhar
Será necessário para combater este ilícito a adoção de diversas medidas de caráter
seqüestro de bens e lavagem de dinheiro, visando que o proveito obtido com o trafico seja
remuneração dos órgão policiais evitando-se com isto a corrupção; retornar para a
sociedade, pois o criminoso não escolhe hora para delinqüir e normalmente fazendo-o em
aprovado em concurso público e ainda passou por meses de academia de polícia para
poder exercer o seu cargo; Outra medida importante para o bom andamento da
intimado por varias vezes deixa de comparecer, sem qualquer justificativa na Delegacia,
Policial, pois e fato comum em nosso País quando o Delegado durante a investigação
transferência pelo poder político que coloca em seu lugar outro Delegado a serviço dos
Policia Federal, flagrou o publicitário Duda Mendonça em uma rinha de galos, tendo sido
Pouco tempo após veiculou nos meios de comunicação que o referido Delegado tinha sido
Prevê a Constituição Federal em seu Art. 144 § 1º, III, que incumbe a Policia Federal,
absurdo acreditar que com um País com as dimensões continentais do Brasil, tem a Policia
Federal condições por mais boa vontade e profissionalismo que tenham seus integrantes
ostensivo, e ainda desenvolver todas as outras atividades que lhe são pertinentes. É fato
notório que a única droga que o Brasil, produz e a maconha, todo o restante entra pelas
nossas fronteiras, por onde ainda e praticado o tráfico de armas e animais, contrabando,
saques a nossa flora, passagem de veículos e cargas roubados em nosso território além de
tantos outros delitos. Quem deveria fazer este tipo de policiamento, são as Forças
Armadas, que até pela sua natureza teriam melhores condições de desenvolve-lo, devendo
atualmente, com o jovem que ingressa para o serviço militar obrigatório, chegando a ficar
por oito anos no quartel quando atinge o posto de cabo ou quatro anos como soldado,
sendo que muitos deles acabam por não serem assimilados no mercado de trabalho, afinal
aprenderam apenas a serem militares, e estando desempregados são presas fáceis dos
traficantes, assaltantes de bancos e outros criminosos, que pagam para que o ex-militar
quadrilha. O Brasil precisa de uma Força Armada pequena, profissional e bem equipada
para guarnecer as nossas fronteiras. Atualmente não se pode dizer que os milhões gastos
com as Forças Armadas brasileiras são bem empregados, afinal qual e a utilidade social
Necessário também e que seja feito de fato, como já existe em diversos países, um
banco de dados nacional das pessoas, onde todas os organismos policiais, de inteligência e
qualificação, dados da receita federal, Justiça Eleitoral, Serasa, SPC etc. Deverá este
banco de dados ter as fotos, impressões digitais e tipo sanguíneo de todas as pessoas,
informações estas que seriam incluídas no momento em que alguém tira o documento de
identidade por exemplo, devendo ainda existir um cadastro especifico de condenados onde
se teria a foto, impressões digitais (palmares e plantares), arcada dentaria, tipo sanguíneo e
o DNA do condenado, o que sem duvida iria ser de grande utilidade na elucidação de
crimes, hoje quando em um local de crime, e encontrado uma impressão digital, um fio de
praticamente nada pode ser feito se a Autoridade Policial, não tiver um suspeito para fazer
a devida comparação, existindo este banco de dados em minutos , o autor do crime seria
autorizados.
que inclusive dentro dos presídios continuam comandando o crime. Deve o legislador
meses deveria ocorrer um recadastramento sob pena do usuário ter a sua linha bloqueada.
que se desenvolva uma tecnologia capaz de uma localização geográfica exata e rápida do
usuário do telefone móvel (utilização de GPS, por exemplo), providencia esta que em
e armas, seqüestros e o seu uso no interior de presídios. Não basta nos presídios a
de telefone celular preferido dos marginais e aquele que possui “chip”, sendo freqüente a
prisão de traficantes, por exemplo, que possuem em seu poder dezenas de “chips” pois
cada vez que o substitui, troca o número da linha telefônica, dificultando a monitoração
telefônica, deveria ser proibida a comercialização deste tipo de aparelho no Brasil, o qual
brutalidades praticadas por adolescente que se valem da idade como um verdadeiro manto
127
da impunidade, para praticarem atrocidades, evidentemente que não proponho aqui a
colocação de pessoas com 16 anos no inicio de uma carreira de crimes, juntamente com
adequadas para pessoas nesta condição, mas que de fato sejam sancionados por seus
delitos. Proponho inclusive que acha um atenuante de pena, 1/3, por exemplo, para
pessoas que estejam entre 16 e 18 anos incompletos e pratiquem delitos, o que não mais
pode ser tolerado e que após matar pessoas, traficarem drogas, comandarem quadrilhas e
tantos outros delitos de extrema gravidade e que estes “menores” fiquem a rir das pessoas
incompletos, caso cometam atos infracionais, que sejam submetidos a mediadas sócio-
educativas que possam chegar a no mínimo 5 anos e não os pífios 3 anos atuais.
Já para os maiores de 18 anos, deverão diminuir os benefícios das penas pela pratica
outro lado os delitos de pequeno potencial ofensivo, devem ser como já ocorre aplicada a
pratica de crimes de menor potencial, a própria Autoridade Policial, possa passar a aplicar
tais medidas, agilizando assim o cumprimento das penas alternativas, matéria jornalística
interessante neste sentido: Revista ISTOÉ, Editora três, nº 1874, 14 de setembro de 2005,
Nagashi Furukawa, Ele defende uma reforma legal para fixar o valor mínimo como
policial teria condições legais de liberar o infrator. “Se alguém levar 100 vezes uma caixa
de fósforo de uma loja, serão 100 insignificâncias. Se outro levar 20 vezes uma caixa de
128
chocolate, serão 20 casos de bagatela. O status permanece de crime insignificante. Não é
aceitável colocar na prisão alguém envolvido apenas com este tipo de crime”.
proventos, fato inclusive que deveria ter tipificação penal especifica, mesmo que não se
consiga provar que o servidor teve envolvimento com corrupção ou qualquer outro ilícito,
o simples fato dele não poder ou não querer provar a origem de um aumento exagerado e
sem causa aparente, do patrimônio dele ou de seus parentes mais próximos, deve dar
ensejo a punição.
129
30 – REFERÊNCIAS
Código de Processo Penal Anotado – Damásio E. DE Jesus – Ed. Saraiva – São Paulo/SP
Manual de Direito Penal – Julio Fabbrini Mirabete – Ed. Atlas – Volume 1 – 12ª Edição –
Lei Antitóxicos Anotada – Damásio E. DE Jesus – Ed. Saraiva – 8ª Edição – 2005 – São
Paulo/SP;
Drogas – Um Guia Para a Família – Dr. Rubens Barros de Azevedo – Ed. Grupo Saúde e
Inquérito Policial – Hildejalma Muccio – Ed. Edipro – 1ª Edição – São Paulo/SP – 2000;
Sigilo Bancário – Juliana Garcia Belloque – Ed. Revista dos Tribunais – 1ª Edição – São
Paulo/SP – 2003;
Investigação Policial – Teoria e Pratica – Luiz Carlos Rocha – Ed. Saraiva – 1ª Edição –
Legislação Penal Especial – Victor Eduardo Rios Gonçalves – Ed. Saraiva – São Paulo/SP
Estatuto da Criança e do Adolescente – Supervisão Editorial Jair Lot Vieira – Ed. Edipro
Constituição da Republica Federativa do Brasil – Ed. Saraiva – São Paulo – 27ª Edição –
2001;
Código Penal Anotado – Damásio E. De Jesus – Ed. Saraiva – São Paulo/SP – 13ª Edição
– 2002;
Tóxicos – Tráfico E Porte – Paulo Alves Franco – 3ª Edição – Ed. Lemos & Cruz – 2003
– Franca/SP;
Direito Penal – Parte Geral – Prof. Fernando Capez – Edições Paloma – São Paulo/SP – 7ª
Edição – 2001;
Novo Código Civil – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Ed. Manole – 1ª Edição –
Barueri/SP – 2002;
Código Penal Interpretado – Julio Frabrini Mirabete – Ed. Jurídico Atlas – São Paulo –
Interceptação Telefônica – Vicente Greco Filho – Ed. Saraiva – São Paulo/SP – 2ª Edição
– 2005;
131
Lavagem de Dinheiro – A Tipicidade do Crime Antecedente – Antonio Sergio A de
Moraes Pitombo - Ed. Revista dos Tribunais – São Paulo/SP – 1ª Edição – 2003.