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LÓGICA JURÍDICA
LÓGICA Ù CONHECIMENTO
LÓGICA
Como surgiu a LÓGICA?
O que é ciência?
O que é filosofia?
LÓGICA - Filosofia ou Ciência?
LÓGICA - Origem
Mas foi especialmente com Aristóteles, que a LÓGICA adquiriu a sua completude e
perfeição.
Kant, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Descartes, Locke, Hobbes, Spinosa, Stuart
Mill, entre outros
LÓGICA - Definições
A LÓGICA possibilita:
Ordenar os pensamentos a fim de evitar o erro e alcançar a verdade;
Permite ao ser humano dar passos de desenvolvimentos com mais segurança
EXERCÍCIO Nº 01
Bibliografia Básica
COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica. São Paulo: Max Limonad,
2000.
Bibliografia Complementar
BITTAR, Eduardo C.B. & ALMEIDA, Guilherme de Assis de. Curso de filosofia do
direito. São Paulo: Atlas, 2002.
O QUE É CONHECIMENTO?
Dicionário Aurélio:
1. Ato ou efeito de conhecer;
2. Faculdade de conhecer;
3. Ideia, noção; informação, notícia.
CONHECIMENTO
“ Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser
conhecido ou que se dá a conhecer.” Cortella (1999),
Por que conhecer?
O Homem procura o conhecimento movido por duas necessidades intrínsecas:
• sobrevivência
• evolução
Como se adquire o conhecimento?
• Estudo;
• Pesquisa;
• Experiências
• (individual ou social)
Quais os tipos de conhecimento adquiridos?
• Sensível
• Intelectual
O que é conhecimento SENSÍVEL?
Conhecimento adquirido através dos sentidos:
• Visão
• Audição
• Olfato
• Tato
• Paladar
CONHECIMENTO SENSÍVEL
• SENSAÇÃO: depende do órgão sensório;
• PERCEPÇÃO:é a consequência da sensação – registro da sensação;
• IMAGEM:é o que fixa na consciência.
O QUE É CONHECIMENTO INTELECTUAL?
O CONHECIMENTO produzido através do raciocínio, através do estudo, da pesquisa, do interesse.
Quem pode adquirir o conhecimento intelectual?
• Homem
• Raciocínio
Os filósofos gregos o denominaram de episteme (opinião verdadeira)
CONHECIMENTO INTELECTUAL
DIVISÃO METODOLÓGICA
• Científico
• Filosófico
• Teológico (religioso)
• Popular
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Métodos utilizados para conhecer
objeto/assunto/situação
Leis Ù fenômeno
Utiliza instrumentos
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
• Real, factual: lida com ocorrências;
• Contingente: suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da
experimentação e não pela razão;
• Sistemático: saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos
dispersos e desconexos;
• Verificável: as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
• Falível: em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final;
• Aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o
acervo de teoria existente.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
• Fruto do raciocínio e da reflexão humana;
• Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência ;
• Procura responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que
englobem e harmonizem as conclusões da ciência.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
• A essência (o que é?)
• A origem (de onde vem?)
• Seu destino ( para onde vai?)
• Seu sentido (por que?)
• Conhecimento Teológico
• Apoia‐se em doutrinas que contêm proposições sagradas, valorativas, por terem sido reveladas pelo
sobrenatural, inspiracional e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis, indiscutíveis e
exatas.
CONHECIMENTO TEOLÓGICO
O conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis,
por consistirem em revelações da divindade, do sobrenatural.
CONHECIMENTO POPULAR
É o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres
humanos.
"É o saber que preenche a nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de
um método e sem se haver refletido sobre algo". (Babini, 1957:21).
Aula 2 B
Lógica Jurídica
Lógica FormalÙLógica Jurídica
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
• IDEIA
• TERMO
• JUÍZO
• PROPOSIÇÃO
• PREMISSA
• INFERÊNCIA
• RACIOCÍNIO
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
IDEIA: representação intelectual de um objeto fato pessoa
Vale lembrar que quando se pensa em algo intangível (sentimento), não se faz representação mental, e sim,
concebe‐se uma idéia, dá‐se um sentido ao que se pensou.
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
TERMO: expressão da idéia
• Unívoco: uma única idéia: Homem (ser humano); Deus (divindade);
• Equívoco: quando se aplica a diversas idéias: manga (fruta ou roupa) calor (temperatura “tempo” ou
“humana”);
• Análogo: idéias que se relacionam por alguma semelhança: grandeza, riqueza, poder; doença, miséria
pobreza
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
JUÍZO: é o ato pelo qual se obtém condições de afirma ou negar, para finalmente julgar, emitir opinião.
É o ato de procurar a informação, para que eu possa associar aos termos, os quais eu pretendo associar e justificar
alguma a “ideia” ou melhor o termo
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
JUÍZO
Homem x Liberdade
(indivíduo)
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
Todo homem é livre Ù AFIRMAÇÃO
Nem todo homem é livre Ù NEGATIVA
(indivíduo)
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
Juízo x Proposição
Proposição = é a forma de expressar e/ou expor “verbalmente” o juízo.
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
Proposição ñ é = a Preposição
• Proposição: lógica formal
• Preposição: palavra invariável que liga oração ou parte da oração
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
PREMISSA
É a forma “expressa”, do juízo, utilizada na construção de argumentos.
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
INFERÊNCIA
Processo ao qual chegamos a uma conclusão
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
RACIOCÍNIO
É o ato pelo qual o homem adquire novos conhecimentos, ou seja, do conhecimento inicial, ele é capaz de adquirir
novos conhecimentos.
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
RACIOCÍNIO
O raciocínio baseia‐se no antecedente (já conhecido), para ir ao consequente (que deseja conhecer).
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
RACIOCÍNIO
Alguns afirmam que o raciocínio é o progresso da ciência.
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
Argumentação
Operação discursiva que organiza juízos, para deles, extrair uma conclusão, um convencimento
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados
Argumentação
Toda baleia é um mamífero;
Peixe não é mamífero;
Logo, baleia não é peixe.
LÓGICA
Objetivo fundamental:
Dirigir e orientar os atos do pensamento para o encontro e demonstração da verdade,
utilizando a análise das leis do pensamento, o estudo e a melhor maneira de aplicá‐lo.
Termos Utilizados
• IDEIA
• TERMO
• JUÍZO
• PROPOSIÇÃO / PREMISSA
• INFERÊNCIA
• RACIOCÍNIO
EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS TERMOS
O QUE É TERMO
TERMO: expressão da idéia
• Unívoco: uma única idéia: Homem (ser humano); Deus (divindade);
• Equívoco: quando se aplica a diversas idéias: manga (fruta ou roupa) calor
(temperatura “tempo” ou “humana”);
• Análogo: idéias que se relacionam por alguma semelhança: grandeza, riqueza,
poder; doença, miséria pobreza
Ideia Ù Termo
• Homem: sexo masculino Ù animal racional
• Manga: fruta Ù peça do vestuário
Remissão
ou
Remição?
Ciência Jurídica: verbal e oral
Remissão: perdão, abrir mão de algo
Remição: quitação Î pagamento
Dica Concurso: remissão: (perdão = missa = remissão)
EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS TERMOS
Para que se possa trabalhar com o argumento (o seu convencimento perante terceiros
demonstrando a verdade e/ou erro), a lógica ofereceu aos termos a metodologia da
COMPREENSÃO e EXTENSÃO.
COMPREENSÃO E EXTENSÃO DOS TERMOS
• COMPREENSÃO: é o conteúdo da idéia e a sua significação
Diz respeito às qualidades que identificam o termo.
Ex: HOMEM: abriga as seguintes qualidades: animal, mamífero, bípede, indivíduo e
racional
COMPREENSÃO E EXTENSÃO DOS TERMOS
• EXTENSÃO: é o conjunto de elementos, de formas, de objetos designados por um
único termo
Ex: Homem Î Pedro, Paulo, João
Ex: Metal Î ouro, prata, chumbo
COMPREENSÃO E EXTENSÃO DOS TERMOS
COMPREENSÃO EXTENSÃO
(idéia)
Mulher Bonita, inteligente, alegre, carinhosa, tranquila, consumista
Veículo de passeio, esportivo, utilitário, táxi,
VERDADE
O que é verdade?
Lógica Formal: verdade e erro
O que é uma verdade?
Dicionário Aurélio:
1 Aquilo que é ou existe iniludivelmente.
2 Conformidade das coisas com o conceito que a mente forma delas.
3 Concepção clara de uma realidade.
4 Realidade, exatidão.
5 Sinceridade, boa‐fé.
6 Princípio certo e verdadeiro; axioma.
7 Juízo ou proposição que não se pode negar racionalmente.
8 Conformidade do que se diz com o que se sente ou se pensa.
Lógica Formal: verdade e erro
Dicionário Jurídico
Verdade – S.f. Caráter daquilo que é verdadeiro.
Voltaire: “Humanamente falando, definamos a verdade: aquilo que se enuncia tal qual é.”
Para Aristóteles, “é aquilo que é”.
E para Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja Católica Romana, “perfeita adequação da
inteligência à coisa”.
Para concluir,
é a conformidade perfeita da consciência e do pensamento com a vontade declarada, ou
da idéia com o seu objeto.
Qualidade do que se apresenta aos nossos sentidos como existente, de maneira
inequívoca.
Comentário: Reputa‐se LITIGANTE de má‐fé aquele que alterar intencionalmente as
verdades dos fatos. A ausência da verdade é o erro (CPC, arts. 14, I e 17, II).
CAPÍTULO II
DOS DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES
Seção I
Dos Deveres
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do
processo:
I ‐ expor os fatos em juízo conforme a verdade;
...
Art. 17. Reputa‐se LITIGANTE de má‐fé aquele que:
...
II ‐ alterar a verdade dos fatos;
Conceituações da Verdade
COERÊNCIA LÓGICA
X
CIÊNCIA DO DIREITO
SEÇÃO V
Da Cobrança de Dívidas
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
COERÊNCIA LÓGICA
X
CIÊNCIA DO DIREITO
Em se tratando de processos, a VERDADE deverá ser demonstrada com o auxílio da lógica,
advinda do juízo, que certamente será apresentado em forma de provas documentos,
testemunhas, depoimentos, etc.
VERDADE X INTELIGÊNCIA
Para chegar à “verdade lógica” deve‐se usar a inteligência.
O que é inteligência?
Dicionário Aurélio
1. Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto;
2. Compreensão, conhecimento profundo;
3. Filos Princípio espiritual e abstrato considerado como a fonte de toda a
intelectualidade.
VERDADE X INTELIGÊNCIA
• Ignorância
• Dúvida
É o equilíbrio entre a afirmação e negação.
VERDADE X INTELIGÊNCIA
• Opinião
Ao contrário da dúvida, consiste em afirmar, porém, admitindo que outras razões
possam levar a negar (opinião contrária). A opinião depende da probabilidade e
dos raciocínios das razões em que se baseia.
• Probabilidade (estatística ou matemática):
Dá se quando todos os casos possíveis são da mesma natureza em número finito e
conhecido a priori. Nesses casos pode ser avaliado sobre uma forma de fração, na
qual o numerador representa o número de casos favoráveis.
Ex: Se uma urna contém 4 bolas pretas 6 brancas, a probabilidade de saírem 4 bolas
pretas são, 4 em 10.
Aula Anterior
Compreensão e Extensão dos Termos
• Compreensão (conteúdo e significação da idéia/termo);
• Extensão: atributos que serão inseridos na compreensão
Verdade
• Concepção clara de uma realidade.
• A verdade apresenta somente dois valores: verdadeiro ou falso.
Como é demonstrada a verdade no processo?
• Através das provas
Inteligência
Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto;
Circunstâncias alheias a vontade/necessidade da inteligência:
• Ignorância
• Dúvida
• Opinião
• Probabilidade
A Verdade e a Análise do Raciocínio
Análise de Raciocínio
• Toda baleia é um mamífero;
• Nenhum peixe é mamífero;
• Logo nenhuma baleia é peixe. (conclusão)
Da verdade de cada juízo, verifica‐se a verdade da conclusão.
Análise de Raciocínio
• R1 ‐ Em uma sala encerada, ao passar um jogador de futebol, calçado com uma chuteira, certamente ficará
um rastro .::.
• R2 ‐ Ora, aqui na sala há rastros .::.
• Logo por aqui passou um jogador de futebol.
Embora os juízos sejam verdadeiros, a conclusão não significa a verdade do primeiro juízo.
O primeiro raciocínio é demonstrativo o segundo apresenta uma probabilidade.
CERTEZA
O que é certeza?
• Certeza: É o estado da inteligência onde é possível visualizar a verdade.
• O que caracteriza a “certeza” é a evidência.
O que é evidência?
• Qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável, que todos vêem ou podem ver e verificar.
• E. de fato: a que se adquire pela observação.
• E. de razão: a que se obtém por meio do raciocínio.
• E. de sentimento: aquilo que nos parece exato só pelo sentimento, sem o exame da razão.
• E. dos sentidos ou evidência sensível: testemunho dos sentidos e das impressões que eles nos comunicam,
desde que considerados como elementos de convicção.
CERTEZA
• O que caracteriza a “certeza” é a “evidência”. ou seja, a forma com que a verdade se apresenta para a
inteligência.
ERRO
O QUE É O ERRO?
• Dá‐se quando “verdade lógica” (advinda dos juízos/raciocínio) não condiz com a coisa, objeto, situação, com
a qual esta se analisando, afirmando.
• Erro é considerado o oposto da verdade, ou seja, a não conformidade do juízo com as coisas.
• Trata‐se das diferenças entre o raciocínio e o objeto do raciocínio
Há diferença entre erro, ignorância e engano?
• Erro: inconformidade dos juízo com as coisas;
• Ignorância: o não saber
• Engano: consiste em não saber e afirmar sob o pressuposto que se sabe
O erro em lógica chama‐se FALSIDADE, oferecendo assim, conclusões falsas;
No aspecto moral, quando se erra conscientemente, chama‐se mentira.
A PRÁTICA JURÍDICA
CERTEZA
• Diversos estados da inteligência diante da verdade estão ligados à prova, e, consequentemente, à sentença.
• Prova: é a soma dos meios produtores de certeza; nos processos, a prova tem por objeto a certeza.
IGNORÂNCIA
• No universo jurídico, não se pode alegar a ignorância de uma lei, para justificar a ocorrência de um ato ilícito
e/ou crime.
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL
Decreto‐Lei n° 4657, de 4 de setembro de 1942
Art. 3° ‐ Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Ficção Jurídica: Todos devem conhecer as leis
OPINIÃO
• A opinião pode aparecer num processo na forma de parecer de um jurista, dando a sua interpretação para a
lei, dentro do assunto que envolve o processo, ou até mesmo, com os julgados dos nossos tribunais.
• Assim, as razões apoiadas em pareceres e jurisprudências, poderão ser aceitas ou não.
A RAZÃO
• Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos:
• Quando temos certeza de alguma coisa:, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”;
• Num momento de fúria ou de desespero: “fulano perdeu a razão”;
• “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”.
• “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede”
• Quais foram as razões que levaram este sujeito a cometer este crime?
• Como se a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar.
Assim, usamos “razão” para nos referirmos a “motivos” de alguém, e também para nos referirmos a “causas” de
alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de “razão”, mas em sentido diferente.
Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo,
causa
A RAZÃO
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa:
1. O conjunto das faculdades anímicas (alma) que distinguem o homem dos outros animais;
2. O entendimento ou inteligência humana;
3. A faculdade de compreender as relações das coisas e de distinguir o verdadeiro do falso, o bem do mal;
raciocínio, pensamento; opinião, julgamento, juízo.
4. A faculdade que refere todos os nossos pensamentos e ações a certas regras consideradas imutáveis.
A RAZÃO
Filos
a) faculdade de raciocinar discursivamente;
b) conhecimento natural que não foi revelado por Deus;
c) sistema de princípios cuja verdade não depende da experiência;
d) relação constante;
e) princípio formal de um ser;
f) motivo legítimo.
O que é razão?
• é o nome que damos à “consciência” intelectual¹ e moral²
• O conhecimento científico, da realidade natural, social, psicológica, histórica
• Observa as paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação
Ter razão:
• Estar com a verdade, argumentar com justos motivos;
• Pensar ou julgar segundo o que se considera verdadeiro;
• Ter fundamento ou motivo para o que se diz ou faz.
Princípios da Lógica
As “leis” formais do pensamento
Princípios
• Verificamos que a verdade se apresenta em dois valores: verdadeiro ou falso.
• Para que possamos erigir raciocínios (formalmente) válidos devemos, segundo os lógicos, atentar para
quatro princípios ou leis evidentes, capazes de servir‐nos de critério para o conhecimento verdadeiro.
São eles:
Princípio da Identidade
• Aquele que afirma a identidade de determinada coisa com ela mesma.
• Pode ser assim enunciado: Toda coisa é o que é
• Ele afirma que uma coisa, seja ela qual for (um ser da Natureza, uma figura geométrica, um ser humano,
uma obra de arte, uma ação), só pode ser conhecida e pensada se for percebida e conservada com sua
identidade.
Princípio da Identidade
• A é A
• Árvore é Árvore
• Homem é homem
Verifiquem que o sujeito e o predicado denotam a mesma coisa.
PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO
• Um argumento (ou as premissas que deles fazem parte), não podem ser verdadeiros ou falso ao mesmo
tempo, sob o mesmo ponto de vista.
• A é A, e, é impossível que ele seja, ao mesmo tempo na mesma relação não ‐A
PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO
• O réu é inocente
• Não pode ser considerado inocente e culpado ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista
• Duas normas de direito que se contradizem não podem ser consideradas ao mesmo tempo e para o
mesmo caso.
• lex posteriori derrogat priori (lei posterior, derroga lei anterior)
PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO
• Este princípio define a decisão de um dilema ‐ “ou isto ou aquilo” ‐ e exige que apenas uma das alternativas
seja verdadeira.
• “Ou A é x ou é y e não há terceira possibilidade”.
• “Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates”
• “Ou faremos a guerra ou faremos a paz”.
PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE ou CAUSALIDADE
• Decorre da observação da anterioridade de um evento para a inevitável ocorrência de outro como seu
consequente.
• Afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para
acontecer.
AULA ANTERIOR
PRINCÍPIOS DA LÓGICA
Para que possamos elaborar raciocínios (formalmente) válidos devemos, segundo os lógicos,
atentar para quatro princípios (ou leis evidentes), capazes de servir‐nos de critério para o
conhecimento verdadeiro.
PRINCÍPIOS DA LÓGICA
1. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE: a necessidade de identificar determinada coisa com ela
mesma.
2. PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: determinada coisa não pode ser ao mesmo tempo
verdade ou erro sob o mesmo ponto de vista.
3. PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: utilizado para definir a a decisão de um dilema:
ou isso ou aquilo, exigindo que uma das opções seja a verdadeira.
Ex: Esta professora é Ana Paula ou não é Ana Paula;
4. PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE: Afirma que tudo o que existe e tudo o que
acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer.
PRINCÍPIOS DA LÓGICA NA PRÁTICA JURÍDICA
Nesta oportunidade estarei apresentando a minha opinião para o crime ocorrido no último
final de semana (22/03/09), onde o ex‐jogador de futebol está sendo acusado de matar a ex‐
companheira, jovem de 18 anos de idade.
Não há qualquer dúvida em relação ao óbito, haja vista, a necropsia realizado no IML Central
de São Paulo, e a consequente cerimônia fúnebre.
No caso em tela, só é possível constatar duas possibilidades: houve um homicídio provocado
pelo ex‐jogador ou a vítima provocou o suicídio. Qualquer outro tipo penal, pode ser
descartado, considerando apenas a presença do casal e de uma criança com um pouco mais de
um ano de idade.
A minha opinião, antes da conclusão da investigação e posterior inquérito, é de que,
realmente foi praticado um homicídio pelo ex‐jogador de futebol, visto que, a vida em comum
do então casal, pode ser resumida: com agressões advindas de violência doméstica; a fuga da
jovem para o Estado de São Paulo, na companhia do filho menor.
Certamente esta “fuga”, foi constituída de uma única intenção: o encontro da paz interior e o
equilíbrio emocional para sua vida e de seu filho, entretanto, sua intenção foi extinta com
inúmeras facadas, que resultou no evento de sua morte.
PRINCÍPIOS DA LÓGICA NA PRÁTICA JURÍDICA
PRINCÍPIOS DA LÓGICA
Pelo que foi exposto, podemos observar que os princípios da lógica apresentam algumas
características importantes:
• não possuem um conteúdo determinado, pois são formas: indicam como as coisas devem
ser e como devemos pensar, mas não nos dizem quais coisas são, nem quais os conteúdos
que devemos ou vamos pensar;
• possuem validade universal, isto é, onde houver razão (nos seres humanos e nas coisas,
nos fatos e nos acontecimentos), em todo o tempo, tais princípios são empregados e
respeitado por todos para melhor organização e consequente entendimento do
“argumento”.
• são úteis e muitas vezes indispensáveis para o pensamento e para a verdade das coisas,
dos fatos, dos acontecimentos e etc.
O QUE É UM ARGUMENTO
Convencer, arguir (alegando, apontando, mostrar o que interessa), afirmar, declarar.
O argumento é uma “criação”, do qual utilizamos para provar e convencer alguém, afirmando
ou negando algum fato.
Um argumento é um conjunto de *premissas que utilizamos para justificar algo.
A premissa que desejamos justificar recebe o nome de conclusão.
As premissas que utilizamos para oferecer elementos para a conclusão denominamos de
premissas
*não esquecer que em se tratando de argumentos expostos de forma verbal, utilizaremos o
conceito “proposição”
CRIANDO UM ARGUMENTO
Imagine‐se, na empresa da qual você trabalha há anos executando funções de um cargo
superior ao seu, porém, esta atribuição não é “registrada em carteira”, tão pouco a
remuneração recebida, é compatível com a tal função.
Qual seria a sua justificativa para regularizar este “equívoco”?
Fui contratada pela empresa para executar a tarefa X com salário compatível. (Premissa 1)
Há 08 meses, fui designada para cumprir a função de X+1, que me exige uma responsabilidade
muito maior, da qual inicialmente fui contratada, porém, o meu salário continua referente ao
inicial, qual seja X. (Premissa 2)
Desta forma, diante do meu desempenho na função e satisfação do que vem sendo
desenvolvido, solicito que seja feito o ajuste na minha atual remuneração de X para “ X+1”.
(Conclusão)
Um argumento é um conjunto de premissas.
Podemos afirmar que um conjunto de premissas pode ser um argumento?
Nem sempre. Muitas vezes um conjunto de premissas, se apresentam como afirmações
sucessivas, se não vejamos:
Eu trabalho na função x+1, mas João não.
A Joana é nossa cliente.
O Rui é prestador de serviço.
Neste caso, não temos um argumento, porque não há pretensão de justificar uma premissa (a
conclusão) com base nas outras premissas.
Nem há nenhuma pretensão de apresentar um conjunto de premissas com uma relação entre
si.
Existe apenas uma sequência de afirmações, que não nos oferece qualquer conclusão
Um argumento é um conjunto de premissas, em que, se pretende, que uma delas (a
conclusão) seja sustentada ou justificada pelas anteriores – antecedente e consequente. (o
que não acontece no exemplo anterior).
Para que haja um argumento é necessário no mínimo duas premissas?
Seria possível construir um argumento com uma premissa, e na sequencia já oferecer a
conclusão?
Um argumento pode ser composto por uma ou mais premissas, mas só poderá apresentar
uma conclusão.
Exemplo de argumento com uma só premissa:
Exemplo 1
P: Todos os brasileiros são sul‐americanos.
C: Logo, alguns sul‐americanos são brasileiros.
Exemplo de Argumento com duas premissas:
P1: Todos os alunos do 8º semestre estudam filosofia.
P2: O Pafuncio é um aluno do 8º semestre.
C: Logo, o Pafuncio estuda filosofia.
É claro que a maior parte das vezes os argumentos não se apresentam didaticamente como
está sendo demonstrado.
Vejam, por exemplo, no argumento de Kant a favor do valor objetivo da felicidade:
"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em
si, a felicidade de cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e não apenas do ponto
de vista de cada pessoa. Dado que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir
que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial."
Neste argumento, a conclusão está claramente identificada ("podemos concluir que…"), mas
nem sempre isto acontece.
Contudo, há certas expressões que nos ajuda a perceber qual é a conclusão do argumento e
quais são as premissas.
Repara, no argumento anterior, na expressão "dado que".
Esta expressão é um indicador de premissa: entende‐se que a sequência desta expressão é
uma premissa do argumento.
Muitas vezes na leitura de um texto, nem sempre o autor constrói seu argumento de maneira
clara.
Existem algumas palavras que pode nos oferecer um parâmetro momentâneo para indicação
de conclusão e premissa.
INDICADORES DE CONCLUSÃO INDICADORES DE PREMISSAS
Por tanto Pois
Por conseguinte Desde que
Assim Como
Dessa maneira Porque
Neste caso Assumindo que
Daí Visto que
Logo Admitindo que
De modo que Isto é verdade por que
Então Em vista de
Assim sendo Como consequência de
O qual ‐ implica, acarreta, prova, significa – que Como mostrado pelo fato de
Do qual inferimos que Dado que
Resulta que Sabendo‐se que
Podemos deduzir que Supondo‐se que
Ademais
É perceptível
Argumento: LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ
Nobre Julgadora, ao examinar o conteúdo da execução proposta, bem como os presentes
embargos e todo seu conjunto probatório, não é difícil concluir que a exordial possui caráter
meramente aventureiro, e por que não dizer “vingativo”, uma vez que a Representante Legal,
através de evasivas, foge às raias do bom senso com suas assertivas, adicionando informações
que não compõem em nenhum momento a realidade dos fatos, tão pouco oferece razões para
a propositura de tal ação.
Primeiramente se faz necessário esclarecer, que diferentemente do é apresentado como
“função” exercida pela Representante Legal, “prendas do lar”, esta, encontra‐se totalmente
fora da realidade, considerando que a mesma ocupa um cargo no setor administrativo, de
uma grande empresa nacional
Ademais, é sabido que a denominação “empresário” por muitas vezes oferece a impressão de
uma pessoa bem sucedida, cuja empresa é detentora de receita mensal imensurável,
principalmente, em se tratando de um ex‐marido, que se encontra em outro Estado, sendo
impossível vislumbrar a realidade vivida por ele, com sua atual companheira. Daí a conclusão
de que a execução proposta tem um lado oculto, que pode ser delicadamente mencionado
como ânimo de vingança.
Além disso, conforme fora comprovado pelos documentos anexos, conclui‐se que ao acionar o
Poder Judiciário, cobrando débitos inexistentes, na tentativa pura e simples de prejudicar o
Embargante, a idealizadora foge as regras do bom senso, e por que não dizer, da moral e dos
bons costumes. Seria tal tentativa, possível de se caracterizar enriquecimento ilícito? Diante de
todo o exposto, tudo é possível!
Neste aspecto pode‐se concluir a total falta de respeito da idealizadora com os profissionais
envolvidos nesta ação, incluindo Vossa Excelência, haja vista o conteúdo de processos a serem
apreciados, e que, certamente, foram proposto tão somente para que fosse ofertado a Justiça;
diferentemente para o caso em tela.
PEDIDO COM BASE NA LEGISLAÇÃO: Acredita‐se que seja prudente que o espírito aventureiro
seguido do oculto “ânimo de vingança”, sejam advertidos em sentença, com a condenação de
multa de 1% (um por cento) do valor da causa, culminado com os danos, e eventuais despesas
que o Embargado efetuou, conforme preceitua o artigo 18, § 2º do Código de Processo Civil,
para que seja mantida a ordem e o respeito ao nobre Poder Judiciário.