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Lógica Jurídica

 
LÓGICA JURÍDICA

Origem da Lógica Jurídica;


Conhecimento sensível e conhecimento intelectual; O pensamento lógico;
Lógica: conceito, objeto e divisão;
Princípios lógicos;
Conceito e termo: extensão e compreensão;
Inferências mediatas;
Valor do silogismo: sofismas;
Metodologia: análise e síntese, intuição, compreensão dialética;
Lógica e teoria da argumentação;
Tipos clássicos de argumento e sua estrutura lógica;
História do Direito;
Direito Romano;
O Direito como ciência.

LÓGICA Ù CONHECIMENTO

Etimologicamente: LÓGICA vem do grego logos, que significa palavra, expressão,


pensamento, conceito.

A LÓGICA se ocupa com a razão e com o pensamento.

LÓGICA
 
Como surgiu a LÓGICA?

Quem foi o seu criador?

Qual o “por quê” da sua criação?

É uma ciência ou parte integrante da filosofia?

O que é ciência?

O que é filosofia?
LÓGICA - Filosofia ou Ciência?

Filosofia: philo = amante Ù sofia = sabedoria

Início: questionamento do homem sobre o universo

O homem começou a pensar a partir do momento que se viu cercado pelo


problema, pelo mistério, adquirindo consciência de sua dignidade pensante
Ex: roda

Desde então o filósofo refletia sobre todos os pontos da indagação humana.

A partir do século XVII Galileu promoveu uma “revolução metodológica”, ofertando


o renascimento da ciência

Ciência: estuda a particularidade de cada assunto.

LÓGICA - Origem

1. Tudo era um mito, a natureza e a “divindade eram responsáveis por tudo;


2. Surgimento da filosofia
3. Sofistas e Dialética: filósofos que se espalhavam para ofertar educação; a
arte do diálogo
4. Platão: tentou argumentos morais
5. Sócrates : Método intuitivo: busca da contradição - Negação por absurdo

Contudo, faltava alguém para ordenar (formalizar) este método - A busca do


argumento correto

Aristóteles (384 aC – 322 aC)


Filósofo grego, considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos, é o
“genitor intelectual” da LÓGICA.

A LÓGICA, tal como nos é apresentada hoje, iniciou-se com os gregos.

Mas foi especialmente com Aristóteles, que a LÓGICA adquiriu a sua completude e
perfeição.

Através da organização das idéias e criação de métodos, Aristóteles ofereceu ao


mundo a sua obra denominada Organum

Aristóteles desenvolveu a LÓGICA, como forma de chegar a um conhecimento


“coerente’ com intuito de demonstrar a verdade das “coisas”.

Sua preocupação era com as formas de raciocínio que, a partir de conhecimentos


considerados verdadeiros, permitiam obter novos conhecimentos.

Formulação de leis gerais de encadeamentos de conceitos, que levariam à


descoberta de novas verdades

Formalização de padrões de raciocínio


Argumento

Além da LÓGICA, Aristóteles prestou contribuições fundamentais em diversas


áreas do conhecimento humano, destacando-se: ética, política, física, metafísica,
psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia.

A LÓGICA de Aristóteles recebeu o qualificativo de Clássica e atravessou séculos


quase que intacta recebendo a atenção de pensadores estudiosos como:

Kant, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Descartes, Locke, Hobbes, Spinosa, Stuart
Mill, entre outros

A LÓGICA foi desenvolvida por um filósofo... A LÓGICA é um elemento da filosofia?

A LÓGICA representa um "vestíbulo" ou uma "antesala" ao exercício filosófico do


que propriamente um tentáculo da filosofia.
LÓGICA 

Aristóteles, por exemplo, a considerava um instrumento utilizado na filosofia a fim


de proporcionar maior precisão e rigor em seus argumentos.

Mas a LÓGICA não é de propriedade exclusiva do filósofo.


Todo aquele que deseja entender e desenvolver raciocínios matemáticos e
científicos deveria estudá-la.

LÓGICA - Definições

A LÓGICA é a ciência que estuda as leis gerais do pensamento e da arte de aplicá-


las corretamente na investigação e demonstração da verdade dos fatos. LÓGICA é
a arte que dirige o ato da razão, que nos permite progredir em ordem, facilmente
e sem erro.
(Tomas de Aquino)

A LÓGICA é, portanto, uma disciplina propedêutica (que serve de introdução), é o


vestíbulo da filosofia, ou seja, a antesala, o instrumento que vai permitir o
caminhar rigoroso do filósofo do cientista
(Aranha & Martins, 1993, p.79)

PONTOS BÁSICOS E PRINCIPAIS DA LÓGICA

A LÓGICA possibilita:
Ordenar os pensamentos a fim de evitar o erro e alcançar a verdade;
Permite ao ser humano dar passos de desenvolvimentos com mais segurança

EXERCÍCIO Nº 01

É sabido por todos, inclusive divulgado na própria mídia, das dificuldades e


desafios existentes para conquistar um bom desempenho na carreira jurídica. O
desafio tem seu início ao final da graduação: seja para conquistar a inscrição na
OAB; seja para o ingresso na carreira pública. Entretanto, diante das dificuldades
iniciais que visualizamos, muitas vezes, nos deparamos com profissionais
satisfeitos com suas escolhas, seja na esfera pública ou privada. Diante dos
“ideais” formados no decorrer dos anos para o seu ingresso na carreira jurídica,
apresente os seus argumentos, justificando a sua escolha pela ciência do direito,
bem como, as suas expectativas para o futuro dentro do universo jurídico.
LÓGICA JURÍDICA

Bibliografia Básica

ALVES, Alaôr Caffé. Lógica – pensamento formal e argumentação –


elementos para o discurso jurídico. Bauru: EDIPRO, 2000.

COELHO, Fábio Ulhoa. Roteiro de lógica jurídica. São Paulo: Max Limonad,
2000.

FERRAZ JÚNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica,


decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 1994.

PERELMAN, Chaïm. Ética e direito. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

REALE, Miguel. O direito como experiência: uma introdução à


epistemologia jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1992.
 

Bibliografia Complementar

BITTAR, Eduardo C.B. & ALMEIDA, Guilherme de Assis de. Curso de filosofia do
direito. São Paulo: Atlas, 2002.

POLTRONIERI, Renato. Lições preliminares de lógica formal e jurídica. São


Paulo: Juarez de Oliveira, 2002.

RANGEL JÚNIOR, Hamilton. Princípio da moralidade institucional: conceito,


aplicabilidade e controle, na constituição de 1988. São Paulo: Juarez de
Oliveira, 2001.

STRENGER, Irineu. Lógica jurídica. São Paulo: LTr, 1999.


 
 
Lógica Jurídica
  
CONHECIMENTO

O QUE É CONHECIMENTO?

Dicionário Aurélio:
 
1. Ato ou efeito de conhecer;  
2. Faculdade de conhecer; 
3. Ideia, noção; informação, notícia.  

CONHECIMENTO
   
  “ Conhecimento é a relação que se estabelece entre sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser 
conhecido ou que se dá a conhecer.” Cortella (1999),  
 
Por que conhecer?
 
   O Homem procura o conhecimento movido por duas necessidades intrínsecas: 
• sobrevivência  
• evolução 
 
Como se adquire o conhecimento?
 
• Estudo; 
• Pesquisa; 
• Experiências  
• (individual ou social) 
 
Quais os tipos de conhecimento adquiridos?
• Sensível 
• Intelectual 
 
O que é conhecimento SENSÍVEL?
 
Conhecimento adquirido através dos sentidos:
 
• Visão  
• Audição 
• Olfato 
• Tato  
• Paladar 

SÓ O HOMEM ADQUIRE O CONHECIMENTO SENSÍVEL?

CONHECIMENTO SENSÍVEL
 
• SENSAÇÃO: depende do órgão sensório; 
• PERCEPÇÃO:é a consequência da sensação – registro da sensação; 
• IMAGEM:é o que fixa na consciência. 
 
 
O QUE É CONHECIMENTO INTELECTUAL?
   
O CONHECIMENTO produzido através do raciocínio, através do estudo, da pesquisa, do interesse. 
 
Quem pode adquirir o conhecimento intelectual?
 
• Homem  
• Raciocínio 
Os filósofos gregos o denominaram de episteme (opinião verdadeira) 
 
CONHECIMENTO INTELECTUAL

DIVISÃO METODOLÓGICA
 
• Científico 
• Filosófico 
• Teológico (religioso) 
• Popular 
 
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Métodos utilizados para conhecer  
objeto/assunto/situação 
 
Leis Ù fenômeno
 
Utiliza instrumentos 
 
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
• Real, factual: lida com ocorrências;  
• Contingente: suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da 
experimentação e não pela razão;  
• Sistemático: saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos 
dispersos e desconexos; 
• Verificável: as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. 
• Falível: em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final; 
• Aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o 
acervo de teoria existente. 

CONHECIMENTO FILOSÓFICO
• Fruto do raciocínio e da reflexão humana; 
• Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência ; 
• Procura responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que 
englobem e harmonizem as conclusões da ciência.  

CONHECIMENTO FILOSÓFICO
 
• A essência (o que é?) 
• A origem (de onde vem?) 
• Seu destino ( para onde vai?) 
• Seu sentido (por que?) 
• Conhecimento Teológico 
• Apoia‐se em doutrinas que contêm proposições sagradas, valorativas, por terem sido reveladas pelo 
sobrenatural, inspiracional e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis, indiscutíveis e 
exatas.  
CONHECIMENTO TEOLÓGICO
 
O conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis, 
por consistirem em revelações da divindade, do sobrenatural. 

CONHECIMENTO POPULAR
 
É o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres 
humanos.  
 
"É o saber que preenche a nossa vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de 
um método e sem se haver refletido sobre algo". (Babini, 1957:21). 
 
 

Aula 2 B
Lógica Jurídica
  
Lógica FormalÙLógica Jurídica
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 
 
• IDEIA 
• TERMO 
• JUÍZO 
• PROPOSIÇÃO 
• PREMISSA 
• INFERÊNCIA 
• RACIOCÍNIO 
  
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 
 
IDEIA: representação intelectual de um objeto   fato   pessoa 
 
 Vale lembrar que quando se pensa em algo intangível (sentimento), não se faz representação mental, e sim, 
concebe‐se uma idéia, dá‐se um sentido ao que se pensou. 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

TERMO: expressão da idéia 
 
• Unívoco: uma única idéia: Homem (ser humano); Deus (divindade); 
• Equívoco: quando se aplica a diversas idéias: manga (fruta ou roupa) calor (temperatura “tempo” ou 
“humana”); 
• Análogo: idéias que se relacionam por alguma semelhança: grandeza, riqueza, poder; doença, miséria 
pobreza 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

JUÍZO: é o ato pelo qual se obtém condições de afirma ou negar, para finalmente julgar, emitir opinião. 
 
É o ato de procurar a informação, para que eu possa associar aos termos, os quais eu pretendo associar e justificar 
alguma a “ideia” ou melhor o termo 
 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 
  
JUÍZO
 
 Homem   x   Liberdade 
(indivíduo) 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 
 
Todo homem é livre  Ù AFIRMAÇÃO
 
Nem todo homem é livre  Ù NEGATIVA  
(indivíduo) 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

Juízo x Proposição
 
Proposição = é a forma de expressar e/ou expor “verbalmente” o juízo. 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 
 
Proposição ñ é = a Preposição
 
• Proposição: lógica formal 
 
• Preposição: palavra invariável que liga oração ou parte da oração 
 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

PREMISSA
 
É a forma “expressa”, do juízo, utilizada na construção de argumentos. 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

INFERÊNCIA
 
Processo ao qual chegamos a uma conclusão 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

RACIOCÍNIO
 
É o ato pelo qual o homem adquire novos conhecimentos, ou seja, do conhecimento inicial, ele é capaz de adquirir 
novos conhecimentos. 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

RACIOCÍNIO
 
O raciocínio baseia‐se no antecedente (já conhecido), para ir ao consequente (que deseja conhecer). 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

RACIOCÍNIO
 
Alguns afirmam que o raciocínio é o progresso da ciência. 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

Argumentação
 
Operação discursiva que organiza juízos, para deles, extrair uma conclusão, um convencimento 
 
 
LÓGICA FORMAL
Conceitos Utilizados 

Argumentação
 
Toda baleia é um mamífero; 
Peixe não é mamífero; 
Logo, baleia não é peixe. 
LÓGICA 

Objetivo fundamental: 

Dirigir  e  orientar  os  atos  do  pensamento  para  o  encontro  e  demonstração  da  verdade, 
utilizando a  análise das leis do pensamento, o estudo e a melhor maneira de aplicá‐lo. 

Termos Utilizados 

• IDEIA 
• TERMO 
• JUÍZO 
• PROPOSIÇÃO / PREMISSA 
• INFERÊNCIA 
• RACIOCÍNIO 

EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS TERMOS 

O QUE É TERMO 

TERMO: expressão da idéia 

• Unívoco: uma única idéia: Homem (ser humano); Deus (divindade); 
• Equívoco:  quando  se  aplica  a  diversas  idéias:  manga  (fruta  ou  roupa)  calor 
(temperatura “tempo” ou “humana”); 
• Análogo:  idéias  que  se  relacionam  por  alguma  semelhança:  grandeza,  riqueza, 
poder; doença, miséria pobreza 

Ideia Ù Termo 

A  ideia  e  consequentemente  o  termo,  poderá  oferecer  em  muitas  situações  variações, 


significados diversos. 

• Homem: sexo masculino Ù animal racional 
• Manga: fruta Ù peça do vestuário 

Remissão  

ou  

Remição? 

 
Ciência Jurídica: verbal e oral  

Remissão: perdão, abrir mão de algo  

Remição: quitação Î pagamento 

Dica Concurso: remissão: (perdão = missa = remissão) 

EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS TERMOS 

Para  que  se  possa  trabalhar  com  o  argumento  (o  seu  convencimento  perante  terceiros 
demonstrando  a  verdade  e/ou  erro),  a  lógica  ofereceu  aos  termos  a  metodologia  da 
COMPREENSÃO e  EXTENSÃO. 

COMPREENSÃO E EXTENSÃO  DOS TERMOS 

• COMPREENSÃO: é o conteúdo da idéia e a sua significação 
Diz respeito às qualidades que identificam o termo. 
Ex: HOMEM: abriga as seguintes qualidades: animal, mamífero, bípede, indivíduo e 
racional 

COMPREENSÃO E EXTENSÃO  DOS TERMOS 

• EXTENSÃO: é o conjunto de  elementos, de formas, de objetos designados por um 
único termo 
Ex: Homem Î Pedro, Paulo, João 

Ex: Metal Î ouro, prata, chumbo  

COMPREENSÃO E EXTENSÃO  DOS TERMOS 

COMPREENSÃO  EXTENSÃO 

(idéia) 

Mulher  Bonita, inteligente, alegre, carinhosa, tranquila, consumista 

Veículo  de passeio, esportivo, utilitário, táxi, 

 
VERDADE 

O que é verdade? 

Lógica Formal: verdade e erro 

O que é uma verdade? 

Dicionário Aurélio:  

1 Aquilo que é ou existe iniludivelmente.  

2 Conformidade das coisas com o conceito que a mente forma delas.  

3 Concepção clara de uma realidade.  

4 Realidade, exatidão.  

5 Sinceridade, boa‐fé. 

6 Princípio certo e verdadeiro; axioma.  

7 Juízo ou proposição que não se pode negar racionalmente.  

8 Conformidade do que se diz com o que se sente ou se pensa.  

Lógica Formal: verdade e erro 

Dicionário Jurídico 

Verdade – S.f. Caráter daquilo que é verdadeiro. 

Voltaire: “Humanamente falando, definamos a verdade: aquilo que se enuncia tal qual é.”  

Para Aristóteles, “é aquilo que é”.  

E para Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja Católica Romana, “perfeita adequação da 
inteligência à coisa”.  

Para concluir, 

é a conformidade perfeita da consciência e do pensamento com a vontade declarada, ou 
da idéia com o seu objeto. 

Qualidade  do  que  se  apresenta  aos  nossos  sentidos  como  existente,  de  maneira 
inequívoca. 

Comentário:  Reputa‐se  LITIGANTE  de  má‐fé  aquele  que  alterar  intencionalmente  as 
verdades dos fatos. A ausência da verdade é o erro (CPC, arts. 14, I e 17, II).  
CAPÍTULO II 
DOS DEVERES DAS PARTES E DOS SEUS PROCURADORES 
Seção I 
Dos Deveres 
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do 
processo:  

I ‐ expor os fatos em juízo conforme a verdade; 

... 

Art. 17. Reputa‐se LITIGANTE de má‐fé aquele que:  

...  

II ‐ alterar a verdade dos fatos;   

Conceituações da Verdade 

• Correspondência  entre  o  conhecimento  e  o  objeto:  é  o acordo dos  pensamento 


com os seus objetos (uma compreensão – o conceito criado por Aristóteles); 
• Coerência Lógica: um juízo será verdadeiro quando se ajustar às normas e leis do 
pensamento (ciência/sociedade); 
• Utilidade  Prática:  é  o  conceito  de  funcionabilidade  e  de  utilidade  que  vai 
prevalecer. (eficácia) 

COERÊNCIA LÓGICA  
X  
CIÊNCIA DO DIREITO 

SEÇÃO V 
Da Cobrança de Dívidas 

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, 
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 

Parágrafo  único.  O  consumidor  cobrado  em  quantia  indevida  tem  direito  à  repetição  do 
indébito,  por  valor  igual  ao  dobro  do  que  pagou  em  excesso,  acrescido  de  correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 

COERÊNCIA LÓGICA  
X  
CIÊNCIA DO DIREITO 

Em se tratando de processos, a VERDADE deverá ser demonstrada com o auxílio da lógica, 
advinda  do  juízo,  que  certamente  será  apresentado  em  forma  de  provas  documentos, 
testemunhas, depoimentos, etc. 
 

VERDADE X INTELIGÊNCIA 

Para chegar à “verdade lógica” deve‐se usar a inteligência. 

O que é inteligência? 

Dicionário Aurélio 

1. Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto;  
2. Compreensão, conhecimento profundo;  
3. Filos  Princípio  espiritual  e  abstrato  considerado  como  a  fonte  de  toda  a 
intelectualidade.  

Entretanto,  a  inteligência  poderá  deparar‐se  com  circunstâncias  alheias  a 


vontade/necessidade 

VERDADE X INTELIGÊNCIA 

• Ignorância  

Ausência do saber.  É  o  estado  puramente  negativo,  consiste  na  ausência  de  qualquer 


conhecimento relativamente a um objeto. 

• Dúvida  

É  o equilíbrio entre a afirmação e negação. 

VERDADE X INTELIGÊNCIA 

• Opinião 
Ao contrário da dúvida, consiste em afirmar, porém, admitindo que outras razões 
possam  levar  a  negar  (opinião  contrária).  A  opinião  depende  da  probabilidade  e 
dos raciocínios das razões em que se baseia. 
• Probabilidade (estatística ou matemática):  
Dá se quando todos os casos possíveis são da mesma natureza em número finito e 
conhecido a priori. Nesses casos pode ser avaliado sobre uma forma de fração, na 
qual o numerador representa o número de casos favoráveis. 

Ex:  Se  uma  urna  contém  4  bolas  pretas    6  brancas,  a  probabilidade  de  saírem  4  bolas 
pretas são, 4 em 10.  

 
Aula Anterior 
 
Compreensão e Extensão dos Termos 
• Compreensão (conteúdo e significação da idéia/termo); 
• Extensão: atributos que serão inseridos na compreensão 
 
Verdade 
• Concepção clara de uma realidade.  
• A verdade apresenta somente dois valores: verdadeiro ou falso. 
 
Como é demonstrada a verdade no processo? 
• Através das provas 
 
Inteligência 
Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto;  
 
Circunstâncias alheias a vontade/necessidade da inteligência: 
• Ignorância 
• Dúvida 
• Opinião 
• Probabilidade  
 
 
A Verdade e a Análise do Raciocínio 
 
Análise de Raciocínio 
• Toda baleia é um mamífero;  
• Nenhum peixe é mamífero;  
• Logo nenhuma baleia é peixe. (conclusão) 
Da verdade de cada juízo, verifica‐se a verdade da conclusão.  
 
Análise de Raciocínio 
• R1 ‐ Em uma sala encerada, ao passar um jogador de futebol, calçado com uma chuteira, certamente ficará 
um rastro .::. 
• R2 ‐ Ora, aqui na sala há rastros .::.  
• Logo por aqui passou um jogador de futebol. 
Embora os juízos sejam verdadeiros, a conclusão não significa a verdade do primeiro juízo. 
O primeiro raciocínio é demonstrativo o segundo apresenta uma probabilidade.  
 
CERTEZA 
 
O que é certeza? 
• Certeza: É o estado da inteligência onde é possível visualizar a verdade.  
• O que caracteriza a “certeza” é a evidência.  
 
O que é evidência? 
• Qualidade daquilo que é evidente, que é incontestável, que todos vêem ou podem ver e verificar.  
• E. de fato: a que se adquire pela observação.  
• E. de razão: a que se obtém por meio do raciocínio.  
• E. de sentimento: aquilo que nos parece exato só pelo sentimento, sem o exame da razão.  
• E. dos sentidos ou evidência sensível: testemunho dos sentidos e das impressões que eles nos comunicam, 
desde que considerados como elementos de convicção.  
CERTEZA 
• O  que  caracteriza  a  “certeza”  é  a  “evidência”.  ou  seja,  a  forma  com  que  a  verdade  se  apresenta  para  a 
inteligência.  
 
ERRO 
 
O QUE É O ERRO? 
• Dá‐se quando “verdade lógica” (advinda dos juízos/raciocínio) não condiz com a coisa, objeto, situação, com 
a qual esta se analisando, afirmando.  
• Erro é considerado o oposto da verdade, ou seja, a não conformidade do juízo com as coisas. 
• Trata‐se das diferenças entre o raciocínio e o objeto do raciocínio 
 
Há diferença entre erro, ignorância e engano? 
• Erro: inconformidade dos juízo com as coisas; 
• Ignorância: o não saber 
• Engano: consiste em não saber e afirmar sob o pressuposto que se sabe 
 
O erro em lógica chama‐se FALSIDADE, oferecendo assim, conclusões falsas; 
No aspecto moral, quando se erra conscientemente, chama‐se mentira. 
 
A PRÁTICA JURÍDICA 
 
CERTEZA 
 
• Diversos estados da inteligência diante da verdade estão ligados à prova, e, consequentemente, à sentença. 
• Prova: é a soma dos meios produtores de certeza; nos processos, a prova tem por objeto a certeza.  
 
IGNORÂNCIA 
 
• No universo jurídico, não se pode alegar a ignorância de uma lei, para justificar a ocorrência de um ato ilícito 
e/ou crime. 
 
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL 
 
Decreto‐Lei n° 4657, de 4 de setembro de 1942 
 
Art. 3° ‐ Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
Ficção Jurídica: Todos devem conhecer as leis 
 
OPINIÃO 
 
• A opinião pode aparecer num processo na forma de parecer de um jurista, dando a sua interpretação para a 
lei, dentro do assunto que envolve o processo, ou até mesmo, com os julgados dos nossos tribunais.  
• Assim, as razões apoiadas em pareceres e jurisprudências, poderão ser aceitas ou não.  
 
A RAZÃO 
• Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos: 
  
• Quando temos certeza de alguma coisa:, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”; 
• Num momento de fúria ou de desespero: “fulano perdeu a razão”; 
• “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”. 
• “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede” 
• Quais foram as razões que levaram este sujeito a cometer este crime? 
• Como se a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar. 
 
Assim,  usamos  “razão”  para  nos  referirmos  a  “motivos”  de  alguém,  e  também  para  nos  referirmos  a  “causas”  de 
alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de “razão”, mas em sentido diferente. 
Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo, 
causa 
A RAZÃO 
 
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa: 
1. O conjunto das faculdades anímicas (alma) que distinguem o homem dos outros animais;  
2. O entendimento ou inteligência humana;  
3. A  faculdade  de  compreender  as  relações  das  coisas  e  de  distinguir  o  verdadeiro  do  falso,  o  bem  do  mal; 
raciocínio, pensamento; opinião, julgamento, juízo.  
4. A faculdade que refere todos os nossos pensamentos e ações a certas regras consideradas imutáveis.  
 
A RAZÃO 
    
Filos  
a) faculdade de raciocinar discursivamente; 
b) conhecimento natural que não foi revelado por Deus;  
c) sistema de princípios cuja verdade não depende da experiência;  
d) relação constante;  
e) princípio formal de um ser; 
f)  motivo legítimo.  
 
O que é razão? 
• é o nome que damos à “consciência” intelectual¹ e moral²  
• O conhecimento científico, da realidade natural, social, psicológica, histórica 
• Observa as paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação  
 
Ter razão:  
 
• Estar com a verdade, argumentar com justos motivos;  
• Pensar ou julgar segundo o que se considera verdadeiro;  
• Ter fundamento ou motivo para o que se diz ou faz.  
 
 
Princípios da Lógica 
As “leis” formais do pensamento 
 
Princípios  
• Verificamos que a verdade se apresenta em dois valores: verdadeiro ou falso. 
• Para  que  possamos  erigir  raciocínios  (formalmente)  válidos  devemos,  segundo  os  lógicos,  atentar  para 
quatro princípios ou leis evidentes, capazes de servir‐nos de critério para o conhecimento verdadeiro.  
 
São eles: 
 
Princípio da Identidade 
 
• Aquele que afirma a identidade de determinada coisa com ela mesma.  
• Pode ser assim enunciado: Toda coisa é o que é  
• Ele  afirma  que  uma  coisa,  seja  ela  qual  for  (um  ser  da  Natureza,  uma  figura  geométrica,  um  ser  humano, 
uma  obra  de  arte,  uma  ação),  só  pode  ser  conhecida  e  pensada  se  for  percebida  e  conservada  com  sua 
identidade.  
 
Princípio da Identidade 
 
• A é A 
• Árvore é Árvore 
• Homem é homem 
Verifiquem que o sujeito e o predicado denotam a mesma coisa. 
 
PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO 
 
• Um  argumento  (ou  as  premissas  que  deles  fazem  parte),  não  podem  ser  verdadeiros  ou  falso  ao  mesmo 
tempo, sob o mesmo ponto de vista. 
• A é A, e, é impossível que ele seja, ao mesmo tempo na mesma relação não ‐A 
 
PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO 
 
• O réu é inocente  
• Não pode ser considerado inocente e culpado ao mesmo tempo e sob o mesmo ponto de vista 
• Duas  normas  de  direito  que  se  contradizem  não  podem  ser  consideradas  ao  mesmo  tempo  e  para  o 
mesmo caso. 
• lex posteriori derrogat priori (lei posterior, derroga lei anterior) 
 
PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO 
 
• Este princípio define a decisão de um dilema ‐ “ou isto ou aquilo” ‐ e exige que apenas uma das alternativas 
seja verdadeira.  
• “Ou A é x ou é y e não há terceira possibilidade”.  
• “Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates” 
• “Ou faremos a guerra ou faremos a paz”.   
 
PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE ou CAUSALIDADE 
• Decorre  da  observação  da  anterioridade  de  um  evento  para  a  inevitável  ocorrência  de  outro  como  seu 
consequente. 
• Afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para 
acontecer. 
 
AULA ANTERIOR 

PRINCÍPIOS DA LÓGICA 

Para  que  possamos  elaborar  raciocínios  (formalmente)  válidos  devemos,  segundo  os  lógicos, 
atentar  para  quatro  princípios  (ou  leis  evidentes),  capazes  de  servir‐nos  de  critério  para  o 
conhecimento verdadeiro.  

 
 
PRINCÍPIOS DA LÓGICA 
1. PRINCÍPIO  DA  IDENTIDADE:  a  necessidade  de  identificar  determinada  coisa  com  ela 
mesma. 
2. PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: determinada coisa não pode ser ao mesmo tempo 
verdade ou erro sob o mesmo ponto de vista. 
3. PRINCÍPIO DO TERCEIRO  EXCLUÍDO: utilizado para  definir a a decisão de um dilema: 
ou isso ou aquilo, exigindo que uma das opções seja a verdadeira.  
Ex: Esta professora é Ana Paula ou não é Ana Paula; 
4. PRINCÍPIO  DA  RAZÃO  SUFICIENTE:  Afirma  que  tudo  o  que  existe  e  tudo  o  que 
acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer. 

PRINCÍPIOS DA LÓGICA NA PRÁTICA JURÍDICA 

Nesta  oportunidade  estarei  apresentando  a  minha  opinião  para  o  crime  ocorrido  no  último 
final de semana (22/03/09), onde o ex‐jogador de futebol está sendo acusado de matar a ex‐
companheira, jovem de 18 anos de idade. 

Não há qualquer dúvida em relação ao óbito, haja vista, a necropsia realizado no IML Central 
de São Paulo, e a consequente cerimônia fúnebre. 

No caso em tela, só é possível constatar duas possibilidades: houve um homicídio provocado 
pelo  ex‐jogador  ou  a  vítima  provocou  o  suicídio.  Qualquer  outro  tipo  penal,    pode  ser 
descartado, considerando apenas a presença do casal e de uma criança com um pouco mais de 
um ano de idade. 

A  minha  opinião,  antes  da  conclusão  da  investigação  e  posterior  inquérito,  é  de  que, 
realmente foi praticado um homicídio pelo ex‐jogador de futebol, visto que, a vida em comum 
do então casal, pode ser resumida: com agressões advindas de violência doméstica; a fuga da 
jovem para o Estado de São Paulo, na companhia do filho menor.  

Certamente esta “fuga”, foi constituída de uma única intenção: o encontro da paz interior e o 
equilíbrio  emocional  para  sua  vida  e  de  seu  filho,  entretanto,  sua  intenção  foi  extinta  com 
inúmeras facadas, que resultou no evento de sua morte. 
PRINCÍPIOS DA LÓGICA NA PRÁTICA JURÍDICA 

1. PRINCÍPIO  DA  IDENTIDADE:  Nesta  oportunidade  estarei  apresentando  a  minha 


opinião  para  o  crime  ocorrido  no  último  final  de  semana  (22/03/09),  onde  o  ex‐
jogador de futebol está sendo acusado de matar a ex‐companheira, jovem de 18 anos 
de idade. (é o que é)  
 
2. PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: Não há qualquer dúvida em relação ao óbito, haja 
vista,  a  necropsia  realizado  no  IML  Central  de  São  Paulo,  e  a  consequente  cerimônia 
fúnebre. (determinada coisa não pode ser uma verdade ou um erro ao mesmo tempo)  
 
 
3. PRINCÍPIO  DO  TERCEIRO  EXCLUÍDO:  No  caso  em  tela,  só  é  possível  constatar  duas 
possibilidades: houve um homicídio provocado pelo ex‐jogador ou a vítima provocou o 
suicídio.  Qualquer  outro  tipo  penal,    pode  ser  descartado,  considerando  apenas  a 
presença do casal e de uma criança com um pouco mais de um ano de idade. (ou isso 
ou aquilo)  
 
4. PRINCÍPIO  DA  RAZÃO  SUFICIENTE:  A  minha  opinião,  antes  da  conclusão  da 
investigação e posterior inquérito, é de que realmente foi praticado um homicídio pelo 
ex‐jogador  de  futebol,  visto  que,  a  vida  em  comum  do  casal,  pode  ser  resumida  por 
agressões  advindas  de  violência  doméstica,  a  fuga  da  então  companheira  para  o 
Estado  de  São  Paulo,  na  companhia  do  filho  menor,  onde  esta  imaginou  que  ela 
poderia ser encontrado a paz e a segurança tão almejados, entretanto, seu sonho foi 
extinto  com  inúmeras  facadas,  que  resultou  no  evento  morte  (toda  causa  tem  um 
motivo)  

PRINCÍPIOS DA LÓGICA 

Pelo  que  foi  exposto,  podemos  observar  que  os  princípios  da  lógica  apresentam  algumas 
características importantes: 

• não possuem um conteúdo determinado, pois são formas: indicam como as coisas devem 
ser e como devemos pensar, mas não nos dizem quais coisas são, nem quais os conteúdos 
que devemos ou vamos pensar; 
• possuem validade universal, isto é, onde houver razão (nos seres humanos e nas coisas, 
nos  fatos  e  nos  acontecimentos),  em  todo  o  tempo,  tais  princípios  são  empregados  e 
respeitado  por  todos  para  melhor  organização  e  consequente  entendimento  do 
“argumento”. 
• são úteis e muitas vezes indispensáveis para o pensamento e para a verdade das coisas, 
dos fatos, dos acontecimentos e etc.  

 
O QUE É UM ARGUMENTO 

Convencer, arguir (alegando, apontando, mostrar o que interessa), afirmar, declarar. 

É  expressão  material  do  raciocínio.  Constitui‐se  das  proposições/premissas  que  formam  o 


“antecedente” e o “consequente” do raciocínio. 

O argumento é uma “criação”, do qual utilizamos para provar e convencer alguém, afirmando 
ou negando algum fato. 

Um argumento é um conjunto de *premissas que utilizamos para justificar algo. 

A premissa que desejamos justificar recebe o nome de conclusão. 

As  premissas  que  utilizamos  para  oferecer  elementos  para  a  conclusão  denominamos  de 
premissas 

*não  esquecer  que  em  se  tratando  de  argumentos  expostos  de  forma  verbal,  utilizaremos  o 
conceito “proposição” 

CRIANDO UM ARGUMENTO 

Imagine‐se,  na  empresa  da  qual  você  trabalha  há  anos  executando  funções  de  um  cargo 
superior  ao  seu,  porém,  esta  atribuição  não  é  “registrada  em  carteira”,  tão  pouco  a 
remuneração recebida, é compatível com a tal função.  

Qual seria a sua justificativa para regularizar este “equívoco”? 

Fui contratada pela empresa para executar a tarefa X com salário compatível. (Premissa 1) 

Há 08 meses, fui designada para cumprir a função de X+1, que me exige uma responsabilidade 
muito maior, da qual inicialmente fui contratada, porém, o meu salário continua referente ao 
inicial, qual seja X. (Premissa 2) 

Desta  forma,  diante  do  meu  desempenho  na  função  e  satisfação  do  que  vem  sendo 
desenvolvido,  solicito  que  seja  feito  o  ajuste  na  minha  atual  remuneração  de  X  para  “  X+1”. 
(Conclusão) 

Um argumento é um conjunto de premissas. 

Podemos afirmar que um conjunto de premissas pode ser um argumento? 

Nem  sempre.  Muitas  vezes  um  conjunto  de  premissas,  se  apresentam  como  afirmações 
sucessivas, se não vejamos: 

Eu trabalho na função x+1, mas João não. 

A Joana é nossa cliente. 

O Rui é prestador de serviço.  
Neste caso, não temos um argumento, porque não há pretensão de justificar uma premissa (a 
conclusão) com base nas outras premissas.  

Nem há nenhuma pretensão de apresentar um conjunto de premissas com uma relação entre 
si.  

Existe apenas uma sequência de afirmações, que não nos oferece qualquer conclusão 

Um  argumento  é  um  conjunto  de  premissas,  em  que,  se  pretende,  que  uma  delas  (a 
conclusão)  seja  sustentada  ou  justificada  pelas  anteriores  –  antecedente  e  consequente.  (o 
que não acontece no exemplo anterior). 

Para que haja um argumento é necessário no mínimo duas premissas? 

Seria  possível  construir  um  argumento  com  uma  premissa,  e  na  sequencia  já  oferecer  a 
conclusão? 

Um  argumento  pode  ser  composto  por  uma  ou  mais  premissas,  mas  só  poderá  apresentar 
uma conclusão. 

Exemplo de argumento com uma só premissa:  

Exemplo 1  

P: Todos os brasileiros são sul‐americanos. 

C: Logo, alguns sul‐americanos são brasileiros.  

Exemplo de Argumento com duas premissas:  

P1: Todos os alunos do 8º semestre estudam filosofia. 

P2: O Pafuncio é um aluno do 8º semestre. 

C: Logo, o Pafuncio estuda filosofia.  

É  claro  que  a  maior  parte  das  vezes  os  argumentos  não  se  apresentam  didaticamente  como 
está sendo demonstrado.  

Vejam, por exemplo, no argumento de Kant a favor do valor objetivo da felicidade: 

"De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em 
si, a felicidade de cada pessoa tem valor de um ponto de vista imparcial e não apenas do ponto 
de vista de cada pessoa. Dado que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos concluir 
que a felicidade tem valor de um ponto de vista imparcial." 
Neste  argumento,  a  conclusão  está  claramente  identificada  ("podemos  concluir  que…"),  mas 
nem sempre isto acontece.  

Contudo, há certas expressões que nos ajuda a perceber qual é a conclusão do argumento e 
quais são as premissas.  

Repara, no argumento anterior, na expressão "dado que".  

Esta  expressão  é  um  indicador  de  premissa:  entende‐se  que  a  sequência  desta  expressão  é 
uma premissa do argumento.  

Muitas vezes na leitura de um texto, nem sempre o autor constrói seu argumento de maneira 
clara. 

Existem algumas palavras que pode nos oferecer um parâmetro momentâneo para indicação 
de conclusão e premissa. 

INDICADORES DE CONCLUSÃO  INDICADORES DE PREMISSAS 

Por tanto  Pois 
Por conseguinte  Desde que 
Assim  Como 
Dessa maneira  Porque 
Neste caso  Assumindo que 
Daí  Visto que 
Logo  Admitindo que 
De modo que  Isto é verdade por que 
Então  Em vista de 
Assim sendo  Como consequência de 
O qual  ‐ implica, acarreta, prova, significa – que  Como mostrado pelo fato de 
Do qual inferimos que  Dado que 
Resulta que  Sabendo‐se que 
Podemos deduzir que  Supondo‐se que 
  Ademais 
  É perceptível 
 

Argumento: LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ 

Nobre  Julgadora,  ao  examinar  o  conteúdo  da  execução  proposta,  bem  como  os  presentes 
embargos e todo seu conjunto probatório, não é difícil concluir que a exordial possui caráter 
meramente aventureiro, e por que não dizer “vingativo”, uma vez que a Representante Legal, 
através de evasivas, foge às raias do bom senso com suas assertivas, adicionando informações 
que não compõem em nenhum momento a realidade dos fatos, tão pouco oferece razões para 
a propositura de tal ação. 

Primeiramente  se  faz  necessário  esclarecer,  que  diferentemente  do  é  apresentado  como 
“função”  exercida  pela  Representante  Legal,  “prendas  do  lar”,  esta,  encontra‐se  totalmente 
fora  da  realidade,  considerando  que  a  mesma    ocupa  um  cargo  no  setor  administrativo,  de 
uma grande empresa nacional 
Ademais, é sabido que a denominação “empresário” por muitas vezes oferece a impressão de 
uma  pessoa  bem  sucedida,  cuja  empresa  é  detentora  de  receita  mensal  imensurável, 
principalmente,  em  se  tratando  de  um  ex‐marido,  que  se  encontra  em  outro  Estado,  sendo 
impossível vislumbrar a realidade vivida por ele, com sua atual companheira. Daí a conclusão 
de  que  a  execução  proposta  tem  um  lado  oculto,  que  pode  ser  delicadamente  mencionado 
como ânimo de vingança. 

Além disso, conforme fora comprovado pelos documentos anexos, conclui‐se que ao acionar o 
Poder  Judiciário,  cobrando  débitos  inexistentes,  na  tentativa  pura  e  simples  de  prejudicar  o 
Embargante, a idealizadora foge as regras do bom senso, e por que não dizer, da moral e dos 
bons costumes. Seria tal tentativa, possível de se caracterizar enriquecimento ilícito? Diante de 
todo o exposto, tudo é possível! 

Neste  aspecto  pode‐se  concluir  a  total  falta  de  respeito  da  idealizadora  com  os  profissionais 
envolvidos nesta ação, incluindo Vossa Excelência,  haja vista o conteúdo de processos a serem 
apreciados, e que, certamente, foram proposto tão somente para que fosse ofertado a Justiça; 
diferentemente para o caso em tela. 

PEDIDO COM BASE NA LEGISLAÇÃO: Acredita‐se que seja prudente que o espírito aventureiro 
seguido do oculto “ânimo de vingança”, sejam advertidos em sentença, com a condenação de 
multa de 1% (um por cento) do valor da causa, culminado com os danos, e eventuais despesas 
que o Embargado efetuou, conforme preceitua o artigo 18, § 2º do Código de Processo Civil, 
para que seja mantida a ordem e o respeito ao nobre Poder Judiciário. 

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