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UNIVERSIDADE
LUSÓFONA DO PORTO

TURISMO E GESTÃO DE
EMPRESAS
TURISTICAS2010|2011

ELABORADO POR:
JOANA CARDOSO
Nº 20096362

[“DA CONSTITUIÇÃO
EUROPEIA AO TRATADO DE
LISBOA: CONTEÚDOS,
PROBLEMAS E
PERSPECTIVAS”]
Socioeconómica Política Da EU e da
CPLP/Lusofonia
Índice
1. Introdução…………………………………………………………………………………….…….… pág. 2
2. Constituição Europeia……………………………………………………………………..….… pág. 3
3. Porque fracassou a Constituição Europeia?................................................................. pág. 5
4. Tratado de Lisboa – O que traz de novo e o que pretende?.................................. pág. 6
5. Problemas do Tratado de Lisboa………………………………………………….…………. pág. 7
6. Conclusão……………………………………………………………………………………………… pág. 8
7. Referências………………………………………………………………………………………….... pág. 9

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1. Introdução
No âmbito da disciplina de Socioeconómica Política da União Europeia e da
CPLP/Lusofonia, foi-me proposta a realização de um trabalho que aborde os
conteúdos, problemas e perspectivas desde a Constituição Europeia ao Tratado de
Lisboa.
O Tratado de Lisboa foi um tratado de reforma que surgiu para substituir
uma fracassada Constituição Europeia, que foi rejeitada por França e Holanda.
Neste trabalho, vou explicar o que foi a Constituição Europeia, os seus objectivos,
os problemas que apresentou e o porquê de ter sido um fracasso.
Seguidamente, explicarei no que se baseia o Tratado de Lisboa, o que vem corrigir
e os seus problemas.

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2. Constituição Europeia
A Constituição Europeia foi acordada pelo Comité Europeu no dia 18 de
Junho de 2004, em Bruxelas, sendo assinada quatro meses mais tarde, a 29 de
Outubro, em Roma. O documento é composto por um preâmbulo, 448 artigos
repartidos por 4 Partes, 36 protocolos, 2 anexos e duas declarações, num total de
475 páginas.
Depois da entrada de dez novos membros em 2004, a Constituição Europeia
apela, no seu preâmbulo, a “ultrapassar as antigas discórdias e, unidos por laços
cada vez mais estreitos, a forjar o seu destino comum”, e cria assim um documento
que visa melhorar o funcionamento da União, que contaria assim com 25 membros
e que teria por base um fundamento único, a Constituição.
Além de tornar a Carta dos Direitos Humanos juridicamente vinculativa,
apresenta objectivos que se prendem com a promoção de paz, dos seus valores,
bem-estar dos seus povos, desenvolvimento sustentável, combate a exclusões
sociais e discriminações, com a Constituição.
Com a Constituição, a União Europeia substitui a “Comunidade Europeia” e a
“União Europeia”, unindo-as e mantendo apenas os procedimentos específicos no
domínio da política externa, segurança e da defesa. Todos os Tratados antes
alcançados, assim como os Tratados que os rectificaram foram substituídos por
esta Constituição. Foi incluída também na Const. Europeia a Carta dos Direitos
Fundamentais, assim como afirmados claramente os objectivos e valores da União.
Também as leis europeias se passaram a chamar como tal.
A entrada da Constituição clarificou também os papéis do Conselho,
Comissão e Parlamento, dando à Comissão o papel de representante externa e a
função executiva. Já o procedimento de co-decisão passa a chamar-se
procedimento legislativo, em que o Parlamento e o Conselho adoptam 95% das
leis.
Com a Constituição, nasceu também o cargo de Ministro de Negócios
Estrangeiros da União, responsável pela iniciativa e pela representação da União a
nível internacional, na qual se integram as actuais funções de Alto Representante
da Política Externa e de Segurança Comum e de Comissário encarregado das
Relações Externas. O facto de atribuir a uma personalidade única este papel
permite à UE ter um papel mais visível internacionalmente.
A Constituição consagra ainda o Conselho Europeu como uma instituição,
distinta do Conselho. O Conselho Europeu terá um presidente com poderes
limitados, nomeado por um período de dois anos e meio. Em contrapartida,
contrariamente ao que a Convenção tinha proposto, será mantido o sistema de
rotação semestral entre os Estados-Membros para a presidência das diferentes
formações do Conselho, mas no âmbito de uma ‘equipa presidencial’ constituída
por três países.

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Quanto aos deputados do Parlamento, a Constituição fixou o número
máximo de deputados em 750, divididos pelos estados-membros, em que cada um
tem no mínimo seis deputados e no máximo de noventa e seis.
Por último, a Constituição confirma com um grande número de disposições,
o objectivo de tornar as instituições da UE mais “democráticas, transparentes e
controláveis”.

Apresentadas as maiores alterações que a Constituição traria, havia ainda


uma necessidade de rectificação por parte de todos os estados-membros da União,
isto com o objectivo de ir de encontro aos processos políticos e constituições de
todos os membros.
Foi aqui, no processo de rectificação, que nasceram as dificuldades e o
consequente fracasso da Constituição. Depois das rectificações da Eslovénia e
Grécia serem aprovadas em Espanha, Holanda e França apoiaram a não-
rectificação, criando uma crise e surgindo assim a necessidade de reavaliar a
Constituição.

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3. Porque fracassou a Constituição Europeia?
Foi em 2001 que nasceu a ideia de criar uma Constituição (Declaração de
Laeken). A Convenção Intergovernamental que deu início à criação Constituição
Europeia foi a 3 de Outubro de 2003. A Constituição “criada” nessa altura não teve
o consenso necessário para ser aprovada, daí ter passado quase um ano quando foi
efectivamente aprovada. No entanto, para ser finalmente posta em vigor, teve que
passar pela tal rectificação individual dos membros, até à rejeição da França e
Holanda.
Em primeiro, esta Constituição é fortemente criticada pela sua estrutura e
extensão.
Nomeadamente, o facto de mais de metade serem protocolos e anexos. Há
também quem critique também o carácter repetitivo do documento.
Seguidamente, o documento visava substituir todo e qualquer tipo de
tratado antes assinado pelos membros, no entanto, a extensão e o conteúdo da
Constituição fazem dela um autêntico tratado.
Por último, o facto de a Constituição Europeia propor profundas alterações à
estrutura jurídica da União levou a que alguns estados-membros levassem a
decisão a referendo (como em Portugal) e a fazer as suas rectificações individuais.
No entanto, estas rectificações tinham de ser, por sua vez, aprovadas por todos, o
que não aconteceu com as de Eslovénia e Grécia, reprovadas pela Holanda e
França.

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4. Tratado de Lisboa – O que traz de novo e o que
pretende?
Com a aprovação do Tratado de Lisboa, assinado a 13 de Dezembro em
Lisboa pelos 27 membros da União Europeia e com entrada em vigor a 1 de
Dezembro de 2009, depois de rectificado por todos, a Europa chegou a um
consenso e são postos em vigor muitos dos objectivos e alterações pensados para a
Constituição.
Com este Tratado, as principais alterações são:
– Uma decisão é aprovada se reunir 55% dos votos (equivalente a 65% da
população europeia);
– Este tipo de aprovação é feito em cerca de 40 áreas, entre elas imigração,
relações externas ou de carácter policial;
– O Conselho Europeu e o Parlamento Europeu devem estar de acordo em mais de
90% dos processos legislativos;
– As presidências da UE serão feitas por equipas de três estados-membros e
durante 18 meses;
– Apenas um presidente no Conselho Europeu, eleito por dois anos e meio e pelos
chefes de estado;
– 751 Deputados no Parlamento, incluindo o presidente;
– A partir de 2014 a Comissão terá apenas dois terços dos Comissários, ao
contrário do actual, em que cada país tem o seu. Assim, cada país ficará de fora um
mandato de cinco em cinco anos, sendo feita uma rotação equalitária.
Com este novo sistema, a União Europeia torna-se um órgão de tomadas de
decisão mais rápidas, de forma a cumprir objectivos com mais democracia.
As grandes perspectivas da União com este Tratado são ser mais transparente em
todas as operações, ganhar uma maior afirmação externa e melhorar a eficiência
do seu funcionamento interno.

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5. Problemas do Tratado de Lisboa
O Tratado foi aprovado, mas no entanto surgem várias questões/dúvidas
que podem ser encaradas como problemas, principalmente avaliando a
perspectiva dos portugueses.
Começando pela distribuição dos deputados, há no país quem se sinta
injustiçado e tenha medo que a superioridade de deputados em países como
Alemanha, França ou Itália influencie certas tomadas de decisão onde, com apenas
22 deputados não temos tanto poder de voto.
Tal como Portugal, países com o mesmo poder de voto e até menos, sentem
mais receio com o facto de os grandes países terem mais poder e escolherem
“sistematicamente um dos seus”, preterido países com menos poder.
No entanto, a Polónia debateu-se contra esta mudança no Tratado,
negociando a sua entrada em vigor apenas para 2014.
Seguidamente, o facto de haver apenas um presidente do Conselho Europeu que
pode “criar uma certa rivalidade” com a Comissão, sob a qual tem grande
probabilidade de sair vencedor.
Um último e mais recente problema do Tratado foi uma polémica
declaração de Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, em que
afirma que a União adoptará um “fast-track system” no que toca a elaborar
alterações no Tratado. Este sistema baseia-se em fazer rápidas alterações sem
negociações. Esta “novidade” deixou o British National Party “em brasa”, pelo facto
de, com esta nova mudança, a Comissão ganha poderes de decisão.

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6. Conclusão
Baseando-me em argumentos que obti com a elaboração deste trabalho,
concluo que a rejeição da Constituição e a aprovação do Tratado de Lisboa foi
quase como “um jogo de palavras”. Há quem defenda que a Constituição poderia ir
de encontro às várias Constituições dos estados-membros, então mudaram o nome
do documento para Tratado.
Mas, no final de contas, a União Europeia é como um grande país onde
vários estados se entreajudam, cooperam e se regem por algumas das mesmas
regras.
Quanto ao facto de a Constituição ser rejeitada pela França e Holanda, talvez
tenha sido apenas um conflito de interesses e, visto que no caso do Tratado de
Lisboa o processo de rectificação foi concluído com alguma pressão, todos os
países chegaram a um consenso.
Concluindo, do meu ponto de vista, acrescento ainda que a informação que
se passa da União cá para fora, para os cerca de 450 milhões de cidadãos
envolvidos na União, é controlada. Principalmente pensando que a “tal” notícia
recebida tão mal em Inglaterra sobre o “fast-track system” não teve destaque
nenhum nos meios de comunicação portugueses, não percebendo assim se há
controlo dos mídia ou foi apenas “distracção” dos portugueses, tendo em conta a
situação política e económica do país.

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7. Referências
http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/pm/Tratados/Constituicao/resumo_constituicao.pdf
http://www.fd.uc.pt/CI/CEE/pm/Tratados/Constituicao/Constituicao_pdf/index.
html
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2245710,00.html
http://www.publico.pt/Mundo/as-grandes-mudancas-do-tratado-de-
lisboa_1412121?all=1
http://bnp.org.uk/news/eu-throws-last-pretence-democracy-out-window
http://eur-lex.europa.eu/JOHtml.do?uri=OJ:C:2007:306:SOM:PT:HTML

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