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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

Prof. Oreste Nestor de Souza Laspro

Terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Atos Processuais

 Ato jurídico processual – toda manifestação de vontade humana que gera


efeitos jurídicos de natureza processual
 Tais atos têm sua estrutura regulada pela norma jurídica; mas nem todo
ato regulado no CPC será um ato processual, assim como nem todo ato
processual será regulado no CPC
 Exemplo 1
 Devedor quer pagar divida, que credor se recusa a receber; devedor
pode depositar o valor em estabelecimento bancário oficial
 Tais atos, apesar de estarem reguladas no CPC, são de natureza
material, e não processual
 O CPC apenas criou um meio de cumprimento de obrigação
 Exemplo 2
 CC abre a possibilidade de netos pedirem alimentos para avós
 Essa modalidade, apesar de estar prevista no CC, é de natureza
processual
 É uma forma de intervenção de terceiro
 Ato processual X Auto processual
 Os atos estão documentados dentro dos autos processuais
 Mas vão além deles
 Exemplo: atos praticados fora da sede do juízo

 Fato jurídico processual


 Evento independente da vontade humana que gera efeitos jurídicos de
natureza processual
 Exemplos
 Morte de um advogado, pois suspende os processos nas demandas
em que ele atua
 Morte de uma das partes em separação judicial, com extinção do
processo, visto ser personalíssimo
 Pode ser que a manifestação de vontade gere efeitos não visados pelo
manifestante; nesse caso, será considerado fato jurídico, com relação a
esses efeitos
 Exemplo: sentença condenatória serve de título para a hipoteca
judicial, pois não é vontade do juiz criar uma hipoteca judicial

 É possível a existência de um ato processual quando, sequer, existe


processo
 Exemplo: ação de nunciação de obra nova
 Há uma construção que gera efeitos danosos em relação a um
terceiro
 O objetivo do terceiro é impedir o prosseguimento da obra
 CPC, 935 – terceiro dirige-se ao proprietário ou construtor e
determina que a obra cesse, devendo, em 3 dias, pedir para o juiz
ratificar o ato
 Tal embargo é um ato de processo, pois se ratificado pelo juiz for,
efeitos são ex tunc, gerando efeitos para antes da existência do
processo

 Classificação dos Atos Processuais


 Atos das Partes
 Atos do Juiz (não se restringem aos juízes togados, mas também aos
árbitros)
 Atos do Escrivão
 Atos dos demais auxiliares

Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

 Atos das partes  podem se enquadrar mais de uma categoria, pois um


mesmo ato pode englobar as quatro finalidades
 Atos postulatórios – Ato por meio do qual a parte requer algo em juízo
 Atos instrutórios – Ato que tem por objetivo a demonstração de um fato
(prova)
 Atos dispositivos – Ato pelo qual a parte concilia, transaciona ou deixa
de exercer um direito concreto
 Atos omissivos – Ausência de manifestação

 Atos do juiz
 Despachos
 Atos por meio dos quais o julgador dá andamento ao processo sem
que haja resolução a respeito de nenhum incidente
 São atos meramente ordenatórios
 Não geram nenhuma espécie de gravame para qualquer uma das
partes
 Exemplo: citação
 Decisões
 Ato que resolvem incidentes do processo e/ou geram gravames
juridicamente relevantes
 Tipos
• Decisões Interlocutórias
♦ Resolvem incidentes do processo, sem, no entanto, extingui-lo
ou encerrar uma fase cognitiva ou executiva
• Sentenças
♦ Ato que extingue a fase cognitiva, tanto a favor como contra o
autor, como a fase executiva
• Decisões que envolvem mérito, mas não têm o condão de
extinguir o processo ou uma fase cognitiva
♦ Exemplo
 Autor propõe demanda e formula 2 pedidos
 No decorrer do processo, o juiz reconhece a prescrição no
tocante a um dos pedidos (mérito), e determina o
seguimento do processo em relação ao outro (não
extingue)
♦ Problema – é uma sentença ou uma decisão interlocutória?

Terça-feira, 1º de março de 2011

 Atos do Escrivão
 Atos de certificação
 Atos de numeração (ou autuação)
 Atos de comunicação
 Despachos
 Podem ser praticados pelo próprio escrivão ao invés do juiz
 Não pode ter nenhum cunho decisório, mas apenas de dar
andamento ao processo, desde que autorizado pelo juiz
 Isso é permitido em razão do princípio da economia processual

 Atos dos Auxiliares da Justiça


 Auxiliares podem ser vários, que praticam atos relativos à sua função
 Exemplos: perito, conciliador

 Defeitos dos Atos Processuais


 Nosso sistema processual é formal, embora não seja formalista
 A lei processual regulamenta a seqüência de atos processuais e
como devem ser praticados (formal)
 Mas ao interpretarmos essas regras formais, a interpretação será
sempre finalista e instrumental (não formalista)
 Não há o culto da forma pela forma
 Deve-se apenas perguntar: O ato atingiu sua finalidade? Houve
gravame para qualquer uma das partes?
 Atos cujo defeito não geram nenhuma consequência
 O desrespeito à forma é tão irrelevante que o defeito não gera
conseqüências
 Exemplo: na PI, deve constar o estado civil do autor e do réu; caso
não haja, há um vício formal; juiz deve questionar se, nesse tipo de
demanda, é relevante colocar o estado civil das partes; caso seja
irrelevante, o juiz deverá ignorar esse vício
• Ação real imobiliária (deve-se citar também o cônjuge)  estado
civil é relevante
• Ação de natureza pessoal  estado civil é irrelevante
 Atos cujo defeito geram inexistência do ato
 Apresenta um vício formal tão grave que não gera nenhuma
consequência jurídica
 Houve tamanho desrespeito aos requisitos formais que o ato,
tecnicamente, não existiu
 São raras as hipóteses em que a lei processual diz que um ato é
inexistente, e as hipóteses não são taxativas
 Exemplo
• Sentença prolatada por quem não é juiz; se o réu paga a dívida
relativa a essa sentença, há aparente consequência jurídica
(pagamento espontâneo)
• Mas sentença proferida por juiz togado que não tenha aquela
competência constitucional pode, sim, gerar efeitos (embora
alguns defendam que será um ato inexistente)
 Atos cujo defeito geram consequência extra-processual
 O ato é defeituoso, mas não gera efeitos dentro do processo
 Exemplo: sentença prolatada fora do prazo; para o processo, não há
consequência, embora possa haver consequência disciplinar, civil em
caso de dano, etc.
 Atos cujo defeito geram nulidade
 No direito processual, o ato nulo gera todos os efeitos legais
regularmente, até que seja reconhecida a nulidade
 Tipos de nulidade
• Nulidade absoluta
♦ Violação a regra processual que protege interesse público
♦ Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz
♦ Pode ser alegada a qualquer tempo
• Nulidade relativa
♦ Violação a regra processual que só protege os interesses das
partes
♦ Só pode ser requerida pela parte prejudicada que não deu
causa ao vício
♦ Deve ser alegada na primeira oportunidade, sob pena de
preclusão
 Os atos subseqüentes ao ato nulo devem ser preservados, salvo se
estiverem diretamente ligados ao ato declarado nulo, em razão da
economia processual e da instrumentalidade das formas

Segunda-feira, 14 de março de 2011

 Lugar dos Atos Processuais


 CPC, 176 – legislador explica onde se podem praticar os atos
processuais
 Atos processuais são praticados na sede do juízo
 Edifício do fórum – audiência
 Limites territoriais do órgão (comarca ou sessão judiciária) –
apreensão
 Exceção
 Deferência
• Respeito a uma autoridade
• CPC, 411 – autoridades podem ser ouvidas na própria residência
deles
 Interesse da justiça
• Pessoa doente, acusada de ter debilidade mental, pode não ser
interessante que os atos realizem-se na sede do juízo
• Exemplo: oitiva de interditando considerado incapaz, em sua
própria residência; CPC, 440 (inspeção)
 Obstáculo argüido pelo interessado
• Exemplo: testemunha arrolada está hospitalizada

 Tempo dos Atos Processuais


 CPC, 172 – os atos processuais são realizados em dias úteis, das 6h até
20h
 Essa é a regra geral
 Mas o CPC autoriza que leis locais (estaduais) disciplinem esses
horários de expediente forense dentro dos limites consagrados no
CPC
 Em SP, o horário é das 10h às 19h
 Par. 1º - se um ato inicia-se antes do fim do expediente, nada impede
que esse ato continue além do horário
 Par. 2º - citação e penhora podem ser realizados fora desses
horários, desde que as partes interessadas assim o requeiram e o
juiz autorize
 Par. 3º - horários de protocolo das petições podem ser outros
 Sábado é considerado, pela lei, dia útil; por isso, a jurisprudência
considera válidos os atos praticados aos sábados
 Processo praticado por meio eletrônico – as petições podem ser
protocoladas por via eletrônica, sem limite de hora
 CPC, 173
 Atos processuais não se praticam nas férias e nos feriados
 Férias forenses – correspondem a um período de tempo em que não
se praticam atos processuais ou em que esses atos são praticados
desaceleradamente (exemplo: mês de janeiro)
 Feriados forenses – correspondem a dias isolados em que não se
praticam atos processuais (independência, república, etc.)
 Recessos forenses – correspondem a feriados forenses que se dão
de forma prolongada (época do natal/ano novo)
 Exceções – situações de urgência (CPC, 173 e 174)  estão à luz
da CF, 93, XII
 CF, 93, XII – proíbe férias coletivas de juízes  processos eram
muito lentos

Terça-feira, 15 de março de 2011

 Prazos dos Atos Processuais (CPC, 177 e ss)


 Atos processuais devem ser praticados tendo como limite final um certo
prazo
 Classificação
 Prazos Legais
• São estabelecidos por lei
• Exemplo: defesa no processo comum é de 15 dias
 Prazos Judiciais
• São estabelecidos pelo julgador da causa
• Juiz fixa o prazo levando em consideração a complexidade da
causa
 CPC, 185 – não havendo previsão legal ou determinação judicial, o
prazo será de até 5 dias
 Prazos dilatórios
 São aqueles que podem ser alterados pelo julgador, levando-se em
consideração a complexidade da causa
 Exemplo: prazo para apresentação de alegações finais
 Prazos peremptórios
 Não são passíveis de alteração pelo juiz
 Exemplo: prazo para apresentação de recurso
 É a jurisprudência que distingue os prazos dilatórios dos peremptórios; a
lei não faz essa distinção
 Destinatários dos prazos
 Partes
 Juiz
 Auxiliares do juízo
 Não-observância dos prazos
 Partes
• Sofrem severas punições
• Por isso, são prazos próprios
• Exemplos
♦ Parte retira processo de cartório e não o devolve na data –
advogado pode ser proibido de retirar os atos de cartório
♦ Parte não se defende no prazo – podem ser presumidos como
verdadeiros os fatos alegados pela parte contrária
 Juiz e auxiliares
• Não há punição processual para o juiz, mas pode haver sanção
disciplinar
• Por isso, são prazos impróprios
• Partes podem comunicar a inobservância de prazos dos juízes e
auxiliares à corregedoria ou ao CNJ
 CPC 183 – preclusão temporal
 Inobservância do prazo processual da parte
 Acarreta na perda do direito de praticar o ato que a pessoa não
praticou no momento oportuno
 Termos do prazo
 Termo inicial
• Termos ad quo
• Geralmente ocorre com a intimação
 Termo final
• Termos ad quem
 CPC, 178
 Os prazos processuais são contínuos
 A fluência não se interrompe com feriado
 CPC, 184
 Caso o termo final seja um feriado, deve ser praticado no primeiro dia
útil subseqüente
 Deve-se excluir o dia do começo (a partir da data de publicação) e
incluir o dia do vencimento
 Suspensão do prazo
 Férias – suspendem prazo (CPC, 179)
 Feriados – não suspendem o prazo
 Recesso forense – Lei 5010/66 diz que não suspende, mas
jurisprudência diz que suspende (paradoxo)





Segunda-feira, 21 de março de 2011

Citação

 Introdução
 Finalidade – chamamento do réu ou de terceiro, para fazer parte da
relação processual e, eventualmente, oferecer a resposta
 Por ser um ato tão importante, a citação deve ser pessoal – cabe à
própria parte receber o ato citatório
 Se for pessoa jurídica, é o representante legal da PJ que deve receber a
citação
 Se a empresa possui filial ou sucursal, o gerente daquela filial ou
sucursal poderia ser citado
 Mandatário – se o mandante não é localizado, a citação pode ocorrer na
pessoa do mandatário (advogado pode receber)
 Se no momento em que a citação for ocorrer, o oficial se der conta de
que o réu não tem capacidade para compreender aquele ato, deve lavrar
certidão para o juiz nomear curador para aquele ato
 Autor deve fornecer o endereço de domicílio do réu
 É só nesse endereço que o réu pode ser citado?
 Não! Pode ser citado onde for encontrado
 O importante é a efetiva comunicação do réu, para que venha a
integrar a lide
 A nulidade de citação pode ser alegada a qualquer tempo,
transcendendo inclusive a rescisória

 Restrições do CPC ao ato citatório (salvo se houver risco de perecimento de


direito) – CPC, 217
 A quem estiver assistindo a qualquer ato de cunho religioso
 Ao cônjuge ou a parente do morto, no dia do falecimento e nos sete dias
seguintes
 Aos noivos, nos três primeiros dias de bodas
 Aos doentes, enquanto grave o seu estado

 Conseqüências (têm efeito material e processual) – CPC, 219


 Torna prevento o juízo
 Prevento – eventuais demandas conexas deverão ser distribuídas ao
mesmo órgão julgador
 Induz à litispendência
 Quando o réu é citado, forma-se a relação processual e, portanto, se
posteriormente, for proposta qualquer demanda idêntica a esta, a
segunda demanda, necessariamente, deverá ser extinta
 Torna litigiosa a coisa
 Depois que o réu foi citado, há uma prova inequívoca de que o objeto
daquele conflito encontra-se em litígio e, por consequência, cessa
eventual boa-fé de terceiros em relação àquele bem
 Mas há uma tendência legislativa, doutrinária e jurisprudencial no
sentido de preservar a boa-fé de terceiros, que demonstram que não
tinham ciência da existência daquela demanda, mesmo o réu tendo
sido citado
 A existência da demanda limitar-se-ia às partes envolvidas no
processo
 Constitui em mora o devedor
 A partir do ato citatório, o réu estará em mora
 Exceção – existência de leis extravagantes ou específicas que
alteram o prazo da constituição em mora
 Interrompe a prescrição
 Se, entre a proposição da demanda e a citação, o direito prescrever,
a data retroage

 Modalidades de citação
 Citação real
 Há prova inequívoca de que o réu tomou ciência da existência da
demanda
 Tipos
• Correio
• Oficial de justiça (mandado)
 Citação ficta
 Cria-se uma presunção legal de que o réu fora citado
 Não se sabe, em concreto, se o réu tomou ciência da demanda
 Tipos
• Edital
• Hora certa (por oficial de justiça)
 Requisitos formais
 Outras hipóteses
 Se o réu vem a juízo antes da citação (comparecimento espontâneo),
ele se dá por citado
 Citação por meio eletrônico (Lei de Locação)

 Citação por correio


 É a regra geral
 É uma citação real; portanto, deve ser entregue em mão própria (no
caso de PF)
 Exceções
 Autor opta por outra modalidade (autor pode optar pela citação por
oficial; se ele nada disser, faz-se por correio)
 Determinadas demandas não admitem a citação por correio:
• Ações que envolvam estado das partes
• Réu é incapaz; ré é PJ de direito público
• Réu reside em local não atendido pela entrega domiciliar do
correio
 Deve ter Aviso de Recebimento
 Deve ser assinado pelo réu
 É a prova de que o indivíduo foi citado
 É a partir da juntada do AR nos autos que flui o prazo de resposta
 Se o réu se recusa a receber o AR, a citação não se concretizou
 Só pode ocorrer citação por correio quando o réu é residente e/ou
domiciliado no Brasil
 Não se pode substituir a citação por correio pela carta rogatória, em
razão do respeito à territorialidade e limites de jurisdição

 Citação por oficial de justiça


 Também chamada de citação por mandado
 CPC, 225 – requisitos que o mandado de citação deve conter
(formalidades), sob pena de nulidade do ato citatório
 Deve constar o prazo que o réu tem para contestar a demanda
 Prazo flui a partir da juntada do mandado nos autos
 Se o prazo constante no mandado estiver errado?
 Se constar prazo for de 5, mas na verdade for de 10 dias, considera-
se o prazo de 10, pois o prazo é fixado é legal, e não judicial
 Se constar prazo de 10, mas na verdade for de 5 dias, considera-se
prazo de 10, pois o réu fora induzido a erro
 Oficial deve ler o mandado, certificar-se de que o réu leu o mandado e
assinou e, se ele recusar assinar, deve descrever minuciosamente o réu
 Oficial de Justiça tem fé pública
 Mas isso não gera presunção absoluta de verdade
 Por isso, ele deve provar que a pessoa para quem ele entregou a
contra-fé era efetivamente o réu

 Citação com hora certa


 É uma subespécie da citação por oficial
 O oficial, embora tenha procurado o réu 3x, não o localizou, e existem
suspeitas inequívocas de ocultação
 Escrivão envia à residência do réu uma carta, comunicando a citação
com hora certa
 Essa carta é apenas uma segurança do sistema de que o réu tomou
conhecimento da demanda
 Não dá início ao prazo de contestação
 Se o réu não estiver no local, o oficial cita o réu pela pessoa que estava
no local; por isso, é citação ficta

 Citação por edital


 Cabível nas seguintes circunstâncias:
 A lei determina que a citação seja por edital
 Réu é desconhecido ou incerto
 É ignorado, incerto ou inacessível o lugar onde se encontra o réu
 É sempre residual, ou seja, deve-se demonstrar a impossibilidade da
realização das demais formas de citação, para só a partir daí se poder
utilizá-la










Terça-feira, 29 de março de 2011

 Características da Tutela Antecipada


 Reversibilidade
 Tutela antecipada não pode criar uma situação entre as partes que
seja definitiva
 Como a medida pode ser revogada a qualquer tempo, ao requerido
deve ser garantida a possibilidade de se retornar ao estado anterior
 Não se pode, por exemplo, haver antecipação de tutela para destruir
obra de arte
 Revogabilidade e Modificabilidade
 Idéia de provisoridade da medida antecipatória
 Juiz concede a medida a partir de uma realidade fática e probatória
que lhe fora trazida
 Se, futuramente, outros elementos são trazidos, o juiz pode cassar a
medida concedida anteriormente, ou modificá-la (ampliar, reduzir ou
substituir a tutela antecipada)
 O juiz de primeiro grau pode revogar a tutela antecipada concedida
pelo tribunal de segundo grau? Não! A menos que seja trazidos
novos fatos e novos argumentos
 Fungibilidade
 Se o juiz entender que não é caso de antecipação de tutela, mas sim
de medida cautelar, ele pode deferir o pedido, desde que presentes
os requisitos legais da medida cautelar

 Momento da concessão da tutela antecipada


 Pode ser concedida a qualquer momento, desde que presentes os
requisitos legais
 O autor não é obrigado a pedir a tutela antecipada logo na inicial; pode
ser feito no decorre do processo, ou mesmo em grau recursal
 A parte apresenta contra-razões de apelação e requer antecipação de
tutela

 Legitimidade para concessão de antecipar o requerimento


 O autor, naturalmente, pode pedir tutela antecipada
 O réu poderia pedir tutela antecipada? Sim, desde que o réu tenha
formulado pedido (pretensão de mérito); não adianta pedir apenas
improcedência da demanda

 Execução da tutela antecipada


 Execução da tutela antecipada submete-se às regras da execução
provisória  típica característica da reversibilidade
 Execução provisória é feita por conta e risco do exeqüente – se a
decisão for revogada e a execução tiver causado algum tipo de dano ao
exequido, o exeqüente responde por esses prejuízos (responsabilidade
objetiva)
 Pode a tutela antecipada ser concedida na sentença?
 Juiz quando prolata a sentença dá a própria sentença jurisdicional;
sendo assim, não caberia antecipar a tutela
 Mas hoje a doutrina fala que, presentes os requisitos legais, pode
antecipar a tutela dentro da sentença (conseqüência: apelação não
tem efeito suspensivo, CPC, 520)

Segunda-feira, 4 de março de 2011

Procedimentos

 Conceito
 Conjunto de atos ligados entre si que visam ao provimento final

 Procedimentos especiais
 São aqueles que têm características próprias em razão do direito
material envolvido
 Há relações de direito material que, em razão da necessidade de ter
uma tutela mais rápida ou diferenciada, são tuteladas de maneira
diversa
 Exemplo: inventário, que não é compatível com o procedimento comum
 Não é necessariamente totalmente diferente do procedimento comum;
se tiver um único ato diferente, será considerado procedimento especial

 Procedimentos comuns
 São aqueles que seguem uma regra geral
 Mas hoje há dois procedimentos comuns:
 Procedimento comum ordinário
• Característica sempre residual
• Perguntar! A lei traz previsão de procedimento especial? Se não,
traz previsão para procedimento comum sumário?
• Se o autor propuser uma demanda pelo ordinário, quando na
verdade deveria propor pelo sumário, caso os atos atinjam sua
finalidade, o procedimento prosseguirá como ordinário
 Procedimento comum sumário
• Lei processual determina as hipóteses de procedimento sumário
• É em tese mais célere do que o procedimento comum ordinário,
pois há uma concentração de atos processuais, além de não
serem admitidos vários incidentes processuais possíveis no
procedimento ordinário
• As demandas são, em tese, de menor complexidade e, por isso,
tem um regime mais célere; mas o grau de complexidade é algo
relativo
• Se o autor propuser uma demanda pelo sumário, quando na
verdade deveria propor pelo ordinário, o processo não terá
prosseguimento, visto haver prejuízo  não serão admitidos
alguns incidentes processuais
• Critérios do CPC para a adoção do procedimento sumário
♦ Critério de valor
 Fixa-se procedimento sumário de acordo com o valor
atribuído à causa
 Demandas até 60 salários mínimos devem ser propostas
pelo sumário, no momento da propositura da demanda
 Mas o valor da causa é sempre fixado em moeda corrente
nacional (reais), e não em salários mínimos!!!
 O juiz pode condenar o réu ao pagamento de valor
superior a 60 salários mínimos
 Nem toda demanda inferior a 60 salários mínimos tramita
pelo sumário; demandas que envolvem estado ou
capacidade das partes tramitam pelo ordinário,
independentemente do valor atribuído à causa (critério de
valor excepcionado pela matéria)
♦ Critério de matéria
 Fixa-se procedimento sumário em razão do objeto ou da
natureza do litígio
 Ainda que tais demandas superem 60 salários mínimos, se
pertencerem às matérias elencadas, tramitarão pelo
sumário, desde que o objetivo da parte seja o de obter uma
tutela cognitiva; se a parte tiver um título executivo
extrajudicial, ela poderá valer-se da execução
 Matérias
 Arrendamento rural e parceria agrícola

Segunda-feira, 11 de abril de 2011

Petição Inicial

 Conceito
 Ato pelo qual se pede ao Estado a prestação jurisdicional
 Por ela, a parte pede o direito subjetivo de ação

 Requisitos (CPC, 282)


 Órgão judiciário competente
 Não é a pessoa física do juiz
 O tribunal então se manifesta
 Qualificação das partes
 Não precisa ser plena
 Deve ser completa de modo a individualizar as partes e possibilitar a
citação
 Fatos + fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir)
 Causa de pedir – as razões fáticas e de direito pelas quais as partes
embasam o seu direito
• Próxima – indicação dos fatos; situação de realidade fática que
embasa o pedido jurídico
• Remota – fundamentos jurídicos que embasam os fatos; não se
confunde com o dispositivo legal com a qual a parte pleiteia
 Teoria da Substanciação
• As partes devem trazer os fatos e o fundamento jurídico do
pedido
• Contrapõe-se à Teoria da Individuação, pela qual bastava a
descrição fática, sem necessidade de fundamentos jurídicos
 Pedido com as suas especificações
 É o objeto da ação, que revela a pretensão do autor
 Delimita o escopo da lide, ou seja, até onde o juiz pode ir
 Juiz não pode julgar além ou aquém do que foi deduzido
 Decorre do princípio dispositivo (inércia da jurisdição)
 Exceção: CPC, 461
 Classificação
• Pedido imediato – providência jurisdicional pretendida
(condenatória,executiva, mandamental, etc.)
• Pedido mediato – é o bem da vida que o demandante busca em
juízo (exemplo: reparação da honra, imagem, etc.)
 Valor da causa
 Expressão econômica do pedido
 Decorre do direito material em jogo
 Ainda que não se tenha o conhecimento exato do valor, ele deve ser
determinado (estimativa)
 Importância: tipo de procedimento (sumário, ordinário); custas
processuais; honorários
 CPC, 261 – hipótese de incidente de impugnação da causa
 CPC, 259 – critérios para a fixação do valor da causa
 Provas
 Partes devem indicar as provas que pretendem produzir
 Fases de indicação de provas (jurisprudência)
• Na inicial
• Após a contestação
 Requerimento para citação do réu
 Não se precisa indicar o modo pelo qual se dará a citação (correio,
mandado)
 Se não há indicação, segue o CPC, 221 (correio)

 Documentos indispensáveis (substanciais e fundamentais) – CPC, 283


 Substanciais – são aqueles que o direito material exige da substância do
ato (escritura pública, etc.)
 Fundamentais – são as provas das alegações da causa de pedir
(apropriação indébita)
 Procuração – CPC, 37 e 254
 Não se confundem com os documentos úteis,, que podem auxiliar na
resolução do caso, mas que não são intrínsecos para o deferimento da
PI

 Despacho – CPC, 284


 Caminhos
 Deferimento
• Petição está em termos (tudo ok)
 Prazo para regularizar
• 10 dias
• É prazo dilatório (juiz pode ampliar)
 Indeferimento
 Aditamento da inicial – CPC, 294
 Indeferimento da inicial – CPC, 295
 Inépcia
 Condição da ação
 Decadência/prescrição
 Inadequação do procedimento











































































































































































































































































































































































































































































































































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