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rigma Proclamando a Verdade do

K e Evangelho numa época de crise
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Publicação Trimestral - Outubro de 2010 - Ano I - Edição 1

31 de Outubro
REFORMA PROTESTANTE
Nesta edição:
Resgatando a sã doutrina
em nossa geração
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A Reforma Protestante
e a crise medieval
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A Reforma e as doutrinas
cristãs fundamentais
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Soluções atuais para o

dilema de Asafe
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Keri Resgatando a sã doutrina
Resgatandoemanossa
sã doutrina
geração
Em face do analfabetismo bíblico presente
dentro das igrejas evangélicas brasileiras, faz-se
necessário uma profunda reflexão de caráter
urgente concernente ao nível e estado doutriná-
rio das igrejas cristãs. Tal necessidade caracteri-
za-se como um nova reforma, tal qual ocorreu no
século XVI.
Corremos um grande perigo de assistir o cristia-
nismo evangélico nesta nação tornar-se apenas
mais uma opção religiosa. Como afirmou Paulo
Anglada: “Nosso povo de modo geral, pratica
uma forma de religião sincretista, supersticiosa e
idólatra”. Muitos púlpitos se transformaram em
balcões de comércio, onde a fé é vendida como
mercadoria. Não se ouve mais os grandes temas
da sã doutrina: justificação pela fé, regeneração,
salvação e santificação. É relevante ressaltar os
muitos mártires que morreram proclamando as
verdades que hoje são futilmente negadas.
A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus (Jo.17.17).
Ela nos corrige, repreende e exorta (2Tm.4.2) e
não pode ser tomada como um livro ou instru-
mento de auto-ajuda. Ela é um livro doutrinário e,
sem a doutrina correta, estaremos seriamente
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K e rigma
Não se pode falar da Reforma Protestante do Séc.
XVI sem antes mencionar a crise medieval. O
mundo Ocidental na época estava em crise. O Edito
de Milão promulgado em 313, instituindo o
cristianismo como religião oficial do Império
Romano, acabou marcando o início de um período
de decadência espiritual para a vida da Igreja. Esta
decadência espiritual acabou se manifestando em
todas as áreas da vida das nações, estendendo-se
até o século XV. O cristianismo tornou-se uma
religião humana e politicamente atraente. Tornou-
se conveniente professar a religião do Imperador.
Contudo, não houve nada mais fatal para o
cristianismo do que aquele inchaço, aquela
aparente prosperidade. A igreja foi se
enfraquecendo pela impiedade que nela foi
ingressando, e o resultado disso tudo se fez sentir
no mundo da época, pelo menos na Europa
Ocidental. A situação política, social, econômica,
moral e espiritual da maioria das nações antes da
Reforma era simplesmente lastimável. Na Idade
Média havia pontos de luz aqui e ali. Mas de modo
geral não é sem razão que este período é
conhecido como período das trevas. Diversas
crises assolavam a igreja: Crise Teológica, Crise
Litúrgica e Crise Moral.
a) Crise Teológica- Todo tipo de erro proliferava na
igreja em decorrência do seu afastamento das
escrituras. A tradição falava mais alto e o “livre-
arbítrio” prevalecia. A salvação pelas obras, o
purgatório, a mariolatria, a suprema autoridade
papal, o celibato e uma infinidade de desvios
teológicos e doutrinários prevaleceram no
cristianismo medieval. b) Crise Litúrgica- era
imensa na época. A Reforma Protestante se deu
em uma igreja repleta de adições espúrias ao culto,
como missa pelos mortos, a missa de sétimo dia, a
própria missa, considerada pela Igreja Católica
como uma reedição não cruenta do sacrifício de
Cristo, o confessionário, sete sacramentos,
indulgências, penitências, rezas, terços, sinal da
cruz, uso do latim na missa, imagens, rosários,
crucifixos, representações, relíquias,
peregrinações, procissões, velas, vestes sacras,
em nossa geração
ameaçados de sermos levador ao redor de todo
vento de doutrina (Ef.4.12). Precisamos urgen-
temente voltar às nossas origens, expurgar os
vícios, o misticismo, o paganismo e o mundanis-
mo.
Nossa herança que é rica e foi regada com
sangue precisa ser redescoberta. Devemos
orar por um despertamento em nossas igrejas a
A Reforma Protestande
e a Crise Medieval
dias santos, etc. Uma verdadeira parafernália
litúrgica havia tomado conta do culto medieval. A
simplicidade do culto do Novo Testamento se
perdeu. Ninguém sabia mais como se deveria
adorar e cultuar ao Senhor. O resultado não
poderia ter sido outro. Depois de Crisóstomo e
Agostinho, praticamente nada de real valor no que
diz respeito à pregação do Evangelho, tanto na
teoria como na doutrina e na prática foi realizado
na Idade Média. No período medieval a teoria e a
prática da pregação estiveram em franca
decadência. Os pregadores medievais, de um
modo geral, não pregaram a Bíblia. As pregações
medievais consistiam de longas estórias, de
fábulas sobre santos e mártires, de descrições de
milagres, de comentários sobre Aristóteles e
Sêneca. Esse era o conteúdo das pregações
medievais. No culto medieval, a pregação era
considerada no máximo, como uma pregação
para a ministração e participação nos
sacramentos. c) Crise Moral -. A corrupção do
clero é completamente reconhecida como uma
das causas mais imediatas para o surgimento da
Reforma do século XVI. A cobiça, a luxúria, a
embriaguez, a glutonaria, a impureza sexual,
eram pecados ordinários na vida do clero antes da
Reforma, de modo que o povo, de modo geral,
não suportava mais a situação e clamava por
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fim de reacender as doutrinas bíblicas na mente e
no coração do povo de Deus. Precisamos ser
coerentes com aquilo que pregamos e aquilo que
vivemos. A nossa nação carece urgentemente de
ser verdadeiramente convertida e liberta. Isso
implica na necessidade de uma ampla reforma,
como diz Anglada: “Precisamos de uma ampla
reforma na igreja: teológica, litúrgica, moral e
espiritual”.
Igreja do Senhor! É preciso abrir os olhos e rever
as nossas crenças e práticas. Será que estamos
glorificando a Deus ou simplesmente ensinando
os homens a produzirem por seus próprios
esforços a paz, o consolo, a felicidade e a satisfa-
ção pessoal; e não os conduzindo a perceberem
suas próprias misérias. Confrontando-os com o
ensino correto das Escrituras. O apóstolo Paulo
adverte ao jovem Timóteo: “Cuida bem da tua
vida e da doutrina, permanece nestes deveres
porque fazendo isto salvarás tanto a ti mesmo
como aos que te ouvem (1Tm.4.16).”
Dorgival Pedro Ferreira Gomes
Membro da Igreja Evangélica Congregacional de Limoeiro-PE.
Aluno do centro de estudos teológicos - CEIBEL
mudanças. Era impossível admitir um clero
moralmente tão corrompido como aquele que
dirigia a Igreja Romana antes da Reforma.
Qual foi a solução divina para a crise teológica,
litúrgica e moral que assolava a Igreja e as nações
antes da Reforma?A solução divina para a crise
que o Mundo Ocidental experimentou na Idade
Média foi uma ampla Reforma religiosa, que
incluiu uma reforma teológica completa, uma
reforma litúrgica profunda, uma reforma de ordem
moral e espiritual. Com essa Reforma a igreja
pulsava vida espiritual, não por causa de
inúmeras atividades humanas, mas por causa da
Graça e Misericórdia de Deus, por meio de uma
reforma profunda operada na teologia, no
governo, no culto, e na vida do povo e da Igreja.
Estes benefícios foram alcançados pela Graça e
Misericórdia de Deus, homens que temiam a
Deus, puderam discernir, tiradas as vendas que
os impediam de ver o verdadeiro estado espiritual
da Igreja, e diagnosticar a situação terrível da
Igreja de então- uma situação, em muitos
aspectos, semelhante ao evangelicalismo
brasileiro em nossos dias. Precisamos de um
reavivamento, mas não de um reavivamento
superficial, que se manifeste apenas em mãos
levantadas, palmas, e exacerbação das
emoções; um reavivamento motivado por
técnicas ridículas de pregadores que aproximam
ou afastam o microfone da boca, para com isso
excitar de modo espúrio e indigno a emoção de
um auditório. A redescoberta da Palavra nos dará
o caminho, o meio, a agência, o instrumento para
que uma reforma profunda e verdadeira seja
suscitada e promovida no nosso meio para
edificação do nosso coração, para o bem da
Igreja, do país e para honra e glória do nome do
nosso Deus.
Percebemos a ação Soberana de Deus
preparando as circunstâncias que possibilitam a
eclosão da Reforma. Vemos a mão de Deus na
obra dos Pré-Reformadores como Wycliff e John

Huss no século XIV e XV. Um dos períodos críticos
da Teologia Cristã se iniciou no século 16. Os
estilos de Teologia Cristã associados à Idade Média
deram lugar a novos paradigmas. O acontecimento
mais relevante foi a Reforma, um movimento que
procurou conduzir a Igreja Ocidental a
Fundamentos mais Bíblicos para seu sistema de
crenças, moralidade e estruturas.
Martinho Lutero nasceu em 10 de Novembro de
1483, em Eisleben. Destinado para o estudo de
Direito, voltou-se para o mosteiro agostiniano, no
qual, após muitas lutas, desenvolveu uma nova
compreensão de Deus, da Fé e da Igreja. Isso o
envolveu num conflito com o papado, seguindo de
sua excomunhão. “Lutero opôs-se à Igreja não
porque ela exigisse demais, mais porque exigia
muito pouco.” Oswald Spengler.
No dia 31 de Outubro de 1517 eclodiu-se a Reforma
Protestante. Lutero afixou na porta da capela de
Winttemberg as suas teses denunciando um
aspecto particular da corrupção da Igreja na época:
a venda das indulgências. Com isso a Reforma
religiosa do século XVI foi deflagrada. A
historiografia Católica Tradicional retrata um
Monge louco, um psicótico demoníaco derrubando
os pilares da Igreja Mãe. Para os protestante
Ortodoxos, Lutero foi o cavaleiro divino, um Moisés,
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A Reforma e as doutrinas
igm
Ker cristãs fundamentais
Neste dia onde celebramos e louvamos a Deus
pelas vidas dos reformadores que engrenaram
grandes esforços para que a igreja despertasse e
retornasse a um cristianismo bíblico pautado na
Palavra de Deus e em suas Doutrinas
Fundamentais das quais se constitui os
fundamentos do Cristianismo. Doutrinas estas que
têm como fundamento primário a BÍBLIA
SAGRADA que e a verdade de Deus revelada aos
homens, veremos logo mais algumas doutrinas
que em caso de qualquer desvio ou deturpação irá
descaracterizar o cristianismo tornando-o um
mero sincretismo sem qualquer significado e
faltoso de uma verdadeira espiritualidade para
com Deus, vejamos então quais são algumas
dessas doutrinas:
A primeira delas e a SANTÍSSIMA TRINDADE:
“Na unidade da Divindade há TRES PESSOAS de
uma mesma substância, Poder e Eternidade –
Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo.
O Pai não é gerado nem procede de outro ser, o
Filho é eternamente gerado do Pai, o Espírito
Santo é eternamente procedente do pai e do
Filho”. (CFW). O ser de DEUS subsiste com três
pessoas distintas, porém unidas em essência. A
negação da existência do Pai, Filho e Espírito
Santo enquanto pessoas distintas (UNICISMO) ou
da divindade dessas três pessoas (ARIANISMO)
constitui HERESIA. Apesar de sua compreensão
plena ser um mistério, a Bíblia nos mostra uma
série de passagens que provam claramente a
existência das três pessoas na Divindade e cada
uma delas com características diferentes, mas
unidas no único Deus Eterno e Imutável, confira
algumas provas bíblicas da SANTÍSSIMA
TRINDADE ( cf. Mt 3.16,17;Mt28.19;2Co 13.13; Jo
1.14,18 Jo 15,26; Gl 4.6 )
A segunda é a doutrina DAS DUAS NATUREZAS
DE CRISTO: A realidade das duas naturezas de
Cristo é bem firmada na Bíblia, ou seja, Ele é
Plenamente Homem e Plenamente Deus.
Entendemos por natureza como (a concreta
substancia de uma espécie). Há somente uma
pessoa no mediador com duas naturezas
distintas: HUMANA E DIVINA. Durante a história
da igreja algumas pessoas se opuseram contra
essa doutrina, porém a Bíblia nos revela um vasto
um Sansão (demolindo o templo dos filisteus), um
Elias, até mesmo o quinto evangelista e o anjo do
Senhor. Mas Lutero foi exatamente um servo fiel
do Senhor, o grande reformador que com a Graça
de Deus, fechou as portas do Inferno expondo as
verdades bíblicas que abalaram e abalam Roma
até os dias atuais. O Protestantismo nasceu da
luta pela Doutrina da Justificação pela Fé
Somente. Para Lutero, essa não era
simplesmente uma Doutrina entre outras, mas “o
resumo de toda a Doutrina Cristã”, “o artigo pelo
qual a Igreja se mantém em pé ou cai”. Ao mesmo
tempo, ele admitiu que essa doutrina era difícil de
ser mantida e que poucas pessoas estavam aptas
a ensiná-las corretamente.
Perto do fim de sua vida, Lutero lembrou como,
quando monge, a expressão “Justiça de Deus”,
em Rm 1.17, enchera de terror sua alma. Todas as
suas tentativas de satisfazer a Deus- orações,
jejuns, vigílias, boas-obras- deixavam-no com
uma consciência totalmente intranqüila. Seu
humor variava do desespero por todos os seus
erros a uma ira fervente em relação a Deus: “Eu
não amava, na verdade odiava, aquele Deus que
punia os pecadores; e, com um murmurar
monstruoso, silencioso, se não blasfemo,
enfureci-me contra Deus”. Além disso ele
“criticava persistentemente Paulo”, meditando dia
conteúdo de informações que provam tanto a
DEIDADE de CRISTO como sua HUMANIDADE.
Em Cristo estava presente a natureza divina que
procede do Pai, sendo ele o Imutável e Eterno
Filho de Deus (Jo.1:1-2 Hb 1:11-12). Não é difícil
enxergar a Deidade de Cristo através dos seus
atributos revelados nas Sagradas Escrituras tais
como: Onisciência ( Mt 9:4;11:27; 24:1,2,14),
Onipresença (Mt18:20; 28:20), Onipotência (Mt
28:18; Ef 1:22; Ap 1:8; 11:17). Por outro lado, a
Bíblia declara e demonstra de forma enfática que
Jesus é também perfeitamente homem. Jesus
viveu como homem sujeito aos mesmos limites
do ser humano, contudo foi achado sem pecado
(Jo 8:46; 2Co 5:21; Hb 4:15), como homem ele
teve fome, sede, cansaço, agonia, sono, ou seja,
em sua humanidade plena ele sentiu as mesmas
necessidades básicas da vida de um ser humano
pleno a ponto de seus irmãos e muitas pessoas
que viviam com ele não compreendia que ele era
o DEUS-HOMEM, uma pessoa com duas
Naturezas, inseparáveis até na crucificação,
onde o Filho na condição de mediador entrega ao
Pai uma alma plenamente humana, porém a
Natureza Divina sempre permaneceu unida em
Cristo.
A terceira é a Doutrina do PECADO ORIGINAL:
Uma má compreensão desta doutrina resultará
numa negação de algumas verdades
fundamentais como a da JUSTIFICAÇÃO PELA
FÉ. O Dr. ROBERT REID KALLEY em seus 28
artigos da breve exposição das doutrinas
fundamentais do cristianismo, nos Arts.7°,8° nos
diz: “O homem assim dotado e amado pelo
Criador era perfeitamente feliz, mas tentado por
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e noite em seu estudo na torre, até que comecei a
entender que “a Justiça de Deus” significava
aquela justiça pela qual o homem justo vive
mediante o dom de Deus, isto é, pela fé. É isso o
que significa: a Justiça de Deus é revelada pelo
evangelho, uma justiça passiva com a qual o Deus
misericordioso nos justifica pela fé, como está
escrito: “Aquele que pela fé é justo, viverá”. Aqui,
senti que estava nascendo completamente de
novo e havia entrado no próprio paraíso através
de portões abertos.
Precisamos de Reforma teológica, litúrgica, moral
e espiritual urgente. Que se levantem homens de
Deus como Lutero, Zuínglio, Calvino, Knox,
Edwards, enfim que possamos redescobrir as
Sagradas Escrituras onde as principais doutrinas
se encontram e venhamos a proclamar o valor da
Justificação pela Fé Somente como os
Reformadores. Que venhamos a combater as
falsas heresias e o sincretismo religioso que
contaminam as Igrejas verdadeiras. Que as
Igrejas históricas: Congregacional, Presbiteriana
e Batistas defendam suas origens e as doutrinas
reformadas que trouxeram Luz e Vida para o Povo
de Deus.
Emanuel Assis
Membro da Igreja Evangélica Congregacional de Limoeiro-PE.
Aluno do centro de estudos teológicos - CEIBEL
um espírito rebelde ( chamado por Deus,
Satanás), desobedeceu ao seu criador; destruiu
a harmonia em que estivera com Deus, perdeu a
semelhança divina; tornou-se corrupto e
miserável , deste modo vieram sobre ela a ruína e
a morte. Estas não se limitam ao primeiro
pecador, seus descendentes herdaram dele a
pobreza, a desgraça a inclinação para o mal e a
incapacidade de cumprir bem o que Deus manda;
por conseqüência todos pecam, todos merecem
ser condenados, e de fato todos morrem”. Deste
modo o homem nasce com uma natureza
pecaminosa. Devido a rebeldia de ADÃO, que
representava toda a raça humana, esse pecado
passou a toda sua posterioridade e
conseqüentemente a morte, por isso “todos
pecaram” (Rm.5:12). Já nascemos com essa
semente arraigada em nossa natureza caída e
inclinada para o pecado, razão porque
carecemos da graça restauradora de Deus.
A quarta doutrina e a da JUSTIFICAÇÃO PELA
FÉ: A justificação pela fé é uma das doutrinas que
a Bíblia nos revela de maneira explícita e
evidente, basta lermos a carta de Paulo aos
Romanos para compreendermos que a
Justificação consiste num ato onde Deus através
de seu filho Jesus Cristo transfere para os que
crêem seus méritos conquistado na cruz do
calvário. Uma vez que estávamos mortos em
nossos delitos e pecados, inclinados para o
pecado de modo que por nós mesmo nunca
iríamos alcançar um posição de justos diante de
Deus, pois todos já nascemos com a semente
pecaminosa conhecida como o PECADO
ORIGINAL, mas mediante a FÉ que é o
instrumento usado por Deus para que tenhamos
acesso aos méritos de Cristo, creditando-nos sua
justiça e sendo assim JUSTIFICADOS, ou seja,
pela fé o homem se reveste da justiça de Cristo
Jesus. (Rm 3:22-26) Esta doutrina foi um dos
pilares da reforma protestante (SOLA FIDE), os
reformadores defendiam que a justificação era
somente mediante a Fé e não por obras como era
pregado pela igreja romana. “Abraão creu em
Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”(Rm
4:3).
A quinta e última é a doutrina da SALVAÇÃO
PELA GRAÇA: A salvação é um ato monergístico
de Deus onde ele pela sua infinita graça resolve
salvar o homem da condenação futura, haja vista
que este se encontrava morto e sem nenhuma
possibilidade de alcançar a salvação pelos seus
esforços. Deus vivifica o homem que estava morto
espiritualmente (Ef 2:5) devido a transgressão no
Éden e regenerado PELA GRAÇA de Deus ele
passa a ter uma nova vida através da fé sendo
justificado e por fim salvo da ira vindoura, “porque
pela graça sois salvo,mediante a fé; e isso não
vem de vos; é dom de Deus ; não de obras , para
que ninguém se glorie. ( Ef 2:8 )”. Achar que
através da obediência a Lei de Deus o homem
alcançará a salvação é legalismo, pois basta olhar
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K e rigma Soluções Atuais para o
dilema de Asafe
Asafe foi um dos mais importantes levitas nos dias
do rei Davi. Pelo menos doze dos Salmos trazem o
seu nome (73 -83, 50). "Um músico consumado,
nomeado por Davi para presidir o coral sagrado
organizado pelo rei". Ele influenciou tão
profundamente sua geração que se tornou
conhecido tempos depois como o poeta vidente
(2Cr.29.30). Seu ministério profético ao som de
harpas, liras e címbalos influenciou decisivamente
sua própria família, em função de que sob a
supervisão direta do rei profetizavam os "filhos de
Asafe" (1Cr.25.2). E foi através da sua poesia que
encontramos sua mais extraordinária experiência
espiritual: o Salmo 73.
O Salmo 73 foi definido por D. M. Lloyd-Jones como
uma verdadeira teodicéia. Isso porque a partir de
sua experiência pessoal, o salmista nos apresenta
grandes questões que continuam, ainda hoje,
deixando muitas pessoas perplexas: "Por que os
justos têm que sofrer, ainda mais em vista do fato
de que os ímpios frequentemente parecem ser
mais prósperos?". Asafe, ao relatar sua experiência
de dúvidas e frustrações, abre o coração e
confessa que a prosperidade dos ímpios em face
ao seu sofrimento quase o levou ao abandono da
fé. Mas tudo isso começou a mudar a partir do
momento em que Asafe entrou no santuário de
Deus! (Sl.73.17). Desse ponto em diante
encontramos uma nova guinada na narrativa de
Asafe. Sua postura diante do dilema da
prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos
assumiu outros contornos. Ele recebeu uma nova
mentalidade, recuperou a confiança e retomou a
jornada. Como foi abençoada a caminha de Asafe
até o templo! Mas, o que exatamente aconteceu no
templo que o afetou tão radicalmente? Esse
questionamento proporciona uma importante
questão: Se situássemos Asafe em pleno século
XXI, o que ele faria com o seu dilema caso entrasse
hoje em muitos templos "evangélicos"?
Provavelmente Asafe não teria dificuldades com o
tema do seu problema, uma vez que a
"prosperidade financeira" é mensagem central na
maioria dos púlpitos evangélicos. Não causaria
estranheza que antes mesmo de atravessar os
portais de muitos templos já recebesse a garantia
de que "todos os seus problemas seriam
resolvidos". Então, quais as soluções atuais mais
prováveis para o dilema de Asafé?
Não tenho dúvidas que Asafe ouviria que a causa
do seu problema são os encostos. Entidades
malignas que "encostaram" no levita e que por isso
ele estava derrotado financeiramente. A solução
para afugentar os tais encostos são diversas:
campanha das sete rosas, sessões de descarrego,
corrente dos valentes, troca de anjo,
para a passagem do jovem rico e ver que a
tentativa de se justificar pela Lei falha porque ela
é perfeita e nós somos incapazes de atingir este
padrão, mas quando a GRAÇA de Deus nos
regenera temos prazer em cumprir a sua Palavra.
A doutrina da salvação pela graça também se
constituiu num dos pilares da reforma (SOLA
GRATIA) os reformadores entenderam que a
salvação não dependia da atuação do homem,
mas sim do ato monergistico de Deus que é o
autor e consumador da nossa salvação
Concluo esta breve exposição de algumas
doutrinas que são vitais no corpo da igreja com a
certeza de que somos a geração eleita para
desencapetamento total, etc. Todavia, nada disso
teria sucesso sem uma generosa contrapartida
financeira como demonstração de fé.
Outra sugestão seria a necessidade de que Asafe
repensasse a sua teologia. Alguns apontariam
que o fracasso de Asafe tinha como causa sua
doutrina ultrapassada. A primeira coisa que ele
deveria fazer era abandonar a concepção de que
ser pobre poderia ser a vontade de Deus para a
sua vida. Jamais! Pobreza é coisa do diabo! Ele
precisaria assumir o fato de que Deus o queria
como "cabeça" e não por "cauda". Assim, para
trazer a existência o que não existe, ele deveria
confessar positivamente sua prosperidade
material. Algumas medidas seriam
indispensáveis: quebrar as maldições
hereditárias da pobreza e reivindicar "por direito"
que Deus conceda a bênção divina da
prosperidade financeira.
Muito provavelmente Asafe seria apresentado a
mais recente onda evangélica brasileira: a
teologia das sementes. A idéia em torno dessa
nova maneira de pensar a vida cristã é que tudo
gira em função de sementes financeiras que são
plantadas em algum importante ministério,
notadamente aqueles que possuem amplos
espaços midiáticos. Uma vez plantada a semente
financeira, as bênçãos, não apenas materiais,
mas também cura divina, salvação de parentes
entre outras são liberadas para a pessoa. O ponto
alto da teologia das sementes é quando a mesma
é determinada monetariamente pelo "profeta" de
Deus. Nesses casos, o valor da semente é
definido (geralmente ultrapassam o salário
mínimo) e, vinculado ao desafio, uma promessa
específica é anunciada. Certamente que Asafe
seria convidado a "entrar" na tal visão que
sutilmente apresenta-se como legitimamente
bíblica.
As possibilidades até aqui apresentadas não são
nada animadoras. Mas estou certo de que as
opções atuais não se encerram com o cenário
exposto. Asafe poderia encontrar, talvez em
menor número, alguns santuários cujo Evangelho
é proclamado com zelo e fidelidade escriturística.
Nesse caso, algumas transformações
vivermos o Evangelho bíblico fundamentado na
Palavra de Deus, aprendendo e praticando os
seus preceitos em nossas vidas para que
possamos ter uma espiritualidade sadia e
sermos exemplos para esta sociedade que tem
invertido os valores. Somente o Evangelho
poderá transformar esta sociedade conduzindo-
a para Deus que é o único que pode moldar o
caráter do homem.
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria
como do conhecimento de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão
inescrutáveis, os seus caminhos!.” (Rm 11:3312)
Antonio Neto
Membro da Igreja Evangélica Congregacional de Limoeiro-PE.
Aluno do centro de estudos teológicos - CEIBEL
efetivamente começariam a acontecer com o
levita. A primeira seria uma drástica mudança de
foco. Ao ouvir o Evangelho Asafe perceberia que a
sua perspectiva quanto a condição dos ímpios
estava errada. Isso porque a grande "ênfase" do
Evangelho não reside na temporalidade
passageira desta vida, mas no destino eterno dos
homens: "compreendi o destino dos ímpios"
(73.17). A pregação simples da cruz acabaria por
expor que de nada adianta acumular tesouros
nesta existência em razão de que tal estilo de vida
é "como um sonho que se vai quando acordamos"
(73.20). Outra importante lição seria que a
espiritualidade e a comunhão com Deus não
podem ser definidas a partir da prosperidade
financeira: "no íntimo eu sentia inveja, agi como
insensato e ignorante;" (73.21,22). Mesmo o
crente "afligido e castigado" (73.14) com as
dificuldades próprias desta existência pode
descansar em Deus pelo fato de que "sempre
estou contigo; tomas a minha mão direita e me
susténs. Tu me diriges com o teu conselho e
depois me receberás na glória" (73.23,24). Além
de tudo isso, uma das coisas mais fascinantes
que aconteceria com o levita era que o seu
coração seria direcionado para novos desejos,
não as coisas deste mundo, mas Deus mesmo
seria a sua maior aspiração: "A quem tenho nos
céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo
além de estar junto a ti." (73.25). Essas
transformações operadas pelo Evangelho com
certeza remodelariam sua piedade e missão.
Para Asafe, aquilo que o sustentaria numa vida
piedosa não seriam seus esforços próprios nem
os inúmeros rituais religiosos, porque sua piedade
seria definida simplesmente pelo fato de "estar
perto de Deus [...] pois o meu corpo e o meu
coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do
meu coração e a minha herança para sempre"
(73.28,26). A missão de Asafe ganharia um
ímpeto diferente, agora ele assumiria o
compromisso vocacional: "proclamarei todos os
teus feitos" (73.28).
Depois de tudo isso, ouviríamos novamente Asafe
declarar que seus dilemas foram solucionados,
pois, enfim, ele entrou no santuário, "no santuário
de Deus". Somente no santuário de Deus os
homens são exortados a olharem para Cristo.
Como afirma D. M. Loyd-Jones: "Olhem para
Cristo. Detenham-se diante da cruz, encarem-na
e tentem explicá-la [...] confesse sua cegueira, o
seu preconceito, a sua insensatez em confiar em
seu próprio entendimento [...] Entregue-se
incondicionalmente a Cristo, e verá a vida com
inteireza e bem aventurança que você jamais
conheceu antes".
Pr. Claudionor Bezerra
Pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Limoeiro-PE.