Devida a popularização da justiça e o maior acesso das
camadas menos favorecidas economicamente da sociedade está
ocorrendo uma disseminação de procedimentos com a finalidade de lesar as outras partes de um processo ou até mesmo induzir o próprio poder judiciário ao erro. Ao ter contato com todos os ritos pertencentes ao direito e com profissionais da área, algumas pessoas que não tem domínio do jurídico passam seus entendimentos equivocados adiante para que sejam seguidos por conhecidos que venham a passar por situações iguais. Essa disseminação não tem como ser coibida, a não ser que uma parcela maior da sociedade tenha a oportunidade de conhecer o que seja relativo a esses trâmites e modos. De forma que, essas pessoas simples, sem formação, com pouco estudo e que através de situações ocorridas com familiares, parentes ou conhecidos tentam adquirir meios de isentar-se de responsabilidades, de minorar benefícios almejados em processos ou fazer com que a verdade obtida em juízo não corresponda com a realidade. Destes casos, os que atualmente são mais facilmente perceptíveis, são o de indivíduos que ao serem acionados em ações de investigação de paternidade preferem evadir-se e ou negar-se a colaborar com a ocorrência do exame comprobatório. Após esse tipo de ocorrência é que chegamos à presunção de paternidade caso o suposto pai recuse-se a fazer o exame, e também é chegada à possibilidade de fazer o exame com parentes próximos para que se descubram os laços sanguíneos. Ainda como tentativa de eximir-se de obrigações, existem pais que ao tomarem conhecimento de uma ação de alimentos demandada contra si pedem demissão de seus empregos fixos de modo a não ter uma fonte de renda comprovada, acreditando que de tal forma poderiam se isentar da obrigação alimentícia. O que ocorre é que mesmo que o pai não esteja trabalhando de forma regulamentada e ainda que alegue a impossibilidade de prestar os alimentos em detrimento da sua própria subsistência, a obrigação alimentar permanece. O máximo de êxito que pode ser logrado por tais indivíduos é conseguir que o valor correspondente a alimentos tenha um valor estipulado de acordo com suas “possibilidades” e em um valor menor e bem aquém das necessidades do menor. Como um leque amplo e como uma situação que ocorre com maior freqüência existe ainda no tocante à paternidade e obrigação alimentar, os pais que ao tomar conhecimento de ação promovida contra si, somem e pedem à família que não revelem seu paradeiro, ou até mesmo não revelam, acreditando que, assim, não haverá a possibilidade de arcar com a sua responsabilidade e com o pedido requisitado através de exordial. Porém, o que ocorre é que caso não seja encontrado o pai que tem o dever de prover aos seus filhos alimentos, a ação pode ser movida contra os avós do menor, pais do demandado. A possibilidade acaba de certa forma privilegiando aos pais, porém não deixa os menores em situação de desamparo. Saindo do âmbito condizente a paternidade e rondando o correspondente aos divórcios e separações litigiosas veremos outras condições. Existem eventos onde o cônjuge adquire bens móveis e ou imóveis, porém não os registra em seu nome e nem dá conhecimento ao seu parceiro. De uma forma que assim não haja a necessidade de partilhar tais bens adquiridos na permanência do casamento ou união estável. Existem ainda aqueles que adquirem bens imóveis em cidades e comarcas diferentes das que residem também acreditando que de tal forma venham a se desvencilhar de uma possível partilha. Nesses casos cabe ao cônjuge informar em juízo tal fato para que sejam oficiados os órgãos responsáveis. Como outra modalidade de tentativa de valer-se existem os que entram com ação de interdição de parentes ou conhecidos com o intuito de obter benefício de Estado, uma vez que quando for declarada a incapacidade relativa ou absoluta do interditado alguns deles tem o direito de receber do Estado tal benefício. Como uma forma de evitar que esse objetivo seja alcançado por pessoas que não tenham direito de fato é que o poder judiciário está dotado de profissionais que podem examinar e atestar a incapacidade do agente. Dentre todas essas formas existem ainda as tentativas de lesar outras pessoas, mais comumente os credores. Como um mecanismo de defesa contra essas situações existem estabelecidas em nossa lei diversas formas de reparar o dano, de invalidar atos que tornem o devedor insolvente e demais ações. Existem ainda diversas formas e conhecimentos que podem ser coletados em pesquisas feitas em comunidades carentes e até em locais onde as condições financeiras proporcionam um certo estudo. A popularização do direito traz benefícios, porém existe ainda a necessidade de se ter cuidado e didática ao lidar com pessoas que não tenham contatos com os liames do direito. E que haja então uma maior disseminação do direito, mas de forma correta e que venha a possibilitar um maior entendimento e imparcialidades almejadas por todos os profissionais e operadores do direito.