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UNINORTE – Centro Universitário do Norte

Contabilidade Fiscal
Professor: Geraldo Farias

IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER

NATUREZA

NORMAS GERAIS

Da Constituição Federal

A CF dá competência à União para a cobrança do Imposto de


Renda e Proventos de Qualquer Natureza e dispõe, como princípios
básicos, que:
“I - será informado pelos critérios da generalidade, da
universalidade e da progressividade na forma da lei;
II - não incidirá nos termos e limites fixados em lei, sobre
rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela
previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos,
cuja renda total seja constituída, exclusivamente, de rendimentos do
trabalho."

O critério da generalidade é o de que toda e qualquer forma de


renda ou provento deve ser tributada nos limites e condições da lei.

O critério da universalidade é de que o tributo deverá ser cobrado


de todos que auferirem renda, nos termos fixados na lei, sem
distinção de nacionalidade, sexo, cor, profissão, religião etc.

O critério da progressividade diz que o imposto deve ser


graduado por faixas de renda, de forma que as alíquotas mais altas
recaiam sobre as faixas maiores de renda. Em resumo, é a tentativa
de aplicar o preceito de justiça tributária que diz: "quem pode mais,
paga mais, quem pode menos, paga menos, e quem não pode não
paga nada".

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Do Código Tributário Nacional - CTN

Definida a competência tributária para instituir o imposto, cabe á lei


ordinária federal (aprovada pelo Congresso Nacional) instituí-lo,
atendidos os princípios constitucionais e as normas gerais da
legislação tributária, definidas na lei complementar, que, como já se
disse, é lei nacional e se sobrepõe ás leis ordinárias (federais,
estaduais e municipais).

A lei complementar que disciplina as normas e conceitos


fundamentais do IR é o CTN (Lei n° 5.172/66).

O CTN define os três aspectos fundamentais desse imposto, ou


seja, o fato gerador, a base de cálculo e o contribuinte. Nenhuma
disposição de lei hierarquicamente inferior poderá ser-lhe contrária.

Fato gerador do IR

“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e


proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição
da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os
acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior."

O art. 43 dispõe que o fato gerador é a aquisição da disponibilidade


econômica ou jurídica da renda ou do provento.
Aquisição da disponibilidade econômica é o efetivo recebimento da
renda. Regime de caixa, portanto.
A aquisição da disponibilidade jurídica é a constituição do direito de
receber a renda. Regime de competência.

A venda de mercadoria a prazo, no ato da sua entrega ao


comprador, acompanhada do respectivo documento fiscal, gera,
para o vendedor, o direito de receber seu valor, no prazo
convencionado.

Dessa forma, o vendedor adquiriu a disponibilidade jurídica. É o


credor de uma relação jurídica na qual o devedor é o comprador, o
objeto é a prestação patrimonial representada pelo pagamento do
valor da venda e teve como causa a vontade das partes. O título de
crédito representativo desse direito é a duplicata mercantil.

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Se vendida em março, para pagamento em abril, ela será
considerada na receita de março pela aquisição da disponibilidade
jurídica e não em abril, quando seu valor será efetivamente
recebido, ou seja, quando será adquirida a disponibilidade eco-
nômica. Regime de competência, portanto.

A renda é definida, no inciso l do art. 43 do CTN, como o produto do


capital, do trabalho ou da combinação de ambos.

Produtos da aplicação de capital, pura e simplesmente, são, por


exemplo: juros, aluguéis, dividendos etc.

As remunerações do trabalho, com ou sem vínculo empregatício,


são, por exemplo, salários (empregados), honorários (profissionais
liberais), vencimentos (funcionários públicos), soldos (militares),
pró-labore (sócios) etc.

A combinação de aplicação de capital (máquinas, instalações,


mercadorias, matérias-primas etc.) e do trabalho, com ou sem
vínculo empregatício, é a característica principal da atividade
empresarial, que, se bem administrada, vai produzir um resultado
econômico positivo, ou seja, o lucro. Este é, portanto, o produto da
aplicação do capital e do trabalho, combinados e gerenciados pela
empresa.

Aliás, uma definição de empresa, reduzida em sua forma mais


simples, pode ser a de que é a unidade econômica, organizada, que
tem por objetivo o lucro.

Os proventos de qualquer natureza são os acréscimos patrimoniais


que não sejam resultantes da aplicação de capital, trabalho ou
combinação de ambos. Exemplos: ganhos em loterias, heranças
etc.

O fato gerador do imposto de renda é, por definição legal, um fato


periódico, ou seja, não resulta de um único ato, em determinada
data. Ele desenvolve-se durante todo o ano-calendàrio. Inicia-se no
dia 1 ° de janeiro e só se completa no encerramento desse período,
em 31 de dezembro (ano-calendàrio). l

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Assim, o resultado econômico final só é conhecido no encerramento
do exercício, de conformidade com as leis comerciais.

Durante o transcorrer do ano-calendàrio, poderá haver meses de


prejuízo, alternados com outros de lucros. O resultado final será a
soma algébrica desses resultados mensais, positivos ou negativos.

A partir da Lei n° 9.430/96 foi adotado o período de apuração


trimestral, ou seja, apesar de o fato gerador do IR ser complexivo e
só se perfazer no encerramento do ano-calendàrio, o imposto
passou a ser devido trimestralmente e, conseqüentemente, a base
de cálculo também deve ser apurada no final de cada trimestre, i

O imposto é determinado pela aplicação da alíquota sobre a base


de cálculo em real.

Base de cálculo

O art. 44 do CTN define como base de cálculo do IR o montante


real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos tributáveis.

O montante real é o total da disponibilidade jurídica ou econômica,


adquirida no período-base.

Para a pessoa física, que recebe rendimentos do trabalho, a base


de cálculo é o total auferido no ano-calendàrio que, feitas as
deduções permitidas pela legislação (dependentes, despesas
médicas etc.) vai resultar na renda líquida, que, dependendo de seu
valor, será tributada progressivamente ou isenta.

O imposto retido, mensalmente, na fonte é considerado como


antecipação do devido na declaração anual de ajuste.

Para as empresas, a base de cálculo é o lucro real, presumido ou


arbitrado.

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CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA
Exemplo:

- Uma pessoa física com vínculo empregatício teve no mês de Abril/09 os


seguintes rendimentos:

Salários R$ 4.560,00
Horas Extras R$ 1.254,00
Gratificação: R$ 890,00
Total R$ 6.704,00
Desconto do INSS R$ 405,86
3 dependentes (157,47X3=472,41)
Pagto de Pensão Alimentícia: R$ 1.340,80

Tabela do IR:
Até R$ 1.566,61 ISENTO
De R$ 1.566,62 a R$ 2.347,85 Alíquota 7,5% Deduzir: R$ 117,49
De R$ 2.347,86 a R$ 3.130,51 Alíquota 15% Deduzir: R$ 293,58
De R$ 3.130,52 a R$ 3.911,63 Alíquota 22,5% Dedudir: R$ 528,37
Acima de R$ 3.911,63 Alíquota 27,5% Deduzir: R$ 723,95
Dependente: R$ 157,47

Imposto Retido na Fonte: R$ 509,41

FORMAS DE TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

Regime de Tributação

Conforme artigos, 220, 221,230 e 516 do RIR/99, os sistemas de


tributação do IRPJ e da CSLL em vigor, são seguintes:

1) Lucro Real

a)Regime da Estimativa mensal

b)Lucro Real trimestral

2) Lucro Presumido

3) Lucro Arbitrado

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Regime de Estimativa Mensal

O regime é feito por uma das seguintes opções:

Receita bruta mensal

IRPJ receita bruta (x) percentual de atividades (+) demais receitas


(=) Base de cálculo (x) alíquota de 15% mais o adicional de 10%,
quando houver.

CSLL Receita bruta (x) percentual de 12% (+) demais receitas (=)
base de cálculo
Base de cálculo (x) alíquota de 9%

Balanço ou balancete de suspensão ou redução

Baseado no resultado acumulado do período, caso este seja o


menor.

Lucro real trimestral :


O recolhimento é feito com base na apuração trimestral do
resultado contábil e ajustado conforme legislação fiscal.
a) IRPJ - Lucro real ajustado (x) 15% (+) o adicional se
houver.
b) CSLL - Base de calculo (x) 9%.

Lucro Presumido:
A apuração e recolhimento nesse regime são feitos trimestralmente
conforme cálculos a seguir:

a) IRPJ
Receita bruta (x) percentual de atividade (+) demais receitas =
base de cálculo
Base (x) alíquota 15% mais adicional de 10% se houver.

b) CSLL Receita bruta (x) percentual de 12% (+) demais receitas


= Base de cálculo
Base(x) alíquota 9%.

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Lucro Arbitrado:
Na apuração do lucro arbitrado, quando conhecida a receita
bruta.(Art.32 RIR/99) São aplicados os percentuais sobre as
receitas das atividades, acrescidos de 20%, assim, nas
operações mercantis que é de 8% aplica-se 9,6%, e na
prestação de serviços de 32% aplica-se 38,4%.
A apuração e recolhimento são feitos trimestralmente,
semelhantes ao lucro presumido, apenas com a diferença da
carga tributária elevada em 20%.

Forma de cálculo:

a) IRPJ
Receita bruta (x) percentual de atividade (+) demais
receitas (=) base de calculo
Base de cálculo (x) alíquota de 15% mais o adicional de
10% se houver.
c) CSLL
Receita bruta (x) 12% (+) demais receitas = base de
cálculo.
Base de cálculo (x) alíquota de 9%.

Alíquota do Imposto de Renda

Alíquota Normal:

As pessoas jurídicas, o seu objeto civil ou comercial, pagará o


imposto com alíquota de 15%, calculada sobre o lucro real
trimestral, por estimativa mensal, presumido ou arbitrado. (Art.541
RIR/99).

Adicional do IRPJ:
A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o
valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de
meses do respectivo período da apuração, sujeita-se à incidência
de adicional do imposto de renda com alíquota de 10%. (art.
542RIR/99).
A incidência será de 10% será:
a) No regime de estimativa
Sobre o lucro excedente a R$ 20.000,00.

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b) No regime trimestral
Sobre o lucro excedente a R$ 60.000,00, no
trimestre;

c) Lucro real anual.


Sobre o lucro excedente a R$ 240.000,00, no ano.

EXEMPLO:
Admitindo que a empresa apure o lucro tributável no trimestre de
70.000,00, teremos o seguinte cálculo do imposto de renda devido.
IMPOSTO NORMAL: 15% X 70.000,00 = 10.500,00
Adicional: 10% X (70.000,00-60.000,00) 10.000,00 = 1.000,00
Total a Recolher = 11.500,00

INDEDUTIBILIDADE
O valor do adicional de 10% do imposto de renda será
recolhido integralmente como receita da União, não sendo permitida
quaisquer deduções a título de incentivo fiscal, tais como, PAT,
FINOR, FINAM etc. (Art. 543 do RIR/99).

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