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Conformação de chapas
corte, dobramento, embutimento, estiramento
Topicos
SheetMetalStampingDiesandProcesses
dobramento e encurvamento,
Chapa
Peça
Peça
Peça
Engenharia Mecânica - V. Ponomarov 3/102
Ferramental. Prensa-chapas
Geralmente, para evitar a formação de rugas na chapa a conformar usam-se
elementos de fixação ou a ação de grampos para comprimir a chapa contra a matriz.
A fixação é conseguida por meio de um dispositivo denominado anti-rugas ou
prensa-chapas, ou sujeitador, ou ainda, em prensas de duplo efeito por um anel de
fixação.
Prensa-chapas
(anti-rugas)
SheetMetalShearingandBen
ding (até 1 min50 s)
Estampos
Durante o processo, o material é cortado de acordo com as medidas das peças a
serem estampadas. Quando cortamos numa tira de material as formas de que
necessitamos, a parte útil obtida recebe o nome de peça. O restante de material
que sobra chama-se retalho (ou fefugo), como na figura a baixo.
Punção
Matriz
Folga
Engenharia Mecânica - V. Ponomarov 10/102
Estampagem por corte. Punção e matriz
O processo de estampagem por corte é usado na obtenção de formas geométricas
em chapas por meio de uma ferramenta de corte, ou punção de corte, por
intermédio de uma prensa exercendo pressão na chapa apoiada numa matriz.
A figura abaixo mostra os componentes principais de uma matriz. O punção deve ter
a secção conforme o contorno da peça desejada, do mesmo modo, a cavidade da
matriz.
chapa
disco cortado
Operações de corte
1. Recorte (peça desejada é retirada da chapa)
2. Puncionamento ou perfuração
3. Entalhamento
4. Seccionamento 2
5. Cisalhamento
6. Aparamento
7. Refilamento 1
8. Recorte progressivo
9. Recorte fino
6
Aparamento: remoção material em 5
excesso, incluindo rebarbas.
Engenharia Mecânica - V. Ponomarov 13/102
Operações de corte
1. Recorte
2. Puncionamento ou perfuração
3. Entalhamento
4. Seccionamento
5. Cisalhamento
6. Aparamento 8
7. Refilamento
8. Recorte progressivo
9. (Re)corte fino
1e (entre peças)
No corte por matriz e punção não existe uma regra geral para selecionar o valor da
folga, pois são vários os parâmetros de influência. A folga pode ser estabelecida
com base em atributos, como: espessura da chapa (e) aspecto superficial do corte,
imprecisões, operações posteriores e aspectos funcionais.
Recomenda-se, para furos, que as folgas totais Folga entre punção e matriz (f) :
não superem a 10% da espessura (5% por face φm − φp
f=
ou e/20) para impedir que um excesso de 2
material resultante da perfuração escoe para φm = diâmetro da matriz
dentro da matriz, acompanhando o movimento do
punção. Para espessuras inferiores a 1,00 mm, a φp = diâmetro do punção
folga deve estar situada entre 0,03 e 0,04 mm do e = espessura da chapa
raio. A folga deve levar em conta ainda as
tolerâncias da peça obtida.
e
Aço doce, latão → f =
20
e
Aço meio duro → f =
16
e
Aço duro → f =
14
Engenharia Mecânica - V. Ponomarov 18/102
Estampagem por corte. Folga de corte
Exemplo: Dimensionar o ferramental para a
produção de uma arruela de aço inox com
diâmetro externo de 30 mm e diâmetro interno
de 10 mm, com uma espessura de 1,00 mm.
Considerando-se uma folga de 5% da
espessura por face, tem-se: folga = 1,00 x 0,10
= 0,10 mm.
Onde,
Trabalho de Corte: Wc = kc . Pc . h
Fc = força de corte;
Onde: kc = fator dependente do material
e = espessura da chapa;
(0,4 < kc < 0,7)
p = perímetro de corte;
τr = resistência ao cisalhamento do material.
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Estampagem por corte. Forças de corte
Usando a equação Fc = e x p x τr
podemos descobrir o esforço de corte.
Ex.: Qual o esforço de cisalhamento num
aço de 2 mm de espessura, a fim de
se ter uma figura com 4 cm do
perímetro e com resistência a tensão
de 60 kg/mm²?
Fc = e x p x 0,75 x τt
Fc = 2 x 4 x 0,75 x 60 = 360 kg ou 0,36 t.
A prática de se construir as arestas de
corte inclinadas, tanto para o punção
como para a matriz, diminui a força de
corte necessária por possibilitar um corte
progressivo. Quando a parte cortada é a
peça final, a inclinação deve ser feita na
matriz, e quando a parte cortada é retalho,
a inclinação deve ser feita no punção. Gráfico de forças de corte envolvidas em
Veja a direita comparativo entre forças de função da inclinação das arestas de corte
corte com ou sem inclinação das arestas.
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Fex
Chapa embobinada
(padrão de usina) Peça
Chapa plana
(padrão de usina)
Tesoura de
facas retas
Matriz simples
(punção/matriz)
h
α
Prensa-chapas
(anti-rugas)
α=≈2°
Chapa plana
Máquinas:
Tesoura mecânica (Guilhotina)
Peça Tesoura hidráulica
Chapa cortada
Matriz
φp
φm
Chapa furada
Exemplos de outras formas puncionadas Disco
Dimensões do punção :
l0 = comprimento de flambagem
Eg l = comprimento do punção
φp
l π 2 EJ min l0
L l0 = Para λ = ≥ 100
F ρ min
λ = índice de esbeltez
h
α
H ρ = raio de giração
l0 = 2l para punção não guiado
Eb l0 = 0,75l para punção guiado
considerar sempre d ≥ e e = esp. da chapa
φm Dimensões da matriz
H = 103 F − 3 fórmula empírica
h = (3 a4)e → e ≤ 2mm
h = (1,5 a 2)e → e > 2mm
L (com parafuso) 23 30 36 44 54 74 84
L (sem parafuso) 20 26 30 35 45 60 70
α = (2 a 5) 0 Eg = f(Φ d )
Peça
Peça
Tira
Espiga
Coordenadas
x1 da espiga
y
x2
X = ∑ x iF i
(X,Y)
∑ Fi
y1 Y = ∑ y iF i
y2 x ∑ Fi
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Estampagem por corte. Exemplos
Dobramento
O dobramento: é a deformação plástica de metais sobre um eixo linear com
pouca ou nenhuma mudança na área superficial. O dobramento é a operação
onde ocorre uma deformação por flexão.
chapa
Calandramento de chapas
A calandra é uma das máquinas de conformação mais usadas na caldeiraria. Calandrar
significa curvar o aço, ou seja, de uma chapa plana cria-se um tubo por exemplo. Como
funciona? Parece uma engenhoca de três rolos. A calandra de passo (mais conhecida como
calandra inicial): a folga entre os rolos pode ser ajustada para os diversos espessuras e
diâmetros resultantes. A calandra piramidal: o rolo superior pode ser ajustado para exercer
menor ou maior pressão obtendo as peças de diferentes diâmetros.
Perfil
Calandramento de perfis
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Processos de dobramento. Dobramento com a chapa em
movimento. Tipos de calandras
Dobramento
Comportamento do material na zona de deformação
No dobramento, a chapa é submetida a esforços aplicados em duas direções opostas
para provocar a flexão e a deformação plástica, mudando a forma de uma superfície
plana para duas superfícies concorrentes (superfície externa - SE, que fica tracionada
e a interna - SI, que é comprimida), em ângulo, com raio de concordância em sua
junção. Estas tensões (de compressão e de tração) aumentam a partir de uma linha
interna neutra - LN, chegando a valores máximos nas camadas externa e interna.
SE
Quando se inicia o
dobramento, a linha neutra LN
está localizada no centro da
espessura da tira e,
conforme a operação vai
sendo executada , sua
tendência é deslocar-se em
direção ao lado interno da
curvatura (lado de SI
compressão).
αi – ângulo inicial,
antes da liberação
de carga e αf –
ângulo final
Dobramento e encurvamento.
Comportamento do material na zona de deformação
Tensões (de compressão e de tração) na etapa de ação de estampo e após ação
de estampo.
Uma vez cessado o esforço de dobramento, a
parte da seção que ficou submetida a tensões Força
inferiores ao limite de proporcionalidade, por ter
permanecido no domínio elástico tende a retornar
à posição inicial anterior ao dobramento (e, claro,
que não consegue, pois a deformação plástica
permanente das zonas adjacentes impedem os
deslocamentos). Como resultado, esta zona Zonas de
exerce uma pressão na zona adjacente deformada Zona de deformação
deformação plástica
plasticamente. Reparem: a zona deformada elástica
plasticamente sofre uma recuperação elástica
quase completa.
τ- τ-
- - +
+ - +
- Com ação
Sem ação +
do estampo
- do estampo +
τ+ τ+
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Dobramento. Efeito mola
Dobramento
Comportamento do material na zona de deformação
Onde:
Rmin = raio mínimo (mm),
Al% = alongamento em % da chapa,
e = espessura da chapa (mm).
Dobramento em prensas
dobradeiras em várias operações Fases de operações simples de
dobramento
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Dobramento. O dobrador
O estampo de dobra é também
conhecido como dobrador. É
formado de punção e matriz e,
geralmente, guiado pelo cabeçote
da prensa ou placa-guia. O punção
é uma peça de aço, temperada e
revenida, cuja parte inferior tem um
perfil que corresponde à superfície
interna da peça. Pode ser fixado
diretamente no cabeçote da prensa
ou por meio da espiga. A matriz é de
aço e sua parte superior tem a
forma da parte exterior da peça.
Pode ser fixada diretamente sobre a
mesa da prensa. Geralmente, é
sobre a matriz que se fixam as guias
do material da peça, que são
elementos adaptados ao estampo
para dar uma posição adequada de
trabalho.
Encurvamento
O encurvamento segue os mesmos princípios e conceitos do dobramento, porém
podendo haver várias fases como na figura abaixo.
Tubebend
Fdl
Fd Mf = = τt.w w = momento resistente
4
s 2 .b
w= (para uma seção retangular)
6
l
2.s0 2.b s0 2.b.τt
∴ Fd = τt ≈ 0,7 (para dobramento livre)
3l l
(não conduz resultados coerentes na prática)
Valores recomendados para “l”
(Dobramento à 900) 2,2.s0 2.b.τt
Fd = (para chapas até 3mm)
l .l
Espessura da Abertura da 3.s0 2.b.τt
chapa (s0)(mm) matriz (l)(mm) Fd = ( para chapas maiores que 3mm)
4.l
s0 ≤ 0,05 l = 20 s0
0,5 ≤ s0 ≤ 1 l = 16 s0
Fd =
l
(
s0 2.b.τt
)
1 + 4.s 0
l
(dobramento a fundo de matriz)
1 < s0 ≤ 3 l = 12 s0
3< s0 ≤ 5 l = 10 s0
S0 > 5 l = 8 s0
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Corte e dobramento
Corte e dobramento
(Acesita)
45°
0°
90°
“Orelhas”
A curva-limite de conformação
descreve o caminho das deformações
sofridas pelo material durante a
estampagem, ou seja, é uma função
que representa como a deformação
principal ϕ1 varia com a deformação
ϕ2.
A curva-limite de conformação pode
ser obtida através de ensaios.
Velocidades típicas
de embutimento
teto
capuz
Prato Copo
Ao contrário do prensa-chapas em
uma matriz de embutimento, sua
atuação não é perpendicular ao eixo
central do copo, mas sim axial, e
possui extremidade cônica, de ângulo
45º ou outro adequado à geometria
da matriz. A figura à direta ilustra
esquematicamente a ferramenta
descrita (vede também o slide 69).
A peça é centrada automaticamente
quando posicionada sobre a matriz
neste caso, sem precisar utilizar o
guia peças, devido à geometria da
matriz.
Prensa hidráulica
Embutimento. Princípio
Na operação de embutimento, sofre deformação plástica somente o trecho da chapa
plana que ocupa a área compreendida entre o diâmetro final do copo “d”, e o inicial da
chapa “D”, conforme se observa na figura abaixo.
d
Trecho não
deformado
D (blank)
Matriz Blank
Peça
(copo cilíndrico)
π
d1
V0 = D02 .s0 Volume do disco
s1 4
h π
s0 V1 = d12 .s0 + π (d1 + s1 ).s1.h
4
V1 = V0
π π
D02 .s0 = d12 .s0 + π (d1 + s1 ).s1.h
D0 4 4
s1 2
D0 = [d1 + 4.h.(d1 + s1 )]
s0
tomando s0 = s = s1
D0 = d12 + 4.h.(d1 + s)
Exemplo (d = 35 mm e h = 40 mm
desprezando s):
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Embutimento. Tensões e deformações
Forças durante o embutimento Espessura incial da chapa 1,02
Compressão Máxima
circunferencial 1,29 tensão de
1,12 compressão
1,07
1,02 Zero tensão
1,02
Dobra Fricção 0,86 Máxima
Força do tensão de
estampo Tensão nas tração
paredes Baixa tensão no
fundo do copo
Dobra
d1
D0 d1 dn-1
β1= β2= βn=
d1 d2 dn
Blank
D0
β100 é o coeficiente de embutimento para embutir um “copo” cilíndrico de diâmetro interno igual
a 100 mm, utilizando uma chapa de espessura 1 mm.
D0 – d1
Redução = x 100%
D0
e.d 1 d1
β ′ = ( β 100 + e) - para ≤ 300
100.s 0 s0
O parâmetro “e” é a função da potencial de conformabilidade, qualidade da superfície,
lubrificação:
e = 0,05 (boa conformabilidade; atrito reduzido);
e = 0,05 (má conformabilidade; chapas rugosas).
β100 é o coeficiente de embutimento para embutir um “copo” cilíndrico de diâmetro interno igual
a 100 mm, utilizando uma chapa de espessura 1 mm.
a + a2 − x2
x y = a. ln . − a2 − x2
x
Cônica equação da curva tractriz
Tractriz
a
D0
Pressão de sujeição (p) e força de sujeição (Fs)
p ds p
d2 τt
p = [(β1 - 1) 2 + ].
200.s 400
rm dm π
A = (D 20 − d s2 ) ds = dm + 2rm
4
Fs = A.p
d2 τt π 2 2
Fs = [(β1 - 1) 2 + ]. (D 0 − d s )
200.s 400 4
A força de sujeição é menor de que a força exercida pelo punção (ou força de embutimento)
Blank
d1
D0
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Objetivos:
Reduzir o atrito peça – ferramenta (lubrificar o lado do blank, que
entra em contato com a matriz e não aquele do lado do punção)
Reduzir o desgaste da ferramenta
Evitar a soldagem a frio (por fricção) peça - ferramenta
Resfriar ferramenta e peça
Fs Fs
Fe
Borracha
Chapa
(Blank) Peça
a) b)
c) d)
Membrana de
borracha
Chapa
Peça
Fe
4 5 4
Ferramenta
“bastão”
Processo de Estiramento
É a operação que consiste na aplicação de forças de tração, de modo a esticar o
material sobre uma ferramenta ou bloco (matriz). Neste processo, a chapa é fixada
nas suas extremidades e tracionada sobre uma matriz, que se move numa direção
particular (dependendo da máquina). Como predominam tensões trativas, grandes
deformações de estiramento podem ser aplicadas apenas para materiais muito
dúcteis. Para estes materiais, almeja-se altos valores de coeficiente de
encruamento.
Casca de laranja
Estampagem
Estampagem
(Acesita)
(após 5 min 30 s)
Exercícios
14. Quais são os objetivos de usar lubrificação na estampagem profunda?
15. Quais são as conseqüências do encruamento do material nas operações de dobramento e
embutimento (estampagem profunda)?
16. Qual é a finalidade das arestas de corte inclinadas? Porque num caso é o punção que tem
a aresta inclinada e no outro é a matriz?