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(Eurípedes Alcântara)

Quando as baterias da sonda Pathfinder se


esgotarem, dentro de um mês, e as
emissões de rádio vindas de Marte
silenciarem para sempre, os cientistas terão
em mãos uma montanha de dados para
analisar. Para alegria deles, as informações
recolhidas pelos sensores da sonda vão
servir para responder a algumas
indagações, mas, principalmente, vão
ajudá-los a formular uma batelada de novas
perguntas. "Marte continuará sendo um
mistério que manterá nossa curiosidade
acesa pelo próximo século", disse MattewGlombek, chefe do projeto científico que colocou
a formidável geringonça na superfície do planeta vermelho. "Ainda não sabemos se existe
ou existiu vida por lá." É assim que a boa ciência caminha, assentando um pouco de
poeira ao mesmo tempo que semeia um vendaval de dúvidas.

Ao contrário do que sugere o despudor de alguns pesquisadores e do crescente


sensacionalismo das publicações especializadas, a ciência continua produzindo mais
dúvidas do que certezas absolutas. O que é muito bom. A verdadeira medida do progresso
científico não está na quantidade de respostas que os pesquisadores podem produzir, mas
na qualidade das indagações que eles aprendem a formular. Como se verá nas seis
páginas desta reportagem, a atual geração de cientistas legará a seus pares do próximo
milênio uma pauta variada de questões sem resposta. "Não acredite quando lhe disserem
que desvendamos os grandes segredos da natureza e que não há mais nada de
importante para ser descoberto", alerta Robert Hazen, geofísico da Carnegie Institution, de
Washington, e autor do livro i   
  
 
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Î  - Hazen foi a primeira voz a se levantar contra o triunfalismo da


ciência americana vocalizado por autores como John Horgan, cujo livro V
  resumiu o pensamento reinante: a humanidade está chegando ao fim de sua
capacidade de aprendizado, uma época gloriosa em que todas as leis da natureza foram
descobertas e tudo que se materializar de agora em diante nas pesquisas é acessório.
Basta um pouco de humildade e conhecimento da História para perceber que essa atitude
é uma besteira. No final do século XIX, muitos cientistas de elite, inclusive um que posava
de guru de sua época, o inglês William Thomson. o lorde Kelvin, decretaram que a física já
havia descoberto tudo de mais importante (  irevisões erradas). Kelvin,
por ironia, morreu em 1907, dois anos depois que Albert Einstein revolucionou a ciência
com sua teoria da relatividade. Os mistérios estão soltos no campo da ciência. Mesmo
questões simples como "o que é eletricidade?" ou "por que a noite é escura?" não tem
respostas de todo incontroversas.

Inteiramente domada e colocada a serviço do homem, a eletricidade é originada por uma


partícula subatômica, o elétron, sobre cuja natureza restam mais dúvidas do que sobre a
sanidade mental de Mike Tyson. Quem acha que a noite é escura porque não tem sol está
   


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de que esse é o campo das atividades científicas que mais evolução experimentou - e um
futuro mais brilhante tem pela frente. Sem duvida, a miniaturização dos componentes
eletrônicos e a expansão da capacidade de processamento dos chips foram um processo
estrondoso. +m computador doméstico custa hoje um milésimo do que um modelo
científico de alguns anos atrás - e é 100 vezes mais poderoso. Toda essa revolução, no
entanto, pode estar já beliscando seus limites. "O computador como o conhecemos é uma
máquina do passado", diz o americano Michael ,ertouzos, diretor do laboratório de ciência
da computação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT. "O computador do
futuro terá de ser reinventado, Ele será uma coisa bem diferente do que conhecemos hoje
e, muito provavelmente, não será derivado da estrutura das máquinas atuais." ,ertouzos,
em duas décadas como professor e diretor do MIT, ajudou a criar muitas das tecnologias
que agora critíca. No livro Ö Ö (O que Será), que acaba de ser publicado nos
Estados +nidos, ,ertouzos prevê que os computadores terão de ser simplificados se
quiserem sobreviver. "É inaceitável que em alguns anos de uso o dono de um PC acumule
tantos manuais quantos são os volumes da      ". diz ,ertouzos. "O
computador precisa evoluir, e rápido. Só que quem os fabrica não sabe em que direção."

2     - Se não são os computadores os carros-chefes do


progresso científico atual, que campo da investigação humana tem mais substância a
oferecer num curto prazo? "Sem dúvida a biologia", aposta o brasileiro José Alexandre
Scheinkman, diretor do departamento de economia da -niversidade de Chicago. "Os
melhores resultados, as respostas mais fecundas estarão brotando nos próximos anos dos
laboratórios biológicos", diz Scheinkman. O americano Trefil concorda: "A biologia,
especialmente a molecular, é o que a física foi no começo do século, uma fábrica de
novidades práticas de impacto imediato sobre a vida da maioria das pessoas". Como? Em
grande parte a medicina moderna consiste em tratar os sintomas até que o organismo
tenha tempo para curar a si mesmo. .e fato, em apenas três áreas os avanços médicos
conseguiram efetivamente eliminar doenças. A primeira é a da saúde pública, com suas
vacinas e medidas sanitárias. A segunda, a da vitória contra os micróbios. A terceira área,
a mais badalada de todas, é a das grandes intervenções cirúrgicas. A quarta dimensão
que se abre nesse quadro é a da terapia genética. A ciência médica do século XX entrega
esse campo a seus sucessores do próximo século ainda como uma formidável promessa.
Que chances tem a terapia genética de se transformar numa salvadora de vidas
humanas? "As chances são boas, e isso deve começar a ocorrer de modo mais intensivo
muito em breve, nos próximo anos", comenta Fernando Reinach, biólogo molecular
brasileiro da -niversidade de São Paulo e da Cornell -niversity, recentemente agraciado
pela Hughes Foundation com a maior bolsa de pesquisa já concedida a um laboratório na
América do Sul.

A grande dúvida dos biólogos moleculares é descobrir uma maneira mais eficiente de
injetar genes benfeitores nas células do organismo de pessoas doentes. Inocular um gene
capaz de consertar um problema hereditário ou destruir um processo cancerígeno é bem
mais complicado do que uma transfusão de sangue ou abrir um buraco no crânio de um
paciente. O maior aliado dos biólogos nessa luta, ironicamente, são os menores e mais
poderosos inimigos da saúde humana, os vírus. "Brevemente estaremos assistindo a
terapias muito eficientes em que vírus modificados no laboratório vão ser injetados no
corpo humano para destruir doenças antes intratáveis por outros métodos", prevê Trefil. A
idéia é utilizar o potencial invasivo que os vírus já provar am possuir e transformá-los em
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"Ação distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas,
Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses 100 últimos
anos, aparece a verdadeira doença do progresso.

Primeira regra: não se pode julgar um século, sobretudo alguns anos antes de seu fim,
sem recolocá-lo na devida perspectiva histórica. Pensem no que teria respondido um
geógrafo
> do século XV se lhe tivessem pedido uma síntese de seu século em 1º de ?janeiro
de 1 90. Ou no que teríamos respondido se nos tivessem pedido um balanço de 19 9 um
mês antes da queda do Muro de Berlim e da revolução na Romênia.

Segunda regra: quem julga? O julgamento de um cidadão do mundo ocidental é diferente


do de um biafrense que morre de fome. Mas, se essa regra é válida para cada século, ela
o é um pouco menos para o nosso. Para o bem ou para o mal, o modelo ocidental se
impõe gradativamente sobre uma grande parte do planeta. @m camponês chinês está
hoje, para o bem ou para o mal, mais próximo de um camponês francês do que estava há
dois séculos.

Terceira regra: não se pode avaliar emocionalmente um século estando dentro dele e sem
proceder a comparações estatísticas. O número de pessoas que hoje morrem de fome no
mundo nos causa horror. Mas o número de pessoas que morriam de fome = no século
passado também nos deve causar horror, sobretudo se o comparamos população
mundial da época. Segundo relatos de vários legados pontifícios, o príncipe VladTepes de
Valáquia (cognominado Arácula), que empalava mulheres
> B e crianças enquanto se divertia
com seus cortesãos, havia ordenado, só noB ano de 1 7 , o massacre de 100.000 pessoas.
Considerando que seu principado contava 00.000 habitantes, é como se hoje o governo
italiano ordenasse o massacre de 10 milhões de cidadãos. O século que chega ao fim é o
que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes irmãos e dos Pequenos
Pais, os massacres do Camboja e assim por diante. Não é um balanço tranqüilizador. Mas,
como veremos, o horror desses acontecimentos não reside apenas na quantidade, que,
certamente, é assustadora.

Numa Europa com apenas algumas dezenas de milhões de habitantes, os pogroms das
Cruzadas, as cidades saqueadas durante a Guerra dos Trinta Anos representam um
número de vítimas que deveria deixar-nos sem voz. Ainda mais que os responsáveis eram
honrados como heróis tanto nos livros de História quanto nos retratos suntuosos que
fazem a grandeza da história da arte.

Pode-se julgar um século pela distância existente entre seu sistema de valores e sua
prática cotidiana. Como se sabe, a hipocrisia permite dispor compromissos entre o
reconhecimento teórico dos valores e sua violação. Ora, nosso século talvez tenha sido
menos hipócrita que os outros. Ele enunciou regras de convivência' certamente as violou,
mas moveu e move processos públicos contra essas violações. Isso não impede que elas
se repitam, mas teve alguma influência sobre nossos comportamentos cotidianos e sobre
as probabilidades de um grande número de cidadãos, sobretudo no mundo ocidental, viver
por mais tempo, evitando abusos de poder de toda ordem.

Hoje posso andar pela rua sem me fazer matar por alguém que queira manter sua
trajetória na mesma calçada que a minha, e sei que meus filhos não receberão cacetadas
do filho de um duque como meio de aprendizagem do poder. Indivíduos prepotentes
tentam ainda hoje expulsar uma mulher negra do ônibus, mas a opinião pública os
condena: há apenas dois séculos, teríamos pensado agir como honestos cidadãos se
tivéssemos investido uma parte de nosso pecúlio numa empresa que teria vendido essa
mulher como escrava aos Estados @nidos. Parece que foi o que aconteceu com Voltaire.
Vejamos agora os aspectos ambíguos deste século. Ele terá sido o século das massas.
Para o bem
C ou paraC o mal. Os direitos das massas foram reconhecidos: é muito importante
o direito palavra, contestação, ao voto, exercer um cargo político, e não avaliamos o
que isso representa porque não vivemos em séculos em que era normal um artesão morar
num casebre imundo e um senhor que não tinha dinheiro para pagar-lhe mandar seus
servidores baterem nele. Experimente tratar a murros seu encanador que exige
pagamento e compreenderá
C que alguma coisa mudou. As conquistas morais e políticas
deste século, graças s quais não se pode mais engravidar impunemente uma camponesa
só porque se é dono de terras, se pagam hoje pelo sistema de estrelato: aquela, que, em
outros tempos, teria sido uma camponesa indefesa é hoje assediada com a promessa de
aparecer nua na capa de uma revista famosa.

Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se


operar em ritmosCantes inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar
do barco a remo caravela ou da energia eólica ao motor de explosão' e em algumas
décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete
interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias
revolucionárias de Einstein e a seu questionamento.

O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver


a tragédia dos saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a
ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno está intimamente ligado ao fato de ter sido
neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a sobrevivência do
planeta. Dm excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui
mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um buraco na
camada de ozônio.

O equivalente tecnológico da separação dos saberes foi a linha de montagem. Nesta, cada
um conhece apenas uma fase do trabalho. Privado da satisfação de ver o produto
acabado, cada um é também liberado de qualquer responsabilidade. Poderia produzir, e
isso ocorre com freqüência, venenos sem que o soubesse. Mas a linha de montagem
permite também fabricar aspirina em quantidade para o mundo todo. E rápido. Tudo se
passa num ritmo acelerado, desconhecido dos séculos anteriores. Sem essa aceleração, o
Muro de Berlim poderia ter durado milênios, como a Grande Muralha da China. É bom que
tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, mas pagamos o preço dessa rapidez.
Poderíamos destruir o planeta num dia.

Nosso século foi o da comunicação instantânea. Hernán Cortés pôde destruir uma
civilização e, antes que a notícia se espalhasse, teve tempo para encontrar justificativas a
seus empreendimentos. Hoje, massacres da Praça da Paz Celestial, em Pequim, tornam-
se atualidade no momento mesmo em que se desenrolam e provocam a reação de todo o
mundo civilizado. Mas informações simultâneas em excesso, provenientes de todos os
pontos do globo, produzem um hábito. O século da comunicação transformou a
informação em espetáculo. Arriscamo-nos a confundir a todo instante a atualidade e o
divertimento.
C
Nosso século presenciou o triunfo da ação distância. Hoje, aperta-se um botão e entra-
se em comunicação com Pequim. aperta-se um botãoC e um país inteiro explode. Aperta-se
um botão e um foguete é lançado a Marte. A ação distância salva numerosas vidas, mas
irresponsabiliza o crime.
C
Ciência, tecnologia, comunicação, ação distância, princípio da linha de montagem: tudo
isso tornou possível o Holocausto. A perseguição racial e o genocídio não foram uma
invenção de nosso século e herdamos do passado o hábito de brandir a ameaça de um
complô judeu para desviar o descontentamento dos explorados. Mas o que torna tão
terrível o genocídio nazista é que foi rápido, tecnologicamente eficaz e buscou o consenso
servindo-se das comunicações de massa e do prestígio da ciência.
Foi fácil fazer passar por ciência uma teoria pseudocientífica, porque, num regime de
separação dos saberes, o químico que aplicava os gases asfixiantes não julgava
necessário ter opiniões sobre a antropologia física. O Holocausto foi possível porque se
podia aceitá-lo e justificá-lo sem ver seus resultados. Além de um número, afinal restrito,
de pessoas responsáveis
E e de executantes diretos (sádicos e loucos), milhões de outros
puderam colaborar distância, realizando cada qual um gesto que nada tinha de
aterrador.

Assim, este século soube fazer o melhor de si o pior de si. Tudo o que aconteceu de
terrível a seguir não foi senão repetição, sem grande inovação.

O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Fm moinho de


vento podia ser reparado, mas o sistema do computador não tem defesa diante da má
intenção de um garoto precoce. O século está estressado porque não sabe de quem se
deve defender nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos.
Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a
sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive
os radioativos) nascem do bem-estar que ninguém quer mais perder. Eis porque nosso
século foi o da angústia e da utopia de curá-la. Com um superego mais forte, a
humanidade se embaraça num E mal que conhece perfeitamente, confessa-o em público,
tenta purificações
E expiatórias s quais se juntam as igrejas e os governos e repete o mal
porque ação distância e linha de montagem impedem identificá-lo no início do processo.
Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação,
esquecimento, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima
velocidade. A um ritmo de stress. Nosso século é o do enfarte."

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Em nosso cotidiano não entendemos quase nada do mundo. Pouco pensamos no
mecanismo que gera a luz do Sol e possibilita a vida' na gravidade, que nos cola a uma
Terra que, de outra forma, nos lançaria em rotação pelo espaço' ou nos átomos de que
somos feitos e de cuja estabilidade dependemos fundamentalmente. Com exceção das
crianças (que não sabem o suficiente para não fazer senão perguntas importantes),
poucos de nós gastamos muito tempo considerando por que a natureza é do jeito que é'
de onde surgiu o cosmo, ou se ele sempre existiu' se o tempo algum dia voltará atrás,
fazendo os efeitos antecederem as causas' ou ainda se existem limites máximos para o
conhecimento humano. Há até mesmo crianças - conheci algumas delas - que querem
saber com o que se parece um buraco negro' qual é a menor porção da matéria' porque
nos lembramos do passado e não do futuro' como se explica, se houve um caos
primordial, que haja ordem agora, pelo menos aparentemente' e por que  um
universo.
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Em nossa sociedade não é incomum que pais e professores respondam maioria destas
perguntas com um dar de ombros, ou apelando para conceitos religiosos vagamente
relembrados. Alguns não se satisfazem com este tipo de atitudes, porque elas expõem
visceralmente as limitações da compreensão humana.

Grande parte da filosofia e da ciência foi impelida por estes questionamentos. Hm número

 
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Sempre há uma grande manipulação do conhecimento entre as pessoas e o resultado
disso é uma sociedade desajustada e sem rumo certo. Há uma onda coletiva de loucura e
desabilitação mental da população, acompanhado de um materialismo exagerado que
tenta substituir o vazio existencial daqueles nossos porquês que sempre ficam sem
respostas.

Muitos dos problemas começaram a existir quando, por meio da ciência, o homem
começou a analisar a natureza de forma isolada, passando a   um enorme sistema
em pedacinhos, deixando de observar a harmonia do todo, fracionando-o em várias partes.
Pseudo-cientístas começaram a tratar a natureza como se o homem WXYnão fizesse parte
dela, ou pouca importância tivesse no seu desenvolvimento. Em 1 um indígena norte-
americano escreveu uma carta que ilustrava bem essa situação.

O vazio existencial começa a partir da rejeição e do isolamento, quando perdemos a nossa


identidade social, não fazendo parte de nenhuma comunidade. A partir daí, inicia-se uma
tentativa pessoal frenética de romper os laços do preconceito e da rejeição, após o
isolamento começamos a procurar respostas e porquês. Tentamos aprender o máximo
para realizar uma possível fuga da prisão do isolamento. Neste desenrolar, acabamos por
desenvolver um grande e eclético conhecimento do mundo em que vivemos. Porém, entrar
em contato com a realidade, revela toda a manipulação do conhecimento entre as
pessoas: Percebemos as desilusões e começamos a nos decepcionar, pois descobrimos
que praticamente tudo caminha de forma desordenada, muito diferente do mundo perfeito
e linear que imaginamos como ideal, postulado pelas pessoas a nossa volta.

A lógica precisa ser necessariamente óbvia? A vida segue um rumo onde não temos todos
os fatos para entendê-la, esse é o princípio de toda a confusão e conflitos. Na "Carta ao
Grande Chefe branco" temos um exemplo de interação com a natureza de forma saudável,
mas longe dos nossos padrões de consumo e exigências materiais.

Os valores de solidariedade, amor e justiça foram inibidos e o capital trouxe a doença da


competição, onde uns querem ser melhores que os outros, se exibindo e impondo suas
vontades pela força ou pela maioria, não importando a justiça dos atos.

Como resgatar algumas das culturas que já esquecemos? Como evitar "A Fábula da
Cidade"? Os corruptos e ignorantes não se importam com nenhum argumento. Continuam
poluindo e tornando nossa vida perigosa e cheia de sofrimentos. A aquisição da
consciência não basta para vencer os obstáculos do preconceito, da arrogância e do
orgulho. Como atingir a justiça universal para os infratores e inocentes?

Vincent é a maneira fictícia para retificar o abuso da força através da força. Sendo dotado
da maior autoridade militar soviética e do mais perfeito genótipo do planeta, Ziopard. reúne
todas as características necessárias para fazer a justiça pacífica ou para cortar o nó
górdio.
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Exemplos, a História é pródiga em nos apresentar. Sócrates foi obrigado, pela sociedade
ateniense, a tomar cicuta, em razão de suas idéias. Giordanno Bruno, que concebeu a
Terra como um simples planeta, tal como sabemos hoje, foi chamado herege e queimado.
^arwin debateu-se contra a incompreensão e condenação de suas idéias, mais tarde
aceitas.

Ainda hoje, temos exemplos de procedimentos similares. Oscar Arias, presidente da Costa
Rica e prêmio Nobel da Paz, ainda há pouco
_ tempo se debatia contra a sociedade de seu
país, que teimava em colocar
_ obstáculos sua atuação. Em tempo: o mérito de Oscar
Arias nem era o de estar frente de seu tempo, mas simplesmente o de analisar os
problemas do presente.
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Esse mal não será curado tão cedo. Isso porque as pessoas que conseguem enxergar
frente apresentam ao homem o que ele odeia desde os tempos imemoriais: a necessidade
de rever as próprias convicções. Enquanto esse ódio - ou será medo? - não for superado,
a humanidade continuará mandando outros "Giordanno Bruno" para a fogueira da
incompreensão e do isolamento. E, ignorando as pessoas de visão, continuará cega para
o futuro e para si mesma.

(Texto nota 10 - F `VEST) "Autor não divulgado"

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"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do
nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos
_lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre,
margem de nós mesmos."
(Professor Fernando Teixeira de Andrade)

S    De C 
Eu era humano. É uma história estúpida!

Antigamente este era um bonito campo florido. Então, as bombas nucleares, os mísseis
transformaram-no neste deserto. Então daquelas cinzas da morte, estranhas flores
desabrocharam. aentes-de-leão monstruosos. Isto é uma rosa. O caule sai da flor e há um
botão esquisito em cima. Está carregada de radiação. Causa essa mutação. As flores
estão mutiladas. Não apenas as flores, os seres humanos, também. Olhe para mim,
humanidade estúpida fez isso. Fez de nosso planeta um depósito para resíduos
venenosos. A natureza desapareceu da Terra, a natureza que amávamos. Perdemos os
pássaros, os animais, os peixes. Há algum tempo, ví uma lebre com duas caras, um
pássaro com um olho só e um peixe com pelos.

Não há alimento! Comemos uns aos outros. Os mais fracos primeiro. Está chegando a
minha vez. Mesmo entre os demônios há hierarquia. aemônios de um chifre, como eu, são
sempre comidos pelos que têm dois ou três chifres. Quando humanos, eram poderosos e
presunçosos. Como demônios continuam os mesmos. Que seja como eles querem. Que
tenham um monte de chifres. Que vivam atormentados com a aparência que têm. É um
inferno. Pior que a morte. Não podem morrer. Mesmo querendo. A imortalidade é o castigo
deles. Atormentados pelos próprios pecados, vão sofrer eternamente.

bogo vão me comer. Ficarei livre. Mas não quero ser comido. Por isso, estou fugindo. Mas
sinto tanta fome que tenho nojo de mim mesmo. Eu era fazendeiro quando era humano.
Jogava leite no rio para manter os preços. Enterrei batatas e repolhos com escavadeira.
Que estupidez!

Quando chega a noite os demônios urram de dor. Os chifres doem. É pior que o câncer.
Clamam pela morte, mas vão viver eternamente.

(Extraído do filme " creams" de Akira Kurosawa)

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"- O inferno dos vivos não é algo que será' se existe, é aquele que já está aqui, o inferno
no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de
não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte
deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e
aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é
inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."
(Marco Polo)

ß e e  Ceg


O protagonista do filme Energia Pura ("Powder"), chamado Jeremy, tem um poder
especial, pois minutos antes de seu nascimento, um relâmpago atingira sua mãe.

O garoto nasceu sem coloração cutânea, mas o acidente lhe proporcionou uma qualidade
ímpar, podendo este controlar energia eletromagnética.

Todos os seres vivos utilizam-se de pulsos elétricos no funcionamento do cérebro e de


outros sistemas, tais como o comando elétrico para a contração muscular.

Sendo assim, dotado da qualidade de eletrodo humano, Jeremy passa a compreender,


sentir e pensar o que os outros pensam.

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Nossa época está amadurecendo teorias filosóficas em cujo a sociedade caminhará para
este estágio evolutivo do nosso protagonista do filme Energia Pura. Nosso corpo oferecerá
menos limites a transposição da matéria.

Neste debate filosófico, dúvidas nos assolam quanto ao fato de sermos vida inteligente em
desenvolvimento, e não estarmos sozinhos. Sendo cuidados por formas de vida
superiores. Seres de energia metafísica, invisíveis aos olhos e aos instrumentos. Estes
podem estar ao nosso redor e por toda parte, vigiando e influenciando os acontecim entos
naturais.

Estes governantes compõem uma sociedade invisível, onde os infratores são separados
em categorias de valores morais, evolução mental e científica e são enviados para cumprir
pena, exilados junto aos seus companheiros de categoria. A eles lhe serão fornecidos
territórios demarcados para o trabalho de recuperação e modelação de uma micro
sociedade justa e reabilitadora.

Os desajustados tem livre arbítrio para construir ou depredar. Se trabalharem, terão um


sossegado e aprazível local para esperar o fim de suas penas, onde o único
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lembram. mavam-lhes papel e a professora punha o desenho na sua frente e você ficava
n empolgado. Estava na hora da aula de mesenho. Você estava com todos os lápis de
muito
cor sua frente e ficava esperando de braços cruzados. E aí chegava o correndo aquela
pobre mulher abatida, que já tinha ensinado mesenho em mais de 1 outras salas de aula,
naquele dia. Ela entrava correndo, o chapéu torto, ofegante e dizia: "Bom dia, meninos e
meninas. Hoje vamos desenhar uma árvore". E toda garotada dizia: "Oba, vamos
desenhar uma árvore!" E ela aí se levantava com um giz de cor verde e desenhava aquela
coisa verde grande. E depois punha uma base e uns capins, e dizia: "Aí está a árvore". E a
garotada olhava e dizia: "Isso não é árvore, é um pirulito". Mas ela dizia que era uma
árvore e depois distribuía os papéis e dizia: "Agora desenhem uma árvore". Na verdade,
não estava dizendo "desenhem uma árvore", e sim "desenhem a minha árvore". E quanto
mais cedo você descobrisse que era isso que ela queria e pudesse reproduzir esse pirulito
e entregá-lo a ela, mais cedo ganharia a nota A.

Mas lá estava o pequenino Júnior, que sabia que aquilo não era uma árvore, pois ele tinha
visto uma árvore como aquela professora de desenho nunca vira! Tinha caído da árvore,
mastigado a árvore, cheirado a árvore, sentado nos galhos de uma árvore, escutara o
vento soprando nas folhas de uma árvore, e sabia que a árvore dela era um pirulito. Assim
ele pegouno lápis de cor de magenta, laranja, azul, roxo e verde e rabiscou a folha toda e a
entregou professora, todo feliz. Ela olhou para o papel e disse: "Ah, meu meus - lesão
cerebral - Turma Especial".

Quanto tempo as pessoas levam para perceber que o que estão dizendo de fato é "para
passar, quero que reproduzam a minha árvore". E assim vai indo pela primeira série,
segunda, terceira, quarta, quinta, e pelos seminários e universidade. Eu dirijo seminários
na universidade. É assombroso como as pessoas aprenderam a papaguear, a essa altura.
Pensar? Ridículo. Sabem lhe dar os fatos, letra por letra, como você os deu a eles. E não
se pode culpar esses alunos, pois é isso que lhes ensinaram. Você lhes diz: "Sejam
criativos", e eles ficam com medo. "Ele não está falando sério, está?" E então, o que
acontece com a nossa singularidade, o que acontece com a nossa árvore? Toda essa bela
singularidade entrou pelo cano. Todo mundo é igual a todo mundo e todos estão felizes. R.
m. paing diz: "Ficamos satisfeitos quando conseguimos tornar os nossos filhos iguais a
nós: frustrados, doentes, cegos, surdos mas com um Q.I. elevado".

(Vivendo, Amando & Aprendendo - peo Buscaglia, q r Editora Record)


Título do original: piving, poving& pearning, 1 9 .

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V: Pai, porque é que as


coisas têm contornos?

P: Têm? Não sei. A que tipo


de coisas te referes?

V: Quero dizer, quando


desenho coisas, porque é que
elas têm linhas que as
delimitam?

P: Bem, e se fossem outras


coisas - um rebanho ou uma
conversa... Essas coisas
também têm contornos?

V: Não seja assim, pai.


Não posso desenhar uma
conversa. Quero dizer .

P: Está bem. Eu estava só a


tentar saber o que é que tu
querias dizer. Isto é, sse
<<damos contornos s coisas
quando as desenhamos>>, ou
se <<as coisas têm contornos
quer as desenhemos quer
não>>.

V: Não sei, pai. tiga lá o pai. Qual delas é a que eu quero dizer?

P: Não sei, minha querida. Houve um artista inconformado que desenhou toda a espécie
de coisas e depois de ter morrido folhearam os seus livros e viram que em determinado
sítio ele escrevera: <<Homens sensatos vêem contornos e portanto desenham-nos.>>
Mas noutro sítio ele escreveu: <<Homens loucos vêem contornos e portanto desenham-
nos.>>

V: Mas qual das coisas queria ele dizer? Não percebo.

P: Bem, William


s Blake - é esse o nome dele - foi um grande artista e um homem s
zangado. E s vezes enrolava as suas ideias em bolinhas de papel para as poder atirar s
pessoas.

V: Mas porque é que ele estava maluco, pai?

P: Porque é que ele estava maluco? Oh, já percebo, queres dizer <<zangado>>. Temos
de manter estes dois significados muito claros se vamos falar de Blake. Porque muitas
pessoas pensaram que ele era doido, doido de facto, maluco. E essa era uma das coisas
por que ele se zangava. E também se zangava por causa de alguns artistas que pintavam
como se as coisas não tivessem contornos. Ele chamava-lhes a <<escola da pieguice>>.

V: Ele não era muito tolerante, pois não, pai?

P: Tolerante? Oh, teus Nosso Senhor. Já sei. É a lavagem ao cérebro que te fazem na
escola. Não, Blake não era muito tolerante. Nem sequer pensava que a tolerância fosse
uma boa coisa. Era só mais pieguice. Ele pensava que desfazia os contornos e misturava
tudo, que tornava todos os gatos cinzentos. ue tal maneira que ninguém seria capaz de
ver nada de forma clara e nítida.

V: Sim, pai.

P: Não, não é essa a resposta. Quero dizer, <<Sim, pai>> não é resposta. Tudo o que
<<Sim, pai>> quer dizer é que não sabes qual é a tua opinião e não ligas nenhuma ao que
estou a dizer ou ao que Blake dizia e que na escola te confundiram tanto a cabeça com o
que dizem a respeito da tolerância que já não sabes dizer qual a diferença entre qualquer
coisa e outra coisa qualquer.

V: (Chora.)

P: Oh, meu ueus. uesculpa, mas fiquei zangado. Mas, de facto, não me zanguei
contigo. Só zangado acerca da maneira pouco limpa como as pessoas actuam e pensam e
de como pregam a confusão e chamam a isso tolerância.

V: mas, pai...

P: Sim?

V: Não sei. Não me parece que consiga pensar muito bem. Está tudo confuso.

Pai uesculpa. Suponho que te confundi por me ter zangado.

?
V: Pai!

P: Sim!

V: Porque é que há coisas que nos fazem zangar?

P: Que coisas?

V: Quero dizer, acerca de se as coisas têm contornos. visseste que William Blake se
zangava por causa disso. E, depois, tu também te zangas por causa disso. Porquê, pai?

P: Sim, de certa maneira acho que é isso. Acho que é importante. E outras coisas só são
importantes porque estão incluídas nesta.

V: O que é que queres dizer, pai?

P: Quero dizer, bem, deixa-me falar de tolerância. Quando os Gentios se querem meter
com os Judeus porque eles mataram Cristo, fico intolerante. Penso que os Gentios estão
confusos e que estão a desfazer os contornos. Porque os Judeus não mataram Cristo,
quem o fez foram os Italianos.

V: Foram, pai?

P: Sim, foram. Só que os que o mataram se chamavam Romanos e temos outra palavra
para os seus descendentes: chamamos-lhes Italianos. Vês, há duas confusões e eu fiz a
segunda de propósito, de tal maneira que pudéssemos identificá-las. Primeiro há a
confusão de ter a história errada e dizer que foram os Judeus e depois há a confusão de
dizer que os descendentes devem ser responsáveis por aquilo que os seus antepassados
não fizeram. É tudo muito pouco limpo.

V: Sim, pai.

P: Bom, vou tentar não ficar zangado outra vez. Tudo o que estou a tentar dizer é que a
confusão é qualquer coisa com a qual nos devemos zangar.

V: Pai!

P: Sim!

V: No outro dia falamos de confusões. E agora estamos de facto a falar da mesma
coisa?

P: Sim, evidentemente que estamos. É por isso que é importante o que dissemos no
outro dia.

V: E o pai disse que a ciência é ter idéias claras, não foi?

P: Foi, é outra vez e sempre a mesma coisa.

?
V: Penso que não percebo tudo muito bem. Parece-me ser tudo sobre outra coisa
qualquer e eu perco-me.

P: Sim, sei que é difícil. O ponto é que, de qualquer modo, a nossa conversa tem de
facto um contorno - se ao menos o pudéssemos ver claramente!

P: Vamos mudar de assunto e pensar numa confusão concreta, a ver se isso ajuda.
wembras-te do jogo de   na   i%" ?

V: Sim, com os flamingos?

P: Exactamente.

V: E porcos-espinhos como bolas?

P: Não, ouriços-caixeiros. Eram ouriços-caixeiros. Em Inglaterra não há porcos-


espinhos.

V: Oh, era em Inglaterra, pai, não sabia.

P: Claro que era em Inglaterra. Também não há duquesas na América.

V: Mas há a duquesa de Windsor, pai.

P: Há, mas ela não tem picos, pelo menos como um porco-espinho de verdade.

V: Vá lá, pai, diga lá da Alice, e não seja assim.

P: Está bem, estávamos a falar de flamingos. O ponto é que o homem que
escreveu   estava a pensar nas mesmas coisas em que nós estamos. E divertiu-se a si
próprio com a pequenina Alice, imaginando um jogo de   que seria todo uma
confusão. Imaginou que se deviam usar flamingos como tacos porque, quando os
flamingos curvassem a cabeça, o jogador não poderia saber se o seu <<taco>> batia na
bola e como é que batia.
V: E, além disso, a bola podia ir-se embora por vontade própria, porque era um ouriço-
caixeiro.

P: Exactamente. Era tão confuso que ninguém poderia dizer o que ia acontecer a cada
momento.
x
V: E os arcos também andavam por ali s voltas porque eram soldados.

P: É verdade. Tudo se podia mover e ninguém podia dizer como é que se movia.

V: Teve tudo de ser <<vivo>> para se fazer uma confusão completa.

P: Não, ele podia ter gerado uma confusão fazendo... não, suponho que tens razão. É
interessante. Sim, tinha de ser assim. Espera um pouco. É curioso, mas tens toda a razão.
Porque, se ele tem misturado as coisas de outra maneira qualquer, os jogadores poderiam
aprender como lidar com os pormenores que fossem confusos. Isto é, supõe que a relva
era aos altos e baixos, ou que as bolas eram de forma estranha, ou que as cabeças dos
<<tacos>> eram só moles, em vez de serem <<vivas>>, então as pessoas ainda poderiam
aprender e o jogo seria só mais difícil, mas não seria impossível. xMas, uma vez que
introduzes coisas vivas no jogo, torna-se impossível. Não estava espera disto.

V: Não estava, pai? Eu estava. A mim parece-me natural.


x
P: Natural? Claro, bastante natural. Mas eu não estava esperar que fosse assim.
x
V: Porque não? Eu, era do que estava espera.
x
P: Sim, já sei. Mas eu é que não estava espera disto, que os animais conseguem
prever coisas e actuar de acordo com o que pensam que vai acontecer: um gato pode
apanhar um rato saltando para cair exactamente onde está o rato no fim do salto... Mas é
exactamente o facto de os animais serem capazes de prever e de aprender que os torna
as únicas coisas, de facto, imprevisíveis no mundo. E pensar que tentamos fazer leis como
se as pessoas fossem muito regulares e previsíveis!

V: Ou fazem-se as leis exactamente porque as pessoas não são previsíveis e os que
as fazem gostariam que os outros fossem previsíveis?

P: Sim, suponho que é mais ou menos isso.

?
V: ye que estávamos a falar?

P: não sei exactamente, ainda não. Tu começaste um caminho novo ao perguntar se o
jogo de   só podia ser transformado numa real confusão se todas as coisas que
entram nele fossem <<vivas>>. E eu fui atrás dessas perguntas e penso que ainda não a
apanhei completamente. Há qualquer coisa engraçada a respeito desse ponto.

V: O quê?

P: Não sei. Ainda não sei. Qualquer coisa a respeito de coisas vivas e da diferença entre
elas e as coisas não vivas: máquinas, pedras, etc. Os cavalos não condizem com um
mundo de automóveis. E isto é parte do mesmo ponto. São imprevisíveis, como os
flamingos no jogo de  .

V: E a respeito das pessoas, pai?


P: O que é que há a respeito delas?

V: Bem, estão vivas! Condizem? Quero dizer, com as ruas da cidade?

P: Não, suponho que realmente não condizem - somente por despenderem muito
esforço a proteger-se e a fazer-se condizer. Sim, têm de se tornar previsíveis, porque
senão as máquinas ficam zangadas e matam-nas.

V: Não seja parvo, pai. Se as máquinas podem ficar zangadas, então não são
previsíveis. São como o pai. Não pode prever quando é que vai ficar zangado, ou pode?

P: Não, suponho que não.


z
V: Mas, pai, s vezes prefiro que o pai seja imprevisível.

?
V: O que é que o pai queria dizer com uma conversa ter um contorno? Esta conversa
teve um contorno?

P: Oh, sim, de certeza. Mas ainda não o podemos ver, porque ainda não acabamos de
conversar. Nunca se pode ver o contorno enquanto se está no meio da conversa. Porque,
se pudéssemos vê-lo, seria previsível - e não só cada um de nós, mas ambos juntos,
seríamos previsíveis.

V: Mas... não compreendo. O pai diz que é importante ser claro a respeito das coisas.
E fica zangado com as pessoas que confundem os contornos. Pensamos também que é
melhor ser imprevisível, e não ser como uma máquina. E o pai diz que não podemos ver
os contornos da nossa conversa até que ela acabe. Então tanto faz que seja claro como
não. Porque então já não podemos fazer nada a esse respeito.

P: Sim, eu sei. Talvez. Mas, de qualquer maneira, quem é que quer fazer alguma coisa a
esse respeito?

  

 

 
   
J Ge B e B )
Pg 25

Qee e É 
As seguintes questões procuram auxiliar o leitor no entendimento de alguns assuntos
éticos, sociais e legais no campo da computação, bem como no questionamento de suas
convicções e das bases sobre as quais elas se fundamentam. O objetivo não é meramente
que sejam dadas respostas a tais questões. O leitor deverá também justificá-las, e verificar
se as justificativas apresentadas preservam sua consistência de uma questão para outra.

1. É em geral aceita a premissa de que a nossa sociedade é diferente do que teria sido se
a revolução da computação não tivesse ocorrido. Nossa sociedade é melhor do que teria
sido sem essa revolução? É pior? Sua resposta seria diferente se sua posição fosse outra
nessa sociedade?
{
. O leitor acha aceitável participar da atual sociedade tecnológica sem fazer um esforço
para conhecer os fundamentos desta tecnologia? Por exemplo, os membros de uma
democracia cujo votos determinam, em geral, como a tecnologia será conduzida e utilizada
têm a obrigação de conhecer esta tecnologia? A sua resposta depende de qual tecnologia
esta sendo considerada? Por exemplo, sua resposta será a mesma para a tecnologia
nuclear e para a tecnologia da computação?
|
. }sando dinheiro vivo, os indivíduos sempre tiveram a opção de administrar sem taxa de
serviço os seus negócios financeiros. Porém, como a nossa economia está cada vez mais
automatizada, as instituições financeiras cobram taxas pelo acesso aos seus sistemas
automáticos.
~ Há momentos em que esta cobrança restringe, injustamente, o acesso de um
indivíduo economia? Por exemplo, suponha que um empregador remunera seus
empregados exclusivamente com cheques, e que todas as instituições financeiras cobram
uma taxa de serviço para cada cheque compensado ou depositado. Estarão os
empregados sendo indevidamente tratados? O que acontece se o empregador insistir em
pagar somente por meio de depósito direto?

. Quando a televisão interativa ou um fenômeno equivalente se tornar uma realidade
doméstica, até que ponto uma concessionária terá direito de extrair de crianças (talvez
utilizando ~jogos interativos) informações sobre sua família? Por exemplo, deve ser
permitido companhia ~ obter de uma criança~ informação sobre o perfil de consumo de
seus pais? E quanto informação relativa própria criança?
€
. Até que ponto um governo pode interferir na tecnologia da computação e em suas
| 
aplicações? Por exemplo, consideremos os assuntos mencionados nas Questões e . O
que justificaria uma intervenção governamental?
 ~ ~
. Até que ponto as nossas decisões, relativas tecnologia em geral e tecnologia da
computação em particular, afetarão os nossos netos?

7. À medida que a tecnologia avança, nosso sistema educacional vai sendo


constantemente desafiado a reconsiderar o nível de abstração em que são apresentados
os diversos assuntos estudados. Questiona-se muitas vezes se uma certa habilidade do
aluno continua sendo necessária, ou se deveria ser permitido aos estudantes apoiarem-se
em uma ferramenta abstrata. Não se ensina mais os estudantes de trigonometria a
encontrar os valores das funções trigonométricas com o uso de tabelas. Em vez disso,
eles empregam calculadoras eletrônicas como ferramentas abstratas.
~ Alguns argumentam
que a divisão de números longos também deveria ceder lugar abstração. Que outros
assuntos apresentam controvérsias semelhantes? Algum dia, o uso de vídeos eliminará a
necessidade de leitura? Verificadores automáticos de ortografia eliminarão a necessidade
de habilidades ortográficas?

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O Centro Militar Soviético de Pesquisas


Genéticas desenvolveu um embrião pela seleção de genes de
animais predadores usando o método de bio-implante, criando e
purificando os genes de diversos animais, e aglomerando as
melhores e principais características. O projeto visou desenvolver
um soldado com qualidades adequadas para o combate
desarmado em diferentes situações e circunstâncias.

Os melhores, dominantes e mais puros genes homozigóticos de


alguns animais mamíferos foram mapeados, comparados e
agrupados, mudando as seqüências dos componentes dos ácidos
desoxirribonucléicos de um humano normal. O resultado
planejado foi o de obter um
‚ embrião, que ao se desenvolver com
período de gestação de 1 meses resultasse em uma espécie nova de humanóide.

Antes de iniciar o projeto foram tomados todos os cuidados necessários para a prevenção
de falhas na criação mental do novo indivíduo, que seguramente teria faculdades mentais
da raça humana. ƒm laboratório foi construído em uma região estratégica da Sibéria.
„otado de toda tecnologia disponível e de inúmeras equipes de assistência psicológica,
médica e educacional.

Após diversas tentativas fracassadas no dia oito de agosto de 1971 em um domingo as


oito horas da manhã nasceu Vincent …iopard. ƒma criança praticamente normal, mas
diferente de uma criança comum: Vincent já era semi-independente. Na primeira semana
de vida já andava e em alguns meses já se comunicava. Possuía um cérebro de
faculdades superlativas, autodidata e ambidestro, era capaz de ler e escrever com seis
meses. Sua idade mental crescia progressivamente, com sete anos já era adulto e
poliglota. „ono de uma incrível capacidade de memorização, aprendeu e desenvolveu o
conteúdo de diversas e qualificadas enciclopédias, gramáticas e dicionários.

Seu corpo possuía uma anatomia nova, um esqueleto semi-cartilaginoso, órgãos


aprimorados e mais resistentes, musculatura especial, suas unhas eram garras afiadas e
retrateis como a dos felinos e sua arcada dentária possuía presas caninas maiores,
simetricamente proporcionais‚ aos seus outros dentes como nos felinos. O tempo de
cicatrização foi reduzido em 0% e os choques suportados pelo esqueleto aumentaram em
70% em relação a um humano. Sua musculatura era extremamente flexível assim como os
ossos, além de possuir enorme força, agilidade e velocidade, eram necessários oito
homens para empurrar o que Vincent empurrava.

Vincent foi privado da convivência com o mundo exterior para não assimilar nenhuma
cultura ou preconceito que pudessem afetar seu treinamento e seu bem estar psicológico.
Até assumir o cargo de coronel, Vincent conviveu somente com a equipe do laboratório
siberiano. Profissionais voluntários e rigidamente treinados pelos mais altos padrões
científicos e filosóficos racionais compunham a equipe, mostrando para Vincent como era
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justificadas ou atendidas.

Obrigado e bom entretenimento!

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