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INTRODUÇÃO

A escola de trinta ou cinquenta anos atrás e a escola de hoje são instituições diferentes,
mudaram os alunos, mudou a função social da escola exigindo, portanto, mudança de sua
organização e funcionamento. Assim essas instituições preparam profissionais qualificados que
estejam à altura dessa nova sociedade em transformação.
Sabe-se que a história da educação é tão complexa e diversificada quanto o trabalho diário e a
história profissional do Inspector Escolar. O papel do Supervisor Educacional já passou por
muitos caminhos, com acções questionadas e criticadas, mas com uma contribuição específica
importante a dar no processo educativo. Ao longo dos tempos, muitas são as pesquisas que
levam a reflectir sobre este tema e a sua trajectória histórica.
Considerando a importância da função do Supervisor Educacional na Escola, onde desempenha
o papel de “intelectual transformador” e a necessidade de se pensar em um trabalho dentro de
uma perspectiva dialógica, além de que muitas são as teorias relacionadas à evolução da
Supervisão Educacional e a existência dos paradigmas norteadores da acção supervisora na
Escola, actualmente, é importante apurar, de forma teórica e real, qual a verdadeira importância
desse serviço em relação a organização escolar e consequentemente ao aproveitamento
escolar / aprendizagem efectiva do aluno, através do agir supervisor directamente voltado ao
trabalho docente, uma vez que é o professor quem está mais intimamente ligado e imbuído do
processo ensino-aprendizagem orientado aos educandos ontem, hoje e o será amanhã.
Historicamente, a função do Supervisor Escolar modificou-se. Seu objecto de trabalho e suas
acções, inicialmente voltados para o controle e para a inspecção, passam a ser mais complexos
e desafiadores, pois dizem respeito à formação, à orientação, ao acompanhamento do trabalho
pedagógico dos professores em serviço.
O Supervisor Escolar, portanto, é o profissional organizador ou orientador do trabalho
pedagógico desenvolvido pelos professores em uma escola, e a liderança frente a este grupo
passa a ser inerente à sua função, mas isso não garante que ele actue como tal.
Assim, dado a importância deste profissional no contexto escolar, o presente trabalho de fim de
curso para a obtenção do grau de licenciatura, tem como tema O PERFIL E COMPETENCIAS
DO SUPERVISOR ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA NA ESCOLA.
A importância teórica deste trabalho consiste em aprofundar os conhecimentos sobre o perfil e
competências dos supervisores escolares de modo a contribuir para o desenvolvimento da
Organização e administração da escola.
Visando compreender se o perfil e competências do supervisor escolar, responde as exigências
actuais para a melhoria da organização das escolas, o presente trabalho objectiva:
rever as teorias relacionadas à evolução da Supervisão Educacional;
rever as concepções sobre Supervisão Educacional encontradas na escola, hoje;

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ressaltar a importância da função/atribuições do Supervisor Educacional, na Escola, e os
principais paradigmas educacionais norteadores da acção supervisora.
analisar as diferentes posições teóricas de diversos autores sobre a importância do supervisor
escolar na organização das escolas
Pesquisa bibliográfica para Marconi e Lakatos, (2002:36) 14, o mesmo “ visa a busca de
informações bibliográficas, permitindo navegar nas variadas obras de diferentes autores, a fim
de obter informações relacionadas com a problemática em estudo, para que de forma lógica e
criativa se possa fazer critica e estabelecer comparações, extrair-se conclusões entre outros
aspectos, a volta do tema em estudo”.
Para o autor, este método possibilitou a busca de dados bibliográficos de diferentes autores, a
fim de obterem informações relacionadas com a problemática em causa para que, de forma
clara, precisa e concisa, se pudessem estabelecer comparações à volta das competências
profissionais dos supervisores escolares e determinar a sua importância na organização e
administração escolar, através dos métodos de análise documental e referencial da bibliografia.

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I – DESENVOLVIMENTO
1 – O PERFIL E COMPETENCIAS DO SUPERVISOR ESCOLAR E SUA IMPORTANCIA NA
ESCOLA
1.1 CONCEITUAÇÃO DE SUPERVISÃO EDUCACIONAL
As pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Escolar fizeram com que esta função fosse
conceituada sob vários enfoques. Trazendo a origem etimológica da palavra ‘supervisionar’,
temos: ’SUPERVISIONAR = SUPERVISAR’ e ‘SUPERVISAR = dirigir ou orientar em plano
superior; superintender, supervisionar’ FERREIRA, 1993, p. 520).
Dentro desta perspectiva, Nérici (1974, p. 29), afirma que Supervisão Escolar é a “visão sobre
todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar os objectivos da educação e os
objectivos específicos da própria escola”.
Este olhar exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a ‘escola’ e os
‘objectivos da educação’ são o foco do trabalho, sem que sejam considerados os professores,
alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer outra variável dentro desse processo.
Alguns anos depois, já se percebe um avanço em termos de conceituação de Supervisão
Escolar, quando Rangel (1988, p. 13), reconhece a necessidade de relação deste com os
outros profissionais da escola: “um trabalho de assistência ao professor, em forma de
planeamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e actualização do
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem”.Esta conceituação propõe que a
Supervisão seja percebida levando-se em conta duas outras dimensões: a relação entre os
sujeitos, Supervisor – Professor, e o ensino-aprendizagem, objecto de trabalho desses
profissionais, ultrapassando a simples execução de tarefas e a ‘fiscalização’ do trabalho
realizado. Seguindo nesta linha, Alonso (2003, p. 175) afirma que a Supervisão, nesta
perspectiva relacional e construída no quotidiano da escola,
(...) vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é entendido com
frequência, uma vez que implica uma acção planeada e organizada a partir de objectivos muito
claros, assumidos por todo o pessoal escolar, com vista ao fortalecimento do grupo e ao seu
posicionamento responsável frente ao trabalho educativo.
Desvela-se, assim, a função do Supervisor como referência frente ao grupo, frente ao todo da
escola. Este profissional enquanto responsável pela ‘coordenação’ do trabalho pedagógico
assume uma liderança, um papel de responsável pela articulação dos saberes dos professores
e sua relação com a proposta de trabalho da escola.
Alarcão (2004, p. 35), refere-se a este profissional como líder, definindo como objecto de seu
trabalho “o desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos que nela realizam seu
trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por meio de aprendizagens
individuais e colectivas”.
Estas definições revelam um enriquecimento nas atribuições do Supervisor Escolar.

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O autor conclui, que Supervisor Educacional é o profissional responsável pelo serviço de
assessoramento de todas as actividades que tenham influência no processo ensino-
aprendizagem, visando ao seu melhor planeamento, coordenação e execução dos mesmos,
para que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do educando e
da comunidade, bem como mais plenamente sejam efectivados os objectivos gerais da
Educação e aqueles específicos da escola.
Sob o ponto de vista dinâmico, Supervisor Educacional deve ser visto como aquele que
despende esforços levados a efeito pela escola, a fim de motivar os professores e demais
pessoas envolvidas no processo educacional a exercerem suas funções de forma a visar o
aperfeiçoamento do processo educativo específicos da escola.

1.2 A EVOLUÇÃO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL


A supervisão é uma das actividades mais antigas na função do ensinar - aprender., desde a
Grécia Antiga a Supervisão era considerada como “treinamento para estudantes” e na Idade
Média servia para controlar as actividades realizadas pela escola para assegurar que aspectos
morais e religiosos faziam parte das instruções ensinadas pelos professores aos alunos,
considerada, então, como garantia de execução.
O conceito e a acção supervisora sofreram singular evolução ao longo dos anos, até chegar à
actual consideração. Pode-se dizer que as fases distintas que orientaram o trabalho do
Supervisor Educacional o fez conduzir suas inferências na Escola, no sistema educacional e
junto ao professor sob a forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtiva e criativa,
conforme Nérici (1973).
A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com inspecção Escolar, interessada mais no
cumprimento das leis de ensino, condições do prédio, situação legal dos professores,
cumprimento de datas e prazos de actos Escolares, como provas, transferências, matrículas,
férias, documentação dos educandos, etc. (NÉRICI, 1973, p. 30-31).
Esta modalidade de Supervisão (também considerada inspecção Escolar) seguia padrões
rígidos, inflexíveis e padrão para todo o país, não havendo consideração para as
peculiaridades e necessidades de cada região e muito menos as diferenças individuais dos
educandos.
.Sobre a segunda fase destacada por Nérici (1973, p. 31):
A fase construtiva ou de supervisão orientada, a segunda na evolução do conceito de
supervisão Escolar, é a que reconhece a necessidade de melhorar a actuação dos
professores. Os inspectores Escolares, então, passaram a promover cursos de
aperfeiçoamento e actualização dos professores.

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O Supervisor Escolar deste período era imbuído e responsabilizado por examinar as falhas na
actuação dos professores e essas falhas serviram como motivo para a realização de trabalhos
e estudos visando à remoção e à solução das mesmas.
A concepção que orientou a terceira fase, a criativa – também reconhecida como a actual – é
aquela em que a Supervisão Educacional se separa da inspecção para montar um serviço que
tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino-aprendizagem, envolvendo todas
as pessoas implicadas no mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e democrático.
Daí o surgimento da caracterização de Supervisão Educacional “Autocrática” ou “Democrática”,
conforme Nérici (1973), na qual:
A supervisão Escolar autocrática é a que enfatiza a autoridade do supervisor, que é quem tudo
prevê e providência para o funcionamento da acção da Escola. A supervisão se enfeixa nas
mãos do supervisor, de quem emanam todas as ordens, sugestões e direcções para a
melhoria do processo de ensino.
A actuação democrática do supervisor, pelo contrário, modifica o panorama sombrio antes
caracterizado, criando um ambiente de compreensão, liberdade, respeito e criatividade que
muito facilita o trabalho da supervisão Escolar e do professor, consequentemente.
Por isso justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje, urge ser criativa,
democrática, inovadora, compartilhada e actualizada, a fim de romper com paradigmas e
acções fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e conservadoras. Como diz Marquez (1970,
apud Medina, 1973, p. 31):
A supervisão criadora estimula e orienta, de maneira democrática e científica, os mestres, a fim
de que se desenvolvam profissionalmente e sejam cada vez mais capazes de obter o maior
grau de eficiência no processo de ensino.
O ideal de Supervisão Educacional criativa promove actividades de crescimento profissional e
cria ambiente de estudo e de estímulo, que incita os professores a superarem-se
constantemente e, desta forma, o aluno será o privilegiado através de uma Educação e um
Ensino mais eficaz e de acordo com suas necessidades e anseios.
O autor está de acordo com as diferentes concepções evolutivas apresentadas por Nerici, e
defende que no ultimo momento, o Supervisor Educacional assume um papel mais inferente,
mais inovador, mais actualizado, onde ele é um pesquisador dentro da escola e da
comunidade, compreendendo o movimento que envolve as relações entre o professor, aluno e
o próprio Supervisor, de forma simultânea. Tem-se, a partir daí, uma Supervisão Educacional
que busca reciclar-se para assumir novas funções, novas visões, novos paradigmas, tentando
superar o modelo conservador, autoritário e burocrático.

1.3 PERFIL DA PROFISSÃO


De acordo com Girardi:

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Supervisor – Alguém que vê, olha, contempla. Alguém consciente, acordado, atento. A visão,
porém, se dá numa amplidão de horizontes que apanha toda a circunstância educativa.
Supervisionar implica, portanto, numa posição que possibilite a compreensão de uma
abrangência que alcance a realidade educativa global.
O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir determina o ser, pois é na
acção concreta que se pode vislumbrar a essência da natureza do agente activo em uma
profissão (GIRARDI, 1982). Assim, pensando-se no profissional Supervisor Educacional,
conforme o mesmo autor, algumas qualidades e aptidões indicam e determinam o seu exercer
a acção supervisora, uma vez que destes atributos depende a consecução dos objectivos que
permeiam a profissão em si de especialista em Educação:
a) Lucidez quanto à Educação: o Supervisor Educacional é aquele profissional que possui
ideias claras quanto à Educação, e opta por uma filosofia para poder saber o que a escola quer
obter com seu processo educativo. Para agir correctamente é preciso saber os caminhos de
acção.
b) Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que Supervisor actue
com segurança no planeamento, no assessoramento e na execução dos projectos educativos.
Sem ser dono da verdade, o Supervisor Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a
partir de sua lucidez e conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que,
estando certo, seja seguido pela solidez de seu posicionamento.
c) Consciência do papel das suas funções: No plano educacional de uma Escola há o lugar
específico do Supervisor Educacional. É preciso que este profissional tenha bem claro qual o
espaço a ser ocupado para o exercício de suas funções, pois assim obterá o respeito de outros
profissionais, inclusive do professor, obtendo, dessa forma, a harmonia de um trabalho
colectivo.
d) Espírito crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua natureza à
medida em que o pensamento rege a sua vida. A capacidade de julgar, de emitir juízo, de
analisar a partir de pressupostos racionais é que traduz o que seja espírito crítico. O
Supervisor Educacional, como profissional da Educação, deverá possui tal espírito para
também saber transmiti-lo, provocando em sua equipe a capacidade de reflexão e de revisão
constante. Ao contribuir para a formação de um professor reflexivo, crítico, pensante, este
docente orientará seus alunos na mesma linha de formação, o que resultará na formação de
um ser realmente instruído e capaz de, pelo conhecimento, interferir na realidade e nela
conviver com sucesso.
e) Racionalidade: Dada a sua estratégica posição de mediador entre o corpo docente,
educandos e Direcção, o Supervisor Educacional precisa se constituir no profissional que tem
por hábito usar sua razão para não complicar o que é simples, não pulverizar o planeamento
de tal forma que perca o sentido de globalidade e não dispersando o trabalho colectivo, que é

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a base para a consecução dos objectivos educacionais. É necessário, assim, que esse
profissional seja um agente simplificador das tarefas educativas de tal forma que sua
preocupação fundamental seja alcançar as finalidades e objectivos do processo educativo e
não os técnicos em detrimento dos primeiros.
f) Diligência: Todo o trabalho do Supervisor Educacional exige a marca da dimensão de amor
e afecto que deve permear toda a actividade educativa. Se Educação é obra de amor, de
afectos, de compreensão, a diligência do Supervisor Educacional é a dimensão amorosa que
imprime um trabalho jovial, alegre, estimulante e cooperativo, sem aplausos ou recriminações,
apenas pautado no reconhecimento, na motivação ou na reavaliação e replaneamento de
actividades quando necessário.
g) Liderança: O Supervisor Educacional, na medida em que é capaz de comandar, orientar e
estimular toda uma equipe na busca dos objectivos educacionais, estará automaticamente
exercendo sua liderança, não de forma autoritária, como ser absoluto em suas ideias e
preceitos, mas como um profissional seguro das orientações, sugestões e concepções
defendidas. O espírito de liderança por competência supõe uma aceitação de todos aqueles
com quem compartilha suas acções, uma vez que não se trata de actos impositivos, mas de
diálogo e orientação.
De acordo com Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), “a supervisão educacional como
profissão tem como objecto de trabalho o processo educativo”. Resta reafirmar que o
profissional Supervisor Educacional é aquele que:
- respeita as atribuições de cada sector, somando as suas para o sucesso do Processo ensino-
aprendizagem;
- toma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo;
- desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para problemas novos e velhos
voltados à aprendizagem;
- envolve a vida da Escola e o processo educativo de um sentido profundamente humano, de
tal forma que favoreça um ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes
comprometidos com a aquisição de conhecimentos e formação de competências no aluno.
Baizan, Newton César. (1983:21)1, “apresenta diferentes aspectos que devem fazer parte do
perfil profissional do supervisor como”:
As características pessoais que devem possuir o profissional de maneira particular, quer dizer,
os seus rasgos de personalidade.
As habilidades e a destreza que deve caracterizar a sua actividade profissional, que se
concretiza nas funções a desempenhar pelo profissional.
Os conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas para o exercício profissional. As acções
gerais e específicas que desenvolve um profissional nos seus campos de acção para a solução
das necessidades sociais identificadas.

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Para o autor, o perfil profissional, para além de responder às exigências da época, deve,
também, corresponder às atitudes, conhecimentos, habilidades, princípios e valores de uma
determinada profissão.
O supervisor, sendo um profissional que tem a seu cargo a responsabilidade de uma política
educacional, para responder às suas amplas responsabilidades sociais e educativas, deve no
seu desempenho exibir um perfil adequado ao seu campo de actuação.
Na mesma linha de argumentação, Sergiovani (1972:35)2 defende a ideia de que “a formação
terá de ser articulada, por um lado com o conceito de reflexão, encarado como uma estratégia
fundamental para o desenvolvimento de um saber – fazer pessoal, sólido, flexível e dinâmico,
assente em três dimensões: o do saber, o do saber – fazer e o do saber – ser, com o objectivo
de preparar os supervisores para uma atitude de mudança”.
A nível do saber, o supervisor escolar deve:
• Possuir uma cultura geral e pedagógica sólida;
• Ter conhecimentos profundos da política educacional e da lei geral de escolaridade;
• Possuir sólidos conhecimentos da metodologia geral e metodologia de diversas
actividades, áreas de estudos e disciplinas;
• Possuir uma boa informação bibliográfica.

A nível do saber-fazer, o supervisor escolar deve:


• Ter capacidade para preparar as aulas e realizá-las;
• Saber dirigir o colectivo de professores, de alunos e organizar o trabalho docente-
educativo;
• Saber observar, controlar e orientar as actividades. Para isso ele necessita ter:
• Bom domínio das técnicas de dinâmica de grupos, uma boa preparação em liderança
democrática, boa preparação em comunicação e em relações humanas.
• Boa experiência em gestão escolar e formação de professores.
• Fazer um esforço de auto-superação constante e permanente.

A nível do saber-ser (qualidades da personalidade) o supervisor escolar deve ter:

• Boas qualidades morais e sentimentos como: modéstia, flexibilidade, esperança,


persistência, espírito de crítica e auto - critica, optimismo e encarar o trabalho dos seus
subordinados com objectividade.

• Amor à Pátria, ao seu trabalho e carreira, ser consciente e delicado perante as tarefas
que aceitou.

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Para o autor, ainda que existam algumas diferenças na abordagem, destacam-se, em geral, na
concepção do perfil, distintas dimensões: a orientação humana pessoal; a formação intelectual
profissional e a social e o seu desempenho operativo.
Neste caso, concebe-se o perfil profissional como uma imagem prévia das características,
conhecimentos, habilidades e valores, que se devem formar no futuro profissional. Assim, o
supervisor, é aquele que sabe planificar e executar a obra educativa, levando em consideração
não somente a instrução mas a Educação e, portanto, é portador de Curso Superior em
Pedagogia, com habilitação em Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar, ou ainda em
nível de Pós-graduação.

1.4 NÍVEIS DE ACTUAÇÃO DO SUPERVISOR EDUCACIONAL


Um Serviço de Supervisão voltado para a área educacional determinar profissionais actuantes
junto aos Sistemas Educacionais (órgão de soberania da Educação, de onde emanam
regulamentações e cumprimentos de aspectos legais voltados ao processo educativo), às
escolas (quando o enfoque volta-se mais administrativamente como agente subordinante e
cumpridor (e do fazer cumprir) das normas provenientes da Direcção e da administração
escolar como um todo, em termos de auxiliar gestacional, e ao processo ensino-aprendizagem,
que é onde cumpre, actualmente, suas reais e legalmente constituídas funções junto a
professores e alunos, de forma mais directa.

1.4.1 Supervisão de Sistema


Smith (apud Przybylski, 1985) salienta que o Supervisor Educacional tem um papel-chave para
que o trabalho na escola, como representativo das ordenações e sistematizações dos sistemas
educacionais, seja realizado satisfatoriamente. Suas atribuições são no sentido de
oportunidade a realização dos planos emanados desse nível hierárquico educacional, de modo
que se alcance o melhor rendimento.
No entanto, o Supervisor de Sistema propriamente dito é aquele que actuará junto ao
Supervisor Educacional, assumindo uma posição de liderança em relação a seus
supervisionados, factor básico para o estabelecimento de relações humanas positivas. No seu
trabalho, ele deve ser o intérprete da política administrativa do sistema, pois, via de regra,
conforme coloca Przybylski (1985, p. 43), é através dele que os Directores e Supervisores
Educacionais (e por este os professores) tomam conhecimentos gerais da política de trabalho
a ser seguida.
Em razão do trabalho a realizar e da responsabilidade inerente à função, é indispensável uma
formação adequada ao exercício da função supervisora, pois, aqui, o trabalho deste Supervisor
não está directamente voltado à acção docente e discente, mas à Administração Escolar e à
Supervisão Educacional a nível de Escola.

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O posicionamento, a autoridade pela competência (e não por autoritarismo) e o conhecimento
mais amplo e geral acerca da Educação, legislações pertinentes e relações humanas são
imprescindíveis para uma correcta determinação, acompanhamento e assessoria de
actividades de administradores e Supervisores, pois em cada sistema educacional há uma
trajectória de posições a serem determinadas, com os consequentes papéis a serem
desempenhados e é o Supervisor de Sistema que mais directamente está ligado e
responsabilizado em acompanhar a prática de tais concepções, sistematizações e outras
normas atribuídas para execução ao nível Escolar.

1.4.2 Supervisão de Unidade Escolar


Na definição de Rangel (2001, p. 12),
A supervisão passa de Escolar, como é frequentemente designada, a pedagógica e
caracteriza-se por um trabalho de assistência ao professor em forma de planeamento,
acompanhamento, coordenação, controle, avaliação e actualização do desenvolvimento do
processo ensino aprendizagem.
Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui em “Escolar”, mas,
actualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por dirigir-se ao ensino e à
aprendizagem, cujo objecto principal de seu trabalho é a qualidade do ensino ministrado e a
obtenção de conhecimentos e habilidades pelo aluno.
No entanto, quando assumiu atitudes de fiscalização acentuadas ao trabalho do professor,
bem como outros indicativos administrativos da função e da pessoa do educador, na Escola, a
exemplo do controle de faltas, de horários de chegada e de saída, de avaliações
procedimentais e de perfil profissional, bem como quando havia o controle excessivo voltado
para actividades burocráticas do cumprimento administrativo para com os Sistemas de
Educação (matrícula geral e efectiva; efectividade; Plano Global; justificativa de falta de
professores e funcionários; controle extremado de carga horária, dias lectivos, avaliações para
constar em boletins, entre muitas outras actividades que eram realizadas pelo Supervisor
Educacional e que não visavam o aproveitamento Escolar dos alunos, mas a consecução dos
objectivos administrativos da escola – mesmo que estes envolvessem o controle pedagógico),
aí se tinha uma Supervisão “Escolar”, a nível de escola / estabelecimento institucional de
Ensino, e não uma Supervisão Educacional nos moldes que são exigidos, hoje, cumprindo o
destino real para o qual essa profissão existe: favorecer a aprendizagem dos alunos através da
orientação profissional e capacitada pelo professor.
Costa (1984, p. 7) contribui com a visão “Escolar” atribuída à Supervisão, ao declarar que:
O agir supervisor foi, entre nós, durante muito tempo, realizado a um nível de indefinição de tal
ordem que a sua natural vocação estruturadora do desenvolvimento do trabalho de base foi
relegada ao esquecimento.

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Reduzida à condição de mera intermediária nas relações das unidades com a instância
burocrática, este tipo de acção acabou perdendo seu carácter educativo.
Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir um novo modelo de
Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo tradicional e voltado à burocratização
imposta pela Escola, e o agir do Supervisor efectivamente foi seguido a partir de uma proposta
que possibilita a circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a
comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e profissional dos
professores “com base na busca constante por aperfeiçoamento, por uma melhor formação
que permita repensar o antigo e construir o novo” (MEDINA, 2002, p. 21).
Compete aos Supervisores fazerem uma análise da situação educacional e da realidade dos
alunos para determinar qual a forma de acção mais adequada à Supervisão voltada para a
Educação que pretendem continuar seguindo ou inovar.

1.5. AS ÁREAS DE ACTUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR


A Supervisão escolar segundo Sergiovani (1978:19) actua na área pedagógica; na área
organizativa e administrativa/financeira; na área legal e na área sócio-educativa e cultural.
Área Pedagógica – Actuação nesta área é feita através do controlo de assistência às aulas,
superação dos professores, orientações metodológicas para o cumprimento dos programas,
análise do trabalho do corpo docente, verificação dos planos de aula, controlo da participação
do corpo docente nos seminários, avaliação do conhecimento dos alunos, estudo e análise de
programas em colaboração com outras instituições, apreciação das normas escolares, entre
outros.
Área Organizativa e Administrativa/Financeira – nesta área o Supervisor exerce: tarefas
burocráticas de Gabinete, estudo de medidas que melhorem o sistema, controlo da frequência
regular das aulas por parte dos alunos e dos professores, verificação do embelezamento e
conservação das escolas e do património, verificação dos arquivos, ficheiros e cadastro e o
controlo contabilístico/financeiro das instituições escolares.
Área Legal – À Supervisão incumbe a tarefa de proceder à acção disciplinar, sempre que para
tal for designado por despacho da entidade competente, assim procede a averiguações,
desenvolve inquéritos, sindicâncias, instaura processos disciplinares, propõe prémio ou
louvores dos funcionários que se destacam e vigia o cumprimento das disposições legais.
Área Sócio-Educativa e Cultural – Na área sócio-educativa compete ao Supervisor: velar
pela realização e produção de actividades socialmente úteis, fomentar e cuidar das relações
humanas, aproximar a escola da família e da comunidade e acompanhar as actividades
culturais, recreativas e desportivas nos estabelecimentos e instituições do ensino público e
particular.

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O autor vê as áreas de actuação do supervisor escolar, como pertinente dentro do processo
docente educativo visto que as mesmas permitem a superação dos professores orientações
metodológicas, tarefas burocráticas de gabinete, estudo de medidas que melhorem o sistema,
tarefas de proceder acções disciplinares e concomitantemente, velar pela realização e
produção de actividades socialmente úteis.

1.6. O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR E A SUA IMPORTÂNCIA PARA O PROCESSO


DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A esse respeito, Medina (1997:31) comenta que “o trabalho do supervisor, centrado na acção
do professor não pode ser confundido com assessoria ou consultoria, por ser um trabalho que
requer envolvimento e comprometimento”.
Para Medina (1995:153), “o supervisor tem como objecto de trabalho a produção do professor
– o aprender do aluno – e preocupa-se de modo especial com a qualidade dessa
produção.”Portanto, o objecto de trabalho do supervisor é a aprendizagem do aluno através do
professor. Considera-se o papel fundamental do supervisor: ser o grande harmonizador do
ambiente da escola.
O supervisor deve procurar ter consciência clara dos conceitos e crenças que determinam sua
maneira de agir, dos fins que pretende atingir e dos meios a utilizar. Por outro lado, faz-se
necessário que ele conheça a natureza do homem com quem está lidando, conheça a
natureza da sociedade em que esse homem está inserido, bem como o perfil da escola, seu
Projecto Político-Pedagógico: só assim será possível orientar e ajudar, de acordo com as
necessidades.
Deve buscar o desenvolvimento contínuo de cada pessoa que com ele trabalha, seja
professor, aluno, funcionário seja membro da comunidade sob sua responsabilidade.
Supervisão é, portanto, o processo pelo qual se orienta a escola como um todo, para a
consecução de suas finalidades.
Entende-se que fazer da supervisão uma acção problematizadora, através da comunicação
dialógica com todos os envolvidos na comunidade escolar garantindo o espaço de
participação, proporcionará a intervenção transformadora da prática social.
O supervisor apresenta-se então como um líder, pela sua identificação com os interesses
colectivos, que mobiliza, que dinamiza encontros para a discussão e actualização teórica das
práticas. E, entre os vários objectivos desta “mobilização” ao estudo, destacam-se, novamente,
a consciência do propósito das acções e a ampliação político social dos princípios e dos
conceitos que as orientam. Para Medina (1995: 22):
O papel do supervisor passa, então, a ser redefinido com base no seu objecto de trabalho, e o
resultado da relação que ocorre entre o professor que ensina e o aluno que aprende passa a
construir o núcleo do trabalho do supervisor na escola.

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O conceito moderno de supervisão visa sempre ao aperfeiçoamento da situação total ensino-
aprendizagem através do conhecimento da situação; da avaliação dessa situação; das
modificações das condições que afectam a aprendizagem. Isso vem a ser, em outras palavras,
as três funções primordiais da supervisão: diagnosticar; avaliar; aperfeiçoar.
1) A supervisão moderna só pode ser justificada em termos da relação com a situação de
ensino-aprendizagem. Ela não tem um fim em si mesma e só será positiva enquanto os seus
efeitos sobre o ensino e a aprendizagem forem positivos, enquanto estiver conseguindo
melhoria nesses aspectos.
2) A supervisão moderna implica bom relacionamento humano, comunicação e liderança para
que haja interacção mútua e contínua. É importante que o supervisor seja aceito pelo grupo
com o qual trabalha, pois supervisão é uma actividade cooperativa. A eficiência da supervisão
não se mede pelo esforço e competência do supervisor e sim, pelas modificações verificadas
no comportamento do grupo.
3) A supervisão moderna é planificada. Com as inúmeras responsabilidades diárias de
supervisão, hoje em dia, a planificação torna-se essencial para uma actuação eficiente.
4) A supervisão moderna dirige a atenção para os fundamentos da educação. O supervisor
deve procurar ter consciência clara dos conceitos e crenças que determinam a sua maneira de
agir, dos fins que pretender atingir e dos meios a utilizar. Isso corresponde à filosofia que
baseia sua actividade supervisora. Por outro lado, faz-se necessário que ele conheça a
natureza do homem com quem está lidando, buscando auxílio na Biologia e na Psicologia, bem
como conheça a natureza da sociedade em que esse homem está inserido, o que é explicado
pela Sociologia. Só assim será possível orientar e ajudar, de acordo com as necessidades.
A supervisão moderna tem, como objectivo geral, dar condições para que os objectivos da
educação sejam atingidos. Envolve o aperfeiçoamento do processo total ensino-aprendizagem,
pois, até certo ponto, há uma interdependência dos dois aspectos. Os objectivos gerais da
educação nacional são o desenvolvimento integral do aluno e a sua integração no meio físico e
social. Cabe ao supervisor, antes de tudo, consciencializar o pessoal com quem trabalha,
levando-o a estabelecer objectivos específicos para sua escola e sua classe, tendo como
ponto de partida aqueles objectivos gerais; a usar esses objectivos como guias em todos os
processos da educação; a seleccionar bem os meios para atingi-los e os meios de avaliação
dos resultados.
Uma vez que a supervisão moderna dirige atenção para os fundamentos da educação, é
importante que o supervisor promova estudos de equipa sobre as mudanças de crenças e
valores da sociedade em que ele está em mudança. Ele deve ainda promover um estilo de
natureza e de desenvolvimento dos seres humanos (psicologia evolutiva e da aprendizagem).
O supervisor escolar, com o objectivo de bem exercer as funções de seu cargo, deve mostrar
condições específicas que lhe auxiliem numa acção facilitadora do seu trabalho, observando-

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lhe a extensão e complexidade. As condições básicas para o exercício de uma actividade
supervisora são, conforme uma pesquisa realizada para a “American Association of School
Administrators”:
- capacidade de visão de conjunto: situar cada problema no contexto da situação geral;
- capacidade de compreensão com as pessoas que trabalhe;
- capacidade de analisar as situações que causem tensões;
- experiência como administrador/professor de escola no trabalho que irá dedicar-se;
- capacidade de administrar os vários aspectos técnicos da sua profissão;
- elevado nível de inteligência;
- experiência geral de administração.
Assim, o trabalho do supervisor escolar não é o de ser um especialista nos campos que
coordena, visto que conhecendo os seus auxiliares, poderá introduzi-los nos sectores da
supervisão e da melhoria da educação.
Então, o supervisor moderno deve ser uma pessoa capaz, preparada sob o ponto de vista
educacional e psicológico, especialista no processo democrático do grupo. O seu papel é de
um líder, conseguindo a cooperação de seus colegas (administradores e professores) nas
decisões importantes que dizem respeito a eles mesmos e ao processo de ensino-
aprendizagem.
No campo educacional, a Supervisão pode ser vista como “liderança educacional em acção”
que visa à melhoria do processo ensino-aprendizagem, para o que leva em conta a estrutura
teórica, material e humana do sistema em que está inserida. Objectivamente, assentam-se nas
múltiplas funções de orientação, acompanhamento, avaliação e reorientação do processo
educacional.
Para o autor o trabalho do Supervisão visa, como produto final, à melhoria do processo ensino-
aprendizagem, actuando através do professor. Quanto melhor o trabalho do professor,
melhores serão os resultados do processo. A supervisão deve coordenar as actividades
pedagógicas da escola, aperfeiçoá-las de forma constante, evitando assim, uma desfasagem
entre a comunidade escolar e a realidade educacional.

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II – CONCLUSÃO

A escola deve ser um ambiente acolhedor, estimulante, adequado, equipado e actualizado,


capaz de proporcionar e favorecer aprendizagens significativas. Deve visar ao bem-estar do
ser humano enquanto aprendiz (seja ele professor, aluno ou família), proporcionar interacções
positivas e que gerem reflexões e acções produtivas que sirvam ao desenvolvimento do ser
humano enquanto cidadão. Para que se efectivem reais mudanças na escola, para que a
mesma se torne um ambiente propício e estimulador não só de novas aprendizagens, mas
também servir à convivência social e à formação integral do indivíduo, é preciso torná-la uma
escola reflexiva, ou seja, um ambiente para análise e possíveis reconstruções tanto em relação
ao Sistema Educacional, como em relação ao aluno.
No entanto, para que uma escola se torne reflexiva, o professor é o agente essencial, capaz de
portar relevantes capacidades para ocasionar mudanças benéficas e uma melhor qualidade de
vida aos educandos, através da transformação em uma escola eficaz e prazerosa. A esse
professor cabe o buscar, constantemente, melhorias na qualidade de Ensino, o que requer
pensar a educação pela sua epistemologia, para conscientizar-se de que os novos tempos
estão a exigir que a acção docente inclua: pesquisa, observação, registros, enfim, partir de
uma metodologia dialéctica, pautada em técnicas do tipo “pesquisa”, que exige do aluno que
realmente ocorra aprendizagem.
Na escola, cabe para que o professor actue como um orientador da aprendizagem significativa
do aluno, cabe ao Supervisor Educacional o papel de mediador e facilitador da transformação
do ambiente Escolar em um ambiente produtivo, enriquecedor, moralizador, formador de
capacidades superiores e que sirvam à colectividade; do trabalho do professor em um eficiente
e actualizado processo educativo e a aprendizagem dos alunos um caminho que sirva para
seu crescimento integral e formação pelos conhecimentos e para competências.
Na constante aprendizagem proporcionada ao professor durante todos os momentos na qual
ensina e interage, está a essência da capacidade do professor de ser um constante orientador
e estimulador do aluno, quando este não é devidamente motivado para sua acção pedagógica,
quando não pode contar com um profissional especializado e quando não tem formação e
actualização para empreender em uma prática pedagógica mais adequada às novas
necessidades e anseios dos educandos.
Embora já se saiba como deve ser a Escola, o Professor e o Supervisor Educacional –
responsáveis directos pela propagação de Educação eficiente – ao Supervisor Educacional
está fundamentado, pela sua profissão e atribuições, o proporcionar uma constante
actualização do Ensino, a partir de constantes estudos em grupos, com os professores, e em
periódicas interacções com os alunos e suas famílias, através do ouvir suas necessidades,
curiosidades e anseios.

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A Supervisão Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas concepções e destinos, já
venceu muitos paradigmas e preconceitos, mas o mais importante ainda é o actualizar-se e
tornar-se realmente, um serviço que faça jus à importância atribuídas por pelos professores e
reconhecida pela escola e pela comunidade escolar, tanto que se assim não o fosse, não
teríamos mais este profissional instituído legalmente e nele sendo depositada toda confiança e
apreço que requer o desenvolvimento do processo didático-pedagógico e que as relações
humanas assim o capacitaram.
A aprendizagem não ocorre apenas em um ambiente (escola) e com um instrutor (Professor).
Só se processam aprendizagens quando o Sistema Geral de Ensino assim o determina e
permite, dando condições – em todos os sentidos – para que isso ocorra. É na acção reflexiva,
activa, actualizada, compartilhada, responsável e habilitada do Supervisor Educacional que se
processam orientações, acompanhamentos, assessoria e interacções visando a melhoria das
aprendizagens.
Correcto e necessário é que o profissional Supervisor Educacional organize e institua um
ambiente seja actualizado e propício à educação. No entanto, ele só será eficiente se quem
articula o processo educativo assim o transformar, visando orientar o aluno a verdadeiras
construções de aprendizagem e a se transformar em um novo ser: capaz, activo, criativo,
crítico, participativo... um verdadeiro cidadão.

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BIBLIOGRAFIA

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educacional: novos caminhos. CADERNOS CEDES. São Paulo: Cortez. Pág. 21.

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PRZYBYLSKI, Edy. O Supervisor Escolar em ação. 2 ed. Porto Alegre: Sagra,
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