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O Brasil, em 15 anos de atividades pioneiras da companhia estatal Petróleo Brasileiro SA. (Petrobras),
assumiu a liderança mundial na tecnologia de perfuração e produção em águas profundas e ultraprofundas,
tendo estabelecido seguidos recordes mundiais de profundidade. A companhia está se posicionando para ir
ainda mais fundo, lançando o terceiro programa de inovação tecnológica em águas profundas da série
PROCAP.
Para aumentar sua produção, a Petrobras necessita desenvolver seus campos em águas profundas o
ultraprofundas, motivo pelo qual está engajada em um amplo esforço exploratório.
Em julho de 2000, a Petrobras detinha as concessões de 72 campos no Brasil. Cerca de 62% deles estão
localizados em águas ultraprofundas (mais de 1.000m). Pôr esse. motivo, a empresa vem aumentando, nos
últimos anos suas atividades de perfuração exploratória em águas cada vez mais profundas. Atualmente,
está empregando 6 sondas em profundidades superiores a 1.500 metros para a perfuração de poços
exploratórios, muitos deles pioneiros, tendo concluído no ano passado um na profundidade recorde de
2.777 metros.
Ademais, suas reservas em águas ultraprofundas representam 75% das reservas totais. Conseqüentemente,
o necessário desenvolver e estender tecnologia que permita a produção de óleo e gás, de modo lucrativo,
nessas profundidades.
Desse modo, a Petrobras lançou o PROCAP-3000, com o objetivo de prover soluções tecnológicas que:
O PROCAP-3000 irá abranger as tecnologias aqui descritas. Espera-se que elas promovam mudanças que
reduzam os custos da indústria, tornando viável o desenvolvimento de uma grande parte dos campos em
águas profundas no mundo.
Tecnologia de poço
Poços multilaterais, de grande alcance e de trajetória complexa - Os avanços na tecnologia de
perfuração, como os poços multilaterais em profundidades de 2.000m a 3.000m, são boas alternativas para
a drenagem homogênea de reservatórios a partir de uma unidade flutuante de produção. A tecnologia de
poços multilaterais permitirá a produção de que o nível de 2 ou mais do reservatório, reduzindo o número
de poços necessários para a drenagem do reservatório, tomando lucrativos campos marginais não-
econômicos.
Os poços de longo alcance podem ter, em águas profundas, o mesmo sucesso obtido em terra e águas rasas.
Realmente, poços de longo alcance em águas profundas possibilitam atingir objetivos remotos no
reservatório, reduzindo a probabilidade de formação de hidratos e depósito de parafina devido ao excelente
isolamento térmico e a conseqüente redução da perda de calor, mantendo elevada a temperatura do fluido.
A Petrobras planeja perfurar, este ano, um poço de longo alcance no campo de Marlim-Sul; o poço terá
4.700 metros de afastamento horizontal e 500 metros de seção horizontal e será perfurado em 1.150 metros
de lâmina d'água.
A Petrobras está examinando, agora, um novo conceito de projeto de poço visando a conexão de 2 ou mais
poços de longo ou médio alcance a um poço de alta inclinação e "baixo" (menor) afastamento. Nessa
configuração, o reservatório será drenado através do poço de baixo afastamento e as seções superiores dos
poços seqüenciais serão lacradas (abandono temporário); isso permitirá atingir reservatórios localizados a
longa distância da unidade de produção usando recursos e condições "normais" de perfuração e reduzir, ou
mesmo evitar, o uso de linhas flexíveis e os investimentos necessários, bem como melhorar as condições de
fluxo em águas ultraprofundas.
Poços submarinos com fluidos leves e/ou sub-balanceados – A perfuração sub-balanceada implica a
produção de óleo e/ou gás simultaneamente à operação de perfuração, o que muda completamente o modus
operandi dessa atividade. Atualmente, os poços sub-balanceados estão limitados às locações em terra ou
offshore a partir de plataformas fixas.O principal objetivo deste projeto é
Elevação artificial
Gas-Lift ou bomba elétrica submersa - O uso de artificial continuará sendo necessário em poços su
bmarinos, especialmente em águas profundas.Devido a seu amplo campo de aplicação, com mais de 60%
da produção dos poços submarinos, e considerando que a tecnologia já usada em terra e em águas rasas
pode ser aplicada com bons resultados (confiabilidade) em águas profundas, o gas-lift é considerado o
método padrão de elevação artificial. Contudo, a necessidade de melhoria do desempenho da tecnologia
atual é um fato. Mesmo pequenos aumentos no desempenho irão resultar numa grande quantidade de óleo
produzido.Além do gas-lift, outra importante opção pode ser o uso de bombas elétricas submersas (BCSS).
A escolha de um desses métodos depende das características específicas dos fluidos produzidos, do
desempenho do reservatório e do arranjo de desenvolvimento, do campo. Mas a associação de métodos de
elevação artificial (métodos mistos), melhorando o desempenho geral, pode ser um fator-chave em águas
profundas. Por exemplo, gás-lift na base do ríser associado a sistemas de elevação (como uma BCSS)
podem ser usados na produção de poços a grande distância da plataforma, uma vez
que o fluxo com menor fração de gás é mais eficiente em dutos horizontais.
Sistemas submarinos de separação e injeção - A maioria dos campos em águas profundas produz (ou irá
produzir) água. À medida que aumenta a profundidade, o custo de elevação de quantidades cada
vez maiores de água produzida pode se tomar proibitivo, Nesse sentido, esforços têm sido dedicados à
pesquisa de tecnologia que possibilite a separação, no fundo do mar, de óleo e água, seguida pela reinjeção
da água produzida em um reservatório apropriado.
Conclusões
Para a Petrobras, essas são as principais linhas tecnológicas a serem desenvolvidas, especialmente para o
cenário da Bacia de Bacia de Campos. Com a perspectiva de novas descobertas em águas ainda mais
profundas, essa área deverá continuar sendo usada como um laboratório em escala real para o
desenvolvimento e aplicação das novas tecnologias, a médio e longo prazos. Pode-se dizer que, hoje, a
tecnologia para produção em até 2.000 metros de profundidade já está disponível. Contudo, ainda existem
desafios a serem vencidos para chegar à marca de 3.000 metros. A experiência operacional acumulada pela
Petrobras e seus parceiros ao longo de mais de 15 anos, a existência de uma rede brasileira de
conhecimento em águas profundas, a ampla infraestrutura disponível, na Bacia de Campos, e o sucesso dos
programas tecnológicos fornecem as ferramentas e a confiança necessárias para vencer tais desafios. Cabe
destacar que o verdadeiro objetivo empresarial é a utilização da tecnologia de modo a viabilizar a produção
bem como aumentar a atratividade econômica do desenvolvimento da produção nessas profundidades.