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SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
CURITIBA 2009
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
CADERNO PEDAGÓGICO
Educação Infantil
Educação Especial
CURITIBA 2009
LISTA DE SÍMBOLOS
conhecimento.
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................7
2 OBJETIVOS...........................................................................................................12
3 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................13
4 METODOLOGIA ....................................................................................................16
UNIDADE 1: ENVOLVENDO O PARTICIPANTE.....................................................17
Que representações temos da surdez, língua, linguagem? ......................................17
Conhecendo alguns aspectos da Libras ...................................................................26
Nomes e Mais Nomes ...............................................................................................32
UNIDADE 2: EXPLORANDO O CONHECIMENTO .................................................36
Práticas educacionais em surdez..............................................................................36
Conhecendo sobre a educação do surdo..................................................................36
Identificação de suas singularidades.........................................................................47
UNIDADE 3: BUSCANDO EXPLICAÇÕES..............................................................51
Para melhorar o desenvolvimento do surdo: o bilinguismo .......................................51
Libras: dos sinais da Libras para uma comunicação efetiva .....................................52
UNIDADE 4: APROFUNDANDO CONHECIMENTOS .............................................69
Proposta educacional para Crianças Surdas ............................................................69
Fundamentos da Educação de Surdos (2006) ..........................................................76
Identidade e Diversidade..........................................................................................77
UNIDADE 5: AMPLIANDO PERSPECTIVAS NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM .....................................................................................................79
Análise da prática do professor a partir dos princípios da EAM e aquisição de
linguagem e Bilinguismo ...........................................................................................79
Atividade Professora de LIBRAS...............................................................................80
Atividade Professora Língua Portuguesa ..................................................................85
REFERÊNCIAS.........................................................................................................96
7
1 INTRODUÇÃO
adultos.
detecção da surdez, que nos últimos anos tem ocorrido logo após o nascimento.
Especial.
grau”. Refere ainda que, tais políticas não apresentavam projetos de valorização dos
das creches: de um total de 6066 profissionais apenas 1,3% (80), tinham formação
incompleto.
Kramer (2006) observa que no Brasil há pouco mais de vinte anos teve início
na educação básica, como sendo sua primeira etapa, considerando que a educação
Artigo 2º considera como pessoa surda, aquela que pela perda auditiva, interage
com o mundo por meio de experiência visual e manifesta sua cultura principalmente
pela Libras. Em seu § único considera como deficiente auditiva à pessoa que
mais, através de audiograma nas freqüências de 500 Hz, 1.000Hz, 2.000 Hz e 3000
Hz.
da Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, deve ser
ensino, sendo que no § 2º há a colocação de que a pessoa surda terá prioridade nos
cursos de formação.
Educação Infantil.
11
Brasil, são muito recentes, o que indica que se deve pesquisar e criar recursos que
O presente trabalho foi elaborado com o olhar voltado para o professor que
atua com surdos no ensino fundamental, tanto em Escola Comum como na Escola
quanto a varias questões que envolvem a surdez de forma que ao vivenciar e refletir
2 OBJETIVOS
com crianças surdas e não surdas, na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental;
não fragmentada.
13
3 REFERENCIAL TEÓRICO
desenvolvidas.
princípios propostos por Bonfim (2002), baseado em Albano (1990), que afirma
significativas;
individual e o coletivo;
1
O trabalho do Prof.º David Sasson encontrava-se no período de elaboração do presente trabalho. O
autor cedeu, gentilmente, o texto digitado em inglês, o qual foi traduzido pela autora.
15
aquisição da linguagem;
viva;
menores.
(2006, p. 8).
2
LLEWELLYN, D. Inquire within; implementinginquiry-based science standards. New Delhi: Corwin
Press, 2002.
16
4 METODOLOGIA
modalidades organizadas. Assim cada uma das Cinco Unidades possui: atividades
serem introduzidas na prática com o grupo de crianças com que trabalha, onde será
ensino-aprendizagem do surdo?
dos grupos de surdos. Esse fato ocorre porque as representações que temos
envolvem inúmeros fatores, tais como a convivência ou não com a pessoa surda, a
informação que temos a respeito, os conceitos e preconceitos vinculados a este
grupo de pessoas.
Esta atividade tem dois momentos: no primeiro, sugerimos que você vivencie
impar, a pessoa que ganhar vai sortear uma notícia) a mesma virá por escrito e
fala, ao colega o qual deverá registrar em uma folha o que entendeu da notícia, após
o colega terminar, novo sorteio, faz-se à troca de papéis. Comparação dos textos
a) Observe com atenção como seu colega vai lhe transmitir a notícia e depois
b) Responda:
quê?
língua e da linguagem.3
3
O estudo é um recorte do trabalho de dissertação da autora.
19
interacionismo de Bakhtin.
como objetivismo abstrato, considera que a linguagem é formada pela língua e pela
abstratas, que prioriza o estudo dos elementos constituídos por suas formas
(GOLDFELD, 1997).
mais evidentes da linguagem - som e frase, tendo a face sonora do signo um lugar
limita à frase (SOUZA, 1997). Pode-se imaginar que a conseqüência desse tipo de
visão foi à estruturação de estímulos lingüísticos, em moldes behavioristas, na
educação dos surdos. Sons e demais estruturas passaram a ser treinados em ordem
crescente de complexidade.
significado das palavras, ou seja, que existe uma mistura entre pensamento e
ponto de vista externo e quantitativo dos elos entre palavra e significado, não
lingüístico das crianças. Isso leva a uma forma instrucional que não leva em conta o
Uma linha teórica de aquisição de linguagem, que surge como reação aos
indispensável.
De Lemos (1999, p. 47) afirma que apesar de o gerativismo ter surgido como
uma reação ao behaviorismo, na tentativa de responder sobre o que se define como
esse paradigma têm como objetivo reabilitar o surdo. Nesse contexto, sejam quais
terem grande preocupação quanto à inferência das regras gramaticais. Segundo ela,
a criança ouvinte não tem dificuldade de inferir; no entanto a criança surda precisa
de ajuda especial, que pode durar de oito a doze anos, visando a que esta domine
estas regras e possa obter o mesmo sucesso que as crianças ouvintes na aquisição
da linguagem.
Trenche (1995) destaca, que muitos estudiosos da linguagem e
(RAMOS, 1998).
tendo como referências às análises que apresenta, em sua obra, sobre pensamento
e linguagem. Góes (1999, p.33) salienta da obra de Vygotsky que “a palavra não é
Uma teoria lingüística que pode ser articulada à teoria sócio-interacionista foi
constituídos por ela, ao mesmo tempo em que a constituem. Concebe que a língua
matéria morta.
considera que toda enunciação tem relação anterior e posterior a ela. Ao criticar a
comum a todos os falantes, considera não ser suficiente para explicar o diálogo, e
fonética, sintaxe, entre outros), mas como um conjunto de significações que ocorrem
idéias.
Ao criticar as teorias em voga na sua época, Bakhtin (1997, p. 127) define
leis sociológicas;
Albano (1990) aborda esta questão juntamente com outros três requisitos
culturais.
repórteres são pessoas com deficiência, que toda semana dão dicas de Cultura,
Educação e Cidadania.”
Após assistir os filmes, escreva o que entendeu das notícias que assistiu:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
c) Responda:
conseguiu.
XVIII, na França o Abade de Lepèe criou a primeira escola pública para surdos,
utilizando-se da comunicação gestual e escrita do francês. Houve grandes avanços
na educação dos surdos, nessa época até início do século XX, os quais através do
(SACKS, 1990).
principal tema foi a discussão sobre o melhor método de ensino para o surdo,
gestual ou oral, sendo que prevaleceu o segundo, o que levou a maioria dos países
a instituir o ensino da língua oral, para a educação dos surdos, proibindo o uso dos
gestos, que consideravam interferir negativamente no acesso a oralidade.
pode constatar que como qualquer língua a ASL (American Sign Language) é uma
4
Texto elaborado por Rute de Oliveira Bomfim.
27
isomorfismo estrutural entre sinal e fala. Considera ainda que a língua de sinais e as
línguas orais teriam como matriz os gestos, contrariando todas as teorias em voga.
de linguagem e língua com o conceito de fala, o que gera a falsa concepção de que
chegar ao status de língua, por não utilizar o sistema fonológico como canal de
expressão do pensamento.
No entanto, ao partir-se do pressuposto de Behares (1987) no qual a
de um sistema interpessoal de signos e a fala por sua vez, como uma modalidade
ATIVIDADES:
surda.
28
importante saber algumas informações sobre eles. Faça uma avaliação5 dos
5
Esta avaliação pode ser feita através de jogos e brincadeiras, nas quais haja interação significativa,
entre todos os componentes do grupo, utilizando álbum de fotografias da família, animais de
brinquedo, material escolar. O professor deve ser um observador atento aos recursos de
comunicação que as crianças utilizam.
29
Diante do exposto até aqui, faz-se necessário refletir sobre os princípios que
EAM que segundo Feuerstein (1997) são essenciais para ocorra aprendizagem
alunos, utilizando a escala ao lado dos princípios. Para a análise de freqüência dos
prática, o que permite identificá-lo como algo ativo na interação dos sujeitos;
- Às vezes: em algumas situações encontra-se ativo na interação professor
linguagem e bilingüismo:
grupo.
atento, organiza, cria ambientes e situações que contribuem de forma efetiva para
que seus alunos exercitem sua inteligência, seus afetos e sentimentos, alcançando
procurando contemplar estes princípios. Para este fim utilizaremos como referência
trabalhado.
nome dos alunos. É importante que os alunos surdos apresente-se utilizando o sinal
pelo qual são identificados na comunidade surda, e que “batize” com um sinal os
colegas da turma, e também que possam ensinar os colegas como escrever seus
O trabalho terá inicio a partir da apresentação dos crachás das crianças, com
(contando quantas letras compõe seu nome e o dos colegas, fazer comparações
compõe a sala, relações parentais, diferenciação entre seres vivos e não vivos.
o como foi escolhido seu nome, os pais devem responder para a criança em casa e
também registrar na “cardeneta de contato” o que respondeu para a criança, na roda
de conversa cada uma das crianças contará o que descobriu do seu nome, com
mediação da professora.
seus nomes e/ou fotos, focalizando o tempo passado e futuro relacionando muito e
pouco tempo.
Etiquetar todo o mobiliário (mesa, cadeira, armário, colchão, etc.), objetos de
Programar uma atividade externa com as crianças, na qual elas vão coletar
retornar para a sala deverão separar, nomear , contar, ou seja explorar através de
professor o escriba.
as quais serão encapadas com papel dobradura e cada lata terá em relevo a
primeira letra do nome das crianças do grupo, as latas serão dispostas em pirâmide
e as crianças dispostas em fila e uma de cada vez tentara derrubar a lata com a
inicial de seu nome, quando conseguir derrubar a lata com sua inicial a professora
diz o seu nome em voz alta e todos os colegas repetem. No caso da criança surda,
pode-se utilizar o alfabeto dactilológico, e quando acertar a inicial do seu nome todos
linguagem e bilingüismo:
Houve mudanças em sua prática? Caso a resposta seja sim enumere pelo
houve relacione pelo menos três fatores de mudança que voce considerou positivos.
36
surdo.
línguas diferentes, e irão refletir sobre as estratégias que poderiam favorecer acesso
a) Leia com atenção o texto abaixo e depois registre o que você entendeu do
mesmo.
In Brasilien, in 1857, mit der Unterstützung des Kaisers D. Pedro II., wurde der
National Institute of Education of Deaf-Mudos (jetzt bekannt als das Nationale Institut
für Bildung der Gehörlosen - INES), in Rio de Janeiro, unter der Leitung von
Professor Ernest Huet taub Französisch, mit der Sprache, in ihre Methoden von
Signalen, Schrift, das Alphabet dactilológico und bot ein pädagogisches Programm,
in dem die Themen waren die gleichen wie für reguläre Schulen und fügte hinzu
6
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
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Articulada Sprache und Literatur auf den Lippen. Abrigava Studenten aus ganz
Brasilien, in ein Internat, und beteiligte sich aktiv Ausbildung der Fachlehrer, so dass
die Tauben hatten gute Ergebnisse Lehre (GOLDFELD, 1997; Fernandes, 1998).
Es konnte beobachtet werden in Brasilien die gleichen Trend weltweit, da nach dem
Kongress von Mailand, von 1911, wurden absorbiert die grundlegenden Konzepte
der gab den Praktiken der ganzen Welt verwendet, und oralismo etablierte sich als
offizielle Methodik des Unterrichts der Gehörlosen. Die Erklärung wurde offiziell
verboten, jedoch nach wie vor zur verborgenen durch die Studierenden (Rocha,
1997).
Es wurde deutlich, nach etwas mehr als ein Jahrhundert der Bildung oralista,
dass die Ergebnisse enttäuschend erwiesen. Zwar erfüllt mit guten Absichten, dieser
Vorschlag hat sich nicht erfüllt mit der Erziehung ihrer Ziele zur Beseitigung von
Ungleichheiten zwischen Gehörlosen und Hören. Die zufügen die Mittel zu Lasten
der mündlichen Form der Kommunikation für Gehörlose-visuellen Zeichen,
eingeschränkte Fähigkeit der Linguistik und als Ergebnis, Spuren der sozialen,
wodurch die Integration wünschen übrig. Was ist nicht möglich, dass die Bildung des
gehörlosen Kindes auf das Niveau erreichen, dass es angeblich auch erreichen
kann.
REFERÊNCIAS
Responda:
conclusão?
- Qual a língua em que o texto foi escrito? Em que se baseou para chegar a
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esta resposta?
- Que aspectos a língua em que foi escrito este texto, tem semelhança com a
Mudos, que ocorreu em Milão (Itália) em 1880, o método oral foi proclamado como a
observa que os políticos aprovaram o método oral porque facilitava o projeto geral
Ao expor sobre a metodologia oralista, Skliar (1997) menciona que esta tem
7
Texto elaborado por Rute de Oliveira Bomfim.
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onde a língua é vista como um código (conjunto de signos que se combinam entre
da língua é um fato social que permeia a vida das pessoas, desde o nascimento, e é
espaço para que a língua tenha uma função ativa na vida da criança, ou
os atendiam, em todo o mundo. Para que pudessem dominar a língua oral, relegou a
segundo plano, o ensino das disciplinas escolares, uma das possíveis causas da
queda do nível de sua escolarização (GOLDFELD, 1997).
Fernandes (1998) constata que, até o século XIX, a surdez foi discutida tendo
como enfoque concepções sociais e pedagógicas; passando no século XX a ser
possibilidades. Diante deste fato, não havia mais espaço para os professores
surdos, pois nessa nova visão, o modelo ideal para os surdos eram os ouvintes.
torno de 50% (cinqüenta por cento) do corpo docente; em 1850, caiu para 25%
(vinte e cinco por cento), na passagem do século; e para 12% (doze por cento), em
ocorreu sem que houvesse necessidade de impedimento legal, visto que, pela
entre os adultos e crianças. Wood (1992) observa ainda, que de forma contrária, a
demanda dos adultos é para que a criança preste atenção e busque objetivos
estabelecidos por eles, tendo que fazer com que seus pensamentos sejam
política da educação definida como ouvintista, a qual sugere “uma forma particular e
primitivos, incompletos.
entre educadores ouvintes e criança surda esta caracterizada por um papel central
e ativo do ouvinte, o qual como num jogo, inicia a partida, decide a jogada adequada
aprendizagem é atribuído a sua surdez, o que gera um círculo vicioso que dificulta
mudanças.
educando tem uma limitação natural para aprender, o que faz com que se programe
8
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
42
REFERÊNCIAS
c) Responda:
- Como foi a leitura deste texto quando comparado à leitura do anterior? Por
quê?
esta resposta?
- Em que aspectos a língua em que foi escrito este texto, tem semelhança
pessoa surda, na década de sessenta, nos EUA, Dorothy Schifflet, professora e mãe
adição à língua oral, leitura labial, treino auditivo e alfabeto manual, ao que
alfabeto digital para fornecer inputs lingüísticos para estudantes surdos, ao passo
comunicação real com seus familiares, professores e seus iguais, visando construir
surdo. Neste contexto pode-se utilizar tanto sinais retirados da língua de sinais,
quanto criar sinais gramaticais modificados e marcadores para elementos presentes
na língua falada, que não são utilizados na língua de sinais. Dessa forma, tudo o que
é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam, o que
1993).
proposta que envolve sinais, fala e outros recursos, muitos estudos foram realizados
para verificar sua eficácia. Nesses estudos detectou-se que, quando comparado ao
9
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
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Quanto à escrita, observa-se que houve poucos avanços pois nem sempre
não consegue atingir níveis acadêmicos satisfatórios à sua faixa etária. Quanto à
auxiliar da fala, não favorecendo sua ampliação. Desta forma, em muitas situações,
os surdos atendidos educacionalmente a partir desta filosofia, comunicam-se
Esta prática educacional possibilitou o contato com sinais, o que era proibido
outros recursos na comunicação, também, nas relações familiares que foram libertas
No entanto, na dimensão educacional, seu uso deve ser rejeitado “pelos prejuízos
10
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
46
REFERÊNCIAS
WOOD, D. Teaching and talking with deaf children. Great Britain: John Willey e
Sons, 92. 3. ed. East Kilbraide: Printed and Bound by Counrier International, 1992.
@ Responda:
deverá fazer referência à necessidade de ter uma língua, sua importância para o
cada principio, para este fim utilizaremos como referência “Identificação de suas
faixa etária.
Piaget (1974) afirma que a atividade intelectual não pode ser separada do
ou não a ausência de um dos sentidos, ela deverá ser estimulada de forma a ter
Deve-se sempre ter em mente, ao planejar a atividade para cada uma das
Unidades, que a proposta de trabalho deve ser organizada para todas as crianças,
independente de estar sendo realizadas em uma classe comum, com uma criança
explorara com o grupo diferentes movimentos (pular, correr sem sair do lugar, pular
num pé só, saltar, ajoelhar, deitar, levantar, abraçar, dançar, ficar tenso relaxar...), o
identificará todos os contornos colocando uma foto da criança e seu nome ao lado
do contorno, em seguida colara cada contorno nas paredes da sala, neste contorno
cada crianças deverá desenhar ou colar as partes do corpo que faltam, o professor
11
#
Acessar http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf para saber mais sobre os
componentes curriculares, pg. 47 a 61.
49
quais deverão ser identificadas pelo nome e pelo sinal. Roupinhas recortadas do
tamanho do boneco, olhos para serem colados, lã (preta, marrom claro e escuro,
roda de conversas, que cada criança apresente seu boneco para a turma, dizendo
12
# Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001384/138429por.pdf . Acesso em: 15
jan. 2009.
13
# Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf. Referencial curricular
nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
50
Houve mudanças em sua prática? Caso a resposta seja sim enumere pelo
de vida.
duas ou mais línguas por uma pessoa ou por um grupo, com idêntica fluência ou
bilinguismo;
52
surda e o bilinguismo;
a comunicação.
reproduza o sinal.
Libras.
COLOCAR NADA.
- Mamãe hoje comprou frutas na feira. (Assunto – Fruta) MÃE HOJE FEIRA
COMPRAR MAÇÃ^VÁRI@.
a) Responda
os pais a fracassar ao criar seus filhos em mais de uma língua. De Houwer (1997)
fase inicial da infância, como forma de descobrir os limites, dentro dos quais o
época mais tardia. Ressalta, ainda, que alcançam igualdade de proficiência análoga
14
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
15
Natural: neste contexto refere-se a exposição a linguagem, em contexto não escolar.
55
aprendizagem da linguagem.
2002).
linguagem primária, durante os cinco primeiros anos de vida. O autor ressalta que há
muitas razões psicolingüísticas para que se faça distinção entre criança pré-escolar
comunicativo natural.
observa que são encontradas semelhanças, em cada uma das línguas de que a
criança faz uso, e que estas cometem o mesmo tipo de “erros” cometidos por
de desenvolvimento semelhantes.
atenção ao input que recebem, notam que um input difere - dependendo de quem
fala ou onde, em que situação está conversando - e buscam falar com as pessoas
criança bilíngüe faz escolhas lingüísticas sensíveis ao contexto. Ela toma por base
dois sistemas lingüísticos separados e desde cedo são falantes muito hábeis,
indicam que quando a criança não conhece palavras o suficiente em uma das duas
línguas prefere inserir itens lexicais da outra língua em suas frases, ao invés de
57
condição de que o convívio familiar seja normal nos demais aspectos e que o
convívio com pessoas ouvintes de fala normal ocorra por, aproximadamente, cinco a
dez horas semanais. Referência que talvez possa ser transferida a filhos surdos de
surdas possam ter convívio com adultos surdos na mesma proporção (BONFIM,
2002).
linguagem”, o que poderia ser ampliado para aquelas com atraso na aquisição de
16
DEUCHAR, M. Review of Raising Children Bilingually: The pre-school years by Leonore Amberg.
Journal of Child Language. 15, 459-68, 1988.
58
contexto em que a criança bilíngüe cresce e que, nos estudos de produção de fala
Desta forma, De Houwer (1997) explica não ser suficiente conhecer a língua
que cada pessoa usou ou usa com a criança, em situação bilíngüe, sendo
oportunidade de convívio, mesmo que seja muito importante na relação, isso não
garante que a criança tenha ouvido ou visto regularmente as duas línguas, aspecto
este que se observa em relação à criança surda, uma vez que os familiares utilizam
constata que, antes dos dois anos de idade, crianças bilíngües mostram-se
repetidamente, que a criança bilíngüe não se utiliza enunciados mistos ao falar com
vocabulário não se deve à separação das Línguas, mas porque as crianças estão
em fase de adquirir repertório lingüístico mais amplo, não precisando mais buscar
59
(1986) destaca que a variável que mais interfere nestes padrões, é a idade da
criança receptora da conversação, visto que em cada nível estudado (18-30 meses),
menores.
determinada língua, para que ocorra sustentação do potencial de uso ativo desta,
input das mesmas ou, em contrapartida, que o uso ativo e o nível destas mesmas
@ Tendo como referência o texto lido será proposto aos participantes que se
grupo ficará responsável por cinco dos itens grifados, o que será determinado por
lingüístico da criança;
grupos.
surgindo daí a filosofia Bilíngüe. Esta vem ganhando adeptos de forma progressiva,
aquisição tanto de crianças surdas como ouvintes. Nas crianças surdas, entretanto,
qual deu o início aos estudos sobre a Língua Americana de Sinais, destaca-se que
muitas foram às pesquisas que demonstraram que os sinais são regidos por regras
17
Texto elaborado por Rute Oliveira do Bomfim.
61
sociais.
de utilizar recursos de duas línguas, mesmo que não de forma plena em cada uma,
podendo ser usada de forma tanto seqüencial quanto simultânea. Ao surdo, não se
tem atribuído a condição de ser bilíngüe, devido a não se atribuir à língua de sinais à
mesma condição das línguas faladas, as quais são denominadas de forma imprópria
a criança surda filha de pais surdos pertence a uma comunidade lingüística de modo
real, e apenas de forma potencial quando relacionada a filhos surdos de pais
cognitivos diferentes.
utilizada por escolas que se propõem tornar acessível à criança surda duas línguas
garantido pela identificação dos surdos enquanto pessoas surdas e sua comunidade
lingüística.
língua natural, como mostram Skliar (1997), Skliar (2000), Quadros (1997), é uma
pelo surdo em contato com pessoas que fazem uso dela, e que a língua oral requer
62
(1987), que considera haver uma faculdade inata da linguagem, composta por
acionada por experiência lingüística positiva visível a criança. Assim a criança surda
precisa ter acesso à língua de sinais o mais precoce possível, a fim de ativar
naturalmente este dispositivo. Afirmando ainda, que não é a língua oral a forma
que a criança surda está inserida - cultura ouvinte e cultura surda - e sugere ser
social ao afirmar que: “a criança (surda) nasce imersa em relações sociais que se
surdez.” Salienta que o acesso à linguagem oral está sujeito aos recursos auditivos,
(1997), observa que, embora existam escolas que façam uso da língua de sinais,
estas não garantem que deixe de haver dificuldade em relação ao acesso a língua
estabeleça.
condição bilíngüe das crianças surdas, pois a grande maioria dos professores
ouvintes não faz uso efetivo da LIBRAS, que possibilita a existência de uma língua
oralista, o que poderia ser interpretado como impedimento importante para uma
Gesueli (1998) relaciona alguns aspectos que são enfatizados pelo instrutor
surdo na interação com a criança surda, entre os quais: focar o ensino de itens
para que ocorra a interlocução. Ressalta ainda, que ao instrutor tem sido atribuído
papel contraditório: “de ser ‘professor’ da Língua de Sinais, porém sem assumir uma
Brito (1993, p. 57) afirma que o Bilingüismo vai favorecer ao surdo uma opção
18
Instrutor surdo, denominação dada ao adulto surdo que atua na instituição especializada de
atendimento ao surdo, ou escola especial.
19
SOUZA, R.M. e GÓES, M.C.R. O instrutor surdo e seu objeto de trabalho: construções discursivas
no interjogo surdo-ouvinte. In: Para além do silêncio. Revista da Associação Portuguesa de
Professores e Técnicos de Reabilitação de crianças e jovens surdos. Ano IV, n. 5 e 6 p. 4-8,
Lisboa, 1996.
64
de sinais é mais rápida para ele do que a linguagem oral. Citando Conrad20 o qual
para os surdos, analisa que a aquisição de uma língua gestual-visual, tem para a
falada pela criança ouvinte desde a mais tenra idade, já que funciona como "suporte
do pensamento como meio de comunicação e é através dela que o surdo pode fazer
‘a leitura do mundo’ nos termos de Paulo Freire (1991)."
Brito (1993) e Goldfeld (1997) afirmam que, para que uma criança tenha
natural, na mais tenra idade, sendo natural, também, a aquisição da língua de sinais
pela criança surda a qual pode ter total domínio. Torna-se indispensável que a
criança surda tenha acesso a esta língua, na primeira fase de sua vida.
Brito (1993) argumenta que a tendência mais atual para a integração psico-
surdo brasileiro é a LIBRAS e a L2, é o Português, mesmo que ele tenha sido
por dominá-la melhor que o Português. Sugere que a criança surda deve ser
exposta a LIBRAS o mais precoce possível, e que pais ouvintes de filhos surdos
devem aprender Língua de Sinais bem cedo, assim como os responsáveis pelo
processo educacional.
20
CONRAD, R. The Deaf School Child. Londres: Harper and Row, 1979.
65
um novo texto que sintetize as idéias principais dos dois textos lidos, estabelecendo
relação entre aspectos comuns aos dois textos e sua importância para
comunique em sinais).
KWL”
vivências do dia-a-dia da criança e utilize o relógio, que deve estar na sala de aula,
qual a criança tenha acesso, no qual sejam registradas junto com o grupo,
informações sobre as datas importantes, datas de aniversário de todos,
da escola e depois fazer uma maquete da escola com sucatas, nomeando cada
grande) o bairro onde fica o zoológico e onde fica a escola e a casa de cada uma
das crianças.
@ Após desenvolver trabalho com o grupo, responda às questões dos Quadros 10,
linguagem e bilingüismo:
Houve mudanças em sua prática? Caso a resposta seja sim enumere pelo
em interação:
intervenção? Se houve relacione pelo menos três fatores de mudança que voce
Como foi visto até aqui, são muitas as questões que envolvem o campo da
pais “ouvintes”, os quais nunca tiveram contato com surdo antes, o que traz
serem atendidas no “tempo correto”, ou seja, sem atrasos, o que garante o melhor
proposta baseada em evidências. Para que isto ocorra, vamos acessar alguns textos
de doutorado21:
Introdução
considera-se o surdo como portador de uma patologia, o qual para ter alguma
de tal fato, não eram consideradas discussões que focassem aspectos pedagógicos
relacionados às questões “para quem ensinar; onde ensinar; o que ensinar; como
centrada nesta concepção, a qual é conhecida hoje, como oralista, que durante
muito tempo ao trabalhar com crianças surdas e ao ministrar aulas nos cursos de
desempenho acadêmico dos alunos “em noções básicas como ler, escrever e
21
Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/educar/article/viewFile/2154/1806.
71
mais que a prática baseada nesta concepção não passava de “uma forma travestida
que sugeria, na essência, “o uso da língua de sinais na sua forma genuína, como
uma “metodologia/filosofia oralista para uma visão bilíngüe não constitui tarefa
como critério básico para seu desenvolvimento cognitivo”. O que não indicava
diminuição da importância da linguagem. Ao contrário, ela deixa de ser vista
somente como articulação oral e/ou gestual mecânica, “para ser considerada meio
de apreensão e expressão, por meio do qual as pessoas apropriam-se do mundo tal
envolvidos no ensino de surdos, numa perspectiva bilíngüe, tem ficado restrita aos
ouvintes ou mesmo práticas adaptadas aos surdos, sem uma base epistemológica
72
@ Agora responda:
expectativas da autora?
tempo da aula explicando aos alunos, “não dando tempo para o aluno elaborar,
construir o que esta sendo exposto. É preciso entender que a mesma quantidade de
tempo que o professor expõe sua aula deverá ser alternado com a participação dos
22
# Disponível em: http://www.editora-arara-azul.com.br/pdf/artigo8.pdf.
73
alguns aspectos:
@ Responda:
- O que a autora quer dizer no último parágrafo acima quanto ao , “não dar
- Destaque dois aspectos que você percebeu como relevante no texto lido,
justifique a escolha.
Em seus estudos Fatinel & Rampelotto (2008) refere-se a oito fatores sócio-
considera-se que para se ter domínio eficaz de uma segunda língua, no caso da
que no caso do surdo é a língua de sinais e que através das duas, ocorrerá um
1996: 140)”.
para que o mesmo possa compreender ou criar “um texto de melhor qualidade pois
ao, dominar este tipo de conhecimento, as pessoas são capazes, por um lado, de
23
# Disponível em: http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2000/01/a4.htm.
74
O que não quer dizer que o aluno precisa ter “o domínio metalingüístico da
língua portuguesa. Segundo Numam apud Quadros, “a gramática existe para que os
definido como "a organização de diferentes tipos de textos, sejam eles escritos ou
orais (narrativas, descrições, entrevistas, cartas, etc.)" (LOPES apud FREIRE, 1998:
48)”.
sociais, uma vez que na atualidade, muitos autores consideram que, ao se propor
conhecimento letrado do aluno, principalmente para o aluno surdo, pois "é bastante
difícil conversar com crianças surdas em português sobre assuntos não relacionados
fundamental quando os alunos surdos “provêm de famílias ouvintes, onde não tem
acesso a língua de sinais junto com adultos usuários experientes nesta língua. E
consideram que nas práticas educativas que envolvem alunos surdos, estes são
Além de conhecer a língua de sinais, este professor especial “deve ter claro
que a escrita é uma segunda língua para o aluno surdo, a fim de que não caia no
erro, como a maioria dos profissionais, de dizer que os textos escritos, por exemplo,
RAMPELOTTO, 2008).
8) Colocam como último fator, “os recursos visuais”, devido à pessoa surda
presença de recursos visuais na sala de aula pois: “Trazem o valor da vida real à
comunidade; ajudam o aluno a avaliar o que o mundo espera dele, constituem nova
Fatinel & Rampelotto (2008) observam ainda que quanto aos alunos surdos,
“os recursos visuais que lhe são oferecidos servem para, além de fixar os conteúdos
mundo”.
@ Responda:
- Dos oito princípios apresentados, destaque três que no seu entender são
autoras.
24
Gladis Perlin e Karin Strobel / ISBN: 85-60522-02-6.
77
Identidade e Diversidade
relação a si e aos outros. Na medida em que ela constrói sua auto-imagem através
das interações que estabelece nos grupos que convive, é importante que tenha
indivíduos únicos.
@ Após desenvolver trabalho com o grupo, responda às questões dos Quadros 13,
14 e 15 a seguir, nos quais se encontram os princípios da EAM e Aquisição de
linguagem e bilingüismo:
em interação:
uma ministrada por uma professora surda (Prof. L), responsável pelo ensino de
Libras e a outra por uma professora ouvinte (Prof. PB), a qual era responsável por
de Curitiba.
sua pesquisa, na qual se estabeleceu uma análise comparativa entre a prática das
25
A partir do que consta na literatura de aquisição de linguagem, na qual há uma distinção entre
aprendizagem e aquisição. No primeiro caso, haveria uma programação e estruturação mais formal e
no segundo, ocorreria o surgimento ou maturação de habilidades lingüísticas de modo naturalístico
(QUADROS, 1997).
80
Nesta aula, observou-se uma nova idéia quanto à forma como se adquire a
(BOMFIM, 2002).
Na seqüência 26 a professora conta à história em Libras, a partir do livro, o
grupo de crianças esta sentado no chão em semicírculo a sua frente, todos atentos a
ela.
Seqüência 26
26
Números entre parênteses se referem a troca de turnos.
27
Letra maiúscula no texto se refere à expressão em sinais, Libras.
81
LEITE, BEBER?
(258) – Prof. L. para Lia: VOCÊ GOSTA BEBER LEITE GOSTA, CASA LÁ.
LEITE BEBER.
(260) – Aron para Prof. L.: TIRAR LEITE, VACA EU CASA TEM.
(261) – Prof. L.: VOCÊ CASA. VOCÊ PÕE NO COPO, MEXE TOMA LEITE.
indício do uso de pronomes para referente não presente, o que confirma o que Góes
28
Texto entre parênteses, comportamentos apresentados durante atividade.
82
possibilitou com que uma das crianças pudesse informar algo relacionado a sua
significativa.
Seqüência 29
(221) – Lia: (Olha para o livro, olha para a Prof. L.) O QUÊ?
(222) – Aron: (Estende a mão até Lia.) ROUPA ABOTOAR (na roupa de Lia.)
(231) – Lia: (Olha Prof. L. expressão de dúvida.) NÃO SEI. (Volta-se para o
livro.)
83
Nos turnos 215-219, Aron usou estratégia de tocar no livro para chamar a
comunicação já fora utilizado pela professora em outras situações, o que indica que
seqüência anterior.
Nos turnos 220, 225 e 230, a Prof. L. questionou Lia sobre os elementos da
história; e Lia no turno 221 espelha a pergunta da professora; no turno 229,
Aron esperasse e no turno 231, Lia, expressou o fato de não saber a resposta; ao
turnos 226 e 236, quando Aron se antecipou em responder, o professor atribuiu valor
e sucesso pela execução da criança, favorecendo ampliação do sentimento de
competência.
Neste momento, foi constatado ainda, o uso da língua de forma a desenvolver
entre as crianças, turnos 215 a 217, e também da criança com o professor turnos
226 e 227.
dialógica, o que possibilitou ao grupo acesso a uma língua estruturada, turno 225 e
continuidade da atividade.
29
Traduzindo para o português “Coloca o leite no copo, e bebe”.
84
Seqüência 27
(326) – Júlia: (Olha a Prof. L. com expressão de choro, aponta Lia.) ELA
(329) – Prof. L.: (Chama a atenção Lia, subindo e descendo a mão a sua
frente)
(337) – Lia olha Aron: (Entrega o ovo com o pintinho para Júlia.)
(339) – Prof. L.: (Chama a atenção. Lia e Aron olham.) OVO GALINHA (pega
85
foi vista como construção ativa e cooperativa entre os envolvidos. No que se referiu
à aquisição de linguagem, ficou evidenciado que as crianças adquirem regras de
cercados.
zoológico.
Seqüência 31
(8) – Lia: (pega no queixo de Júlia e traz para si e sinaliza) OO (parte do sinal)
articulação do movimento)
30
Fotos organizadas de forma a indicar as atividades a serem desenvolvidas no dia, antes e após o
recreio.
87
ensino do português a prof. possibilita que o grupo interaja em sua própria língua, o
que garante que o padrão de input garanta o uso da língua na rede social e
individual da criança.
Seqüência 32
(64) – Lia: (olha na mão da Prof. PB, sinaliza) SILÊNCIO (pega a peça mostra
para Júlia)
(66) – Lia: (com o leãozinho na mão, sinaliza) SILÊNCIO (faz carinho, coloca
(68) – Prof. PB: [e a mamãe dele ...] MAMÃE (a mamãe cadê?] ONDE?
Quem introduziu esta seqüência foi uma das crianças, ao fazer comentário
sobre um elemento encontrado por ele (turno 62) o que foi aproveitado pela
forma contextualizada.
Neste contexto estabeleceu-se relação dialógica, onde a língua surgiu como
processo comunicativo e cognitivo no qual a criança opera (turnos 62, 64, 65, 67 e
70).
crianças encontrassem a mãe do filhote de leão, o que só foi retomado no turno 154.
em dar respostas prontas, como ocorreu na sessão anterior aos estudos sobre EAM
e Aquisição de Linguagem. Isso favoreceu ao professor selecionar, programar e
Observa-se que a situação foi introduzida por Aron, que trouxe um elemento
novo ao contexto e fez comentário sobre ele (turno 62). Na seqüência, a Prof. PB
Seqüência 36
(527) – Prof. PB.: [agora eles vão passear no zôo]31 PASSEAR ZÔO.
(529) – Prof. PB: (pega o bebê que estava perto de Lia) [vamos ver, vou
(533) – Prof. PB: (pega o boneco e ameaça coloca-lo dentro da jaula dos
(541) – Prof. PB.: [porque o leão morde o bebê, não pode] LEÃO MORDE,
NÃO PODE.
Neste momento (turno 527), a Prof. PB referiu-se ao passeio que iria ocorrer,
31
Texto entre colchetes se refere à fala, expressão oral.
90
dizendo que não (turnos 523 – 537). Pode-se identificar que a professora fez uso do
crianças responde, fazendo uso de dois sinais, (turno 540), evidenciando avanços
Seqüência 40
gesto natural).
de Libras)32.
(178) – Lia: (com o rinoceronte na mão, faz menção de colocar com os leões,
32
O sinal próprio para Rinoceronte é: Mão em Y com a ponta do polegar tocando o nariz.
91
(179) – Prof. PB: [junto leão não, o leão come ele] NÃO, LEÃO COME
RINOCERONTE.
Observa-se que nos turnos 170 e 172, a Prof. PB provocou uma situação de
Lia tinha nas mãos (rinoceronte). Júlia respondeu, usando inicialmente sinal natural,
desconsiderar sua resposta, mas voltou-se para Aron questionando, com intuito de
convencional, o que indica que foi favorecida situação para que o mesmo pudesse
hipóteses.
Seqüência 43
(591) – Lia: (leva carrinho com o bebê até Júlia e entrega a ela) TCHAU,
TCHAU.
(596) – Júlia: (pega o carrinho com o bebê) TCHAU (entrega para Lia)
própria, o que indica que o professor em sua prática propiciou o uso da língua na
linguagem viva.
terá sentido no contexto social em que se insere. Bem como, a visão de Feuerstein
dos estímulos aos quais são expostas, tem-se que preparar o uso apropriado da
suas necessidades.
focalizado.
decorrer dos estudos, para ter uma visão mais abrangente das mudanças que
3) Relate pelo menos três situações em que você pode perceber mudança
sua prática.
3) Relate pelo menos três situações em que você pode perceber mudança
em sua atitude frente ao aluno no aspecto aqui focalizado. Que
conseqüências trouxeram?
95
3) Relate pelo menos três situações em que você pode perceber mudança no
REFERÊNCIAS
BELLUGI, K. Et al. A aquisição de sintaxe e espaço nos surdos jovens que utilizam
mímica e linguagem de sinais. In: BISHOP, D; MOGFORD, K. Desenvolvimento de
linguagem em circunstancias excepcionais. Tradução: Mônica Patrão Lomba e
Leão Lanksner. Rio de Janeiro: REVINTER, 2002. p. 179-202.
SACKS, O. Vendo vozes: uma jornada pelo mundo dos surdos. Tradução:
Alfredso B. P. de Lemos. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
WOOD, D. Teaching and talking with deaf children. Great Britain: John Willey e
Sons, 92. 3. ed. East Kilbraide: Printed and Bound by Counrier International, 1992.